Liberalismo

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

"O liberalismo surgiu no século XVII como um conjunto de teorias políticas que sustentaram uma

luta estrutural e política contra o Antigo Regime, ou seja, contra a monarquia absolutista. Como
teoria econômica, o liberalismo surgiu no século XVIII para conferir uma estrutura conceitual ao
novo movimento econômico que surgiu com a alta industrialização inciada nesse século e
consolidada no século seguinte.

Os principais teóricos do liberalismo clássico são Adam Smith, Alexis de Tocqueville e Benjamin
Constant. Já no liberalismo do século XX, adaptado às novas demandas de mercado, temos teóricos
como Ludwig von Mises e Friedrich Hayek, representantes da Escola Austríaca de Economia, que
originaram o neoliberalismo e o libertarianismo.

Leia também: Anarcocapitalismo – modelo de capitalismo que visa ao fim da regulação estatal

Tópicos deste artigo

1 - Características do liberalismo

2 - História do liberalismo

Surgimento do liberalismo político

Surgimento do liberalismo econômico

3 - Tipos de liberalismo

4 - Neoliberalismo e liberalismo

Características do liberalismo

Quando as primeiras ideias ditas liberais surgiram, ainda no século XVII, elas vinham de filósofos
ingleses, como John Locke, e franceses iluministas, como Montesquieu e Voltaire. O intuito nessa
época era derrubar o Antigo Regime (a monarquia absolutista) e instituir Estados constitucionais de
direito na Europa.

As ideias mais remotas do pensamento liberal político advêm da filosofia jusnaturalista do filósofo
inglês John Locke. Para Locke, o ser humano possui direitos naturais, que são, fundamentalmente, o
direito à vida, à liberdade e à propriedade. A propriedade privada, para ser legitimada como um
direito natural, deveria ter uma função social que atenda à comunidade.

Muito além dos ideais jusnaturalistas, o liberalismo admite que não deveria haver um sistema
opressor que retirasse dos indivíduos a sua liberdade, deixando-os livres, na medida do possível,
para viverem e produzirem. Nesse sentido, surgiu o liberalismo econômico, proposto pela primeira
vez pelo filósofo e economista inglês Adam Smith. Smith defendia que o Estado deveria ter o mínimo
possível de participação e gestão na economia, pois esta deveria ficar totalmente regulada por si
mesma. Para o economista inglês, haveria uma espécie de “mão invisível” do mercado econômico
que atuaria na regulação de todos os processos econômicos, sem necessitar de qualquer
interferência externa.

Adam Smith é o precursor da doutrina liberalista clássica.

As teorias liberais foram altamente aplicadas em grande parte da Europa oitocentista e nos Estados
Unidos. Esses eram os territórios altamente industrializados que permitiram a manutenção de um
sistema capitalista regido pelas doutrinas liberais da época. As regras de manutenção da economia
foram desenvolvidas pelo mercado. Salários, modos de contratação, preços e modos de venda eram
decididos pelas instituições privadas.

O imposto sobre as empresas quase não existiam, recaindo, na maioria das vezes, em cima das
pessoas comuns (entre elas os empresários) e quase nunca sobre as empresas em si. Isso constitui a
essência do liberalismo. Enquanto pensamento político, ele garante as liberdades individuais e,
enquanto doutrina econômica, garante a liberdade de propriedade e de empreender.

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

História do liberalismo

Surgimento do liberalismo político

A Revolução Gloriosa na Inglaterra foi despertada por um sentimento de desagrado de grande parte
dos cidadãos comuns (incluindo burgueses, plebeus e camponeses) contra a monarquia absolutista
inglesa, que mantinha os privilégios da classe nobre e concentrava o poder nas mãos do monarca.

Nesse sentido, John Locke, filósofo que viveu no século XVII e atravessou a passagem para o século
XVIII, desenvolveu sua teoria jusnaturalista em oposição ao jusnaturalismo de outro filósofo inglês,
Thomas Hobbes.

Hobbes viveu o início da insurgência contra a monarquia inglesa, no início do século XVII, e escreveu
o livro Leviatã: ou matéria, forma e poder como forma de defender a monarquia. Ele também era
jusnaturalista, ou seja, pautava a sua filosofia numa teoria de que existem direitos naturais inerentes
a todos os seres humanos. Para esse filósofo, o ser humano, em seu estado natural, é regulado
apenas pela lei de natureza (aquela que garante os direitos naturais e a liberdade irrestrita).

Para Hobbes, o ser humano, em seu estado de natureza, era violento, pois ele não tinha qualquer
regulação moral e precisava cuidar da sua sobrevivência, e tinha o direito natural de prover isso sem
qualquer regulação que o impedisse de ser violento. Para resolver o problema da natureza violenta
foi necessário, segundo o filósofo, a criação de um Estado forte e coercitivo que, na sua visão,
somente seria possível por meio da monarquia absolutista.

