Carne de Coelho: Do Abate Ao Processamento: Priscila de Oliveira Moraes
Carne de Coelho: Do Abate Ao Processamento: Priscila de Oliveira Moraes
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'10.37885/230813985
RESUMO
Alguns fatores limitam o aumento do consumo da carne de coelho. A falta de hábito dos
consumidores somado ao alto preço da carne são fatores que desestimulam a compra no
mercado. O objetivo desta revisão foi estudar os principais fatores envolvidos com a qualidade
da carne de coelho no mercado, bem como apresentar como é realizada a classificação e
tipificação de carcaça de coelhos em outros países, apresentando ao final a possibilidade de
processamento como uma alternativa para aumentar a comercialização de produtos cuníco-
las. Para isso, esta revisão foi dividida em 5 tópicos, nos quais são estudados os fatores em
torno do consumo da carne de coelho etapas dentro do abatedouro, principais fatores que
afetam a qualidade da carne, tipificação da carcaça e o processamento da carne de coelho.
A carne de coelho não faz parte da rotina de consumo dos brasileiros, embora seja uma
carne saudável, de um animal extremamente versátil e de fácil produção, sua expressão
ainda é pequena no agronegócio quando comparada a outras carnes. Dados pré-históricos
revelam que o coelho já servia de fonte de alimento para humanos do período Paleolítico,
mas ofereciam as buscas menos recompensantes, pois escapavam com facilidade de fle-
chas e armadilhas, rendiam pouca carne que era, ainda, muito magra (Smil, 2013). Foi na
Península Ibérica, há cerca de 500 mil anos, que o coelho europeu foi domesticado e passou
a ser disseminado para o restante do mundo. Historicamente, na Europa, são comuns os
pratos à base de coelho, porém, devido ao seu pequeno tamanho, sua carcaça é incluída
inteira nos pratos mais tradicionais. Por este motivo são encontrados poucos métodos de
preservação e de processamento da carne.
No ano de 2018, o continente asiático, representado principalmente pela China e a
República Popular Democrática da Coreia contribuíram com 73,3% do volume global de carne
de coelho. A Europa com 20%, com os dois principais países produtores sendo França e
Espanha, o continente africano representa 6% e o americano 1% da produção. Cabe ressal-
tar que diferentes métodos de coleta e fornecimento de dados são utilizados nos diferentes
países e isto pode subestimar o número total da produção. No Brasil, poucas são as informa-
ções e estimativas disponibilizadas, ainda aquelas que existem são pouco confiáveis, pouco
detalhadas e ultrapassadas. Levando em consideração esta informação, os pesquisadores
da Associação Científica Brasileira de Cunicultura, estimaram que a produção de coelhos
fica em torno de 149.150 coelhos mantidos em granjas comerciais, aproximando-se dos
valores daquele estimado pela FAO e pelo IBGE (Machado et al., 2021).
Alguns fatores limitam o aumento do consumo da carne de coelho. Um dos principais
fatores é o alto preço da carne. No Brasil, são poucos os abatedouros de coelhos, fazendo
com que a logística de distribuição da carne torne-se um gargalo, aumentando os valores nas
gôndolas do mercado. Além disso, o coelho também é visto como um animal de companhia.
Com isso, há um interesse crescente em alojamentos de animais visando o bem-estar. É um
grande desafio ao produtor mudar os sistemas de instalação sem interferir na produtividade
e qualidade da carne. A criação em grupos em um sistema a pasto, vem ganhando espaço
no debate do bem-estar animal em substituição às gaiolas convencionais para coelhos,
levando a um alto custo de produção, além de uma alteração no rendimento de carcaça e
qualidade de carne.
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ABATE DE COELHOS
Jejum
Carregamento
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Transporte
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Tabela 1. Efeito do pré-abate e abate na qualidade da carne.
Insensibilização e sangria
Esfola e Evisceração
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o trato gastrointestinal e órgãos associados (estômago, ceco e conteúdo intestinal) e o trato
urogenital, com a bexiga urinária vazia, são retirados (Cavani et al. 2004).
