Modelos de Negócio E Pitch

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Tópico 05

Empreendedorismo e Negócios - Tecnologia

Modelos De Negócio E Pitch

1. Introdução
Albert Eisntein (1879 – 1955) dizia que “se você não consegue explicar de maneira
simples, então você não entendeu o suficiente”.

Comunicar a ideia de um negócio não é fácil para ninguém, pois o próprio ato de
comunicar é complexo, contudo, durante o processo de comunicação é fácil perceber
o nível de conhecimento que o comunicador possui sobre o assunto que se dispôs a
apresentar.

O pitch depende essencialmente da capacidade de comunicar a ideia central do


negócio para potenciais investidores ou público de interesse. Como veremos mais
adiante, essa comunicação precisa ser objetiva e rápida.

Quando falamos amplamente de empreendedorismo e negócios, estamos abordando,


entre outros a concepção de ideias para negócios. Contudo, devemos concordar que
as ideias parecem fluir facilmente no cérebro, mas, quando vamos colocar no papel
definindo seu desenho, tudo fica muito mais difícil.

Tecnicamente, todo negócio necessita ser desenhado, para que a ideia tome forma e
seja ampliada, oferecendo a visão de viabilidade e potencialidade do negócio.

Nesse tópico vamos abordar aspectos teóricos e práticos da construção de pitches e


de modelos de negócios.

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Esperamos que você aproveite bem o conteúdo e os materiais complementares
selecionados.

2. O Que São Modelos De Negócios


O prazer da cerimônia de inauguração deve ser resultado de um denso trabalho de
planejamento, que inclui o desenho do negócio, comumente tratado pelo nome de
Modelo de Negócio.

O pior dos cenários para qualquer empreendedor é abrir as portas do seu negócio
sem algum tipo de instrumento norteador das suas ações de curto, médio e longo
prazo.

Por que dissemos isso? A resposta é simples, deixemos de lado o longo prazo, e
vamos focar no que é comum acontecer no curto e médio prazo. É público e notório
que a maioria dos pequenos negócios no Brasil fecha suas portas antes do terceiro
ano de atividade, e esse período representa justamente o tempo de desenvolvimento
de um negócio rumo à sua consolidação.

O modelo de negócio, o plano de negócio, o plano estratégico, enfim, as peças de


planejamento, são instrumentos que, entre outros, apresentam fatores críticos ou
limitadores ao negócio, apresentam os pontos fortes e fracos do negócio, entre outros
aspectos que possibilitam gerar múltiplas visões que podem se consolidar no
diagnóstico de viabilidade ou inviabilidade para o negócio. Essas diferentes visões
permitem otimizar recursos, gerar novos diferenciais para o negócio, indicar a
necessidade de captação de recursos, alguns riscos que o ambiente oferece ao
negócio, entre outros elementos que fortalecem a ideia inicial para o negócio.

A figura 1 ilustra diferentes visões de um negócio geradas a partir da prática de


modelo de negócio.

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Diferentes visões do negócio são importantes para gerar diferenciais nos negócios e
consolidar sua ideia.

Essa visão de futuro é fundamental para a tomada de decisão de todo empreendedor,


independente do setor de atividade em que atua ou do porte do negócio, pois é a
partir dessa visão que surge a decisão se vai valer a pena correr os riscos e aproveitar
a oportunidade desenhada.

Para ilustrar um pouco o significado de construção do modelo de negócio, Filion e


Dolabela (2002) comentam que se o empreendedor soubesse que sua ideia daria
tanto trabalho e consumiria tanto tempo, talvez pensasse um pouco mais na decisão
tomada.

Conceitualmente, Dornelas (2008, p. 64) define modelo de negócio da seguinte


forma:

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“Um modelo de negócio é um documento que descreve como a empresa gerará
receita e quais os custos e investimentos necessários para tal”.

Dornelas (2008, p. 64).

