Capítulo 4

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O CHAMADO DE DEUS PARA OS FILHOS

QUE DESEJAM VIVER NOS LUGARES ALTOS.

VENCE
MAIS QUE

BRENNO E SARA BIANCARDINI


1
“Aqueles que não permitem que Deus trabalhe
neles, nunca podem trabalhar para Ele.”
(Watchman Nee)

2
CAPITULO 04

O não de Deus

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O não de Deus

D urante a nossa caminhada, por várias vezes, Deus nos disse sim.
Ele nos deu todos os motivos para crer que podíamos confiar
Nele em qualquer situação e com toda intensidade possível. Ele
sempre havia superado as nossas expectativas. Porém o nível de
relacionamento que Ele quer, é o de poder contar conosco, assim como
contamos com Ele. É entendermos que as vezes podemos até saber o que
queremos, mas só Ele sabe do que realmente precisamos.
Quando Deus nos diz “não”, é impossível não percebermos. É aquela
situação em que nãotemos resposta, é aquilo que muitas vezes é fácil e
“normal” pra todo mundo, mas no seu caso, é como se Deus olhasse e
dissesse aquela célebre frase: “você não é todo mundo!”. Cabe a nós
confiar que há um propósito em especial para sermos “diferentes”. Ele é
o nosso criador, foi quem nos fez, sabe o íntimo de cada pensamento
nosso, seria Ele porventura cruel a tal ponto de deixar algo acontecer
conosco sem que houvesse um plano ou objetivo? Cremos que não. Ao
ouvir o “não” de Deus, saiba que você está sendo convocado a um novo
nível. O nível dos filhos que vivem nos lugares altos.

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O não de Deus

“Suportem as dificuldades, recebendo-


as como disciplina; Deus os trata como
filhos. Pois, qual o filho que não é
disciplinado por seu pai? Se vocês não
são disciplinados, e a disciplina é para
todos os filhos, então vocês não são filhos
legítimos, mas sim ilegítimos.”
(Hebreus 12:7-8)

Se quisermos ouvir O chamado de Deus e cumprir o propósito que Ele


sonhou para nós, temos que estar preparados para quando esse dia
chegar, e acredite, ele chegará. Se você ainda não se sentiu disciplinado
por Deus, saiba que existe um grande risco de você ter muitas convicções
erradas e pra que Ele possa corrigi-las, em algum momento Ele te dirá
“não” em alguma área de sua vida. Aprendemos que Jesus aprendeu a
obediência pelas coisas que sofreu, como pois, queremos aprender a
obediência apenas vivendo uma vida de deleites aqui na terra? Ser
corrigido por Deus, não envolve somente a correção quando há algum
pecado. Às vezes o que Ele quer corrigir, são coisas que estão ocultas
dentro de nós. Pensamentos, atitudes, reações, desejos, todas essas áreas
precisam de correção, e somente Ele é quem conhece e avalia o que
precisa ser retirado de dentro de nós.
Quando dizemos que Cristo no salvou com sua morte, a pergunta que
muitas vezes nós cristãos não conseguimos responder é: “salvou de que?”
E a resposta é: “nos salvou do juízo de Deus e nos salvou de nós
mesmos.” Devido aos nossos pecados estávamos fadados a receber o
castigo de Deus. Com a nossa maneira vã de viver, com uma natureza
pecaminosa e extremamente corrompida, não sabíamos de outra coisa,há

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O não de Deus

não ser, pecar contra Deus. Portanto para nos livrar do juízo Dele mesmo,
nos enviou seu Filho, para nos dar a opção de crermos e sermos salvos da
ira vindoura ( Tessalonicenses 1:10 “enquanto aguardais do céu seu Filho,
a quem Ele ressuscitou dentre os mortos, Jesus, que nos livra da ira que
certamente virá”). Mas além de nos livrar do juízo Dele próprio, Ele nos
livra de nós mesmos, afinal, é muito difícil amar a Deus como Ele deve ser
amado. É muito complicado pra nós humanos, adorar a Deus como Ele
deve ser adorado. A forma como nos relacionamos com Ele é muito
superficial, até que Ele decida nos encontrar e nos chamar para perto
Dele. Uma das formas que Ele faz isso, é mostrando que ter tudo aqui na
terra, nos impede de enxergá-lo da maneira correta, e pra que Ele ocupe o
primeiro lugar na nossa vida, Ele precisará em algum momento, nos dizer:
NÃO!
Antes de recebermos o “não” de Deus, a nossa vida era uma maravilha,
podia faltar tudo, Deus sabe o quanto éramos felizes. Tão felizes, que
pensávamos ter alcançado o ápice do relacionamento com Deus.
Casamento feliz, filhos lindos, vida financeira estável, saúde em dia,
milagres a todo o momento, relacionamento com o Espírito Santo, vida
na igreja, não havia nada que nos fizesse sentir que não éramos filhos de
Deus.
Mas, pela Sua misericórdia, Ele nos escolheu. Escolheu-nos para viver
outro nível de intimidade com Ele. Nos fez entender, que tudo que
tínhamos e tudo que citamos no parágrafo acima, não era nada, se Ele não
estivesse em primeiro lugar.