O vazamento do conteúdo do trato intestinal e contaminação da carcaça por rupturas
durante a evisceração deve ser evitada, pois é considerada a via primária para a contami-
nação por patógenos de carcaças, podendo ser usado como um indicador de controle do
processo durante o abate. No momento da evisceração, a inspeção veterinária é realizada
na carcaça de cada coelho para avaliar se partes da carcaça ou órgãos estão adequados
para consumo humano ou devem ser condenados.
Resfriamento da carcaça
QUALIDADE DA CARNE
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Figura 1. Classificação pelo formato do corpo dos coelhos.
Quando produzida em larga escala, a produção cunícola tem sua base em linhagens
sintéticas, geradas a partir do cruzamento de raças e linhagens para obtenção de alta ferti-
lidade e alta taxa de crescimento, visando um coelho de porte médio para ser abatido entre
9-13 semanas de idade com peso final entre 2 – 2,6kg (Dalle Zotte et al., 2014).
Programas de melhoramento que buscam taxas de crescimento mais rápidas têm
como foco a alta eficiência alimentar e um menor tempo de alojamento. Os coelhos sele-
cionados para taxa de crescimento são abatidos com o mesmo peso comercial dos coelhos
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não selecionados, no entanto, eles são abatidos em idades anteriores e são mais jovens do
que os coelhos que não foram selecionados. O abate de animais mais jovens implica um
pior rendimento de carcaça, uma proporção de ossos ligeiramente maior e uma proporção
ligeiramente diferente de cortes no varejo e com menor quantidade de lipídios. A seleção
para um rápido crescimento favorece o aumento da atividade glicolítica muscular, reduzin-
do a maciez devido à menor retenção de água, aumentando o pH da carne, reduzindo a
suculência e o sabor da carne, devido a menor concentração de lipídios (Pilles et al. 2000).
Diferenças entre linhagens ou cruzamentos foram encontradas para várias caracterís-
ticas da carne em diferentes trabalhos. Essas diferenças podem ser devido a diferenças na
composição genética das linhagens comparadas. No entanto, em estudos de qualidade da
carne, o tamanho da amostra é pequeno porque as características são difíceis e algumas
com alto custo para registrar, o que muitas vezes leva a diferenças não significativas que
podem ser relevantes (Blasco et al., 2018).
No Brasil não há empresas especializadas na produção de genética específica para a
produção de carne de coelhos. No entanto, algumas raças são amplamente utilizadas como
Nova Zelândia Branca, Califórnia, Chinchila e Gigante de Flandres. É importante destacar
que há uma grande variabilidade de características físicas entre as raças, um Gigante de
Flandres é duas vezes mais pesado que um Nova Zelândia e até 4 vezes mais pesado que
um coelho anão, como o coelho Netherland Dwarf.
Ao avaliar raças de coelhos Nova Zelândia Branca, Gigante de Flandres e Fulvo
Borgonha e seus cruzamentos, Derewicka et al. (2021) observaram que o cruzamento de
fêmeas de Fulvo Borgonha ou Nova Zelândia Branca com machos Gigante de Flandres resul-
tou em alto peso corporal final e um alto rendimento de carcaça; podendo ser uma alternativa
para melhorar as características de coelhos para abate, como apresentado na tabela 2.
Tabela 2. Pesos da carcaça e dos cortes das raças puras e seus cruzamentos.
Nova Zelândia branco Fulvo Borgonha Gigante de Flandres
Variáveis (g) NZb X FB FB X GF NZb x GF
(NZb) (FB) (GF)
Peso abate 2520 3193 2571 2739 2540 2801
Carcaça quente 1214 1566 1326 1365 1295 1435
Carcaça resfriada 1176 1520 1285 120 1253 1377
Parte dianteira 466 652 480 519 486 541
Lombo 263 295 316 302 291 323
Parte traseira 447 572 488 499 476 512
Fonte: adaptado de Derewicka et al (2021).
