A Natureza de Deus

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A Natureza de Deus

Provavelmente o mais profundo ensinamento na mensagem de O Caminho Infinito é a


natureza de Deus. Talvez você pense que conhece a Deus. Talvez você acredite que os
sinônimos para Deus que você estudou realmente constituem uma compreensão de Deus, mas
isto não é assim. Se uma vez atingirmos o conhecimento da natureza de Deus, ao mesmo
tempo entenderemos que o homem é o Filho de Deus e entenderemos a natureza da oração
que nos une com toda a Presença e todo o Poder de Deus.

Não fique surpreso se eu digo a você que, uma vez que você percebe a natureza de Deus, você
nunca mais vai rezar a Deus da maneira que os homens normalmente rezam. Como Deus não é
um Deus que dá ou que retém, nunca é necessário pedir a Deus por qualquer coisa. Mais
especialmente, uma vez que Deus é Espírito, seria de fato uma perda de tempo pedir a Deus
algo de natureza material. O Mestre, Cristo Jesus, revelou: “não vos preocupes com a vossa
vida, com o que comereis, ou com o que haveis de beber; nem ainda com vosso corpo, o que
vestireis”. Ele nos disse algo sobre a natureza de Deus, quando ele disse, com efeito, que Deus
é a Inteligência Divina: “vosso Pai sabe que necessitais dessas coisas”; e então ele nos contou
mais sobre a natureza de Deus ao deixar implícito que Deus é Amor Divino, acrescentando,
"pois é do agrado do Pai dar-vos o Reino”.

Aqui, você vê dois aspectos da natureza de Deus. Uma é que Deus é Inteligência Infinita e,
portanto, nunca há qualquer necessidade de você dizer a Deus que coisas você tem
necessidade, nem tentar influenciar Deus para dar-lhe essas coisas, desde que Deus não está
retendo nada, pois é de “Seu agrado dar-lhe o Reino”. Uma vez que você reconhece Deus
como Inteligência Infinita e Amor Divino, toda a natureza da sua oração muda. Você, você
mesmo, percebe e aprende a se aproximar de Deus, não como a natureza de um poder ao qual
você pediria favores ou presentes, mas sim no conhecimento de que você pode descansar,
nessa mesma realização em que Davi descansou, estando capacitado a dizer: “o Senhor é meu
pastor, nada me faltará”. Você não vê aquela calma e segurança: "o Senhor é meu pastor, nada
me faltará"? Não há necessidade de suplicar a Deus, pedir ou implorar a Deus, mas antes
permanecer na consciência de que “Ele me conduz ao lado das águas tranquilas, Ele me faz
deitar em prados verdes”.

O Mestre revelou ainda mais a natureza de Deus, quando, para a pergunta de João, "És tu
aquele que deveria vir?” E ele respondeu: “vai e mostra a João as coisas que tem ouvido e
visto, que os cegos recebem a visão, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos
ouvem, os mortos são ressuscitados e aos pobres se prega o evangelho”. Esta, então, é a
Natureza de Deus, que o homem deve estar vivo eternamente, imortal, e assim, nunca
conhecer a morte, já que o Mestre, ao ressuscitar os mortos, provou que a morte nunca é a
Vontade de Deus para o homem. Portanto, o homem poderia superar a necessidade de morte.
E, claro, é da Vontade de Deus que o homem seja eternamente bom, desde que Cristo Jesus
disse que ele veio fazer a Vontade do Pai, e a Vontade do Pai era que os doentes fossem
curados. Então você vê que a Vontade de Deus é estarmos bem e, portanto, a natureza do
Cristo deve nos restaurar a nossa herança de saúde, abundância e Vida Eterna, dada por Deus.

Você sempre conhecerá um homem ou mulher verdadeiramente cristãos, porque aqueles que
os tocam na estrada da vida encontram a Vida Eterna, a saúde e a integridade, e recebe
bênçãos espirituais através do contato com esses homens e mulheres.

Síntese Do Coração Do Misticismo Pág. 206, Joel Goldsmith (tradução Giancarlo Salvagni)

JUNHO 1955

Visões Elevadas de Deus, da Oração e do Ser

Muito pouco progresso pode ser feito no caminho espiritual da vida até que tenhamos
alcançado alguma visão do que Deus é, e qual é a função de Deus em nossa experiência. Este
assunto deve ser abordado de uma forma muito descontraída e com um pensamento muito
relaxado. Vamos nos fazer perguntas sobre Deus que nos levarão ao assunto da oração. Não
queremos dar nada por garantido, e então perguntamos: qual é o lugar e função de Deus na
minha vida? Que tipo de Deus eu tenho? O que eu quero e espero de Deus? O que Deus pode
fazer por mim?

