Trabalho 08-2023-ARLS AJ

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A.R.L.S.

Aurora Joinvilense - 4043


FEDERADA AO GRANDE ORIENTE DO BRASIL
JURISDICIONADA AO GOB-SANTA CATARINA
RITO DE YORK

Trabalho da 7ª S.’. da 1ª Pr.’.:


"VIRTUDE: Fé, Esperança e Amor”

Marcelo Pacheco Caetano


A.’. M.’.
CIM nº 328564
23 de novembro, de 2023 da E.’.V.’.
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“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (Bíblia Sagrada,
Novo testamento, João 4:8)

“Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na


oração.” (Bíblia Sagrada, Novo testamento, Romanos: 12.12)

“Ora, a fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não
vemos.” (Bíblia Sagrada, Novo testamento, Hebreus 11:1)

"VIRTUDE: Fé, Esperança e Amor”

Cumpre começar o presente trabalho com a definição cristã de Amor (ou caridade),
Esperança e Fé: que são as três principais virtudes cristãs, conforme arroladas pelo apóstolo
Paulo, no décimo terceiro capítulo da Primeira Carta aos Coríntios, um dos ou talvez mesmo o
mais belo capítulo de todo o Novo Testamento. Os católicos chamam-nas de virtudes teologais,
que seriam infundidas por Deus no homem, e cuja ação é complementada pelas virtudes
cardinais (prudência, justiça, fortaleza e temperança). Tanto no campo da teologia, quanto no
da Filosofia, a virtudes do amor, esperança e fé são a base na qual deve todo o homem
assentar seu ser e seu espírito.

Diante da revelação de Deus, que propõe o seu projeto de salvação, o ser humano é
convidado a responder através da fé, da esperança e da caridade. Crendo, esperando e
amando o homem coloca-se na dinâmica de uma existência voltada para Deus. Mais do que
um conjunto de conteúdos, é um caminho de vida, uma disposição, uma capacidade e
disponibilidade de cumprir todos os dias um “atos de fé”, de colocar-se nas mãos de Deus com
plena confiança, esperando Dele a plenitude dos bens e a vida eterna.

Nesse contexto, Santo Agostinho aprofundou a interioridade da decisão da fé, a sua


ligação com a esperança e a caridade, tudo com uma forte referência a Cristo. Por volta do
ano 421 da era vulgar, Agostinho escreveu o “Manual sobre a fé, a esperança e a caridade”
(Enchiridion de fide, spe et caritate) ao seu amigo Lourenço, e apresentou algumas
inquietações práticas: quais as verdades que o cristão deve crer e as heresias que precisa
evitar? Em que medida a razão pode intervir a favor da religião? O que foge ao seu alcance? O
que deve ocupar o primeiro e o que deve ocupar o último lugar no ensinamento e na vida
cristã?

Tais inquietações de Santo Agostinho perduram até os dias hodiernos, pois o homem
deve sempre buscar não só na religião tais ensinamentos, mas também na filosofia e na
espiritualidade, como uma práxis de sua vida e seus atos, seja em casa ou em sociedade. Não
encontramos no “Manual” de Agostinho uma definição clara e objetiva do termo virtude, aliás,

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é uma palavra pouca citada em seu texto. Mas percebemos claramente, no decorrer da obra
que é a essência da vida cristã. A virtude é a ordem do amor, diz respeito à vivência concreta,
é o meio através do qual a ordem moral se estabelece nas ações humanas. Ordem que pode
realizar-se mediante o uso disciplinado da razão.

A virtude não é meta em si mesma, é caminho para a verdadeira felicidade humana


que é a visão de Deus. É o caminho virtuoso que a razão sozinha não consegue percorrer, mas
que iluminada pela Sabedoria Divina, assume o compromisso de sustentar o cristão nesta
vivência.

Indo mais além, independentemente da religião que se pratique, me arrisco a dizer que
todas as religiões cristãs se lastreiam nos princípios do amor, que se transmuta em caridade, fé e
esperança. Tais princípios também são adotados pela maçonaria, apesar de muitos profanos
acharem, por ignorância e desconhecimento, o contrário. Na seara filosófica, para o grego
Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), a virtude é entendida como uma prática e não como sendo
mero conhecimento ou algo natural que cada ser humano possui, sendo essa a razão pela qual
se faz necessária a sua prática constante como um hábito. A prática da virtude inclina a pessoa
para o bem, que é a busca pela felicidade. Para Aristóteles VIRTUDE é a ÉTICA!

Aristóteles foi o primeiro filósofo a tratar da ética como uma área própria do
conhecimento, sendo considerado o fundador da ética como uma disciplina da filosofia. A
ética (do grego ethos, "costume", "hábito" ou "caráter") para Aristóteles está diretamente
relacionada com a ideia de virtude (areté) e da felicidade (eudaimonia). Para o filósofo grego,
tudo tende para o bem, sendo a felicidade a finalidade da vida humana. Entretanto, a
felicidade não deve ser compreendida como prazer, posse de bens ou reconhecimento. A
felicidade é a prática de uma vida virtuosa.

O ser humano, dotado de razão e capacidade de realizar escolhas, é capaz de


perceber a relação de causa e efeito de suas ações e orientá-las para o bem. Nesse sentido,
para Aristóteles a ética opera no campo do possível, onde é tudo aquilo que não é uma
determinação da natureza, mas depende das deliberações, escolhas e da ação humana. O
filósofo propõe a ideia da ação guiada pela razão como um princípio fundamental da
existência ética. Desse modo, a virtude é o "bem agir", baseado na capacidade humana de
deliberar, escolher e agir.