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Champagne) e observaram que animais com 25% da raça Califórnia têm melhor rendimento
de carcaça do que animais com 25% da raça Chinchila, quando usados em mestiçagem.
A linhagem Botucatu é descendente de coelhos híbridos Norfolk 2000 originados de
duas gerações de cruzamentos nos quais, fêmeas mestiças, Nova Zelândia x Califórnia
foram cruzadas com machos Gigante de Bouscat. A linhagem foi melhorada geneticamen-
te na UNESP de Botucatu, pela pesquisadora a Profa. Ana Silvia Alves Meira Tavares
Moura. Os animais foram selecionados para tamanho de ninhada e taxa de crescimen-
to. A linhagem Botucatu é considerada de dupla aptidão com peso vivo adulto de 5,0 kg e
selecionada para maior tamanho de ninhada e ganho de peso diário durante a engorda,
podendo chegar ao peso de abate entre 70-80 dias.
Animais oriundos do cruzamento White German Giant × Botucatu, apresentaram maior
peso corporal e produziram melhor rendimento de carcaça, sem diferenças na conversão
alimentar, quando comparados aos Botucatu puros, sem diferença no peso dos cortes nobres,
fato que é uma vantagem para a produção de cortes (Bianospino et al., 2006).
É fato que o peso do animal aumenta com a idade. No entanto, para coelhos, realizar
essa associação com base na literatura é um pouco complexo. Isto porque as comparações
entre grupos de coelhos (ex. raças diferentes, ambiência) são frequentemente realizadas
com o mesmo peso comercial com o objetivo de encontrar o “tratamento” economicamente
mais lucrativo.
Quando se usa diferentes linhagens, raças ou cruzamentos em comparação com o
mesmo peso comercial e idades diferentes pressupõem-se que os grupos estão em um es-
tágio diferente de maturidade. Isso significa que a proporção corporal do peso adulto será
diferente. Durante o crescimento, os diferentes componentes do corpo se desenvolvem em
diferentes taxas, a alometria de crescimento. Essa diferença irá refletir no peso relativo da
carcaça e de seus cortes nobres (filé de lombo e coxa, por exemplo), que é o que determina
o valor da carcaça para os abatedouros.
Em coelhos adultos de 4,5kg, os coeficientes alométricos, com exceção do tecido
adiposo e da pele, costumam diminuir com o crescimento. Fato que explica o porquê há um
maior rendimento de carcaça conforme aumenta a idade e ao mesmo tempo há um aumento
no custo da alimentação (Zotte, 2002)
O rendimento de carcaça aumenta até 91 dias. Quando os coelhos são abatidos antes
há um melhor aproveitamento da potencialidade de crescimento, porém terá menor teor de
gordura na carcaça e uma piora na conversão alimentar. Por outro lado, a redução no re-
torno econômico é um obstáculo para o abate com idade superior a determinada. Szendrõ
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et al. (2012) avaliaram economicamente o efeito do abate de coelhos com idades de 74, 84
e 94 dias com peso corporal médio de 2,53, 2,84 e 3,15 kg, respectivamente. Os autores
concluíram que aos 74 dias os coelhos não estão maduros o suficiente, enquanto 84 dias
os coelhos são considerados favoráveis para abate. Esta idade de abate é considerada um
compromisso razoável do ponto de vista do abatedouro ou do criador.
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Figura 2. Sistemas de gaiola ao ar livre. A) Gaiolas móveis B) Piquetes.
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permitindo incentivar a produção de lotes de animais mais homogêneos e de boa qualidade
de carcaça, além de auxiliar no direcionamento quanto aos nichos de mercado.
Desta forma, os sistemas de tipificação que causam influência sobre a padronização
do produto final impõem (mesmo que indiretamente), diretrizes de qualidade de carne e abre
possibilidade para a conquista de novos mercados e exportação de produtos que atendam
também às exigências do mercado externo. Cada país possui seus sistemas próprios de
tipificação, sendo que alguns países possuem até dois sistemas, um no sentido de atender
as preferências do mercado consumidor e outro mais simples, porém não menos importante,
a fim de organizar a cadeia produtiva.