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O não de Deus

Nós temos a plena certeza, que se continuássemos do jeito que estávamos


talvez nunca encontrássemos um amor como o que conhecemos hoje.
Claro que já nos perguntamos inúmeras vezes: “Senhor, não havia outra
maneira? Não tinha outro caminho?”. Eu nunca obtive resposta pra essa
pergunta, mas entendi que só Ele, sabe o que é melhor para nós. Confio
que Jade, assim como todos os nossos filhos, estão nas mãos Dele. Se Ele
nos deu, Ele pode tomar. O que não pode nos faltar é a presença Dele.
É óbvio que se tratando de um Deus soberano como Ele é nunca
podemos prever por qual caminho ele virá. O não de Deus pra Jesus o
levou a morte. O não de Deus pra Paulo o fez conviver com um espinho
na carne. O não de Deus pra Moisés o fez guiar o povo até a terra
prometida, mas não entrar. E por fim, o não de Deus para Jó deu a ele a
possibilidade de ver a Deus de uma forma tão sobrenatural, que todas as
coisas do mundo, se reduzem a nada. O nível que Deus quer nos levar é
um nível onde nada tire o nossos olhos Dele. Um lugar de compreensão
tão grande da Sua grandeza, que tudo na terra perca o valor. Ele é grande
demais para competir com qualquer outra coisa que o mundo ofereça.
Portanto quando Ele te chamar e disser “não”, para algo que você acha
que precisa, ou que não vive sem, esteja pronto pra ouvir Dele, algo que
nós já compreendemos e queremos que você compreenda também: “A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”
( 2corintios 12:9).

O NÃO DE DEUS PARA NÓS

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O não de Deus

Nós temos a plena certeza, que se continuássemos do jeito que estávamos


talvez nunca encontrássemos um amor como o que conhecemos hoje.
Claro que já nos perguntamos inúmeras vezes: “Senhor, não havia outra
maneira? Não tinha outro caminho?”. Eu nunca obtive resposta pra essa
pergunta, mas entendi que só Ele, sabe o que é melhor para nós. Confio
que Jade, assim como todos os nossos filhos, estão nas mãos Dele. Se Ele
nos deu, Ele pode tomar. O que não pode nos faltar é a presença Dele.
É óbvio que se tratando de um Deus soberano como Ele é nunca
podemos prever por qual caminho ele virá. O não de Deus pra Jesus o
levou a morte. O não de Deus pra Paulo o fez conviver com um espinho
na carne. O não de Deus pra Moisés o fez guiar o povo até a terra
prometida, mas não entrar. E por fim, o não de Deus para Jó deu a ele a
possibilidade de ver a Deus de uma forma tão sobrenatural, que todas as
coisas do mundo, se reduzem a nada. O nível que Deus quer nos levar é
um nível onde nada tire o nossos olhos Dele. Um lugar de compreensão
tão grande da Sua grandeza, que tudo na terra perca o valor. Ele é grande
demais para competir com qualquer outra coisa que o mundo ofereça.
Portanto quando Ele te chamar e disser “não”, para algo que você acha
que precisa, ou que não vive sem, esteja pronto pra ouvir Dele, algo que
nós já compreendemos e queremos que você compreenda também: “A
minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”
( 2corintios 12:9).

