Modulo 2

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MÓDULO 02

Neste módulo, você aprenderá sobre as principais pragas, doenças e plantas daninhas
que afetam a agricultura, assim como os agrotóxicos, sua toxicologia e o uso adequado
dos equipamentos de proteção individual. Além disso, serão abordados temas como
ecotoxicologia e contaminação ambiental, tecnologia de aplicação, teoria da gota e
deriva, preparo de calda, carregamento, tríplice lavagem, descontaminação e fatores
meteorológicos que influenciam nas aplicações.

Ao final deste módulo, espera-se que você esteja apto a iden�ficar as principais pragas,
doenças e plantas daninhas que afetam a agricultura, escolher o agrotóxico mais
adequado para cada situação, u�lizar corretamente os equipamentos de proteção
individual, entender as consequências ambientais da u�lização de agrotóxicos, aplicar
corretamente os produtos com tecnologia adequada e tomar medidas de segurança e
higiene para evitar acidentes.

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Módulo 02
Tema 1. Pragas, doenças e plantas daninhas

Tema 1.
PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS

As aeronaves remotamente pilotadas de pulverização e dispersão de agentes


biológicos se tornam cada vez mais comuns em várias indústrias, é importante
que os pilotos estejam cientes das pragas, doenças e plantas daninhas que
podem afetar as culturas-alvo. Neste capítulo, vamos discutir o que é importante
para um piloto de aeronave remotamente pilotada de pulverização e dispersão
de agente biológicos saber sobre pragas, doenças e plantas daninhas.

Pragas: Aqui descritos como insetos que podem causar danos às culturas-alvo.
É importante que os pilotos estejam cientes das pragas comuns que afetam as
culturas na região em que estão trabalhando. Isso pode incluir insetos como
besouros, lagartas, pulgões e outros. Os pilotos devem estar cientes dos sinais
de infestação de pragas e tomar medidas para reduzir ou eliminar a infestação.
Destacamos abaixo algumas das principais pragas nas grandes culturas
brasileiras:

• Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) - Praga que afeta


principalmente o milho, mas também pode atacar outras culturas como
algodão e soja. Suas larvas se alimentam das folhas, espigas e outras
partes da planta, causando grandes prejuízos à produção. Seu ciclo de
vida dura em média 30 dias e a sua forma de manejo pode ser feita
através da utilização de inseticidas e controle biológico, como a liberação
de parasitoides e predadores naturais.

Imagem. Controle da lagarta do cartucho no milho. Link: 109


https://www.youtube.com/watch?v=Wemvm4wfyu8


• Mosca-branca (Bemisia tabaci) - Praga que ataca diversas culturas como
tomate, feijão e algodão, sugando a seiva das plantas e transmitindo vírus
que causam doenças. Seu ciclo de vida dura em média 30 dias e a sua
forma de manejo pode ser feita através da utilização de inseticidas e
controle biológico, como a liberação de parasitoides e predadores
naturais.

Imagem. Entrevista sobre Mosca Branca


Link: https://www.youtube.com/watch?v=UYbXwiWiSFc

• Broca-do-café (Hypothenemus hampei) - Praga que afeta o café,


perfurando os grãos e reduzindo a qualidade da bebida. Seu ciclo de vida
dura em média 30 dias e a sua forma de manejo pode ser feita através da
utilização de inseticidas, controle cultural, como a eliminação de restos de
colheita, e controle biológico, como a utilização de parasitoides e
predadores naturais.

Imagem. Broca do Café: o que é, como controlar, prejuízos.


Link: https://www.youtube.com/watch?v=A6V_4eFUpLM

• Cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) - Praga que ataca o milho, sugando


a seiva das plantas e transmitindo doenças como a enfezamento do milho.
Seu ciclo de vida dura em média 40 dias e a sua forma de manejo pode
ser feita através da utilização de inseticidas e controle biológico, como a
utilização de parasitoides e predadores naturais.

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Imagem. Cigarrinha-do-milho: como fazer o monitoramento e manejo nas lavouras
Link: https://www.youtube.com/watch?v=JoR5DKalrtw

• Helicoverpa armigera - é uma praga de grande importância em diversas


culturas agrícolas, como soja, milho, algodão e tomate. As larvas da
Helicoverpa se alimentam das folhas, brotos e frutos das plantas,
causando prejuízos significativos na produtividade da cultura. O ciclo de
vida da Helicoverpa dura cerca de 30 dias, e ela pode ter até 10 gerações
por ano. O manejo pode ser feito com o uso de inseticidas, plantio de
variedades resistentes ou controle biológico com o uso de parasitoides e
predadores naturais.

Imagem. Série Lagartas - EP 03: Helicoverpa armígera


Link: https://www.youtube.com/watch?v=3crQyUVLGfI

• Cochonilha (Planococcus citri) A cochonilha é uma praga que afeta


diversas culturas agrícolas, como citros, uva, maçã e café. As cochonilhas
se alimentam da seiva das plantas, causando prejuízos na produtividade 111
da cultura. O ciclo de vida da cochonilha dura cerca de 45 dias, e ela pode


ter até três gerações por ano. O manejo pode ser feito com o uso de
inseticidas, controle biológico e outros.

Imagem. Cochonilha no café: formas de controle e prevenção


Link: https://www.youtube.com/watch?v=85ARgListyc

• Ácaro-rajado (Tetranychus urticae) O ácaro-rajado é uma praga que afeta


diversas culturas agrícolas, como feijão, tomate e soja. Os ácaros se
alimentam das folhas das plantas, causando danos e queda na
produtividade da cultura. O ciclo de vida do ácaro-rajado dura cerca de 15
dias, e ele pode ter até 10 gerações por ano. O manejo pode ser feito com
o uso de inseticidas específicos, controle biológico com o uso de ácaros
predadores, além do manejo integrado de pragas.

Imagem. Ciclo de vida | Ácaro-rajado (Tetranychus urticae)


Link: https://www.youtube.com/watch?v=-bbxvL-6xmM
112


• Lagarta-rosca (Agrotis spp.) A lagarta-rosca é uma praga que afeta
diversas culturas agrícolas, como batata, feijão e milho. As larvas se
alimentam das raízes das plantas, causando danos significativos na
produtividade da cultura. O ciclo de vida da lagarta-rosca dura cerca de
60 dias, e ela pode ter até duas gerações por ano. O manejo pode ser
feito com o uso de inseticidas, controle biológico com o uso de nematoides
e parasitoides, além do manejo integrado de pragas.

Imagem. Como acabar com a lax=xVqmcdZQmrU

• Bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis) O bicudo-do-algodoeiro é


uma praga que afeta a cultura do algodão. O bicudo se alimenta dos
botões florais do algodoeiro, causando prejuízos na produção de algodão
em pluma. O ciclo de vida do bicudo-dolgodoeiro dura cerca de 50 dias, e
ele pode ter até três gerações por ano. O manejo pode ser feito com o uso
de inseticidas, controle biológico com o uso de parasitoides, além do
manejo integrado de pragas.

Imagem. 10 FATOS SOBRE O BICUDO DO ALGODOEIRO (IDENTIFICAÇÃO E 113


BIOLOGIA) Link: https://www.youtube.com/watch?v=Ux17htFg1Gs


Doenças: As doenças das plantas podem ser causadas por bactérias, fungos ou
vírus. Essas doenças podem se espalhar rapidamente e afetar grandes áreas de
cultivo. É importante que os pilotos estejam cientes das doenças comuns que
afetam as culturas na região em que estão trabalhando. Os sinais de doenças
incluem manchas nas folhas, deformações e murcha das plantas. Os pilotos
devem estar cientes das medidas preventivas que podem ser tomadas para
reduzir a disseminação de doenças.