John Locke, mesmo sendo jusnaturalista, foi na contramão da teoria de Hobbes. Locke era oposto à
monarquia absolutista e reconhecia como direitos naturais a liberdade, a propriedade e a vida. Para
esse teórico, a lei de natureza estabelece os direitos naturais e entende a liberdade como algo
irrestrito. Nesse sentido, há brecha para que uma pessoa possa invadir e tomar a propriedade do
outro.

O Estado deveria, então, ser uma instituição reguladora por meio de um corpo de leis que
estabeleceria os limites para o convívio pacífico entre os cidadãos. No entanto, não haveria qualquer
justificativa para o Estado atentar contra a vida, a liberdade e, principalmente, a propriedade dos
cidadãos, a menos que estes atentassem contra a própria ordem estatal de maneira injustificada.

O filósofo inglês John Locke é o criador do liberalismo político clássico.

Do mesmo modo, aos cidadãos deveria ser permitida a insurgência legítima contra o Estado caso
este agisse de maneira ruim (algo que a monarquia não permitia). A melhor maneira de governar,
segundo Locke, seria o parlamentarismo constitucional e democrático. É assim que Locke entrega a
gênese do pensamento liberal político e solta as primeiras fagulhas de um pensamento liberal
econômico que surgiria algumas décadas depois.

O iluminismo francês seguiu um curso parecido na luta contra a monarquia durante a Revolução
Francesa. Filósofos como Charles de Montesquieu e Voltaire deram continuidade a um pensamento
político liberal.

Voltaire era defensor das liberdades individuais, como a liberdade de expressão e a de culto
religioso, além de defender a separação entre o Estado e a Igreja. Montesquieu criou a teoria da
tripartição do Estado, que propõe uma medida de repartição do poder estatal em três partes, sendo
elas o poder Executivo, o poder Legislativo e o poder Judiciário. A intenção de Montesquieu era
apresentar uma forma de evitar os abusos de poder e garantir a manutenção das liberdades
individuais.

Surgimento do liberalismo econômico

Também no século XVIII, o filósofo e economista inglês Adam Smith propôs um modo de liberalismo
intimamente ligado à economia, criando uma verdadeira doutrina econômica que se instalaria na
Europa e no resto do mundo nas décadas e séculos seguintes. A Revolução Industrial proporcionou o
alto desenvolvimento industrial na Europa e nos Estados Unidos, no século XX, que provocou uma
valorização da doutrina liberal. Os governos na Europa e nos EUA deixaram as empresas privadas
autorregularem-se de maneira quase total.

Isso deu certo durante algum tempo, mas a crise econômica de 1929 provocou uma reviravolta e fez
com que as diretrizes econômicas fossem revistas na Europa, por meio das ideias do economista
John Maynard Keynes, e nos Estados Unidos, pelo chamado New Deal.

Veja também: Social-democracia – modelo que visa ao Estado de bem-estar social

Tipos de liberalismo

Liberalismo político: é o pensamento liberal fundamentado nas teorias dos filósofos liberais
clássicos, como John Locke, os iluministas franceses e os filósofos utilitaristas ingleses Jeremy
Bentham e John Stuart Mill. A principal ideia desses pensadores era apresentar uma ruptura com o
autoritarismo das monarquias absolutistas.

Liberalismo econômico: mais que uma filosofia ou um pensamento, o neoliberalismo é uma doutrina
que rege os modos do comportamento econômico avesso aos princípios socialistas. O liberalismo
defende, em suma, a não intervenção do Estado na economia, pois esta deveria regular-se por si
mesma.

Neoliberalismo e liberalismo

Na economia, temos a divisão entre o liberalismo clássico e a versão revista dessa doutrina no século
XX, o neoliberalismo. A crise de 1929 foi um fator decisivo para a cisão de governos com as doutrinas
liberais, pois os governos das maiores potências mundiais precisaram injetar dinheiro na economia e
retomar as rédeas para que o mundo não falisse. Esse período foi necessário para a retomada
econômica e para que se implementasse medidas de proteção aos trabalhadores no mundo todo,
como a criação da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no Brasil.

No entanto, intelectuais da chamada Escola Austríaca de Economia, liderados no início pelo


economista Ludwig von Mises, começaram a propor novas formas de uma doutrina liberal que
conciliassem as necessidades de um mercado livre com alguma, bem tímida, participação do Estado
na economia (para salvá-la quando necessário). Politicamente, o Estado e os governos eram
necessários para estabelecer algumas relações, mas à iniciativa privada deveria ser dada novamente
a liberdade.

O economista Ludwig von Mises é um dos precursores do pensamento que deu origem ao
neoliberalismo. [1]

Teóricos ligados à Escola de Economia de Chicago também trouxeram teorias parecidas. A junção de
todas essas teorias de uma nova doutrina liberal com a prática delas no século XX, a partir da década
de 1980, deu origem ao neoliberalismo. Países como Chile e Inglaterra foram pioneiros nas adoções
de medidas neoliberais, com a privatização do serviço público e a redução ao máximo da estatização
e da interferência do Estado na economia. Para saber mais sobre essa nova etapa do liberalismo,
acesse: Neoliberalismo."