O NÃO DE DEUS PARA NÓS

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O não de Deus

No dia 10 de janeiro de 2022, as 07:51 da manhã recebemos de Deus o


NÃO mais doloroso. Um “Não” que mudaria a nossa vida para sempre.
Uma situação que pensávamos ter vindo para nos derrubar, mas que no
fim, provaria ser essencial para o conhecimento de forma mais linda e
profunda do nosso Pai.
Depois de 12 horas na sala de observação do hospital, sem assistência,
sem entender o que estava acontecendo, olho para minha filha Jade, que
sempre foi tão feliz, tão radiante e cheia de vida, agora estava calada e
assustada. Com acesso venoso na sua mãozinha, incomodada com o
ambiente e com o oxigênio, minha princesa parecia não querer lutar mais
pela sua vida. Vendo o seu olhar me pedindo ajuda e ouvindo da sua boca
as palavras: “Mamãe, mamãe, mamãe..” ela me pediu colo (afinal estava
deitada na maca com os acessos), me abraçou, e naquele momento,
atônita, não compreendi o que estava acontecendo, minha mente era
incapaz de raciocinar e entender que minha filha estava indo embora.
Milhões de pensamentos permeavam a minha mente, enquanto eu olhava
pra Jade e tentava pensar no que fazer. Enquanto estava ali naquele
cenário, diante dos últimos suspiros da minha filha, ouço uma voz bem
forte dizendo: “Jade merece estar assim? Você quer ver a sua filha desse
jeito pro resto da vida?” A minha alma respondeu sem que eu pudesse ao
menos opinar: “Ela é tua, Senhor!”. Naquele momento Jade partiu. A
minha mente ficou exatamente como nos filmes, os médicos passando
correndo, milhões de coisas acontecendo ao meu redor, mas para mim é
como se o tempo tivesse parado e eu me visse em câmera lenta.

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O não de Deus

Não adiantava mais médicos, não adiantava mais atendimento, minha


filha tinha me deixado, e eu estava ali, sem reação. Quando penso naquele
momento até hoje a minha carne treme. Escrever mesmo que sem tantos
detalhes esse momento pra vocês é algo muito doloroso. Diante da
situação minhas pernas enfraqueceram, eu fui ao chão como um lutador
nocauteado, naquele momento eu havia morrido também. Cai em mim,
não conseguia compreender como que eu tinha me despedido da minha
princesa. Hoje eu até consigo descrever o que estava sentindo, mas no
momento, eu pensava estar dentro de um pesadelo sem fim. Já no chão, a
minha alma gritava, eu perdi a voz, eu perdi a capacidade de falar, eu só
tentava gritar por Jesus e parecia que eu não tinha voz, havia ficado muda
em minutos. Vi os médicos entrando, vi os aparelhos de reanimação
passando rapidamente pelas portas, ouvi os gritos do médico clamando
ajuda de outros profissionais, pedindo medicações, sangue, e aquilo me
destruía por dentro. Eu jamais me esquecerei do dia que entreguei Jade
para Deus. Era como se eu soubesse que Deus estava o tempo todo me
ouvindo, pedindo pra curar, pedindo pra restaurar a respiração de Jade,
mas ao mesmo tempo em que como Pai, estava ao meu lado, Ele estava
me dizendo: “Não! Não minha filha, dessa vez não vai ser como de
costume, eu decido levar a sua filha!”
Confesso pra você que receber de Deus o “não” para a vida da minha filha
me abalou a ponto de eu desistir de viver, e não saber como pedir a Ele pra
me levar. Eu não suportei ver a reanimação. Saí desorientada clamando a
Deus pelo meu marido. Ajoelhei-me na porta da sala em que estávamos e

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O não de Deus

o Espirito Santo me fez fazer algo que até hoje eu não entendo, eu
comecei a clamar e gritar pelas vidas que estavam presas ali pela dor.
Inexplicavelmente eu clamava por outras vidas enquanto digeria a perda
da minha preciosa Jade. Lembro-me que fui arrastada para a porta
principal do hospital para me encontrar com Brenno e a única coisa que
eu conseguia enxergar era o chão. A dor foi tão avassaladora que eu não
conseguia ficar em pé, a minha locomoção era feita por duas mulheres
que me carregavam uma em cada braço.
A sensação de estar diante da morte é inexplicável. Nós seres humanos
fomos criados para sermos eternos, porém o pecado nos afastou desse
propósito. A dor de não conseguir se manter de pé, me fez pensar, em
como será quando Jesus voltar. Ali estaremos diante de Jesus, e a
humanidade estará sendo julgada para morte, ou vida eterna:
Porque está escrito: ‘‘Por mim mesmo
jurei”, diz o Senhor, “diante de mim todo
joelho se dobrará e toda língua
confessará que sou Deus’’. Assim, cada
um de nós prestará contas de si mesmo a
Deus (Romanos 14:11-12).