• Ferrugem da soja: A ferrugem da soja é causada pelo fungo Phakopsora


pachyrhizi, e pode causar grandes perdas na produção de soja. O ciclo
de vida do fungo começa com a germinação de esporos nas folhas da
soja, que infectam a planta e começam a crescer. O fungo se reproduz
rapidamente, produzindo novos esporos que podem se espalhar
facilmente para outras plantas. A ferrugem da soja pode causar desfolha
precoce, queda de vagens e redução no tamanho e qualidade dos grãos.
O manejo da ferrugem da soja envolve a utilização de variedades
resistentes, controle de plantas daninhas e aplicação de fungicidas.

Imagem. Ferrugem da soja: monitoramento e manejo


Link: https://www.youtube.com/watch?v=uTthatF2CQk

• Sigatoka-negra: A sigatoka-negra é causada pelo fungo Mycosphaerella


fijiensis e afeta principalmente as plantações de banana. O ciclo de vida
do fungo começa com a germinação de esporos nas folhas da bananeira,
que infectam a planta e começam a se espalhar pelo tecido vegetal. A
sigatoka-negra pode causar manchas necróticas nas folhas, redução na
produção de frutas e danos à qualidade da banana. O manejo da sigatoka- 114


negra envolve a utilização de variedades resistentes, controle de plantas
daninhas e aplicação de fungicidas.

Imagem. Sigatoka Negra


Link: https://www.youtube.com/watch?v=pMLe71FbKVY

• Mancha-alvo: A mancha-alvo é causada pelo fungo Corynespora


cassiicola e afeta principalmente as plantações de feijão e pepino. O ciclo
de vida do fungo começa com a germinação de esporos nas folhas da
planta, que infectam o tecido vegetal e começam a crescer. O fungo se
espalha rapidamente pelas folhas e pode causar manchas escuras e
necróticas, além de redução na produção de frutos e danos à qualidade
da planta. O manejo da mancha-alvo envolve a utilização de variedades
resistentes, controle de plantas daninhas e aplicação de fungicidas. Além
disso, medidas preventivas, como manter o solo limpo e evitar o excesso
de umidade nas folhas, podem ajudar a prevenir a ocorrência da doença.

Imagem. MANCHA ALVO NA SOJA - SINTOMAS E MANEJO DE CONTROLE


115
Link: https://www.youtube.com/watch?v=bcc3IclrJyQ


Plantas daninhas: As plantas daninhas podem competir com as culturas-alvo por
água, nutrientes e espaço. É importante que os pilotos estejam cientes das
plantas daninhas comuns na região em que estão trabalhando e saibam como
identificá-las. As plantas daninhas podem ser controladas por meio de métodos
mecânicos ou químicos. Os pilotos devem estar cientes das opções de controle
de plantas daninhas disponíveis e dos regulamentos locais que regem o uso de
herbicidas.

• Buva: A buva (Conyza spp.) é uma planta daninha de ciclo anual, que
pode atingir até 1,5 metros de altura. Ela produz uma grande quantidade
de sementes que podem germinar durante todo o ano, especialmente no
outono e inverno. A buva compete com as culturas por nutrientes e água,
além de liberar substâncias alelopáticas que podem inibir o crescimento
das plantas vizinhas. O manejo da buva envolve a utilização de
herbicidas, controle mecânico (como roçada) e rotação de culturas.

Imagem. Os desafios para o controle da buva | SAFRATEC 2021


Link: https://www.youtube.com/watch?v=w80_H6hcsJ4

• Capim-amargoso: O capim-amargoso (Digitaria insularis) é uma planta


daninha perene, que pode crescer até 1 metro de altura. Ele produz
sementes que podem germinar durante todo o ano, mas com maior
intensidade na primavera e verão. O capim-amargoso compete com as
culturas por nutrientes e água, além de produzir substâncias alelopáticas
que podem afetar negativamente o crescimento das plantas cultivadas. O
manejo do capim-amargoso envolve a utilização de herbicidas, controle
mecânico e rotação de culturas. 116


Imagem. COMO CONTROLAR O CAPIM AMARGOSO E O PÉ DE GALINHA NO CAFEEIRO
Link: https://www.youtube.com/watch?v=Qh29c9nBut0

• Trapoeraba: A trapoeraba (Commelina spp.) é uma planta daninha


perene, que pode crescer até 50 cm de altura. Ela produz sementes que
podem germinar durante todo o ano, especialmente na primavera e verão.
A trapoeraba compete com as culturas por nutrientes e água, além de
produzir substâncias alelopáticas que podem afetar negativamente o
crescimento das plantas vizinhas. O manejo da trapoeraba envolve a
utilização de herbicidas, controle mecânico e rotação de culturas.

Imagem. Por que é difícil controlar a trapoeraba (Commelina benghalensis)?


Link: https://www.youtube.com/watch?v=-AeTr7632as 117


Além de estar ciente das pragas, doenças e plantas daninhas comuns, os pilotos
também devemAlém de estar ciente das pragas, doenças e plantas daninhas
comuns, os pilotos também devem estar cientes dos regulamentos
governamentais que regem o uso de pesticidas e herbicidas. Isso pode incluir
requisitos de treinamento, registros de aplicação de pesticidas e diretrizes de
segurança. estar cientes dos regulamentos governamentais que regem o uso de
pesticidas e herbicidas. Isso pode incluir requisitos de treinamento, registros de
aplicação de pesticidas e diretrizes de segurança.

Os pilotos também devem estar cientes dos efeitos que a pulverização de agente
biológicos pode ter no meio ambiente. É importante que eles sigam as boas
práticas de pulverização, como evitar a aplicação de pesticidas em áreas
sensíveis, como corpos d'água e áreas residenciais. Os pilotos devem estar
cientes dos efeitos potenciais dos pesticidas na vida selvagem e nas pessoas
que vivem nas áreas próximas.

Em resumo, os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas de pulverização e


dispersão de agente biológicos devem estar cientes das pragas, doenças e
plantas daninhas comuns que afetam as culturas na região em que estão
trabalhando, bem como dos regulamentos governamentais que regem o uso de
pesticidas e herbicidas.

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Módulo 02
Tema 2. Agrotóxicos, Toxicologia e uso de EPI

AGROTÓXICOS

O uso de agrotóxicos é uma prática comum na agricultura para proteger as


culturas contra pragas e doenças. No entanto, esses produtos químicos podem
ser prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente se não forem usados
corretamente. Neste capítulo, vamos discutir o que é importante para um piloto
de aeronave remotamente pilotada de pulverização e dispersão de agente
biológicos saber sobre agrotóxicos, toxicologia e uso de EPI.

Agrotóxicos: Os agrotóxicos são produtos químicos usados na agricultura para


proteger as culturas contra pragas e doenças. Eles podem ser aplicados por
pulverização aérea ou terrestre. É importante que os pilotos estejam cientes dos
tipos de agrotóxicos que estão usando e dos efeitos que eles podem ter na saúde
humana e no meio ambiente.

• Herbicidas: são utilizados para combater as ervas daninhas que crescem


junto com as plantas cultivadas. Eles são aplicados diretamente nas
folhas ou no solo, e sua ação pode ser seletiva (quando atingem apenas
as ervas daninhas) ou não seletiva (quando atingem todas as plantas).

Imagem. O que é um herbicida sistêmico e herbicida de contato?


Link: https://www.youtube.com/watch?v=cqAw6Z-SK4k

• Inseticidas: são utilizados para combater insetos que atacam as plantas.


Eles podem ser aplicados diretamente nas folhas ou no solo, e sua ação
pode ser de contato (quando o inseto é atingido pelo produto) ou de 119
ingestão (quando o inseto ingere o produto ao se alimentar da planta).


• Fungicidas: são utilizados para combater fungos que causam doenças
nas plantas. Eles são aplicados diretamente nas folhas ou no solo, e sua
ação pode ser preventiva (quando são aplicados antes do aparecimento
da doença) ou curativa (quando são aplicados depois que a doença já se
manifestou).

• Acaricidas: são utilizados para combater ácaros que atacam as plantas.