Veja mais sobre "Liberalismo" em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/liberalismo.htm

Exemplo de utilitarismo

Por exemplo, o utilitarista aceitaria como boa a tortura de um


prisioneiro se fosse para evitar um atentado de maiores dimensões. Ou
se tivesse que escolher entre duas opções de salvar a vida de cinco
pessoas ou a de cem pessoas, o utilitarista escolheria a segunda
opção como correta.

O que é liberalismo?
Como o próprio nome aponta, o liberalismo é uma teoria política, econômica e social embasada nos
ideais de liberdade individual e mercantil, em que toda a população deve ter direitos humanos iguais para
garantir a livre concorrência no mercado.

Nesse sentido, os governos adeptos ao liberalismo econômico e político devem promover a liberdade
singular e evitar imposições estatais, desenvolvendo uma sociedade justa e igualitária para todos, inclusive
na distribuição de serviços e recursos públicos.

Dessa forma, uma das bases fundamentais do modelo é o individualismo, tendo em vista a sua prioridade
em frente ao coletivo. Em outras palavras, ao não considerar a hierarquia social, cada ser humano se
torna livre e igual perante o Estado e, portanto, vive em função das suas próprias necessidades.

É possível perceber, então, que esse movimento teve início com o iluminismo e as revoluções
burguesas europeias, tendo o intuito de acabar com a monarquia e suas formas de controle social.
A partir disso, a teoria liberal demandava a livre e ampla concorrência no mercado, sem a atuação e
restrição do Estado, assim como exaltava a liberdade de expressão e de pensamento, tanto no universo
ideológico quanto religioso.

No entanto, embora o discurso manifestasse a importância do desenvolvimento de direitos iguais, com


a livre concorrência econômica, as sociedades foram se tornado cada vez mais desiguais, ocasionando
problemas políticos e econômicos, que, em conjunto com a destruição social da Primeira Guerra Mundial e
as correntes socialistas e comunistas, levou o liberalismo ao fracasso.

Teóricos do liberalismo

Assim como as outras ideologias políticas e sociais tiveram seus teóricos notáveis, o liberalismo contou
com diversos autores que desenvolveram técnicas e funcionamentos para o novo modelo econômico.

Abaixo, separamos os dois maiores estudiosos que deram início ao liberalismo econômico e
ao liberalismo político. Confira!

Adam Smith

Com conhecimentos sólidos sobre economia e filosofia, Adam Smith contribuiu para a criação e o
fortalecimento do liberalismo ao desenvolver a sua teoria laissez-faire, isto é, a atuação livre do mercado
privado sem interferências e imposições estatais — que, na época, eram realizadas por meio do
mercantilismo.
Justamente por isso, ele é conhecido como o pai do liberalismo econômico, enaltecendo a individualidade
e influenciando as industrializações europeias. Para Adam, isso não só permitiria o crescimento econômico
privado, como também promoveria o bem-estar social.

John Locke

Enquanto Adam Smith era o pai do liberalismo econômico, John Locke ficou conhecido como o fundador
do liberalismo político, lançando mão de ideais flexíveis para alavancar o poder privado e favorecer a
ascensão da burguesia e, por consequência, dando base para a Revolução Francesa, de 1789.

Segundo sua teoria, cada ser é livre para fazer o que quiser, desde que não prejudique a existência do outro,
reforçando o ideal individualista do sistema liberal.

Características do liberalismo
Ao longo da história ocidental, o liberalismo tomou várias formas, encontrando soluções para alinhar a
liberdade e a igualdade dentro da sociedade. Dessa forma, surgiram diferentes modelos liberais — como o
clássico, o econômico e o político —, cada um priorizando uma esfera ideológica.

Por exemplo, no liberalismo clássico, o sistema dá preferência aos direitos civis, sustentando-o como foco
de intervenção. Já o econômico tende a focar no mercado e na baixa atuação estatal.

No entanto, todas as vertentes iniciaram em um ponto em comum, sendo sustentadas por bases específicas
que determinam o que é o liberalismo. Confira as principais características:

 ampla e livre concorrência de mercado;


 individualismo e valorização do trabalho;
 diminuição das barreiras econômicas e medidas restritivas;
 valorização das leis;
 liberdade ideológica e de expressão, priorizando a tolerância quanto aos pensamentos contrários e
opositores;
 instituição da lei da oferta e procura, isto é, quanto mais produtos disponíveis no mercado, menor
deverão ser os preços.

Liberalismo Político
No tópico anterior, comentamos sobre a existência de diversos sistemas, você lembra? Para compreender o
que foi o liberalismo e os seus significados, é preciso conhecer a sua vertente política, amplamente
aplicada após os regimes monárquicos e absolutistas.

Você também pode gostar