A situação que vivemos nos fez compreender esse versículo de uma


forma assombrosa. Assim como diante da perda da nossa filha, as nossas
pernas perderam as forças e o nosso corpo buscou o pó da terra, assim
será quando nos deparamos com Jesus em sua volta. A nossa estrutura
não suportará tanta grandeza. Nesse dia todos nos igualaremos, não
haverá situação financeira, família perfeita, casamento feliz, corpo saudá-

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O não de Deus

-vel, nada nos fará diferente diante do Cordeiro que venceu a morte. Não
haverá estrutura humana que suportará ficar de pé diante de Jesus. Todo
joelho se dobrará, toda língua confessará, e cada um de nós, deveremos
prestar contas a Deus, sobre o tempo que desperdiçamos e sobre a pouca
prioridade que demos a Ele.
Tínhamos apenas 10 dias de um ano novo, eu não estava acreditando que
tinha me vestido com um vestido preto, para perder minha filha. Minha
princesa tão saudável, cheia de amor, cheia de vida e de alegria. Eu via os
profissionais andando de um lado para o outro e não queria acreditar no
que havia acontecido. Me encontro com Brenno e não consigo falar nada
com ele, apenas pedir para que ele clamasse junto comigo. Os minutos
que pareciam séculos foram se passando. Na porta da sala onde
estávamos, psicólogos e assistentes sociais entravam e me viam ali, no
chão, prostrada, clamando a Deus: “Pai, sopra o fôlego de vida nas
narinas de Jade!”, “Sopra o folego de vida Jesus”, eu repetia incansáveis
vezes. Eu já não pensava mais, somente clamava. Até que os médicos
entram na sala, sentam, olham em nossos olhos e dizem: “Infelizmente
Jade não resistiu”.
Reviver este momento me rasga por dentro, mas não dói, como doeu a
primeira vez. Você está lendo e acredito que a essa altura esteja
imaginando um pouco o que vivi. Toda vez que revivo este momento,
meu corpo arrepia, treme e gela como se estivesse recebendo a noticia
agora. O “não” mais doloroso da minha vida! Jamais me esquecerei.
No exato momento que recebi a noticia de que Deus realmente havia dito

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O não de Deus

‘‘não” para as minhas orações a respeito de Jade, eu desalmei. Perdi todos


os meus sentimentos. Me esvaziei de mim, como se tivesse recebido uma
anestesia do céu. Karine minha amiga enfermeira, estava na sala conosco
e eu a vi, gritando, se esperneando na cadeira, ela gritava não aceitando
aquele ponto final. Eu lentamente observava, Brenno no chão gritando,
chorando, e eu anestesiada. Naquele momento, agradeci aos médicos,
agradeci a Karine, e desalmada continuei. Enxuguei as minhas lágrimas, e
tentei ser forte por Brenno. O Luto só havia começado, era apenas o
início de um ano, o inicio de uma caminhada de muita dor, mas também
do maior milagre que Deus poderia operar nas nossas vidas: Manter-nos
de pé!
Eu preciso interromper este momento para louvar ao Senhor e Salvador
da minha vida, EBENÉZER até aqui nos sustentou o Senhor! Eu louvo
eternamente ao Deus que me ressuscitou da maior dor da minha vida,
sem Ele seria impossível continuar a viver.
Entre a dor de perder Jade, vivemos outras dores que nos dilaceram só de
lembrar. Dentre elas, a falta de respeito de alguns profissionais, em nos
dar pressa no nosso último momento com a nossa filha. Se há algo que
faríamos diferente hoje, seria nos despedirmos de forma correta dela.
Após um tempo muito curto com o corpo da nossa filha, fomos
direcionados a porta de saída do hospital, onde dali teríamos que iniciar
uma nova jornada. Lançados na estrada do luto, sem orientação, sem
compreender ainda que estávamos agora saindo em 2 ao invés de 3,
começamos essa caminhada lenta, solitária, escura e dolorosa do luto.

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O não de Deus

Que infelizmente não tem um tempo pré-determinado pro fim.