Eles são aplicados diretamente nas folhas ou no solo, e sua ação pode
ser de contato (quando o ácaro é atingido pelo produto) ou de ingestão
(quando o ácaro ingere o produto ao se alimentar da planta).

• Bactericidas: são formulados com compostos químicos específicos que


têm como alvo bactérias específicas. Os produtos bactericidas
geralmente contêm um ou mais ingredientes ativos, que são responsáveis
pelo combate às bactérias nocivas. Esses ingredientes ativos são
formulados em soluções líquidas, pós, grânulos ou outras formas para
facilitar a aplicação nas plantas.

• Nematicidas: Nematicidas são produtos químicos utilizados no controle


de nematoides, que são vermes microscópicos que podem causar danos
às plantas e à produção agrícola. Os nematoides são parasitas das raízes
das plantas e podem causar danos significativos ao sistema radicular,
afetando o desenvolvimento da planta, a absorção de nutrientes e a
produção de frutos. Os nematicidas podem ser aplicados diretamente no
solo, e atuam no controle dos nematoides por meio de diferentes
mecanismos, como a interrupção do desenvolvimento dos ovos e larvas,
a paralisação do movimento e a eliminação dos vermes adultos. Os
nematicidas são considerados uma importante ferramenta de controle de
nematoides em diversas culturas, como hortaliças, frutas, cereais e
plantas ornamentais. No entanto, é importante destacar que o uso
indiscriminado de nematicidas pode trazer efeitos negativos ao meio
ambiente, como a contaminação do solo e das águas subterrâneas, e
impactos na fauna do solo. Por isso, é fundamental que o uso de
nematicidas seja feito de forma responsável e seguindo as
recomendações dos órgãos reguladores e das empresas fabricantes, com
o objetivo de garantir a eficácia do produto e a proteção do meio ambiente
e da saúde humana. Além disso, outras práticas agrícolas integradas,
como a rotação de culturas, a utilização de variedades resistentes e o
manejo adequado do solo, podem ajudar a reduzir a dependência do uso
de nematicidas e a proteger as plantas contra os nematoides.

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• Rodenticidas: são produtos químicos utilizados no controle de roedores,
como ratos e camundongos, que podem causar danos à saúde pública, à


produção agrícola e à infraestrutura. Os roedores são conhecidos por
transmitir doenças, danificar instalações e equipamentos, além de
consumir alimentos e outros recursos essenciais. Os rodenticidas podem
ser aplicados de diferentes formas, como iscas granuladas, blocos
parafinados, pó ou líquido, e atuam no controle dos roedores por meio da
ingestão do produto, que pode causar a morte por hemorragia,
desidratação ou outros mecanismos. Os rodenticidas são considerados
uma importante ferramenta de controle de roedores em diferentes
ambientes, como áreas urbanas, indústrias, armazéns, silos e outras
instalações.

Os formulados de agrotóxicos podem ser encontrados em diferentes soluções,


cada uma com sua particularidade e modo de aplicação. Dentre as principais
soluções, podemos citar:

• Solução líquida: é a forma mais comum de formulação de agrotóxicos.


Trata-se de uma solução homogênea e transparente, que pode ser
facilmente diluída em água. É utilizada em diversos tipos de aplicação,
como pulverização, tratamento de sementes e irrigação.

• Suspensão concentrada: também conhecida como SC, é uma formulação


em que o agrotóxico é suspenso em um líquido. Possui alta concentração
de princípio ativo e é mais estável do que as soluções líquidas, evitando
a separação dos componentes. É recomendada para pulverização foliar
e tratamento de sementes.

• Emulsão concentrada: conhecida como EC, é uma formulação em que o


agrotóxico é emulsificado em água. Possui alto poder de penetração nas
plantas e é bastante eficaz contra pragas e doenças. É utilizada
principalmente em pulverizações foliares.

• Pó molhável: é uma formulação em que o agrotóxico é misturado com um


pó inerte, tornando-se solúvel em água. É uma opção mais econômica,
mas exige uma maior agitação na hora da aplicação. É indicado para
pulverizações foliares e tratamento de sementes.

• Grânulos dispersíveis: conhecidos como WG, são formulações em que o


agrotóxico é misturado com grânulos solúveis em água. São bastante
práticos e fáceis de usar, sendo ideais para aplicações em grandes áreas
e tratamento de sementes.

Ainda sobre agrotóxicos é importante se atentar quanto ao uso de adjuvantes,


121
aditivo, surfatantes, óleos, adesivos e redutor de deriva, sendo cada um deles:


• Adjuvantes: são substâncias adicionadas aos produtos agroquímicos,
incluindo os agrotóxicos, com o objetivo de melhorar a eficácia do produto
ou facilitar a sua aplicação. Eles podem ser adicionados à formulação do
agrotóxico ou misturados na água de calda durante a preparação para a
aplicação. Existem diferentes tipos de adjuvantes, como surfactantes,
espalhantes adesivos, redutores de tensão superficial, estabilizadores,
acidificantes, entre outros. Cada tipo de adjuvante tem uma função
específica, como melhorar a penetração do agrotóxico nas plantas,
aumentar a aderência à superfície foliar, reduzir a evaporação, estabilizar
a solução, ajustar o pH, entre outras. A utilização de adjuvantes pode
trazer benefícios para o manejo de pragas e doenças, como maior eficácia
na aplicação, redução de custos e menor impacto ambiental. No entanto,
é importante seguir as recomendações do fabricante e as
regulamentações locais para garantir a segurança do aplicador, a
proteção ambiental e a qualidade dos alimentos produzidos.

• Aditivo: são substâncias adicionadas às formulações de defensivos


agrícolas com o objetivo de melhorar suas propriedades físicas e
químicas, visando aumentar a eficiência do produto durante a aplicação e
reduzir seus impactos ambientais. Entre as funções dos aditivos,
podemos destacar a redução da tensão superficial, melhoria da
molhabilidade, redução da deriva durante a aplicação, aumento da
estabilidade da emulsão, entre outros. Dessa forma, os aditivos podem
atuar como coadjuvantes dos agrotóxicos, otimizando sua ação e
minimizando os riscos ambientais e de saúde humana. É importante
ressaltar que o uso de aditivos deve estar em conformidade com as
normas e regulamentações dos órgãos competentes, a fim de garantir a
segurança e eficácia dos produtos utilizados na agricultura.

• Surfactantes: são adjuvantes utilizados em formulações de agrotóxicos


com a função de reduzir a tensão superficial da solução, permitindo que
ela se espalhe com mais facilidade sobre a superfície das plantas,
aumentando a sua eficácia. Esses compostos são constituídos por
moléculas que possuem uma porção hidrofílica e outra lipofílica, o que
lhes permite se intercalar entre as moléculas de água e de agrotóxico,
facilitando a sua distribuição e absorção pelas plantas. Além disso, os
surfactantes podem ajudar a melhorar a uniformidade da aplicação,
diminuir a perda de produto por escorrimento ou evaporação e aumentar
a penetração do agrotóxico na cutícula das folhas, onde estão os alvos de
controle. É importante ressaltar que o uso de surfactantes deve ser feito
de forma adequada e segura, seguindo as recomendações do fabricante
e as normas regulatórias estabelecidas para cada tipo de cultura e
122
aplicação.


• Óleos: são adjuvantes que têm como principal função melhorar a eficácia
do produto. Eles são adicionados à formulação do agrotóxico para
aumentar a aderência e a penetração do produto na superfície da planta,
o que melhora a sua absorção e, consequentemente, a sua ação. Os
óleos podem ser de origem mineral, vegetal ou sintética, e sua escolha
vai depender das características da formulação do agrotóxico e da cultura
a ser tratada. Alguns óleos podem ser mais ou menos viscosos, ter
diferentes pontos de ebulição e oferecer maior ou menor resistência à
chuva e à lavagem. Além disso, os óleos para agrotóxicos podem ser
classificados de acordo com sua função específica, como óleos vegetais
que possuem propriedades inseticidas, acaricidas ou fungicidas, ou óleos
minerais que melhoram a aderência do produto na planta. A escolha do
óleo adequado para a formulação do agrotóxico é essencial para garantir
a eficácia do produto e a sua segurança para o meio ambiente e para a
saúde humana.