Grando (2012) corrobora com a visão de Dornelas (2008). ao afirmar que esse
processo de construção da visão do negócio é uma fase importante para o nascimento
de negócios competitivos. Nesse momento, o empreendedor passa a perceber os
potenciais e riscos da ideia do negócio.

Construir um modelo de negócios não é tarefa simples, pois, genericamente, um


modelo de negócio deve descrever a lógica da sua criação e contemplar as entregas de
valor que serão feitas ao mercado consumidor.

Conceitualmente, Grando (2012) entende que a entrega de valor é aquilo que resolve
o problema no momento de uma necessidade e que vai além das expectativas do
consumidor.

Filion e Dolabela (2002) falam sobre trabalhar com modelos de negócios a partir dos
aprendizados que o mercado oferece. Por exemplo, contextualizam muito bem o
evento de estouro da bolha das empresas de tecnologias, ocorrido em 11 de março de
2000 nos Estados Unidos da América.

Esses autores entendem que, a partir daquele momento os empreendedores e


investidores passaram a trabalhar em seus negócios com instrumentos mais objetivos
de planejamento que oferecessem diferentes visões para as tomadas de decisão.


Conheça um pouco mais sobre o evento de estouro da bolha das empresas
tecnológicas ocorrida em março de 2000 nos Estados Unidos da América.

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Outro importante aprendizado parte da ideia da análise criteriosa de uma
oportunidade de negócio e, por isso, o modelo de negócios passou a ser um
instrumento cada vez mais aplicado pelos empreendedores. Por exemplo, o modelo
de empresas startups é relativamente novo, e para os empreendedores desse tipo de
empresa, a aplicação do modelo de negócios é indispensável para verificar a
viabilidade da ideia.


Startup significa o ato de começar algo, normalmente relacionado
com companhias e empresas que estão no início de suas atividades e que
buscam explorar atividades inovadoras no mercado. Empresas startup são
jovens e buscam a inovação em qualquer área ou ramo de atividade,
procurando desenvolver um modelo de negócio escalável e que seja
repetível…

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É importante você saber que o modelo de negócio não é um instrumento para
definições mais amplas e profundas sobre a implantação de um negócio diante da
oportunidade detectada, pois esse é o papel do Plano de Negócios. O modelo de
negócios é sim um instrumento que permite, entre outros aspectos, ter a visão sobre a
solidez do negócio, os diferenciais competitivos da ideia, alguma potencialidade e
riscos, e até mesmo a rentabilidade.

Nesse sentido, Filion e Dolabela (2002) percebem um movimento bem interessante


sobre o uso do modelo de negócio como fonte inicial de informações para
investidores, dado que é comum, em sua fase inicial, as startups requererem poucos
investimentos.

“Mais recentemente, um novo movimento de criação de startups de Internet tem


adquirido grandes proporções em todo o país, principalmente pelo apoio das
aceleradoras de negócios (um misto de incubadora de empresas e fundo de
investimento que investe pequenas quantias em empresas iniciantes na
Internet e as auxiliam a crescer rapidamente) e dos investidores-anjo.
Diferentemente dos negócios tradicionais, aos quais se recomenda um
planejamento estruturado antes do primeiro passo, as aceleradoras
e os anjos de startups de Internet têm preterido o plano de negócios logo no
início e solicitado algo mais objetivo e simples, que sintetize o modelo de negócio
da startup. Como o risco inicial é pequeno, devido ao
baixo investimento, a abordagem tem se mostrado adequada para acelerar as
empresas investidas, mas, conforme os negócios tomam outra dimensão, o
planejamento necessariamente se faz presente, como nas demais empresas em
fase de crescimento”.

(DORNELAS, 2008, p. 64).

Essa dinâmica é muito interessante, pois coloca em evidência que atualmente os


empreendedores precisam atender as expectativas que investidores depositam em
potenciais negócios, por isso, entre outros, demonstrar a solidez e rentabilidade é

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absolutamente fundamental.

