O Reflexo Da Pandemia Nos Esutdantes Ifmg

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ISSN: 2525-9571

Eixo TEMÁTICO: Políticas Públicas


Vol. 6 | Nº. 1 | Ano 2022
educacionais

Ana Flávia Melillo Ramos OS REFLEXOS DA PANDEMIA NA VIDA DOS


IFMG campus Conselheiro ESTUDANTES DO IFMG CAMPUS
Lafaiete
[email protected]
CONSELHEIRO LAFAIETE: buscando estratégias
de intervenção para superação e reparação dos danos
causados
THE REFLECTIONS OF THE PANDEMIA IN
THE LIVES OF STUDENTS AT IFMG CAMPUS
CONSELHEIRO LAFAIETE: seeking
intervention strategies to overcome and repair the
damage caused
_______________________________________________________________________________

Anais da VI Jornada Ibero-Americana de Pesquisas em Políticas Educacionais e Experiências Interdisciplinares na Educação. Brasília, DF. 2022.
RESUMO

A pandemia do coronavírus vem alterando significativamente nossas vidas e, em especial a vida


dos nossos jovens. Acreditamos que os reflexos socioeconômicos, pedagógicos e emocionais
na vida dos estudantes dos 3º anos dos cursos integrados afetarão diretamente o contexto
educacional e não se sabe ainda em que proporção. Dessa forma, objetiva-se compreender quais
são esses impactos na tentativa de possibilitar à equipe multidisciplinar, formada por assistente
social, pedagoga e psicóloga, a busca por estratégias para um atendimento mais eficaz e
cuidadoso, capaz de minimizar os conflitos colocados, visando a qualidade de vida e a
permanência destes no espaço escolar. Nesta pesquisa, optou-se por dialogar com os supostos
teóricos de educadores brasileiros que são referência para refletir sobre o contexto da EPT -
Educação Profissional e Tecnológica. Faremos uma abordagem quali-quantitativa. As técnicas
utilizadas serão pesquisa bibliográfica, a pesquisa documental e estudo de caso. Os
instrumentos utilizados serão formulários online e entrevistas semiestruturadas. Os resultados
parciais corroboram com a hipótese de que a vida em sociedade apresentou alterações
expressivas, necessitando assim, de uma articulação de profissionais especializados e de
políticas públicas efetivas que foquem principalmente nos adolescentes, para garantir uma vida
escolar com dignidade.

Palavras-chave: Educação Profissional e Tecnológica. Pandemia do Covid-19. Formação


Humana Integral.

__________________________________________________________
ABSTRACT

The coronavirus pandemic has significantly altered our lives and, in particular, the lives of our
young people. socioeconomic studies, the pedagogical and healthy reflexes in the lives of
students in the 3rd year of integrated courses teach directly the educational context and it is not
yet known in what proportion. In this way, it will be possible to understand the impacts in the
attempt to understand a multidisciplinary team, assist and assist in the search for strategies for
the search for strategies for the minimum and minimum quality of objective quality care for a
pedagogue, aiming at a pedagogical team, aiming at to an effective strategy. of life and their
permanence in the school space. In this research, we chose to dialogue with the clear theorists
of Brazilian educators who are a reference to reflect on the context of EPT - Vocational and
Technological Education. We will take a qualitative-quantitative approach. As will be
bibliographic research, a documental research and case study used. The instruments used will
be online and semi-structured interviews. The results are necessary so that the school life of
adolescents and public policies are significantly articulated, with the need for an articulation of
specialized professionals and public policies.

Keywords: Professional and Technological Education. Covid-19 pandemic. Integral Human


Training.

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1. INTRODUÇÃO

Anais da VI Jornada Ibero-Americana de Pesquisas em Políticas Educacionais e Experiências Interdisciplinares na Educação. Brasília, DF. 2022.
Diante do cenário imposto pela pandemia, acreditamos que a equipe multidisciplinar
enfrentou novos desafios, precisando criar novas intervenções para atender os estudantes e
garantir uma melhor qualidade de vida para todos no contexto escolar. Nesse sentido, esta
pesquisa pretende responder o seguinte questionamento: quais são os impactos causados pela
pandemia na vida dos estudantes do ponto de vista socioeconômico, pedagógico e emocional?
Compreender estas questões é essencial para atender os princípios da formação integral na
Educação Profissional e Tecnológica, que visa a formação dos estudantes, sujeitos dessa
pesquisa, em todos os seus aspectos, biopsíquico e social.