O conceito normal é o de um Deus separado de nós ou dentro de nós, que tem todo o nosso
bem, mas está retendo isso. Normalmente, indo a Deus, estamos buscando algo de Deus -
saúde, oferta, oportunidade, companheirismo - algo que acreditamos estar sendo retido. Sim,
parece que Deus tem todas essas coisas, mas não as está concedendo, então nós oramos por
elas. E às vezes, se nossas orações não são concedidas com rapidez suficiente, nós fazemos
todo o tipo de promessas que, muitas vezes, nem temos intenção de cumprir.

Mesmo agora, em nosso estado mais esclarecido de Consciência, essa ainda é a atitude de
muitos. Temos em mente um Deus que pode conceder o bem, mas que não está fazendo isso.
Nós frequentemente censuramos a nós mesmos, e acreditamos que algum ato mau ou
omissão é a razão de Deus estar se escondendo de nós. Muitos médicos lhe dirão que muitos
dos males do mundo são causados por complexos de culpa, em que as pessoas se mantêm em
condenação: às vezes por alguma ofensa grave cometida no passado, mas com mais
frequência por atos pequenos e inconsequentes. Mesmo se Deus tivesse uma boa memória
(que Ele não tem), Ele provavelmente já teria esquecido agora. Deus não tem memória de
nossas falhas e nunca, na história do mundo, Deus puniu um pecador. O pecador é punido por
seu próprio ato de pecado, não por qualquer ato de Deus. Existem certas leis de Deus, e se nós
violarmos essas leis, pagaremos a penalidade. Deus nem sabe que a lei foi violada, por isso,
nunca pense que Deus está retendo o seu bem por causa do pecado. Se você acredita que
você está sendo punido por Deus, seu conceito de Deus é totalmente errôneo.
Deus não é um Deus da retenção, nem é um Deus da doação. Deus nunca dá nem concede
qualquer coisa! Deus é Amor e, porque Deus é Amor, Deus está sempre amando. Não há
nenhum amor em reter, e nem em punir. Deus é Amor. Deus está sendo Amor. Deus é Vida.
Deus está sendo a Vida. Deus não está retendo a Vida, nem Deus vai dar a Vida, já que o
próprio Deus é Vida, e não há Vida não expressada, da mesma forma que o Sol não está
retendo a luz do sol, e não tem luz do sol para dar. O sol está brilhando! Não há nenhum
sentido em orar a Deus - Deus já está sendo! Se Deus estivesse retendo algo que você precisa,
ou se Deus estivesse esperando por você ser bom ou merecedor, ou por você encontrar a
forma correta de oração ou método de tratamento, Ele seria um Deus severo e cruel. Deus não
tem nada para dar, e Deus nunca dará mais do que Ele está lhe dando agora!

Deus É, a Vida É, o Amor É - conheça esta Verdade, e esta Verdade vai libertá-lo da crença de
que você deve ir a Deus por qualquer coisa. Nós falamos da boca para fora que Deus é a Mente
Onisciente, mas muitas vezes dizemos: "Eu preciso disso, eu quero aquilo". Longe de aceitar a
doutrina cristã de um Deus onisciente e todo-amoroso, insistimos em dizer-lhe que nos falta
dinheiro, comida, roupas, emprego, companhia, saúde. Nós professamos ser seguidores do
ensino de Cristo, mas não estamos nos contradizendo quando dizemos que "Deus é a Mente
Onisciente", mas então prosseguimos orando oramos por coisas e condições? O Mestre nos diz
que não é necessário orar por comida, roupa ou qualquer coisa, porque o “vosso Pai sabe que
necessitais destas coisas”, e... "é do agrado do Pai dar-vos o Reino”.

Tiago diz: “pedis, e não recebeis, porque pedis mal”... Toda vez que nós vamos a Deus por
alguma coisa, e toda vez que esperamos algo de Deus, rezamos mal. Existe apenas um modo
de rezar, e é muito simples: “Obrigado, Pai! Obrigado!” Deus é a Mente Onisciente, a
Inteligência Infinita deste universo. Ninguém precisa dizer a Deus para fazer a grama verde ou
rosas vermelhas; ninguém tem que dizer a Deus quando as estrelas vão surgir ou quando as
marés mudarão. Devemos, então, dizer a Deus que estamos precisando de qualquer coisa?
Nós temos orado mal por milhares de anos.