Nessa direção Dornelas (2008) apresenta cinco categorias de modelos de negócios


usualmente aplicados nas empresas de tecnologia, e que, evidentemente podem ser
adaptados para empresas de qualquer ramo de atividade.

As categorias de modelos de negócios apresentadas por Dornelas (2008), são as


seguintes:

1) Intermediação de negócios;

2) Comercialização de propaganda;

3) Mercado virtual;

4) Empresarial;

5) Redes sociais.

Inspirados em Dornelas (2008), contextualizamos sinteticamente no quadro 1 o


significado e exemplos de cada uma dessas categorias de modelos de negócios.

Exemplos de
Categoria Descrição Negócios

Intermediação Este modelo tem por objetivo aproximar compradores Portais


de Negócios e vendedores. As aproximações podem ser feitas verticais B2B,
principalmente entre empresas, conhecidas como compras
business-to-business (B2B), entre empresas e coletivas,
consumidores finais (business-to-consumer – B2C), ou shopping
entre pessoas, consumer-to-consumer (C2C). A virtual,
principal fonte de receita é a cobrança de parte do empresas
valor das transações efetuadas. distribuidoras,
leilões.

Comercialização Geralmente feito pelos portais horizontais ou Ferramentas


e Propaganda especializados. É uma extensão do modelo tradicional de busca,

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de propaganda e foi um dos primeiros modelos a se como Google,
consolidar na Internet. A mídia, no caso, o site, Bing, Yahoo!
geralmente é rica em conteúdo e serviços, como e-
mail, horóscopo, notícias personalizadas, chats (bate-
papo), redes sociais próprias etc. As mensagens de
propagandas são inseridas dentro do conteúdo e dos
serviços, geralmente no formato de banners, pop-ups,
anúncios de palavras-chave. Os anúncios possuem
algumas formas de cobrança – o patrocínio, de acordo
com o qual o cliente paga um valor fixo para ter
determinada exposição, por tempo determinado, por
pageviews, que significa o número de vezes que o
anúncio apareceu na tela, ou ainda pelo número de
vezes que o cliente “clicou” na palavra.

Mercado Virtual Um dos modelos mais clássicos baseia-se na Empresas


construção de revendas ou de empresas de varejo na Virtuais
Web, que (Amazon), as
vendem produtos ou serviços. Vendas são efetuadas chamadas
em processos automáticos e, algumas vezes, em leilão. Brick-and-
Em alguns casos, essas empresas podem ter sido mortar, que
criadas exclusivamente no mundo virtual. são empresas
que atuam no
mundo real e
no virtual
(Magazine
Luiza).

Empresarial São empresas existentes no mundo real que passam a Mercado de


expor e comercializar seus produtos na Web. Uma das Educação e
grandes vantagens desse tipo de modelo é que um Treinamento
pequeno investimento pode reduzir custos ou (EaD).
aumentar vendas, gerando capital para novos
investimentos. As empresas já possuem clientes ativos
e bem definidos, o que não exige alto investimento em
marketing. Para empresas fabricantes de produtos,
existe uma série de tecnologias que podem ajudar a
empresa a melhorar sua performance financeira.
Algumas dessas tecnologias são citadas diariamente
na mídia e no meio empresarial: Customer Relationship
Management, Enterprise Resource Planning, Business

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Inteligence, Supply Chain Management, eProcurement,
eCommerce, Marketplace, entre outras.

Redes Sociais Nos últimos anos, as comunidades têm se consolidado Facebook,


como o principal ponto de acesso do público em geral Instagram.
à Internet. Além de proporcionar um ponto de
encontro entre pessoas com interesses comuns, a
rede social acaba possibilitando a realização de
negócios para e pelos membros da comunidade.
Trata-se de um modelo de negócio que tem
revolucionado a maneira como as empresas e as
pessoas entendem e usam a Internet, e os
empreendedores mais antenados com a realidade
contemporânea podem criar negócios rentáveis
baseados no modelo de comunidades ou redes sociais
em curto espaço de tempo.