• Adesivos: são ingredientes adicionados às formulações de pesticidas


para melhorar a adesão e a durabilidade do produto nas superfícies das
plantas. Eles ajudam a manter o agrotóxico na folha ou fruto da planta,
reduzindo a perda de produto por escorrimento, evaporação ou lavagem
pela chuva. Esses adesivos podem ser formulados com diferentes
compostos químicos, como resinas, polímeros, ácidos graxos,
surfactantes e outros aditivos. A escolha do adesivo adequado para um
determinado agrotóxico pode melhorar a eficácia do produto e reduzir a
necessidade de reaplicações, resultando em economia de tempo e
dinheiro para o produtor.

• Redutor de deriva: é um tipo de adjuvante utilizado em formulações de


agrotóxicos com o objetivo de reduzir a perda do produto durante a
aplicação. Essa perda pode ocorrer devido à deriva, que é a
movimentação do produto para áreas não alvo, causada pela ação do
vento durante a aplicação. O redutor de deriva é uma substância que,
adicionada à formulação do agrotóxico, altera suas propriedades físicas,
reduzindo o tamanho das gotas formadas durante a pulverização. Com
isso, as gotas ficam mais pesadas e menos sujeitas à ação do vento,
diminuindo a deriva e aumentando a eficácia da aplicação. Além disso, o
uso de redutores de deriva contribui para a proteção do meio ambiente e
da saúde humana, uma vez que reduz a exposição do produto a áreas
não alvo e minimiza os riscos de contaminação ambiental e de intoxicação
de pessoas e animais.

123


Existem dezenas de formulações de produtos das quais apenas algumas são de
alguma importância comercial. No Basil o MAPA faz uso da ABNT 12697/2018
para classificar os tipos de formulações. Abaixo listamos algumas*:

FORMULAÇÕES DE AGROTÓXICOS - TERMINOLOGIA - ABNT NBR 12697/2004


Índice de Códigos Denominações Índice de Códigos Denominações
tablete para
CS Suspensão de encapsulado DT aplicação direta
líquido ou gel de
DC Concentrado dispersível CL contato
suspensão
concentrada
para aplicação
EC Concentrado emulsionável SD direta
outros líquidos
para aplicação
EO emulsão de água em óleo AL direta
EW emulsão de óleo em água AP outros pós
pó para
tratamento a
seco de
ME microemulsão DS sementes
emulsão para
tratamento de
SC suspensão concentrada ES sementes
suspensão
concentrada
para tratamento
SE suspo-emulsão FS de sementes
solução para
tratamento de
SG granulado solúvel LS sementes
pó solúvel para
tratamento de
SL concentrado solúvel SS sementes
pó para
preparação de
SP pó solúvel WO pasta em óleo
pó para
preparação de
TB tablete WS pasta em água
suspensão de
encapsulado
para tratamento
DT tablete para aplicação direta CF de semente
*A lista completa pode ser acessada na NBR 12637/2018.

LEGENDA
Formulações para diluições em água
Formulações para diluição em solventes orgânicos
Formulações para aplicação direta
Formulações para tratamento de sementes 124
Formulações especiais


Antes de passarmos para toxicologia é importante que você saiba a ordem
correta de mistura dos produtos:

1. Água (1/2 a ¾ do tanque) e ligar o agitador;


2. Pó molhável (WP) porém fazer pré-mistura;
3. Grânulos Dispersíveis em Água (WG);
4. Adjuvantes de compatibilidade;
5. Suspensão Concentrada (SC);
6. Concentrado Emulsionável (EC);
7. Concentrado Solúvel (SL);
8. Fertilizantes foliares;
9. Ouros adjuvantes (óleo, espalhante, ...).

TOXICOLOGIA

Toxicologia: A toxicologia é o estudo dos efeitos adversos dos produtos químicos


na saúde humana e no meio ambiente. Os agrotóxicos podem ser tóxicos e
podem causar efeitos agudos ou crônicos na saúde humana, como irritação na
pele, nos olhos e no sistema respiratório, além de doenças crônicas como câncer
e problemas neurológicos. Os pilotos devem estar cientes dos efeitos dos
agrotóxicos na saúde humana e tomar medidas para reduzir a exposição.

É importante se atentar que:

Todas as pessoas estão sujeitas a exposições múltiplas a agrotóxicos, por meio


de consumo de líquidos e sólidos contaminados;
Gestantes, crianças, adolescentes e idosos também são considerados grupos
de risco devido às alterações metabólicas, imunológicas e e hormonais nesses
ciclos de vida.

Principais formas de exposição:

• No trabalho
o Por meio de:
 Inalação
 Contato dérmico
 Oral

• No ambiente
125
o Por meio de:
 Contato indireto com o produto


 Consumo de água ou alimentos contaminados
 Contato com roupa dos trabalhadores com o agrotóxico

Principais efeitos na saúde:

• Efeitos agudos
o Aqueles de aparecimento rápido, como:
 Pela pele - Irritação na pele, ardência, desidratação,
alergias.
 Pela respiração – Ardência do nariz e boca, tosse,
escorrimento nasal, dor no peito, dificuldade de respirar.
 Através da boca – Irritação da boca e garganta, dor de
estômago, náuseas, vômitos, diarreia.

• Efeitos crônicos:
o Aqueles que aparecem depois de longa exposição a poucas doses
do produto:
 Dificuldade para dormir, esquecimento, aborto, impotência,
depressão, problemas respiratórios graves, alteração do
funcionamento do fígado e dos rins, anormalidade da
produção de hormônios da tireoide, dos ovários e da
próstata, incapacidade de gerar filhos, malformação e
problemas no desenvolvimento intelectual e físico das
crianças. Estudos apontam grupos de agrotóxicos como
prováveis e possíveis carcinogênicos.
 A associação entre exposição a agrotóxicos e
desenvolvimento de câncer ainda gera polêmicas,
principalmente porque os indivíduos estão expostos a
diversas substâncias, sem contar outros fatores genéticos.
Porém, é importante salientar que estudos vêm mostrando
o potencial de desenvolvimento de câncer relacionado a
diversos agrotóxicos, justificando a recomendação de
precaução para com o uso e contato.

Ao surgimento de quaisquer sintomas após manipulação de agrotóxicos,


recomenda-se a procura por ajuda médica

A classificação dos agrotóxicos utilizada para fins de registro e reavaliação pela


ANVISA é baseada no grau de toxicidade destas substâncias Classificação:

126


Quantidade de produtos por categoria
Categoria 1 – Produto Extremamente Tóxico – faixa vermelha: 43.
Categoria 2 – Produto Altamente Tóxico – faixa vermelha: 79.
Categoria 3 – Produto Moderadamente Tóxico – faixa amarela: 136.
Categoria 4 – Produto Pouco Tóxico – faixa azul: 599.
Categoria 5 – Produto Improvável de Causar Dano Agudo – faixa azul: 899.
Não classificado – Produto Não Classificado – faixa verde:168.
Não informado – 16.
Produtos cujo processo matriz não foi localizado – 2.