Nos últimos anos, chegamos a um Cristianismo esclarecido, espiritual, metafísico e científico, e


agora oscilamos em nossas orações entre afirmações e negações, mas com o mesmo propósito
para o qual antigamente usávamos as súplicas. Agora, em vez de orar: “oh Deus! Cura meu
filho”, dizemos: “meu filho é perfeito”, e então esperamos para ver se Deus o faz assim.
Estamos vivendo em uma época orientada em tudo por uma natureza material e mental. Que
ela seja também uma idade espiritualmente iluminada. Vamos reconhecer abertamente que o
nosso Deus é a Inteligência Infinita do universo, que nosso Deus é Amor Divino. Quando nós
temos este tipo de Deus, nossa oração nunca é uma busca ou pedido, nunca uma súplica ou
afirmação: nossa oração é um contínuo "Obrigado, Pai!" Vamos ver em que ponto estamos
neste momento, com o nosso conceito de Deus e nossas ideias de oração.

Vamos ver se estamos tendo uma ideia mais ampla e abrangente de Deus. Podemos agora ver,
visto que Deus é Infinito, Espiritual, Amor Divino, que não há necessidade de pedirmos a Deus
que seja Amor ou que nos dê Amor? Não está claro que, se o nosso é um Deus que sabe como
produzir uma pérola em uma ostra, petróleo na terra, um Deus que dirige pássaros em seu
vôo, não é essa Inteligência Infinita suficiente para ser a influência que governa e guia nossa
experiência, sem precisar de nenhuma informação ou sugestões?

Síntese Do Coração Do Misticismo, Pág. 43 Joel Goldsmith (tradução Giancarlo Salvagni)

A função de Deus é realmente a de uma Vida Eterna que, ao mesmo tempo, é uma Inteligência
Infinita e um Amor Divino, operando dentro de Si Mesmo. “Eu e meu Pai somos Um”... “Aquele
que me vê, vê aquele que me enviou”. Deus, o Pai, Deus, o Filho, funcionando dentro de Si
Mesmo, exatamente onde você está. Enquanto você descansa nessa realização, Ele assume e
opera harmoniosamente, com alegria e abundância. Mas no exato momento em que você
volta-se para Ele com qualquer senso de receber, informar, desejar ou mesmo esperar, você
afasta essa operação de sua experiência: você coloca seus conceitos e visões finitos entre você
e o Infinito. Você interfere no fluxo de Deus, no momento em que você vai a Deus com um
desejo, uma dúvida, uma preocupação ou mesmo uma esperança. Então você deve ir a Deus
com as mãos limpas e um coração puro, só então podendo dizer, com convicção e confiança:
“Seja feita a Vossa Vontade assim na Terra como no Céu ", e depois se recusar a manter
qualquer conceito sobre o que a Vontade de Deus deva ser. Você está na Presença Divina,
puro de coração, quando você não tem vontade finita, não tem desejos, esperanças ou
ambições, mas está na completa e plena realização: “Eu sou Teu, Tu és meu. Eu estou em Ti e
Tu estás em mim. Tua vontade seja feita em mim”.

Quantas vezes dizemos isso, mas, de alguma forma, especulamos como nossas esperanças,
desejos ou ambições podem ser. Parece que pensamos que, se essas esperanças ou desejos
são bons, isso faz com que tudo fique bem, afinal, nós só desejamos que nossos filhos sejam
saudáveis e bem comportados, e nosso vizinho ser bem sucedido. Se Deus é a Mente
Onisciente, a Inteligência Infinita e a Sabedoria do universo, o Amor Divino e o Único Poder,
por que esse desejo em tudo? Por que não deixar que Deus revele Sua Sabedoria? Por que não
deixar o Amor de Deus se revelar, e se revelar dentro de você? E se você ora e não recebe uma
resposta, é porque você está orando mal. De algum modo você está fingindo uma sabedoria
maior que a de Deus, e você pode até estar fingindo um amor maior que o de Deus. Se o
desejo é por coisas ou condições, é pecado.

A verdadeira oração é uma absoluta convicção de que Deus é Inteligência e Amor, de que não
há poder separado de Deus, nenhum poder em oposição ou conflito com Deus. Assim sendo,
nada está interferindo no Amor de Deus por Seus Filhos. Nada que você possa fazer pode
influenciar Deus para ser mais do que Deus, e nem menos que Deus. Veja o que acontece
quando você começa aceitar este tipo de Deus, e não mais busca por Ele, mas apenas silencia
em seu ser e diz: “Deus é”. Que oração pode ser maior do que essas duas palavras? Deus já é,
e como Deus é, por que você deveria se preocupar? Sua única preocupação deve ser se você
ainda duvida que Deus é. No geral, grande parte do mundo duvida de Deus, ou eles não
perderiam tanto tempo orando por isto ou aquilo. Se eles realmente acreditassem que Deus é
Inteligência Divina e Amor, por que eles gastariam todo esse tempo tentando influenciar
Deus? Deus é - Tua Graça é minha suficiência em todas as coisas - é o reconhecimento da
Presença, da Sabedoria, do Amor e do Poder de Deus em sua experiência.