Dornelas (2008, p. 65 – 68).

Essas categorias são características de empresas de tecnologias, contudo empresas de


outros setores podem perfeitamente adaptá-las às suas necessidades, afinal de
contas, todas as empresas flertam com as novas tecnologias para atuarem no
mercado.

Nesse sentido, apresentamos alguns modelos de negócio trabalhados por Osterwalder


e Pigneur (2011), entre outros, destacamos os seguintes:

1) Cauda Longa: a ideia aqui tem foco em oferecer um número significativo de


produtos, sendo que cada um deles tem vendas relativamente infrequentes ou menos
volumes. “Modelos de negócios de cauda longa requerem baixo custo de estoque e
plataformas robustas para disponibilizar prontamente conteúdo segmentado para os
compradores interessados”. (OSTERWALDER e PIGNEUR, 2011, p.74).

2) Plataformas Multilaterais: nesse modelo há a união de dois ou mais grupos


distintos, porém interdependentes, de clientes. A plataforma cria valor facilitando a
interação entre diferentes grupos. “A plataforma multilateral cresce na medida em

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que atrai mais usuários, um fenômeno conhecido como efeito rede. (OSTERWALDER
e PIGNEUR, 2011, p.84).

3) Freemium: esse modelo é “caracterizado por uma grande base de usuários se


beneficiando de uma oferta gratuita. A maioria nunca se torna cliente pagante;
apenas uma porção pequena, geralmente menos de 10%, assina os serviços pagos.
Esta pequena base de usuários pagantes subsidia os usuários gratuitos. Isso é possível
devido ao baixo custo em servir aos usuários gratuitos. Em um modelo assim, as
métricas-chave a serem observadas são (1) o custo médio do serviço para um usuário
gratuito e (2) a taxa de conversão de clientes gratuitos em clientes pagantes”.
(OSTERWALDER e PIGNEUR, 2011, p.103).

4) Aberto: esse modelo pode ser utilizado por companhias para criar e capturar
valor sistematicamente colaborando com parceiros externos. Isto pode acontecer de
“fora para dentro”, explorando ideias externas dentro da empresa, ou de “dentro para
fora”, fornecendo a grupos externos ideias ou recursos internos. (OSTERWALDER e
PIGNEUR, 2011, p.117).

Há alguns modelos que as startups têm preferência pelo uso, destacamos o SaaS, o
Marketplace e o B2B.


Leia o material a seguir, que apresenta alguns modelos de uso preferencial
pelas startups.

Clique aqui e leia.

Não podemos negar o fato de que o modelo de empresas startups tomou conta do

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mundo, e, a partir desse modelo e da própria expansão do mercado das novas
tecnologias, com inúmeras aplicações e equipamentos criados para diferentes
públicos, fez surgir a necessidade de novos modelos de negócios para apresentar, com
consistência, os diferenciais competitivos de tantas novas ideias.

?
Se você fosse um investidor, o que levaria em consideração no momento de
investir em uma empresa startup: a rentabilidade, a solidez do negócio no
tempo, ou qualquer outro fator motivador para o investimento?

Ao ser materializado no modelo de negócio, toda ideia é ampliada, pois o método de


elaboração de modelos de negócios permite essa ampliação baseada nas
contribuições oferecidas por diferentes atores que participam desse processo.
Oferecer a visão das potencialidades é um fator crítico para todo modelo de negócios,
pois a ideia deve ter aderência com o contexto do mercado e deve sinalizar algum tipo
de necessidade advinda dos consumidores, que, agregados aos diferenciais da ideia,
possibilitem a oferta de múltiplos atrativos aos potenciais investidores.

A figura 2 ilustra um quadro para a construção de um modelo de negócios.

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O modelo de negócios é comumente construído exatamente assim, em um quadro com
papel adesivo (tipo post-it).

A construção de todo modelo de negócios deve responder às seguintes perguntas:


Como? O quê? Para quem? Quanto custa?