CLASSE DE PERIGO

ORAL Fatal se Fatal se Tóxico se Nociv Pode -


ingerido ingerido ingerido o se ser
ingerid perigos
o o se
ingerid
o

DÉRMICA Fatal em Fatal em Tóxico Nociv Pode -


contato contato em o em ser
com a com a contato contat perigos
pele pele com a o com o em
pele a pele contato
com a
pele

INALATÓR Fatal se Fatal se Tóxico se Nociv Pode -


IA inalado inalado inalado o se ser
inalad perigos
o o se
inalado

COR DA VERMEL VERMEL AMAREL AZUL AZUL VERD


FAIXA HO HO O E

Fonte: Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, 2019

Lista de alguns ingredientes ativos de grande consumo no Brasil com


autorização da Anvisa:

127


CAS Nº GRUP CLASSIFICA CLASSIFICAÇÃO DA RELAÇÃ
O ÇÃO CARCINOGENICIDADE O COM
TOXICOLÓG CÂNCE
ICA R
(ANVISA)

IARC USEPA

2,4-D Herbici Classe I Grupo 2B: - Pele,


94-75-7 da Extremament Possivelment Cavidad
e tóxico e e nasal,
carcinogênic sinonasa
o para l,
Humanos nasofarin
ge,
orofaring
e, laringe

ACEFATO Insetici Classe III ND Possível Leucemi


30560-19-1 da Medianament carcinogênic as,
e Tóxico o para Linfomas
humanos não
Hodgkin,
pâncreas

ATRAZINA Herbici Classe III Grupo 3: Não - Linfomas


1912-24-9 da Medianament é não
e tóxico classificável Hodgkin
para
carcinogenici
dade em
humanos

CLORPIRI Insetici Classe II ND Ausência de Leucemi


FÓS da Altamente carcinogenici as,
2921-88-2 Tóxico dade para Linfomas
seres não
humanos. Hodgkin,
pâncreas

Fontes: Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2019; International Agency for Research on
Cancer, c2018; United States Environmental Protection Agency, 2019.

Abaixo a NR 31.7 que trata dos Agrotóxicos, Aditivos, Adjuvantes e Produtos


Afins:

128


31.7 Agrotóxicos, Aditivos, Adjuvantes e Produtos Afins

31.7.1 Para fins desta Norma, consideram-se:

a) trabalhadores em exposição direta, os que manipulam os agrotóxicos,


aditivos, adjuvantes e produtos afins, em qualquer uma das etapas de
armazenamento, transporte, preparo, aplicação, descarte e descontaminação de
equipamentos e vestimentas; e
b) trabalhadores em exposição indireta, os que não manipulam diretamente os
agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins, mas circulam e desempenham
suas atividades de trabalho em áreas vizinhas aos locais onde se faz a
manipulação dos agrotóxicos em qualquer uma das etapas de armazenamento,
transporte, preparo, aplicação, descarte e descontaminação de equipamentos e
vestimentas, ou, ainda, os que desempenham atividades de trabalho em áreas
recém-tratadas.

31.7.1.1 Para fins desta NR, o transporte e o armazenamento de embalagens


lacradas e não violadas são considerados como exposição indireta.

31.7.1.2 Devem ser fornecidas instruções para os trabalhadores que transportam


e armazenam embalagens lacradas e não violadas.

31.7.1.3 As instruções podem ser fornecidas por meio de Diálogos Diários de


Segurança - DDS, panfleto escrito e outras, desde que documentadas pelo
empregador.

31.7.1.4 Não se aplica a definição do subitem 31.7.1.1 desta Norma se houver


embalagens não lacradas ou violadas no transporte e no local de
armazenamento.

31.7.2 O empregador rural ou equiparado afastará as mulheres gestantes e em


período de lactação das atividades com exposição direta ou indireta a
agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins, incluindo os locais de
armazenamento, imediatamente após ser informado da gestação.

31.7.3 São vedados:

a) a manipulação de quaisquer agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins


que não estejam registrados e autorizados pelos órgãos governamentais
competentes;
b) a manipulação de quaisquer agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins
por menores de 18 (dezoito) anos, por maiores de 60 (sessenta) anos e por
mulheres gestantes e em período de lactação; 129


c) a manipulação de quaisquer agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins,
nos ambientes de trabalho, em desacordo com a receita e as indicações do rótulo
e bula, previstos em legislação vigente;
d) o trabalho em áreas recém-tratadas antes do término do intervalo de reentrada
estabelecido nos rótulos dos produtos, salvo com o uso de equipamento de
proteção recomendado;
e) a entrada e a permanência de qualquer pessoa na área a ser tratada durante
a pulverização aérea;
f) a entrada e a permanência de qualquer pessoa na área a ser tratada durante
a aplicação de agrotóxicos em cultivos protegidos, exceto o aplicador;
g) o uso de roupas pessoais quando da aplicação de agrotóxicos;
h) a reutilização, para qualquer fim, das embalagens vazias de agrotóxicos,
aditivos, adjuvantes e produtos afins, incluindo as respectivas tampas, cuja
destinação final deve atender à legislação vigente.
i) a armazenagem de embalagens vazias ou cheias de agrotóxicos, aditivos,
adjuvantes e produtos afins, em desacordo com o estabelecido na bula do
fabricante;
j) o transporte de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins em um
mesmo compartimento que contenha alimentos, rações, forragens, utensílios de
uso pessoal e doméstico;
k) o uso de tanque utilizado no transporte de agrotóxicos, mesmo que
higienizado, para transporte de água potável ou qualquer outro produto
destinado ao consumo humano ou de animais;
l) a lavagem de veículos transportadores de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e
produtos afins em coleções de água; e
m) o transporte simultâneo de trabalhadores e agrotóxicos, aditivos, adjuvantes
e produtos afins em veículos que não possuam compartimentos estanques
projetados para tal fim.

31.7.4 A aplicação de agrotóxicos com a utilização de atomizador mecanizado


tracionado somente pode ser realizada por meio de máquina com cabine
fechada, exceto para as culturas em parreiras.

31.7.5 O empregador rural ou equiparado deve proporcionar capacitação


semipresencial ou presencial sobre prevenção de acidentes com agrotóxicos,
aditivos, adjuvantes e produtos afins a todos os trabalhadores expostos
diretamente.

31.7.5.1 A capacitação semipresencial ou presencial prevista nesta Norma deve


ser proporcionada aos trabalhadores em exposição direta mediante programa,
com carga horária mínima de 20 (vinte) horas, teórica e prática, com o seguinte
conteúdo mínimo:
130


a) conhecimento das formas de exposição direta e indireta aos agrotóxicos,
aditivos, adjuvantes e produtos afins;
b) conhecimento de sinais e sintomas de intoxicação e medidas de primeiros
socorros;
c) rotulagem e sinalização de segurança;
d) medidas higiênicas durante e após o trabalho;
e) uso, limpeza e manutenção de vestimentas de trabalho e equipamentos de
proteção individual; e
f) uso correto dos equipamentos de aplicação.

31.7.5.2 A capacitação deve ser ministrada por órgãos e serviços oficiais de


extensão rural, instituições de ensino de níveis médio e superior em ciências
agrárias, Serviço Nacional de Aprendizagem Rural - SENAR, SESTR do
empregador rural ou equiparado, sindicatos, associações de produtores rurais,
associação de profissionais, cooperativas de produção agropecuária ou florestal,
fabricantes dos respectivos produtos ou profissionais qualificados para este fim,
desde que realizada sob a responsabilidade técnica de profissional habilitado,
que se responsabilizará pela adequação do conteúdo, forma, carga horária,
qualificação dos instrutores e avaliação dos discentes.

31.7.5.3 O empregador rural ou equiparado deve complementar ou realizar novo


programa quando comprovada a insuficiência da capacitação proporcionada ao
trabalhador, devendo a carga horária ser no mínimo de 8 (oito) horas, no caso
de complementação, e 16 (dezesseis) horas, no caso de novo programa de
capacitação.

