Pensamento, Juízo e Suas Alterações

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PENSAMENTO, JUÍZO E SUAS

ALTERAÇÕES
ELEMENTOS DO PENSAMENTO:
• CONCEITO – elemento cognitivo
(generalização)formulado a partir das
representações (eliminação de sensorialidade).
• JUÍZO – estabelecimento de relações
significativas entre conceitos básicos.
• RACIOCÍNIO – relaciona os juízos.
Pensamento
• Forma
• Conteúdo
ALTERAÇÕES DO CONCEITO
• Desintegração do conceito
– Os conceitos sofrem um processo de perda de
seu significado original.
– A palavra passa a significar outra coisa.
– Uma mesma palavra passa a ter significados
diversos.

– Ex: Esquizofrenia e síndromes demenciais.


• Condensação do conceito

– O paciente condensa duas ou mais idéias em um


único conceito que se expressa por uma nova
palavra.

– Palavras inteiramente novas.

Exemplo: tristel (triste e cruel); mãezada (mãe e


mesada).
ALTERAÇÕES DO
PENSAMENTO
• PENSAMENTO MÁGICO – fere o princípio
da lógica.
• Pensamento derreísta

– O pensamento caracterizado pelo completo


desligamento do mundo externo, predominando os
desejos, tendências e temores individuais.
– Não se submete à lógica e à realidade; espécie de
desligamento do mundo externo.
– O pensar volta-se ao mundo interno do sujeito, no
qual tudo se torna possível e favorável ao mesmo

– Ocorre no autismo, esquizofrenia, histeria.


• Concretismo
• Há uma dificuldade na compreensão dos
conceitos abstratos, dos significados e das
categorias que não se refiram a situações
concretas.
– O paciente não consegue entender aquele que é
dito nas entrelinhas, ou no duplo sentido, nem
metáforas.

– Ocorre nas demências, esquizofrênicos graves e


retardo mental.
• Inibição do pensamento
• Há uma lentificação do curso do pensamento, uma
lentidão dos processos psíquicos. Em consequência disso,
o paciente desenvolve uma dificuldade na expressão
verbal, falando pouco e lentamente.
– O paciente desenvolve uma dificuldade na
concatenação das idéias, e se perde no raciocínio.
– Isolamento social devido a impaciência das pessoas.

– Ocorre em depressivos graves, no mal de Alzheimer e


na demência senil.
• Pensamento vago

– Há alterações das relações conceituais, dando


origem a um pensamento ambíguo e impreciso.
– “O paciente fala e não diz nada”. Falta de clareza
e precisão no raciocínio.
– A fala fica difícil de entender, pois o paciente
tenta falar difícil, de forma chique e pomposa,
mas não diz nada de concreto.

– Ocorre na esquizofrenia e nos quadros


demenciais iniciais.
• Prolixidade

– O paciente perde-se em pormenores


desnecessários, tendo um raciocínio arrastado,
difícil e pegajoso.
– Raciocínio não conclusivo, com tendência a falar
difícil.
– Dificuldade de fazer sínteses, de fazer uma
construção direta e objetiva.

– Ocorre nas demências.


• TANGENCIALIDADE – o paciente não
consegue chegar ao objetivo da conversa

• CIRCUNSTANCIALIDADE – O paciente dá
voltas, mas eventualmente consegue chegar
ao objetivo da conversa
• Pacientes: diversos – obsessivos, transtorno
de personalidade, lesão e deficiência mental.
• Pensamento Oligofrênico

– O paciente apresenta um pensamento pobre,


com dificuldade de compreensão e articulação.

– Apresenta dificuldade na capacidade de


abstração, conceitos pobres e juízos restritos.

– Ocorre em indivíduos com debilidade mental,


retardo mental.
• Pensamento demencial

– Empobrecimento do pensamento nos estados


demenciais.

– Dificuldade de encontrar palavras, limitação dos


conceitos e das representações.
– Diminuição da capacidade de compreensão e
abstração.

– Ocorre nas demências, principalmente nos


pacientes idosos.
• PENSAMENTO CONFUSIONAL

• DESAGREGADO

• (DESARTICULAÇÃO DE JUÍZOS E
CONCEITOS/TURVAÇÃO DA CONSCIÊNCIA)
• Pensamento obsessivo

– Idéias que predominam sobre os outros


pensamentos e permanecem por longo tempo.

– Não tem relação com a afetividade.

– O paciente parte para um comportamento


compulsivo para minimizar as angústias desses
pensamentos.