Para facilitar seu entendimento sobre a elaboração de modelos de negócios,


compilamos de Filion e Dolabela (202), Dornelas (2008) e Kotler e Keller (2012),
cinco aspectos importantes que devem ser considerados na elaboração do modelo de
negócios.

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1. Identificação da ideia de negócio: mesmo que pareça incipiente, escreva a ideia e fixe
no quadro para que seja melhor visualizada. Não deve haver a preocupação com o
preenchimento de todo o quadro, até porque, esse é um processo de construção e nem
sempre haverá respostas prontas para tudo.
2. Amadurecimento da ideia: a ideia, mesmo que temporária, precisa estar registrada no
quadro, por isso se usa papéis adesivos. Fique tranquilo quanto os ajustes na ideia, afinal
de contas, diversas pessoas, com diferentes visões de mundo e áreas do conhecimento,
tendem a fazer sugestões, requerendo ajustes na ideia inicial.
3. Por onde começar: o ideal é sempre começar a partir da ideia do negócio e depois o
preenchimento pode ser aleatório, isto é, não há uma sequência lógica para esse
preenchimento, mas saiba que depois da ideia, é muito comum o preenchimento da
dupla, Entrega de Valor e Potenciais Clientes, até porque, sem esses devidamente
preenchidos, fica difícil continuar com o trabalho.
4. Tolerância ao erro: durante o processo de construção do modelo de negócios os erros
são permitidos, por isso, não se deve jogar fora as anotações feitas nos papeis adesivos,
que eventualmente poderiam ser substituídos, pois durante o processo de elaboração,
eles podem ser resgatados. Tenha certeza de uma coisa, a visualização de todo o quadro
permite reflexões e percepções mais amplas e profundas sobre o modelo em
construção.
5. Revisitar o modelo de negócio é obrigatório: Todo modelo é entendido como um
roteiro que permite registrar e validar hipóteses, contudo, com o passar do tempo, o
ambiente sofre mudanças, por isso, revisitar o modelo de negócios e promover os
ajustes é tarefa obrigatória.

Para facilitar o trabalho, tenha sempre em mãos caneta e papel adesivo, procure
responder às perguntas que forem feitas e registre tudo para que as contribuições de
outros não se percam.

Por fim, nessa construção você deve imaginar o modelo de negócios como um
sistema, em que se estabelece a conexão entre os vários elementos, descrevendo um
todo organizado. Convém destacar também que essa descrição pode ser feita de
forma linear, com textos e números, ou de forma visual, como um desenho de um
boneco, um gráfico ou outros elementos.

Por isso é comum a afirmação de que o modelo de negócio descreve a lógica de


criação do negócio, quer dizer, mostra que o raciocínio e as conexões entre as partes

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fazem sentido, apresentando ao final a entrega de valor.

3. Pitch: Definição E Tipos


Construído o modelo de negócios, é hora de vender a ideia, que necessita, como
primeiro passo, da identificação de potenciais investidores. Se pensarmos no
modelo startups, podemos identificar vários modelos de negócios, que, em termos de
venda da ideia, pode passar pela venda direta para empresas ou empresários do setor
e até mesmo a divisão da ideia em cotas financeiras, havendo a necessidade de venda
para vários investidores. Nesse último caso, o investimento por cota se torna mais
viável pelo custo reduzido que implica o investimento.

Ries (2011) entende que nas startups a percepção de entrega de valor e seus impactos
futuros sobre o negócio é crucial para a venda de ideias, pois não basta vender o seu
potencial comercial, é preciso apresentar as formas de mitigar os riscos ao negócio e
sua sustentabilidade no tempo. Esse autor complementa seu raciocínio afirmando
que esse é um processo de aprendizado trazido do evento de estouro da bolha das
empresas de tecnologia, pois naquele momento eram vendidas ideias com a promessa
de lucros exorbitantes, desconsiderando os riscos e os próprios limites do mercado.