O objetivo desta pesquisa é compreender quais os reflexos da pandemia na vida dos


estudantes nos aspectos socioeconômicos, pedagógicos e emocionais, para se pensar em
intervenções estratégicas para o acolhimento e acompanhamento dos mesmos no contexto
pandêmico. Descrito o objetivo geral, apresentamos os seguintes objetivos específicos:
identificar pontos que comprometem o processo de ensino aprendizagem; apontar ações de
intervenção da equipe escolar que tenham por escopo oportunizar uma formação humana
totalizadora; indicar estratégias de enfrentamento dos desafios impostos pela pandemia do
COVID-19 ao cotidiano escolar.

Faremos uma análise baseada na perspectiva quali-quantitativa. O estudo de caso facilita


a aproximação com os participantes da pesquisa e suas práticas, oportunizando ao pesquisador
identificar e observar comportamentos além da sala de aula. As entrevistas, os formulários e os
estudos de caso realizados neste trabalho para obtenção de dados servirão como fonte de
triangulação no processo de análise do objeto em estudo.

A pesquisa está em andamento, no entanto, de acordo com os dados obtidos até o


momento compreendemos que a pandemia impactou diretamente a vida dos nossos estudantes,
o que demanda um trabalho em equipe para amenizar os conflitos existentes.

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2. DESENVOLVIMENTO

Anais da VI Jornada Ibero-Americana de Pesquisas em Políticas Educacionais e Experiências Interdisciplinares na Educação. Brasília, DF. 2022.
Optamos por dialogar com os supostos teóricos de educadores brasileiros que são
referência para refletir sobre o contexto da EPT - Educação Profissional e Tecnológica,
tais como Marise Ramos, Maria Aparecida Ciavatta, Dermeval Saviani e Gaudêncio Frigotto.
Faremos também um breve histórico sobre a criação do Institutos Federais, consultando
documentos institucionais e as legislações pertinentes.

Em seguida, por se tratar de um tema novo, bastante complexo e ainda em estudo,


buscaremos artigos científicos para agregarmos ao trabalho. Falar sobre a Pandemia e seus
efeitos na sociedade será de grande importância para os interessados no tema e trabalhadores
da área da educação. Referências sobre a atuação das equipes multidisciplinares na educação
também serão pesquisadas, a fim de elucidarmos sobre a importância da intervenção dos
profissionais no contexto escolar. Após a revisão bibliográfica poderemos compreender melhor
o problema apresentado a fim de alcançarmos os objetivos propostos nesta pesquisa.

2.1 Educação Profissional e Tecnológica

A história da humanidade nos mostra as transformações da educação, seus avanços e


retrocessos, ao longo dos anos. Saviani (2007), afirma que o desenvolvimento da sociedade de
classes, especificamente nas suas formas escravista e feudal, consumou a separação entre
educação e trabalho, desvinculando o trabalho intelectual e manual, fortalecendo a divisão de
classes. Com o avanço do capitalismo e as novas formas de produção, o sistema demandou
profissionais qualificados para atuar mercado. Assim houve uma reorganização da educação,
retornando a importância da sua conexão ao trabalho.

Nesse contexto, as escolas profissionais surgiram para capacitar os trabalhadores para


executarem suas tarefas, através de uma formação prática, necessitando de uma união entre o
saber teórico e saber prático.

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De acordo com o Histórico da Educação Profissional e Tecnológica no Brasil, publicado

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pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) no Portal do Ministério da
Educação (MEC), a educação profissional como responsabilidade do Estado, teve início no
governo de Nilo Peçanha, em 1909.

Na década de 30, após muitas reivindicações dos movimentos operários sindicais na luta
por uma formação e diante da necessidade de mão de obra qualificada para atender as demandas
do patronato durante o processo de industrialização em curso, foram criadas as primeiras
escolas profissionalizantes. Nesse contexto, foi fundado o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) em 1942, integrante do Sistema S.