Eu consigo me lembrar de que nos primeiros meses eu delirava
constantemente, eram madrugadas intensas, muito choro, muita dor,
muito grito abafado no travesseiro, eu tive que engolir o choro e a dor
muitas vezes para não preocupar quem estava ao meu redor.
“Deus, onde está você? ergue-me de novo, sem Ti eu não consigo viver,
Aba Pai.” Eram essas palavras que eu repetia até apagar e dormir.
Ainda que sem compreender, eu decidi me render a dor, a realidade, ao
luto e principalmente a Deus. Eu não conseguia questioná-lo, não sabia
perguntar o porquê, apenas aceitei a Sua vontade. Fui rejeitada,
abandonada, desprezada e até desrespeitada por pessoas de perto, por eu
simplesmente aceitar o NÃO de Deus para mim. Por aceitar
passivamente e reverenciar a Ele a decisão de ter levado a minha menina.
Existe lógica em brigar com o Dono da vida? Tem cabimento eu ir contra
Aquele que me deu a minha preciosa e pediu de volta? Eu não me sentia
digna de reclamar de nada. Ao mesmo tempo em que me contorcia de
dor, de saudade, eu louvava a Deus pela vida. Uma amiga minha usou uma
expressão que me fez compreender, algo que inicialmente pode até soar
estranho, mas talvez seja tudo o que você que esta lendo precisa fazer. Ela
me disse: “amiga, eu não consigo compreender, você perdoou Deus
muito rápido”. Olhando assim, foi verdade. Deus me fez algo que me
machucou demais. Feriu-me, rasgou a minha alma, e por causa Dele eu
comecei a viver situações ao meu redor que me faziam querer morrer.
Porém, eu me sentia a vontade de dizer isso a Ele. Em oração eu dizia o

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O não de Deus

quanto eu estava chateada, mal, triste, e foi somente por causa disso, que
eu senti o seu cuidado a todo o momento por mim.
A primeira coisa que o nosso adversário vai fazer é tentar nos jogar contra
o nosso Pai. Lembra que falamos nos capítulos anteriores sobre sair do
colo de Deus? É exatamente isso que faz com que as coisas sejam mais
demoradas. Se faz sentido pra você, perdoe Deus, ainda que na sua
limitação você pense que pode se utilizar desse termo de “perdoar Deus”,
eu sei que soa estranho, mas se faz sentido pra você expresse isso. Diga
que se sente magoada (o) em alguma situação que ocorreu, mas que quer
voltar pra o colo Dele.
A cada passo que ia dando nessa caminhada com Cristo, eu ia
compreendendo o milagre de estar de pé e firme Nele. O Senhor me deu
duas armas: adoração e oração. O Senhor foi me respondendo com
consolo, tinha dias que eu conseguia sorrir, e dias que Ele me deixava ser
humana e chorar até perder as forças de ficar em pé, mas jamais me senti
injustiçada por Deus.
Hoje eu não posso afirmar que Jade partiu por isto ou por aquilo, mas
posso garantir a você que a minha devoção e amor por Deus foram
reveladas no momento de maior dor, por ver que somente Ele era o meu
refúgio e fortaleza.
Um dia minha mãe estava muito preocupada comigo, na porta da igreja
ela disse que tinha uma amiga de confiança que era psicóloga e poderia me
atender, me ajudar com o alivio das dores, com o luto, e na hora o Espirito
Santo me disse: “Eu vou curar você.

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O não de Deus

Eu mesmo vou curar você.” E eu respondi a minha mãe: “Mãe, o Senhor


me disse que Ele quem vai me curar, não precisa se preocupar, vai ficar
tudo bem.” A partir daquele dia, eu comecei a receber a cura, comecei a
exercitá-la e compartilhar publicamente pelas redes sociais o que Deus
estava fazendo conosco. Eu louvo ao Senhor, pois muitas vidas foram
alcançadas pelo poder da cura do Deus médico dos médicos, ainda que
minha filha não tivesse sido curada aqui na terra, mas ela foi recebida no
céu. Não há nada impossível para Deus, eu confio ainda hoje que Ele
poderia ressuscitar minha filha naquele hospital. Eu sei que Ele poderia
me devolver minha princesa.
A bíblia diz que Abraão cria exatamente nisso ao oferecer Isaque.

E vieram ao lugar que Deus lhes dissera,


e edificou Abraão ali um altar, e pôs em
ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu
filho, e deitou-o sobre o altar em cima da
lenha. E estendeu Abraão a sua mão e
tomou o cutelo para imolar o seu filho.
Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou
desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E
ele disse: Eis-me aqui. Então, disse: Não
estendas a tua mão sobre o moço e não
lhe faças nada; porquanto agora sei que
temes a Deus e não me negaste o teu
filho, o teu único. (Genesis 22:9-12)

A diferença é que no meu caso, eu ofereci a minha filha e Ele decidiu


aceitar.

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