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esfriar em posição suspensa em câmaras de resfriamento, a fim de obter uma temperatura
no interior do músculo entre 0 ºC e 4 ºC.
Quanto à classificação das carcaças inteiras, uma escala fotográfica de referência pode
ser utilizada para avaliar a adiposidade perirrenal das carcaças refrigeradas. Esta escala
permite uma classificação de 1 a 5 a quantidade de gordura perirrenal: a nota 1 corresponde
a rins não cobertos com gordura e classificação 5 para rins completamente recobertos de
gordura (AFNOR, NF V47-001, 2004).
Figura 3. Classificação das carcaças de coelhos de acordo com a sua adiposidade perirrenal.
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fígado. Os classificados como “roasters” têm de 10 semanas a 6 meses de idade, com peso
vivo entre 2,5 kg a 4,08 kg, sua carne é mais firme e escura comparada a categoria anterior.
Por último, os animais “stewers” possuem mais de 6 meses de idade, peso vivo acima de
3,63 kg e sua carne é mais firme e com maior deposição de gordura.
Além das classificações quanto à idade e peso, as carcaças são divididas ainda em
tipo “A”, “B” e “C”. A carcaça qualidade “A” deve ser livre de coágulos sanguíneos devido a
sangramento incompleto, não ter nenhum sinal de pele avermelhada causada pelo acúmulo
de fluido nos tecidos conjuntivos, ser livre de pelos, sujeira, ossos quebrados, hematomas,
defeitos e deformidades. Sua carcaça é curta, espessa, arredondada, tem costas e quadris
largos, ombros largos e bem preenchidos e textura muscular firme. Possui ainda uma boa
quantidade de gordura interna na virilha, sobre as paredes internas da cavidade corporal
e moderadamente nos rins. A pequena diferença que separa as carcaças tipo “A” e “B” é a
presença de coágulos ocasionais em veias, não derivados de sangramento incompleto no
momento do abate e a quantidade de gordura abdominal e supra renal que são menores.
A classificação “C” de qualidade indica que a carne pode apresentar vermelhidão
causada pela coagulação do sangue nos tecidos conjuntivos, defeitos e deformidades mo-
deradas devido a remoção de hematomas graves. Pode apresentar descoloração por causa
de hematomas, mas deve estar livre de coágulos. Sua conformação pode ser longa, esguia
(magra) ou bastante carnuda. Pode ter costas e quadris finos e estreitos. A textura do mús-
culo pode ser macia e flácida e apresentar pouca gordura externa.
O México está entre os países que possui legislação que estabelece diretrizes de
classificação e características das carcaças de coelho comercializadas em seu território,
cujo objetivo principal é garantir aos consumidores um produto de qualidade, que cumpra
as disposições sanitárias e zoosanitárias, dentro da classificação de carne fresca, refrige-
rada ou congelada.
As normas contidas no documento (NMX_FF_105_SCFI,2005) estabelecem sobre
todas as etapas do processo de obtenção da carne, sendo elas: manejo pré-abate, planta
baixa do abatedouro, os cortes da carcaça, embalagem, refrigeração, etiquetagem e selo
de certificação de qualidade.
Para um coelho estar dentro dos parâmetros exigidos para abate, deve ter idade entre
9 e 14 semanas com peso de 1,8 kg a 2,4 kg. No pré-abate, os animais devem descansar
um mínimo de 2 horas, com água à vontade. Sob refrigeração pós abate, a carcaça deve
ser mantida a uma temperatura de 0º C a 4º C e para congelamento deve permanecer em
um sistema de preservação física a uma temperatura de -12 ºC a -18 ºC.
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Com relação a características da carne, a norma dispõe ainda sobre a coloração das
fibras, que deve estar entre tons de rosa pré-estabelecidos pelo “Sistema Pantone” do país.
Não deve apresentar odores não característicos da carne, ter firmeza consistente e que se
correlaciona com a proporção e a natureza do tecido conjuntivo e estrutura da fibra muscular.