O Governo Juscelino Kubitschek foi marcado pelo desenvolvimento econômico através


de um processo de aceleração da industrialização. Havia uma demanda por técnicos formados
que pudessem atender às expectativas do mercado. Já no Governo Sarney, momento
caracterizado por um cenário de instabilidade e crise econômica, o ensino médio técnico ganhou
destaque, trazendo grandes avanços no que diz respeito à transformação da rede de escolas
técnicas em Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFETs), oferecendo além do ensino
médio, cursos de graduação, tecnólogos, licenciaturas, atividades de extensão e pós-graduação.

A Constituição Federal de 1988 trouxe grandes avanços em relação à promoção dos


direitos sociais e às políticas públicas, em especial a Política de Educação. Apesar de não dar
tanta ênfase a Educação Profissional, foi uma grande conquista de acordo com a interpretação
dos atores envolvidos na temática. Várias Instituições, movimentos sociais e entidades sindicais
empenharam-se para avançar nas reformas educacionais e na efetivação da referida Lei.

Na década de 90, durante o Governo Fernando Henrique Cardoso (FHC), com o avanço
das políticas neoliberais e a intensificação das privatizações, houve um sucateamento dos
serviços públicos no país. Em relação à educação, foram vários os retrocessos. Apenas a
minoria tinha acesso ao ensino superior e a desigualdade social prevalecia em nome do capital.

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Frigotto (2018) afirma que as reformas e políticas educacionais adotadas na década de 90 se

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caracterizam pela regressão do “pensamento educacional orientado pelo pragmatismo,
tecnicismo e economicismo das reformas da ditadura militar sob o ideário do capital humano”.

Apesar de todas as fragilidades e contradições desse contexto, foi promulgada a LDB


9.394/1996, fruto de um esforço coletivo e muita mobilização, trazendo a educação profissional
como modalidade educacional e considerando as dimensões do trabalho, da ciência e da
tecnologia. Com a promulgação do Decreto 5.154 de 2004 no Governo Lula, há uma ruptura
em relação ao tecnicismo, na medida em que o ensino médio integrado é focalizado na
perspectiva de uma “educação unitária e omnilateral, articulando a ciência, trabalho e cultura,
numa perspectiva humanizadora”.

De acordo com Marise Ramos e Vera Corrêa (2005) a Educação deve preparar o aluno
para enfrentar e superar desafios, articulando sentimentos, sonhos, aprendizagens, ou seja,
trabalhar o indivíduo de forma integral. Nesse contexto, o Ensino Médio Integrado deve,
portanto, potencializar o aluno, resgatando a centralidade do ser humano.

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica foi criada no país


pela Lei nº 11.892/2008, no governo Lula, visando a oferta pública da educação profissional e
tecnológica. A expansão da rede é um marco na ampliação e interiorização da educação
profissional e tecnológica, sendo amplamente reconhecida pela qualidade do ensino oferecido
(Lorenzoni, MEC-SETEC, 2009). Os Institutos vêm democratizar e garantir a qualidade da
educação, num país marcado historicamente pela luta de movimentos sociais em busca da
universalização da educação pública.

Os Institutos Federais de Educação Ciência e Tecnologia são a síntese daquilo que de


melhor a Rede Federal construiu ao longo de sua história e das políticas de educação
profissional e tecnológica do governo federal. São caracterizados pela ousadia e
inovação, necessárias a uma política e um conceito que buscam antecipar aqui e agora
as bases de uma escola contemporânea do futuro e comprometida com uma sociedade
radicalmente democrática e socialmente justa. (Pacheco, 2010)

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O Instituto Federal Minas Gerais (IFMG) é uma das instituições criadas pela Lei nº

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11.892/2008, reunindo as seguintes Instituições: Escola Agrotécnica Federal de São João
Evangelista, os Centro Federal de Educação Tecnológica de Ouro Preto e Bambuí e das
Unidades de Ensino Descentralizada de Formiga e Congonhas. Atualmente, é composto por
dezoito campi. O Campus Avançado de Conselheiro Lafaiete é umas das unidades do IFMG e
foi implantado no ano de 2014. A unidade oferece os cursos técnicos em Eletrotécnica e em
Mecânica - modalidades integrado e subsequente - nos períodos diurno e noturno, somando
aproximadamente 403 estudantes.