31.7.6 O empregador rural ou equiparado deve adotar, no mínimo, as seguintes


medidas:

a) fornecer equipamentos de proteção individual e vestimentas de trabalho


adequadas aos riscos, que privilegiem o conforto térmico;
b) fornecer os equipamentos de proteção individual e vestimentas de trabalho
em condições de uso e devidamente higienizados;
c) responsabilizar-se pela descontaminação das vestimentas de trabalho e
equipamentos de proteção individual ao fim de cada jornada de trabalho,
substituindo-os sempre que necessário;
d) disponibilizar, nas frentes de trabalho, água, sabão e toalhas para higiene
pessoal;
e) disponibilizar local para banho com: água, sabão, toalhas e armários
individuais para a guarda da roupa de uso pessoal;
f) garantir que nenhum equipamento de proteção ou vestimenta de trabalho
contaminados sejam levados para fora do ambiente de trabalho, salvo nos casos
de transporte para empresas especializadas para descontaminação; e 131


g) garantir que nenhum dispositivo de proteção ou vestimenta de trabalho seja
reutilizado antes da devida descontaminação.

31.7.6.1 Para todos os trabalhadores envolvidos em trabalhos com agrotóxicos,


é obrigatório o banho, após finalizadas todas as atividades envolvendo o preparo
e/ou aplicação de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins, conforme
procedimento estabelecido no PGRTR.

31.7.7 O empregador rural ou equiparado deve disponibilizar a todos os


trabalhadores informações sobre o uso de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e
produtos afins no estabelecimento, abordando os seguintes aspectos:

a) área tratada: descrição das características gerais da área, da localização, e


do tipo de aplicação a ser feita, incluindo o equipamento a ser utilizado;
b) nome comercial do produto utilizado;
c) classificação toxicológica;
d) data e hora da aplicação;
e) intervalo de reentrada;
f) intervalo de segurança/período de carência;
g) medidas de proteção necessárias aos trabalhadores em exposição direta e
indireta; e
h) medidas a serem adotadas em caso de intoxicação.

31.7.8 O empregador rural ou equiparado deve sinalizar as áreas tratadas,


informando o período de reentrada.

31.7.9 O trabalhador que apresentar sintomas de intoxicação deve ser


imediatamente afastado das atividades e transportado para atendimento médico,
juntamente com as informações contidas nos rótulos e bulas dos agrotóxicos,
aditivos, adjuvantes e produtos afins aos quais tenha sido exposto.

31.7.10 Os equipamentos de aplicação dos agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e


produtos afins devem ser:

a) mantidos e conservados em condições de funcionamento, sem vazamentos;


b) inspecionados antes de cada aplicação;
c) utilizados para a finalidade indicada; e
d) operados dentro dos limites, especificações e orientações técnicas.

31.7.11 A conservação, manutenção e limpeza dos equipamentos utilizados para


aplicação de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins só podem ser
realizadas por pessoas previamente capacitadas e protegidas.
132


3.7.12 A limpeza dos equipamentos deve ser executada de forma a não
contaminar poços, rios, córregos e quaisquer outras coleções de água.

3.7.13 Os agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins devem ser mantidos


em suas embalagens originais, com seus rótulos e bulas.

3.7.14 As edificações destinadas ao armazenamento de agrotóxicos, aditivos,


adjuvantes e produtos afins devem:

a) ter paredes e cobertura resistentes;


b) ter acesso restrito aos trabalhadores devidamente capacitados a manusear os
referidos produtos;
c) possuir ventilação, comunicando-se exclusivamente com o exterior e dotada
de proteção que não permita o acesso de animais;
d) ter afixadas placas ou cartazes com símbolos de perigo;
e) possibilitar a limpeza e descontaminação; e
f) estar situadas a mais de 15 (quinze) metros das habitações e locais onde são
conservados ou consumidos alimentos, medicamentos ou outros materiais.

31.7.14.1 A distância de fontes e cursos de água às edificações de


armazenamento de agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins deve
atender às normas da legislação vigente.

31.7.15 O armazenamento deve obedecer às normas da legislação vigente, às


especificações do fabricante constantes dos rótulos e bulas e às seguintes
recomendações básicas:

a) as embalagens devem ser colocadas sobre estrados, evitando-se contato com


o piso, e mantendo-se as pilhas estáveis e afastadas das paredes e do teto, ou
nos armários de que trata o subitem 31.7.16 desta Norma; e
b) os produtos inflamáveis devem ser mantidos em local ventilado, protegido
contra centelhas e outras fontes de combustão.

31.7.16 O armazenamento de agrotóxicos, aditivos e adjuvantes e produtos afins


até o limite de 100 (cem) litros ou 100 (cem) quilos, ou a somatória de litros e
quilos considerados conjuntamente, pode ser feito em armários de uso exclusivo,
trancados e abrigados de sol e intempéries, confeccionados de material
resistente que permita higienização e não propicie a propagação de chamas,
localizados fora de moradias, áreas de vivência e áreas administrativas,
respeitadas as alíneas “b” e “d” do subitem 31.7.14 desta Norma, desde que
obedecidos os seguintes requisitos:

a) não estar localizado em meio de passagem de pessoas ou veículos; 133


b) não guardar produtos químicos incompatíveis juntos em um mesmo armário;
e
c) estar fixados em paredes ou piso de forma a evitar o risco de tombamento.

31.7.17 Os agrotóxicos, aditivos, adjuvantes e produtos afins devem ser


transportados em recipientes rotulados, resistentes e hermeticamente fechados.

31.7.17.1 Os veículos utilizados para transporte de agrotóxicos, aditivos,


adjuvantes e produtos afins devem ser higienizados e descontaminados sempre
que forem destinados para outros fins.

USO DE EPI

Equipamentos de proteção individual (EPI) são usados para proteger os


trabalhadores da exposição aos agrotóxicos. Os pilotos de aeronaves
remotamente pilotadas de pulverização e dispersão de agente biológicos devem
usar EPI adequados, incluindo roupas de proteção, luvas, óculos de proteção e
máscaras respiratórias. Eles também devem estar cientes dos procedimentos de
remoção de EPI e limpeza após a pulverização.

Além disso, é importante que os pilotos sigam as boas práticas de pulverização,


como evitar a aplicação de agrotóxicos em áreas sensíveis, como corpos d'água
e áreas residenciais. Eles também devem estar cientes dos regulamentos
governamentais que regem o uso de agrotóxicos e do armazenamento seguro
de produtos químicos.

A NR 31.20, que trata de Medidas de Proteção Pessoal traz que: segurança e


saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e
aquicultura, estabelece os componentes mínimos para o Equipamento de
Proteção Individual (EPI) de agrotóxicos. São eles:

31.20 Medidas de Proteção Pessoal


31.20.1 É obrigatório o fornecimento aos trabalhadores, gratuitamente, de
equipamentos de proteção individual (EPI), nas seguintes circunstâncias:
a) sempre que as medidas de proteção coletiva forem tecnicamente
comprovadas inviáveis ou quando não oferecerem completa proteção contra os
riscos decorrentes do trabalho;
b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas;
c) para atender situações de emergência.
134
31.20.1.1 Os equipamentos de proteção individual devem ser adequados aos
riscos e mantidos em perfeito estado de conservação e funcionamento.