– Ocorre no Transtorno Obsessivo Compulsivo.


CURSO DO PENSAMENTO
• Aceleração
• Lentificação
• Bloqueio
• Roubo
FORMA DO PENSAMENTO
• Fuga de idéias
• Dissociação
• Afrouxamento das associações
• Descarrilhamento do pensamento
• Desagregação do pensamento
CONTEÚDO DO PENSAMENTO
• De perseguição;
• Depreciativos;
• Religiosos;
• Sexuais;
• De poder, riqueza, grandeza;
• De ruína, culpa;
• Conteúdos hipocondríacos.
JUÍZO
• DELÍRIO x ERRO
Características
• Convicção, o delírio é inquestionável e
inabalável.
– O indivíduo tem uma certeza subjetiva, para ele não se
pode colocar em dúvida a veracidade do seu delírio.
• O delírio é irremovível.
– Mesmo que haja provas explícitas, argumentos lógicos
e aparentemente convincentes, a remoção do delírio é
impossível.
• O seu conteúdo é impossível.
– É um juízo falso. O modo como o juízo foi constituído
é patológico, determinado por fatores mórbidos.
Mecanismos constituintes do delírio

?
TIPOS DE DELÍRIO
• Delírio de perseguição
– O paciente acredita que está sendo perseguido por
pessoas conhecidas ou desconhecidas. Pensa que
estão querendo matá-lo ou prejudicá-lo,
desmoralizá-lo ou enlouquecê-lo.
• Delírio de referência
– O paciente pensa ser alvo frequente de referências
depreciativas ou caluniosas.
• Delírio de relação
– O paciente constrói conexões significativas entre
os fatos percebidos. Os fatos se relacionam.
• Delírio de Influência
– O indivíduo vivencia que está sendo controlado
comandado ou influenciado por uma força, pessoa
ou entidade externa.
– Delírio de grandeza
– Delírio de reivindicação
– O paciente acredita ser vítima de injustiças e
discriminações, e por isso, passa a se envolver em
disputas legais, familiares, processos trabalhistas.
• Delírio de invenção ou descoberta
– O paciente acredita ser o inventor de algo que vai
mudar o mundo, ter descoberto a cura de alguma
doença grave, mesmo sendo completamente leigo na
ciência e na área tecnológica.
• Delírio de reforma
– Pacientes que se sentem destinados a salvar,
revolucionar ou redimir o mundo e a sociedade.
Convicção de que seu sistema religioso ou político é
o único capaz de salvar o mundo.
• Delírio místico ou religioso
– O indivíduo afirma ter uma missão mística ou
religiosa.
• Delírio de ciúmes e delírio de infidelidade
– O paciente acha que está sendo vítima de traição.
Desenvolve uma conduta desconfiada, vigilante e até
mesmo violenta, podendo chegar a cometer violência
física e até homicídio.
• Delírio erótico (erotomania)
– O paciente tem a crença inabalável de que existe
alguém, em geral de destaque social ou de grande
importância para o paciente, que está apaixonado por
ele e abandonará tudo para ficar com ele.
• Delírio de ruína
– O paciente sente que vive em um mundo repleto de
misérias e desgraças, que seu futuro só reserva coisas
ruins, sofrimentos e fracassos. Em alguns casos, o
paciente acredita estar morto, ou acredita que o
mundo inteiro está destruído.
• Delírio de culpa e auto-acusação
– O paciente acredita ser culpado por tudo de ruim
que acontece no mundo e na vida das pessoas que
o cercam; acredita ser uma pessoa indigna,
impura, irresponsável, que deve ser punida por
seus pecados.
• Delírio de negação de órgãos
– O paciente experimenta profundas alterações
corporais, chegando a relatar que seu corpo está
destruído ou morto, que não tem mais um ou
vários órgãos, que não tem mais sangue, que seu
corpo secou ou apodreceu.
• Delírio hipocondríacos
– O indivíduo crê com convicção extrema que tem uma
doença grave, incurável, que irá morrer brevemente.
• Delírio cenestopático
– O indivíduo afirma que existem animais ou objetos
dentro de seu corpo. Baseia-se na interpretação
delirante de sensações corporais vivenciadas pelo
paciente.
• Delírio de infestação
– O paciente acredita que seu corpo, principalmente
pele e cabelos, estão infestados por pequenos
organismos.

• Delírio fantástico ou mitomaníaco


– O paciente descreve histórias fantásticas com
convicção plena, sem qualquer crítica. Histórias
totalmente fabulosas, irreais, ricas em detalhes.

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