2.2 Ensino Remoto Emergencial no IFMG: desafios e possibilidades

Em dezembro de 2019 foi notificado na China, o 1º caso de covid-19, desde então um


alerta se tomou em todo o mundo. Em 11 de março, a pandemia foi declarada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS). As aulas presenciais em quase todo o país foram suspensas a partir
de 18 de março. Como em todo o mundo, a pandemia nos pegou de surpresa, necessitando de
medidas a curto prazo e sem muito planejamento para conter seus impactos. No caso da
Educação, as escolas precisaram se reinventar para permitir que as aulas não parassem.

Em agosto de 2020 o MEC autorizou a suspensão das aulas presenciais ou sua


substituição por atividades não presenciais. Face ao exposto, foi implantado o Ensino Remoto
Emergencial (ERE) no IFMG, para minimizar os prejuízos que se fizessem presentes no
processo de ensino aprendizagem. Para promover a inclusão digital, foi divulgado o edital para
o Auxílio Digital Emergencial que oferecia auxílio internet e equipamentos (computador e/ou
notebook) para estudantes vulneráveis e que não possuíssem condições materiais e financeiras
adequadas para o acompanhamento das aulas online.

Um grande desafio foi posto em relação a “formação humana” durante o ERE, e para esta
afirmação citamos Frigotto (2021) que, em palestra realizada pelo IFRN, sustenta a relevância

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dos Institutos Federais para um novo conceito de sustentabilidade local, regional e nacional,

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está na universalização da cultura e da educação.

2.3 Reflexos socioeconômicos, pedagógicos e emocionais da Pandemia

Vivemos em um dos países com mais contradições e desigualdades sociais do mundo.


Com a pandemia, houve um agravamento da questão social e suas mazelas. Medidas
emergenciais foram tomadas pelo Governo, a curto prazo, para tentar minimizar os efeitos
econômicos da pandemia. Governadores e Prefeitos também propuseram diferentes ações
diante da conjuntura provocada pelo Covid-19. Ainda que realizadas as tentativas para
combater a crise econômica, a necropolítica potencializada pelo Governo Federal aliada a
precarização dos serviços públicos, não foram suficientes para conter o seu agravamento.

Segundos resultados da Pesquisa Pulso Empresa de 2021, 1,3 milhão de empresas


fecharam (temporária ou definitivamente) até a primeira quinzena de junho, dessas, 522,6 mil
(40%) foram devido aos impactos das medidas adotadas para conter a propagação do vírus. A
taxa de desemprego no país é de 13,7 milhões de brasileiros, ou seja 13,2% da população, no
trimestre encerrado de 2021 (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE). Enquanto
a taxa de insegurança alimentar corresponde a 116,8 milhões de pessoas, segundo o relatório
da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (Rede PENSSAN).

A pandemia intensificou também a violência doméstica no país, tanto para mulheres


quanto para as crianças. Uma pesquisa da Áreas de Estudos Técnicos e Saúde da Confederação
Nacional de Municípios (CNM) constatou eu houve um aumento de 20,3% de violência contra
as mulheres e 11,3% contra crianças e adolescentes, nesse período de pandemia.

Sobre os impactos pedagógicos da pandemia, sabemos que os mais jovens foram os mais
afetados. Torna-se relevante destacar que, a história da Educação no país é marcada por
inúmeras desigualdades sociais, bem como pela falta de investimento, fazendo com que as

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escolas públicas não tenham uma infraestrutura adequada ao pleno funcionamento e recursos

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humanos suficientes. A pandemia agravou esse quadro e escancarou ainda mais as
desigualdades existentes, deixando muitos alunos sem aulas por não terem condições mínimas
de acompanhar as aulas online e escolas sem condições de se adequarem às normas sanitárias.

Em relação aos reflexos emocionais da pandemia percebemos que o isolamento social e


as mudanças de hábito repentinas na vida das pessoas como medidas de prevenção ao
coronavírus, desencadeou e/ou agravou problemas emocionais na vida de muitos, em especial
das crianças e adolescentes. Os casos de depressão, ansiedade, irritabilidade, alterações no
humor, angústia e conflitos familiares eclodiram, principalmente entre os mais jovens.