31.20.1.2 O empregador deve exigir que os trabalhadores utilizem os EPIs.
31.20.1.3 Cabe ao empregador orientar o empregado sobre o uso do EPI.
31.20.2 O empregador rural ou equiparado, de acordo com as necessidades de
cada atividade, deve fornecer aos trabalhadores os seguintes equipamentos de
proteção individual:
a) proteção da cabeça, olhos e face:
1. capacete contra impactos provenientes de queda ou projeção de objetos;
2. chapéu ou outra proteção contra o sol, chuva e salpicos
3. protetores impermeáveis e resistentes para trabalhos com produtos
químicos;
4. protetores faciais contra lesões ocasionadas por partículas, respingos,
vapores de produtos químicos e radiações luminosas intensas;
5. óculos contra lesões provenientes do impacto de partículas, ou de objetos
pontiagudos ou cortantes e de respingos.
b) óculos contra irritação e outras lesões :
1. óculos de proteção contra radiações não ionizantes;
2. óculos contra a ação da poeira e do pólen;
3. óculos contra a ação de líquidos agressivos.
c) proteção auditiva:
1. protetores auriculares para as atividades com níveis de ruído prejudiciais à
saúde.
d) proteção das vias respiratórias:
1. respiradores com filtros mecânicos para trabalhos com exposição a poeira
orgânica;
2. respiradores com filtros químicos, para trabalhos com produtos químicos;
3. respiradores com filtros combinados, químicos e mecânicos, para atividades
em que haja emanação de gases e poeiras tóxicas;
4. aparelhos de isolamento, autônomos ou de adução de ar para locais de
trabalho onde haja redução do teor de oxigênio.
e) proteção dos membros superiores;
1. luvas e mangas de proteção contra lesões ou doenças provocadas por:
1.1. materiais ou objetos escoriantes ou vegetais, abrasivos, cortantes ou
perfurantes;
1.2. produtos químicos tóxicos, irritantes, alergênicos, corrosivos, cáusticos ou
solventes;
1.3. materiais ou objetos aquecidos; 135
1.4. operações com equipamentos elétricos;


1.5. tratos com animais, suas vísceras e de detritos e na possibilidade de
transmissão de doenças decorrentes de produtos infecciosos ou parasitários.
1.6. picadas de animais peçonhentos;
f) proteção dos membros inferiores;
1. botas impermeáveis e antiderrapantes para trabalhos em terrenos úmidos,
lamacentos, encharcados ou com dejetos de animais;
2. botas com biqueira reforçada para trabalhos em que haja perigo de queda de
materiais, objetos pesados e pisões de animais;
3. botas com solado reforçado, onde haja risco de perfuração.
4. botas com cano longo ou botina com perneira, onde exista a presença de
animais peçonhentos;
5. perneiras em atividades onde haja perigo de lesões provocadas por
materiais ou objetos cortantes, escoriantes ou perfurantes;
6. calçados impermeáveis e resistentes em trabalhos com produtos químicos;
7. calçados fechados para as demais atividades.
g) proteção do corpo inteiro nos trabalhos que haja perigo de lesões
provocadas por agentes de origem térmica, biológica, mecânica, meteorológica
e química:
1. aventais;
2. jaquetas e capas;
3. macacões;
4. coletes ou faixas de sinalização;
5. roupas especiais para atividades específicas (apicultura e outras).
g) proteção contra quedas com diferença de nível.
1. cintos de segurança para trabalhos acima de dois metros, quando houver
risco de queda.
31.20.3 Cabe ao trabalhador usar os equipamentos de proteção individual
indicados para as finalidades a que se destinarem e zelar pela sua
conservação.
31.20.4 O Ministério do Trabalho e Emprego poderá determinar o uso de outros
equipamentos de proteção individual, quando julgar necessário.

Em resumo, os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas de pulverização e


dispersão de agente biológicos devem estar cientes dos tipos de agrotóxicos que
estão usando e dos efeitos que eles podem ter na saúde humana e no meio
ambiente. Eles também devem usar EPI adequados e seguir as boas práticas de
pulverização e regulamentos governamentais para garantir a segurança dos 136
trabalhadores e do meio ambiente.


Módulo 02
Tema 3. Ecotoxicologia e contaminação ambiental

A pulverização aérea de agroquímicos é uma técnica amplamente utilizada para


proteger as culturas contra pragas e doenças. No entanto, essa prática pode ter
consequências ambientais negativas, como a contaminação do solo, da água e
do ar. Neste capítulo, discutiremos o que é importante para um piloto de
aeronave remotamente pilotada de pulverização e dispersão de agente
biológicos saber sobre ecotoxicologia e contaminação ambiental.

Ecotoxicologia: A ecotoxicologia é a ciência que estuda os efeitos dos produtos


químicos no meio ambiente e nos organismos vivos. É importante que os pilotos
de aeronaves remotamente pilotadas de pulverização e dispersão de agente
biológicos estejam cientes dos efeitos dos agroquímicos na vida selvagem,
especialmente nas espécies ameaçadas de extinção. Os pilotos devem estar
cientes dos impactos ambientais da pulverização aérea e devem seguir as boas
práticas de pulverização para minimizar a exposição dos organismos vivos aos
produtos químicos.

Contaminação ambiental: A contaminação ambiental é uma das principais


preocupações relacionadas à pulverização aérea de agroquímicos. Os produtos
químicos podem se espalhar para além da área-alvo e afetar o meio ambiente.
Os pilotos devem estar cientes dos riscos de contaminação do solo, da água e
do ar e tomar medidas para minimizar esses riscos. Eles devem evitar pulverizar
em áreas sensíveis, como corpos d'água, áreas residenciais e habitats naturais.
Também é importante que os pilotos sejam treinados em procedimentos de
armazenamento e descarte seguro de agroquímicos.

Além disso, os pilotos devem estar cientes dos regulamentos governamentais


que regem o uso de agroquímicos e a pulverização aérea. Eles devem estar
atualizados sobre as normas de emissão de poluentes e os limites de
contaminação de solo e água. Os pilotos devem colaborar com as autoridades
ambientais para garantir a conformidade com as regulamentações.

Em resumo, os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas de pulverização e


dispersão de agente biológicos devem estar cientes dos efeitos dos
agroquímicos no meio ambiente e nos organismos vivos. Eles devem seguir as
boas práticas de pulverização e tomar medidas para minimizar a contaminação
ambiental. Além disso, eles devem estar atualizados sobre os regulamentos
governamentais e colaborar com as autoridades ambientais para garantir a
conformidade com as regulamentações.

137


Módulo 02
Tema 4. Tecnologia de aplicação

A tecnologia de aplicação é um aspecto crucial para a eficiência e eficácia da


pulverização aérea de agroquímicos. Neste capítulo, discutiremos o que é
importante para um piloto de aeronave remotamente pilotada de pulverização e
dispersão de agente biológicos saber sobre tecnologia de aplicação.

Seleção do equipamento de pulverização: Os pilotos de aeronaves remotamente


pilotadas devem selecionar o equipamento de pulverização adequado para as
condições de cultivo e o tipo de agroquímico a ser aplicado. O equipamento deve
ser capaz de distribuir o agroquímico de forma uniforme e consistente,
garantindo a cobertura adequada das plantas. Além disso, os equipamentos
devem ser calibrados regularmente para garantir que a taxa de aplicação seja
precisa.

Seleção do tamanho de gota: Os tamanhos de gotas afetam a eficácia da


aplicação, a deriva e o impacto ambiental. Os pilotos devem selecionar o
tamanho de gota adequado para garantir que o agroquímico atinja o alvo
desejado e minimize a deriva. Gotas muito pequenas podem ser levadas pelo
vento e causar a deriva, enquanto gotas muito grandes podem não aderir
adequadamente às plantas. O tamanho ideal de gota deve ser selecionado com
base nas condições climáticas e ambientais da área de pulverização.

Velocidade de voo: A velocidade de voo também afeta a eficácia da aplicação e


a deriva. Os pilotos devem selecionar a velocidade de voo adequada com base
nas condições climáticas, no tamanho da área de pulverização e na taxa de
aplicação. Velocidades mais altas podem aumentar a deriva e diminuir a
cobertura adequada das plantas, enquanto velocidades mais baixas podem
aumentar o tempo de pulverização e a exposição do piloto aos agroquímicos.

Monitoramento da pulverização: Os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas


devem monitorar constantemente a pulverização para garantir a cobertura
adequada das plantas e minimizar a deriva. Os pilotos devem estar cientes das
mudanças nas condições climáticas e ambientais durante a pulverização e
ajustar a taxa de aplicação, o tamanho de gota e a velocidade de voo conforme
necessário.