Voltemos agora a uma declaração anterior: não há retenção de Deus e não há doação de Deus.
Deus é um estado de Ser Eterno e Imortal; um estado de Infinita Inteligência e Amor Divino. A
Vida de Deus não pode ser prolongada, nem pode ser encurtada. A Vida de Deus não pode
envelhecer nem pode mudar. Deus é um estado eterno, imortal e infinito do Ser do Bem.
“Deus é Luz, e nele não há escuridão alguma, Deus é capaz de fazer toda a Graça abundar em
sua direção. Que você, sempre tendo toda a suficiência em todas as coisas, possa abundar em
toda boa obra”. Esta deve ser a nossa atitude de oração. (CONTINUA)

Síntese Do Coração Do Misticismo Pág. 45 - Joel Goldsmith (tradução Giancarlo Salvagni)

A natureza de Deus é Eu. Silenciosamente, humildemente perceba que esse eu que você pensa
ser, esse eu que pensa ter problemas, é Deus. Como, então, você pode – esse Eu — ter
problemas ou conhecer limitação? Se você acredita que Deus é tanto seu Pai quanto meu e
que Ele está dentro de você, quanto de mim, como pode estar sem orientação, sem proteção e
suprimento? Quando você percebe a natureza de Deus como sendo Eu, esse eu, não tem mais
problemas.
É muito pouco provável que qualquer um de nós se perca num deserto, mas jamais duvidemos
que em algum momento possamos estar em uma tal situação, só para descobrir que Deus
aparece para nós como maná do céu, como água brotando de uma rocha ou como o mar se
abrindo. Do Gênesis ao Apocalipse, a Bíblia é a história da sua vida e da minha. O que
aconteceu com Moisés, Elias, Jesus, João, Paulo acontecerá em nossa experiência, de algum
modo. Se nos perdermos na mata, descobriremos que onde estamos Deus está; que o lugar
em que estamos é solo sagrado e que a voz do Senhor nos mostrará o caminho que devemos
seguir. Não ouviremos Seu conselho, se crermos que a voz de Deus foi reservada a Jesus,
Isaías, Elias ou Moisés, dois ou três mil anos atrás. Conseguiremos ouvi-la somente se
pudermos aceitar Deus como um: Deus, o Pai universal e Deus, o Filho.
Toda meditação sobre Deus é infrutífera, a menos que percebamos que o que é verdade em
relação a Deus é verdade em relação a nós, como seres individuais infinitos. Apenas quando
estabelecermos a natureza infinita de Deus como a natureza do ser individual, atingiremos a
percepção total que traz harmonia em nossa experiência.
A natureza de Deus é Eu, esse Eu que habita dentro de nós, esse Eu que reconhecemos estar
individualizado como sendo o nosso próprio ser. Esse Eu não é o corpo visto com nossos
olhos, não é o eu egocêntrico que acredita que um ser humano tem todo o poder ou que um
ser humano é Deus, mas, sim, esse Eu meigo e vigilante no centro de nosso ser. O "eu"
humano egocêntrico deve "morrer diariamente” para que o Eu divino possa nascer
novamente em nós e para nosso relacionamento divino ser revelado.
Deus é o ser individual. Deus é o seu ser e o meu ser; Deus é o ser de toda forma de vida -
humana, animal, vegetal, mineral. Ele é o ser individual. Deus é a lei, a vida, a alma, a
substância do ser individual, e, portanto, tudo o que Ele é, eu sou: “tudo o que o Pai tem, é
meu”. Esse é um belo versículo, mas não tem valor prático a menos que nos tornemos
encarnações vivas desse princípio.
Deus é o meu ser individual e constitui o meu ser; Deus é a vida, a alma e o espírito do meu
ser. É a própria substância da qual meu corpo é formado. Sou regido só pelas Suas leis, não
pelas leis de falta ou limitação, nem pelas leis de alimentação, clima, digestão, crenças
médicas ou teológicas. Deus é a única lei — uma lei de imortalidade, eternidade e perfeição
que mantém e sustenta a si mesma.

A Arte de meditar pg 63 - 64

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