Ries (2011) argumenta que realmente não é fácil vender a essência de uma ideia de
negócio em poucos minutos, contudo esse tipo de atividade gera níveis elevados de
confiança entre as partes, o investidor e o empreendedor. A confiança deve ser
materializada, entre outros, na demonstração, por parte do empreendedor, do seu
total conhecimento sobre o negócio, incluindo elementos como tendências, riscos,
métricas, vantagens competitivas, estratégias, enfim, se pudéssemos resumir tudo
isso em uma só expressão, diríamos que o empreendedor deve demonstrar conhecer
muito bem o seu mercado.

Agora, imagine-se na seguinte situação: você tem uma ideia de negócio fantástica, já

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elaborou o modelo de negócios e está vendendo sua ideia para potenciais
investidores. Ao entrar numa empresa, se depara com o investidor e calcula que terá
no máximo 3 minutos para uma conversa informal para vender a ideia.

?
Como convencer alguém a colocar dinheiro em uma ideia empreendedora em
pouco tempo e que ainda não saiu do papel?

Se você conhece reuniões de apresentação de projetos em que as pessoas têm cerca de


30 ou 40 minutos para expor suas ideias e ainda fazendo uso do Power Point, então
preste muita atenção no conceito de pitch, mas, antecipadamente, saiba que esse tipo
de metodologia não acabou.

Na situação que apresentamos, o empreendedor tem apenas três minutos para


apresentar a sua ideia a um potencial investidor, requer o uso do pitch, que é uma
forma de apresentação inicial da ideia que representa a essência do negócio ou
projeto. Evidentemente que com tempos muito curto é possível até fazer uso de
ferramentas de apresentação (Power Point ou Prezi), entretanto, dado a necessidade
que o momento exige, deve-se apresentar apenas um, dois ou três slides.

O fato é que, como Ries (2011) comenta, no pitch, que comumente é a primeira
aproximação com o potencial investidor, o empreendedor deve vender o diferencial
da ideia e suas potencialidades, estabelecendo uma relação de confiança com o
investidor.

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Apresentação informal de uma ideia para negócio ou projeto.

Por vezes, sobretudo durante conversas não formais, a ideia precisa ser apresentada
sem o auxílio de instrumentos visuais e de condução de conteúdo, isto é, o
convencimento deve ocorrer verbalmente. Então, dessa forma, o empreendedor pode
até pensar que o sucesso do seu negócio pode depender de uma conversa com
duração de poucos minutos.

Conforme apresentado por Spina (2012, p. 9), pitch é uma apresentação rápida de um
projeto ou negócio, com a “intenção de vender a ideia para investidores”. Essa forma
de apresentar é utilizada amplamente por empresas que adotam como estratégia a
captação de recursos de investidores para seus projetos, como as empresas do setor
de tecnologia. Ampliando um pouco mais essa definição de pitch, podemos afirmar
que qualquer empresa que necessite convencer o público a acreditar no seu produto
ou negócio, pode fazê-lo por meio de um pitch.

A apresentação da essência da ideia deve transmitir, conforme mostra Spina (2012),

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segurança e confiança, que são dois atributos importantes nas relações que se
estabelecem no mercado, pois, em poucos minutos, o apresentador deve identificar o
mercado, os riscos, o valor que será entregue e outros diferenciais competitivos do
produto ou negócio, e tudo isso precisa ser feito em dez ou cinco minutos, e, por
vezes, até com menos tempo disponível para a apresentação.

Nesse tipo de relacionamento o primeiro contato é de grande importância, pois é


nesse momento que o empreendedor convence o investidor. Ao ser convencido do
potencial da ideia, certamente o investidor pedirá o agendamento de uma reunião
formal, com mais tempo para avaliação mais ampla dos detalhes da proposta de
negócio. Nesse sentido, podemos afirmar que a decisão de aderir ao negócio não
ocorre na primeira apresentação, mas sim para o convencimento.