Um estudo a nível global com mais de 80 mil participantes na faixa etária de 4 a 17 anos
comprovou que os casos de depressão e ansiedade dobraram na pandemia. A saúde mental dos
jovens já estava em declínio, porém se acentuou. Vários fatores colaboraram para isso:
fechamento das escolas, ensino remoto, falta de socialização, instabilidade, dificuldades
financeiras, dentre outros. Os dados foram publicados pela revista médica JAMA Pediatrics.

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) publicou um estudo que revela
a redução de aproximadamente 28% das consultas ambulatoriais em saúde mental, perfazendo
um total de 471.448 indivíduos com atendimento suspenso, que pode piorar a crise de saúde
mental e originar uma pandemia paralela que pode durar muito tempo (ORNELL, 2021, p.1).

2.4 Atuação da Equipe multidisciplinar na Educação

Acreditamos que a atuação da equipe multidisciplinar na Instituição de Ensino muito


agrega na formação integral dos estudantes contribuindo também para o acesso e a permanência
dos mesmos no contexto escolar, oportunizando um ambiente mais saudável e melhor qualidade
do ensino. A equipe deve atender de forma mais cuidadosa e individualizada, através de um
acolhimento humanizado.

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“... a atuação de uma equipe multidisciplinar irá contribuir muito com as políticas
públicas, a escola no âmbito das quais os diferentes saberes, vinculados às distintas

Anais da VI Jornada Ibero-Americana de Pesquisas em Políticas Educacionais e Experiências Interdisciplinares na Educação. Brasília, DF. 2022.
formações profissionais, possibilitam uma visão mais ampliada, e compreensões mais
consistentes a respeito das questões apresentadas. (Santoro, pág. 9)

É importante ter em mente que, a escola é um espaço diverso que reflete as várias facetas
da questão social: violência doméstica, desemprego, fome, condições precárias de moradia,
dentre outros. Diante dessa realidade, a equipe multidisciplinar, respeitando as peculiaridades
de cada profissional, buscará estratégias de enfrentamento da situação ou mesmo minimizar os
conflitos existentes. A atuação da Equipe Multiprofissional, composta por profissionais com
formação e qualificação específicas para atender situações oriundas de problemas pessoais,
sociais e psicológicos é essencial para a pleno desenvolvimento escolar.

4. CONCLUSÃO

Refletir sobre os impactos da pandemia na vida dos nossos estudantes torna-se essencial
para se pensar nas intervenções da equipe multidisciplinar. Esta articulação deve priorizar a
permanência dos estudantes no contexto escolar, propondo uma vivência saudável e com bem-
estar, através de uma ação em conjunto que envolva: programas de auxílio financeiro,
acolhimento sócio emocional e adaptações no processo de ensino aprendizagem. A escola é um
espaço que reproduz todas as mazelas da sociedade, sendo assim ela necessita de profissionais
capacitados para atender as demandas dos estudantes, garantindo um espaço escolar saudável e
adequado para todos.

A pesquisa está em andamento e os resultados parciais já estão sendo tabelados para


conclusão do relatório. De acordo com os dados obtidos até o momento, podemos concluir que
as transformações causadas pela pandemia resultaram numa reorganização da vida em todos os
aspectos, sendo essencial analisar a conjuntura, as dificuldades impostas pelo momento e quais
as alternativas e formas de superação encontradas para melhorar a vida e as relações sociais.

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A articulação da equipe multidisciplinar deve priorizar a permanência dos estudantes no

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contexto escolar, propondo uma vivência saudável e com bem-estar, através de uma ação em
conjunto que envolva: programas de auxílio financeiro, acolhimento sócio emocional e
adaptações no processo de ensino aprendizagem. Essas ações são essenciais para atender os
princípios da formação integral na Educação Profissional e Tecnológica, que visa a formação
dos estudantes, sujeitos dessa pesquisa, em todos os seus aspectos, biopsíquico e social.

5. REFERÊNCIAS

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Ana Flávia Melillo Ramos


Assistente Social do IFMG campus
Conselheiro Lafaiete

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