Capítulo 4
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VENCE
MAIS QUE
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CAPITULO 04
O não de Deus
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D urante a nossa caminhada, por várias vezes, Deus nos disse sim.
Ele nos deu todos os motivos para crer que podíamos confiar
Nele em qualquer situação e com toda intensidade possível. Ele
sempre havia superado as nossas expectativas. Porém o nível de
relacionamento que Ele quer, é o de poder contar conosco, assim como
contamos com Ele. É entendermos que as vezes podemos até saber o que
queremos, mas só Ele sabe do que realmente precisamos.
Quando Deus nos diz “não”, é impossível não percebermos. É aquela
situação em que nãotemos resposta, é aquilo que muitas vezes é fácil e
“normal” pra todo mundo, mas no seu caso, é como se Deus olhasse e
dissesse aquela célebre frase: “você não é todo mundo!”. Cabe a nós
confiar que há um propósito em especial para sermos “diferentes”. Ele é
o nosso criador, foi quem nos fez, sabe o íntimo de cada pensamento
nosso, seria Ele porventura cruel a tal ponto de deixar algo acontecer
conosco sem que houvesse um plano ou objetivo? Cremos que não. Ao
ouvir o “não” de Deus, saiba que você está sendo convocado a um novo
nível. O nível dos filhos que vivem nos lugares altos.
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não ser, pecar contra Deus. Portanto para nos livrar do juízo Dele mesmo,
nos enviou seu Filho, para nos dar a opção de crermos e sermos salvos da
ira vindoura ( Tessalonicenses 1:10 “enquanto aguardais do céu seu Filho,
a quem Ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira que
certamente virá”). Mas além de nos livrar do juízo Dele próprio, Ele nos
livra de nós mesmos, afinal, é muito difícil amar a Deus como Ele deve ser
amado. É muito complicado pra nós humanos, adorar a Deus como Ele
deve ser adorado. A forma como nos relacionamos com Ele é muito
superficial, até que Ele decida nos encontrar e nos chamar para perto
Dele. Uma das formas que Ele faz isso, é mostrando que ter tudo aqui na
terra, nos impede de enxergá-lo da maneira correta, e pra que Ele ocupe o
primeiro lugar na nossa vida, Ele precisará em algum momento, nos dizer:
NÃO!
Antes de recebermos o “não” de Deus, a nossa vida era uma maravilha,
podia faltar tudo, Deus sabe o quanto éramos felizes. Tão felizes, que
pensávamos ter alcançado o ápice do relacionamento com Deus.
Casamento feliz, filhos lindos, vida financeira estável, saúde em dia,
milagres a todo o momento, relacionamento com o Espírito Santo, vida
na igreja, não havia nada que nos fizesse sentir que não éramos filhos de
Deus.
Mas, pela Sua misericórdia, Ele nos escolheu. Escolheu-nos para viver
outro nível de intimidade com Ele. Nos fez entender, que tudo que
tínhamos e tudo que citamos no parágrafo acima, não era nada, se Ele não
estivesse em primeiro lugar.
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o Espirito Santo me fez fazer algo que até hoje eu não entendo, eu
comecei a clamar e gritar pelas vidas que estavam presas ali pela dor.
Inexplicavelmente eu clamava por outras vidas enquanto digeria a perda
da minha preciosa Jade. Lembro-me que fui arrastada para a porta
principal do hospital para me encontrar com Brenno e a única coisa que
eu conseguia enxergar era o chão. A dor foi tão avassaladora que eu não
conseguia ficar em pé, a minha locomoção era feita por duas mulheres
que me carregavam uma em cada braço.
A sensação de estar diante da morte é inexplicável. Nós seres humanos
fomos criados para sermos eternos, porém o pecado nos afastou desse
propósito. A dor de não conseguir se manter de pé, me fez pensar, em
como será quando Jesus voltar. Ali estaremos diante de Jesus, e a
humanidade estará sendo julgada para morte, ou vida eterna:
Porque está escrito: ‘‘Por mim mesmo
jurei”, diz o Senhor, “diante de mim todo
joelho se dobrará e toda língua
confessará que sou Deus’’. Assim, cada
um de nós prestará contas de si mesmo a
Deus (Romanos 14:11-12).
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-vel, nada nos fará diferente diante do Cordeiro que venceu a morte. Não
haverá estrutura humana que suportará ficar de pé diante de Jesus. Todo
joelho se dobrará, toda língua confessará, e cada um de nós, deveremos
prestar contas a Deus, sobre o tempo que desperdiçamos e sobre a pouca
prioridade que demos a Ele.
Tínhamos apenas 10 dias de um ano novo, eu não estava acreditando que
tinha me vestido com um vestido preto, para perder minha filha. Minha
princesa tão saudável, cheia de amor, cheia de vida e de alegria. Eu via os
profissionais andando de um lado para o outro e não queria acreditar no
que havia acontecido. Me encontro com Brenno e não consigo falar nada
com ele, apenas pedir para que ele clamasse junto comigo. Os minutos
que pareciam séculos foram se passando. Na porta da sala onde
estávamos, psicólogos e assistentes sociais entravam e me viam ali, no
chão, prostrada, clamando a Deus: “Pai, sopra o fôlego de vida nas
narinas de Jade!”, “Sopra o folego de vida Jesus”, eu repetia incansáveis
vezes. Eu já não pensava mais, somente clamava. Até que os médicos
entram na sala, sentam, olham em nossos olhos e dizem: “Infelizmente
Jade não resistiu”.
Reviver este momento me rasga por dentro, mas não dói, como doeu a
primeira vez. Você está lendo e acredito que a essa altura esteja
imaginando um pouco o que vivi. Toda vez que revivo este momento,
meu corpo arrepia, treme e gela como se estivesse recebendo a noticia
agora. O “não” mais doloroso da minha vida! Jamais me esquecerei.
No exato momento que recebi a noticia de que Deus realmente havia dito
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quanto eu estava chateada, mal, triste, e foi somente por causa disso, que
eu senti o seu cuidado a todo o momento por mim.
A primeira coisa que o nosso adversário vai fazer é tentar nos jogar contra
o nosso Pai. Lembra que falamos nos capítulos anteriores sobre sair do
colo de Deus? É exatamente isso que faz com que as coisas sejam mais
demoradas. Se faz sentido pra você, perdoe Deus, ainda que na sua
limitação você pense que pode se utilizar desse termo de “perdoar Deus”,
eu sei que soa estranho, mas se faz sentido pra você expresse isso. Diga
que se sente magoada (o) em alguma situação que ocorreu, mas que quer
voltar pra o colo Dele.
A cada passo que ia dando nessa caminhada com Cristo, eu ia
compreendendo o milagre de estar de pé e firme Nele. O Senhor me deu
duas armas: adoração e oração. O Senhor foi me respondendo com
consolo, tinha dias que eu conseguia sorrir, e dias que Ele me deixava ser
humana e chorar até perder as forças de ficar em pé, mas jamais me senti
injustiçada por Deus.
Hoje eu não posso afirmar que Jade partiu por isto ou por aquilo, mas
posso garantir a você que a minha devoção e amor por Deus foram
reveladas no momento de maior dor, por ver que somente Ele era o meu
refúgio e fortaleza.
Um dia minha mãe estava muito preocupada comigo, na porta da igreja
ela disse que tinha uma amiga de confiança que era psicóloga e poderia me
atender, me ajudar com o alivio das dores, com o luto, e na hora o Espirito
Santo me disse: “Eu vou curar você.
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