Sua textura deve ser avaliada de acordo com a idade do animal. Portanto, a carne de coelho
que é classificada em suas diferentes categorias e deve ser firme, fresca e estar livre de
cabelos, tumores, hematomas, hemorragias, manchas derivadas do processo de eviscera-
ção, livre de abscessos e manchas brancas no fígado. A gordura superficial e interna deve
ser branco perolado. Além disso, qualquer carcaça deve vir apenas de animais abatidos em
plantas com rastreios registrados e autorizados.
As categorias em que as carcaças podem ser classificadas são “México Extra”, que
deve ter entre 1 - 1,5 kg e idade até 77 dias, a categoria “México 1”, pesando 0,9 - 1,8 kg
e até 100 dias de idade e, por fim, a categoria “México 2”, com peso menor que 0,9 kg ou
maior que 1,8 kg e qualquer idade. Nesta última classificação, as carcaças podem apresentar
defeitos como gordura líquida, musculatura pálida, mole e exsudativa (PSE) ou dura, seca e
escura (DFD). Com relação à sua apresentação para venda, podem ainda ser inteiras com
ou sem cabeça, ou cortadas, com e sem cabeça.
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para intensificar o sistema de produção torna-se fundamental, pois permitem maior controle
da produção, tanto no sentido econômico, como de índices produtivos, aspectos qualitativos
da carcaça e atender questões ambientais. Olhando por esse viés, o apoio aos produtores
por meio de políticas públicas de incentivo estimulariam a resiliência da atividade e o cres-
cimento do setor.
Além disso, às exigências do mercado quanto a produtos especializados, derivados
de sistemas orgânicos de produção, voltados principalmente ao bem-estar animal, têm au-
mentado em todas as partes do mundo. Estudos desenvolvidos para avaliar a interrelação
dos sistemas de criação com a qualidade da carne final mostram que eles têm sim impacto
no peso corporal, as características da carcaça e a qualidade da carne. Desta forma, con-
sumidores, cientistas e a indústria de alimentos precisam de informações concretas sobre
os efeitos dos sistemas de criação no bem-estar animal, bem como na qualidade da carne
e na saúde animal.
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Figura 4. Cortes selecionados de carne de coelho de marca comercial espanhola.
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linguiças e salsichas. Na China, outros produtos cunícolas, como carne seca, carne defu-
mada, enlatados e cozidos a vapor, estão sendo pesquisados.
As marinadas podem modificar os parâmetros sensoriais da carne de coelho, au-
mentando a suculência, sabor e maciez da carne, em comparação às formas usuais de
preparação, esses produtos são comercializados de forma pré-marinada, pronto para pre-
paro ou congelados.
A carne desossada mecanicamente pode otimizar o rendimento da carcaça e a diver-
sificação de produtos no mercado ao ser utilizada no preparo de hambúrgueres, linguiças
e salsichas. A tecnologia de alimentos permite que a formulação destes alimentos garanta
um alimento mais saboroso e suculento, com baixa demanda de tempo de preparo.
Figura 5. Fluxograma do processamento que pode ser aplicado em carne cunicola adaptado de Petracci e Cavani (2013).
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Figura 5. Exemplo da marca de carne e produtos cárneos na Espanha.
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Figura 6. Petiscos para cães feitos de orelhas de coelho.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Assim como em outros animais, são diversos os fatores intrínsecos e extrínsecos que
podem afetar a qualidade da carne. Novas estratégias são necessárias para encorajar os
consumidores a consumir a carne de coelho como mais uma alterativa proteica de origem
animal como a carne suína, bovina e avícola. Adotar um sistema de classificação e tipificação
de carcaça cunícola por ser grande avanço para melhorar visibilidade da carne no mercado
brasileiro, assim como já ocorre em outros países. Além disso, o processamento da carne
adaptando-se a um cotidiano mais tecnológico e prático que se vive atualmente pode ser um
caminho para dar a cunicultura um lugar significativo nos mercados de alimentos do futuro.
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