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Reuniões após o pitch costumam ser bem organizadas e estruturadas, tendo a presença de
várias pessoas, pois a ideia de negócio está sendo apresentada em detalhes.

Vários são os tipos de pitches que podem ser aplicados em diferentes situações.
Inspirados em Spina (2012), descrevemos rapidamente três deles:

1) One-sentence pitch: esse tipo prima pela objetividade, pois a ideia do negócio
de ser resumida em apenas uma frase. Esse é o grande desafio do one-sentence pitch,
também chamado de twitter pitch. Ele consiste na forma mais sucinta que o
empreendedor pode descrever o seu negócio. Dessa forma, o empreendedor deve ter

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muita sensibilidade para mostrar o valor da sua ideia. Duas a três linhas são
suficientes para isso. Em poucas palavras, o empreendedor terá que mostrar o
seguinte:

a) A identificação da empresa.

b) Qual produto está desenvolvendo.

c) A qual o mercado se destina.

d) Qual a entrega de valor será feita.

c) Quais diferenciais apresenta.

2) Elevator Pitch: esse tipo de pitch é igualmente sucinto, requerendo a


objetividade na apresentação da ideia. Contudo, permite estabelecer uma sequência
um pouco mais longa para apresentação da proposta de valor do negócio. Nesse tipo
de pitch já é possível, por exemplo, detalhar algum ponto da ideia ou explicar melhor
os diferenciais, os riscos, as potencialidades e outros aspectos da ideia do negócio.

3) Pitch Deck: esse tipo de pitch consiste em uma apresentação de slides que dá
suporte à fala do empreendedor, portanto, é o tipo de pitch em que o apresentador
terá mais tempo para a exposição da ideia. Nessa apresentação já podem ser
utilizados programas como PowerPoint, Keynote ou Prezi, que possibilitam
enriquecer a apresentação com detalhes importantes. Essa é uma oportunidade de,
em até 20 minutos, o empreendedor expor com ricos detalhes toda a sua ideia,
contextualizando muito bem a oportunidade identificada e gerada para o investidor.

Aprofunde a leitura sobre Pitches no link que contém um material complementar


bem legal para você ler e aprender um pouco mais.

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Leia o material para ampliar e aprofundar um pouco mais a abordagem sobre
o assunto Pitches.

Clique aqui.

4. Conclusão
Nesse tópico você viu que o modelo de negócios é um excelente momento para
desenhar visões sobre o negócio, identificando potencialidades, riscos, diferenciais,
indicar o mercado, entre outros aspectos que fazem desse um importante
instrumento.

Percebeu também que a ideia inicial pode sofrer ajustes em função da intensa
atividade de compartilhamento e contribuições para que a ideia empreendedora se
transforme em um modelo de negócio.

Ainda apresentamos a você alguns passos para iniciar as atividades de construção do


modelo de negócios, e que, para participar dessas atividades, as pessoas devem estar
imbuídas do espírito colaborativo, de saber falar e ouvir.

No segundo momento do tópico, apresentamos o pitch como uma técnica de


exposição objetiva de ideias de negócios a potenciais investidores. Parece absurdo,
mas o empreendedor que consegue apresentar a ideia do seu negócio em apenas uma
frase, certamente tem muito domínio do negócio e conhecimento do mercado, fator
gerador de segurança e confiança no investidor, elementos que configuram pontos
positivos no início de uma relação de negócios.

Esses aspectos são importantes, pois possibilitam materializar, mesmo somente no

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papel, a proposta de negócio, mostrando o potencial valor de entrega para o
consumidor.

É sempre bom lembrar que escrever ideias consiste em atividade complexa, contudo,
fundamental para buscar apoios no mercado.

5. Referências
DORNELAS, José C. A. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 3.
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
FILION, Louis J.; DOLABELA, Fernando. Boa ideia! E agora? Plano de negócio, o
caminho seguro para criar e gerenciar sua empresa. São Paulo: Cultura Editores
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