Amor, fé e esperança também são consideradas as três virtudes fundamentais que o


apóstolo Paulo apresenta como eternas, isto é, que jamais se acabarão, enquanto que as

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profecias, os milagres e as línguas, apesar de tão valorizadas na época em o apóstolo viveu, e


até sobrevalorizada nos dias de hoje, são temporários e, por isso perecerão. Por serem tão
importantes em nosso relacionamento com Deus, as três virtudes apresentadas pelo apóstolo
Paulo foram denominadas de teologais, enquanto outras virtudes como prudência, justiça e
temperança foram denominadas de virtudes humanas.

As principais virtudes maçônicas são sete, sendo três delas teologais (referentes à
relação do homem com Deus) e quatro cardeais (que norteiam a conduta na vida). As virtudes
teologais são a Fé, a Esperança e a Caridade. As cardeais são: Temperança, Justiça, Coragem
e a Prudência.

Virtudes teologais são assim denominadas porque têm a Deus por objeto de modo
imediato. Pela fé nós aderimos ao que Ele revelou; pela esperança tendemos a Deus,
apoiando-nos em seu socorro para chegar a possuí-Lo um dia e vê-Lo face a face; pela
caridade amamos a Deus sobrenaturalmente mais do que a nós mesmos. Estas são, sem dúvida,
as virtudes mais elevadas do ser humano, pois elas é que nos fazem aperfeiçoar as outras
virtudes morais que não atingem o fim último do homem, mas sim os meios para chegar a este
fim.

Nesse diapasão, ao analisarmos a arquitetura de uma Loja maçônica, estruturada em


suas Joias e Luzes e, divididos seus conhecimentos em seus graus hierárquicos, representados por
suas ferramentas de trabalho, poderemos bem depreender que ao AFM.’. compete a Força e a
Fé, pois é o início e, como todo principiante, basta somente crer naquilo que agora tem como
Verdade Absoluta, para malhar e cumprir as orientações que lhe são ministradas. A Fé se
define como “a primeira das três virtudes teologais; um conjunto de dogmas e doutrinas que
constituem um culto” e sendo o dogma “um ponto fundamental e indiscutível de uma doutrina
ou um sistema”, clarifica-se ao AFM.’. explorar a Força de seu corpo e crer com toda sua Fé.

Por tais razões a pergunta: “o que viestes fazer aqui?” ou “o que se fazes em vossa
Loja?”, é respondida: “Vencer minhas paixões levantando Templos à Virtude e cavando
masmorras ao vício”. Pois a Virtude é a disposição da alma que nos induz a praticar o bem;
sendo o Vício o oposto da virtude. Podemos verificar que o “Templo” da Loja possui quatro
cantos, os quais lembram as quatro virtudes cardeais: a Temperança, a Justiça, a Coragem e a
Prudência. Essas virtudes, conjugadas com a da Fé, Esperança e Amor (Caridade), é que
formam o homem-maçom.

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Assim, a virtude, no seu mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades essenciais
que constituem o homem de bem. Ser bom, caridoso, laborioso, sóbrio e modesto são
qualidades do homem virtuoso. Nesse sentido, todos os homens de bem, maçons ou não,
devem ignorar que são virtuosos, devem deixar-se ir pela corrente de suas santas inspirações e
praticar o bem com total desinteresse e completo esquecimento de si mesmos.

Portanto, temos que: A Fé não pode ser adquirida pela simples vontade do homem:
"Não podemos crer, ou seja, praticar atos de Fé, sem a graça de Deus. A fé é uma virtude
sobrenatural pela qual – apoiado na autoridade de Deus – cremos nas verdades que foram
reveladas". A Esperança, como o próprio nome diz, é um ato de aguardar e não de tomar
providências e manipular. "A esperança é uma virtude sobrenatural pela qual confiamos em
que Deus nos dará a glória mediante sua graça e nossa correspondência a ela." A Caridade
(Amor) é uma virtude sobrenatural pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas – por quem
Ele é – e ao próximo por amor a Deus. É tida como a virtude primordial, a maior de todas. A
Caridade é um sentimento ou uma ação altruísta de ajudar o próximo sem buscar qualquer tipo
de recompensa. Amor ao próximo; bondade; benevolência; compaixão; é um sentimento que
pode ter dois sentidos, o sentimento para si mesmo e ao próximo.

A.’.R.’.L.’.S.’. Aurora Joinvilense – nº 4043, Or.’. de Joinville/SC/Brasil.

Marcelo Pacheco Caetano


A.’. M.’.
CIM nº 328564

Fontes de pesquisa:
 https://www.bibliaonline.com.br
 https://www.revistamirabilia.com/sites/default/files/pdfs/2010_02_05.pdf
 https://www.michaelwinetzki.com.br/2022/12/fe-esperanca-e-caridade-na-visao.html
 http://www.lojauniaobrasileira.com.br/telas/fotos/adm_10/Trabalho%20Grau%20I%20%20VIRTUDES%
20-%20Alex%20pandolfo.pdf
 https://jamilkauss24.blogspot.com/2009/10/fe-esperanca-e-caridade-as-virtudes.html
 Sponville, André C. (1999) - Pequeno Tratado das Grandes Virtudes - Ed. Martins Fontes.
 Camino, Rizzardo da. Vade-Mécum do Simbolismo Maçônico. Ed. Madras; 2ª edição. janeiro 2006.

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