Em resumo, a tecnologia de aplicação é um aspecto crítico da pulverização


aérea de agroquímicos. Os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas devem
selecionar o equipamento de pulverização adequado, selecionar o tamanho de
gota e a velocidade de voo adequados e monitorar constantemente a
pulverização para garantir a cobertura adequada das plantas e minimizar a 138
deriva.


Módulo 02
Tema 5. Teoria da Gota e Deriva

A teoria da gota e deriva é um aspecto importante da pulverização aérea de


agroquímicos que os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas devem
entender. Neste capítulo, discutiremos o que é importante para um piloto saber
sobre a teoria da gota e deriva.

Teoria da gota: A teoria da gota descreve a relação entre o tamanho da gota, a


densidade da gota, a velocidade da gota e a taxa de aplicação. Quanto menor a
gota, maior a densidade e menor a velocidade da gota. Isso significa que as
gotas menores têm maior probabilidade de aderir às plantas e cobri-las de
maneira mais uniforme do que as gotas maiores. No entanto, gotas muito
pequenas podem ser levadas pelo vento e causar deriva, enquanto gotas muito
grandes podem não aderir adequadamente às plantas.

Deriva: A deriva é um problema comum na pulverização aérea de agroquímicos.


A deriva ocorre quando o agroquímico pulverizado é levado pelo vento para
áreas fora da área de aplicação, causando impactos ambientais indesejados e
potencialmente perigosos para a saúde humana. A deriva pode ser reduzida
selecionando o tamanho de gota adequado, a velocidade de voo e a direção do
vento.

Técnicas de redução de deriva: Existem várias técnicas para reduzir a deriva


durante a pulverização aérea. Uma técnica comum é o uso de bicos com ângulos
específicos que produzem gotas maiores e mais pesadas. Além disso, a redução
da velocidade de voo e o aumento da altitude de voo também podem reduzir a
deriva. Outra técnica é o uso de defletores de ar para redirecionar as gotas
pulverizadas para as plantas e minimizar a deriva.

Monitoramento da deriva: Os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas


devem monitorar constantemente a deriva durante a pulverização. Isso pode ser
feito observando as condições climáticas, a direção do vento e a cobertura das
plantas. Os pilotos devem ajustar a taxa de aplicação, o tamanho de gota e a
velocidade de voo conforme necessário para minimizar a deriva.

Em resumo, a teoria da gota e deriva é um aspecto importante da pulverização


aérea de agroquímicos. Os pilotos de aeronaves remotamente pilotadas devem
entender a relação entre o tamanho da gota, a densidade da gota, a velocidade
da gota e a taxa de aplicação, bem como as técnicas de redução de deriva e
monitoramento da deriva. O conhecimento e a aplicação adequada desses
princípios podem ajudar a garantir uma pulverização eficiente e segura.
139


Módulo 02
Tema 6. Preparo de calda, carregamento, tríplice lavagem, descontaminação

O preparo de calda, carregamento, tríplice lavagem e descontaminação são


processos cruciais para garantir a segurança do piloto de aeronave remotamente
pilotada e do meio ambiente durante o uso de agrotóxicos. Neste capítulo,
discutiremos o que é importante para um piloto saber em relação a esses
processos.

Preparo de calda: O preparo de calda é o processo de misturar o agrotóxico com


água e outros aditivos necessários para criar uma solução homogênea que
possa ser pulverizada. É importante seguir as instruções do rótulo do produto ao
preparar a calda, incluindo a taxa de aplicação, o tamanho de gota, a pressão de
pulverização e outros fatores importantes. Além disso, os pilotos devem usar
equipamentos de proteção individual (EPI) adequados durante o processo de
preparo de calda.

Carregamento: é o processo de transferir a calda do tanque de armazenamento


para a aeronave. Durante o carregamento, os pilotos devem garantir que o
tanque da aeronave esteja limpo e que o agrotóxico esteja sendo transferido de
maneira segura e adequada. É importante seguir as instruções do fabricante da
aeronave e do agrotóxico durante o processo de carregamento.

Tríplice lavagem: é um processo de limpeza rigoroso para garantir que os


recipientes de agrotóxicos vazios sejam limpos adequadamente antes de serem
descartados. Os pilotos devem seguir as instruções do fabricante do agrotóxico
para garantir que os recipientes sejam limpos adequadamente e seguros para
descarte. A tríplice lavagem é um processo importante para evitar a
contaminação ambiental e garantir a segurança do piloto e do meio ambiente.

Descontaminação: é um processo para garantir que a aeronave e os


equipamentos de pulverização estejam limpos e seguros após o uso de
agrotóxicos. Os pilotos devem seguir as instruções do fabricante da aeronave e
do agrotóxico para garantir que a descontaminação seja realizada
adequadamente. É importante lembrar que a descontaminação deve ser feita em
uma área segura e bem ventilada, e os pilotos devem usar EPI adequados
durante o processo de descontaminação.

Em resumo, os pilotos devem seguir as instruções do fabricante do agrotóxico e


da aeronave durante esses processos e usar EPI adequados para minimizar o
risco de exposição aos agrotóxicos. O conhecimento e a aplicação adequada
desses princípios podem ajudar a garantir uma pulverização eficiente e segura.
140


Módulo 02
Tema 7. Fatores meteorológicos que influenciam nas aplicações

Os fatores meteorológicos têm um papel fundamental no sucesso da aplicação


de agrotóxicos com drones de pulverização. É essencial que o piloto de aeronave
remotamente pilotada esteja ciente dos fatores meteorológicos que podem afetar
a aplicação, a fim de garantir a segurança, a eficácia e a precisão da
pulverização.

Temperatura: A temperatura é um fator importante a ser considerado durante a


aplicação de agrotóxicos. A temperatura pode afetar a evaporação da solução
de pulverização, o que pode levar a uma redução na eficácia do agente. Além
disso, a temperatura pode afetar a viscosidade da solução de pulverização, o
que pode levar a um tamanho de gota inconsistente e a uma cobertura
inadequada das plantas.

Umidade: A umidade também é um fator importante a ser considerado durante a


aplicação de agrotóxicos. A umidade pode afetar a evaporação da solução de
pulverização, a adesão às plantas e a qualidade da cobertura. É importante evitar
a aplicação de agrotóxicos durante períodos de alta umidade, pois isso pode
levar a uma cobertura inadequada das plantas.

Velocidade do vento: A velocidade do vento é um fator crítico na aplicação de


agrotóxicos com drones de pulverização. O vento pode afetar a trajetória das
gotas de pulverização e levar à deriva, o que pode levar à contaminação de áreas
não alvo. É importante evitar a aplicação de agrotóxicos durante períodos de
vento forte, pois isso pode aumentar o risco de deriva e contaminação.

Precipitação: A precipitação é um fator importante a ser considerado antes da


aplicação de agrotóxicos. A precipitação pode levar à lavagem da solução de
pulverização e reduzir a eficácia do agente. Além disso, a precipitação pode levar
à contaminação de áreas não alvo, pois a água pode transportar o agrotóxico
para outras áreas.

Horário do dia: O horário do dia é um fator importante a ser considerado durante


a aplicação de agrotóxicos. É importante evitar a aplicação de agrotóxicos
durante o período mais quente do dia, pois isso pode levar à evaporação rápida
da solução de pulverização e à redução da eficácia do agente. Além disso, a
aplicação durante o período mais quente do dia pode aumentar o risco de deriva
e contaminação.

Em resumo, os fatores meteorológicos têm um papel crítico na aplicação de


agrotóxicos com drones de pulverização. Os pilotos de aeronaves remotamente 141
pilotadas devem estar cientes dos fatores meteorológicos que podem afetar a


aplicação, a fim de garantir a segurança, a eficácia e a precisão da pulverização.
A aplicação deve ser realizada durante condições climáticas favoráveis, evitando
períodos de alta umidade, vento forte, precipitação e o período mais quente do
dia. O conhecimento e a aplicação adequada desses princípios podem ajudar a
garantir uma pulverização eficiente e segura.

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