Acordao - 216822023 - 2023 12 05 11 24 48

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MINISTÉRIO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - MPS

CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - CRPS

21ª Junta de Recursos


Data/Hora: 05/12/2023 11:24:48

Número do Processo: 44235.701034/2022-51


Tipo do Processo: Recurso Ordinário
APS Responsável: SERVIÇO DE CENTRALIZAÇÃO DA ANÁLISE DE RECONHECIMENTO DE DIREITOS
SRSEII
Objeto do Processo: Espécie/NB: 31/634.270.643-7
Espécie: Auxílio-doença previdenciário
Recorrente: DIRCELIA MAURICIA DOS SANTOS
Recorrido: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
Assunto: RESTABELECIMENTO
Relator: FLAVIA ELLEN GOMES RAMALHO LEITE

Inclusão em Pauta
Incluído em pauta em 13/11/2023 14:01:46 para sessão 1026/2023.

Relatório
DIRCELIA MAURICIA DOS SANTOS, inconformado com o indeferimento do seu requerimento ao
benefício por Incapacidade, recorre a este órgão Colegiado.

Inicialmente, é de grande importância asseverar que o presente pleito fora indeferido pelo INSS,
pelo fato de a recorrente não possuir a qualidade de segurada da previdência social, conforme
observa-se na comunicação de decisão emitida pela autarquia.

Acerva-se ainda que na fase recursal a Recorrente não apresentou nenhuma prova que contrarie a
decisão impugnada, não trazendo novos elementos ao feito que devam ser levados em
consideração afim de reformar a decisão original.

Diante disto, outra não pôde ser a decisão do INSS a não ser optar pelo indeferimento do pleito no
presente caso em discussão.

Solicito inclusão em pauta.

Assinatura do documento: 23E0020DA1E79311E1CFEF1EA823FDB4D0BC4F07618A8BA5A8B086864A02C101


Assinatura digital do presidente: 7066182285A8B654F5C68543DCED2D29A8CEC44F1C6EC036E4B4CCDFBA8F8D74
Assinatura digital do(a) relator(a): 7FA200C5779B4708FDF24BFB3AB57E3826586EFC151F54E437D7E8EBC6010F91

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Voto
EMENTA:

BENEFÍCIO POR INCAPACIDADE. FALTA DA QUALIDADE DE SEGURADA DA PREVIDENCIA


SOCIAL. INDEFERIMENTO. RECURSO ORDINÁRIO. LEGALIDADE DO ATO RECORRIDO.
LEGISLAÇÃO APLICÁVEL: ART. 78 DO RPS - DECRETO LEI Nº 3.048/99 C/C ART. 59 DA LEI
Nº 8.213/91. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

Recurso tempestivo conforme previsto no § 1º. Do Art. 305 do Regulamento da Previdência Social
aprovado pelo Decreto Lei nº. 3.048/99, pois não consta nos autos ciência da decisão denegatória
pela recorrente.

Do mesmo modo, não há nos autos qualquer informação a respeito da existência de demanda
judicial em trâmite com objeto idêntico ao do presente recurso, assim, não há óbice ao
prosseguimento da análise do apelo, motivo pelo qual, preliminarmente, conheço do recurso e
passo, em seguida, ao exame do mérito.
Trata dos autos de recurso impetrado pela parte postulante, já qualificada ao presente, face o INSS
em virtude da negativa do benefício Auxílio Doença, motivo este que ensejou a interposição do
recurso pela mesma sob alegação da incapacidade laborativa, conforme descrito no minucioso
relatório acima.
O benefício em tela tem previsão nos seguintes diplomas legais, in verbis:
- Da Lei nº 8213/91:
Art. 59. O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o
período de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua
atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.
Parágrafo único. Não será devido auxílio-doença ao segurado que se filiar ao Regime Geral de
Previdência Social já portador da doença ou da lesão invocada como causa para o benefício, salvo
quando a incapacidade sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou
lesão.
- Do Decreto lei nº 3.048/99:
Art. 29. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social,
ressalvado o disposto no art. 30, depende dos seguintes períodos de carência:
I - doze contribuições mensais, nos casos de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez.
Art. 71. O auxílio-doença será devido ao segurado que, após cumprida, quando for o caso, a
carência exigida, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de
quinze dias consecutivos.
Art. 78 - O auxílio doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho ou pela
transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de qualquer natureza, neste caso
se resultar sequela que implique redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
Para estabelecer a existência de incapacidade laboral, o segurado deve se submeter à perícia
médica do INSS, posto que, o parecer conclusivo quanto à incapacidade laboral deve ser emitido
privativamente por médico-perito previdenciário conforme estabelece o Art. 2º, I, da Lei
10.876/2004:
Art. 2º. Compete privativamente aos ocupantes do cargo de Perito Médico da Previdência Social, e,
supletivamente, aos ocupantes do cargo de Supervisor Médico-

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Protocolo: 44235.701034/2022-51
Pericial da carreira de que trata a Lei 9620/98, no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social -
INSS e do Ministério da Previdência Social - MPS, o exercício das atividades médico-periciais
inerentes ao Regime Geral da Previdência Social de que tratam as Leis 8212/91 e 8213/91. à Lei
8742/93 - Lei orgânica da Assistência Social, e à aplicação da Lei 8112/90, e, em especial:
I- emissão de parecer conclusivo quanto à capacidade laboral para fins previdenciários.

Fixando esses parâmetros, cabe analisar a conjuntura apresentada nestes autos.

O pleito é de fácil compressão. Conforme exposto, para a concessão do benefício por incapacidade
é necessário que a postulante possua qualidade de segurado da previdência social na data de
entrada do requerimento.

No entanto, como supracitado no relatório do processo, a recorrente não apresentou elementos


suficientes que demonstrem sua condição de segurada especial.

Dito isto, não foi apresentado nenhuma prova que contrarie o ato decisório da autarquia e, dessa
forma, comprovasse qualidade de segurada da mesma.

Perante o exposto, a decisão do INSS permanece inalterada tendo por não haver sido comprovada
a qualidade de segurada da recorrente.

CONCLUSÃO

Ante o exposto, voto por CONHECER DO RECURSO para, no mérito, NEGAR PROVIMENTO à
parte recorrente.

FLAVIA ELLEN GOMES RAMALHO LEITE


Relator(a)

Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com o voto do(a) Relator(a).


JANE CLEYDE DE OLIVEIRA GOMES
Conselheiro(a) Titular Representante das Empresas

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Protocolo: 44235.701034/2022-51
Declaração de Voto

Conselheiro(a) concorda com o voto do(a) Relator(a).


MARIZA DE SA MONTEIRO
Conselheiro(a) Titular Representante do Governo

Declaração de Voto

Presidente concorda com o voto do(a) Relator(a).


EVERALDO DE AZEVEDO CHAVES JUNIOR
Presidente

Decisório
Nº Acordão: 21ª JR/21682/2023

Vistos e relatados os presentes autos, em sessão realizada em 05/12/2023, ACORDAM os membros


da 21ª Junta de Recursos, em CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO, POR UNANIMIDADE,
de acordo com o voto do(a) Relator(a) e sua fundamentação.

Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros JANE CLEYDE DE OLIVEIRA GOMES e


MARIZA DE SA MONTEIRO.

FLAVIA ELLEN GOMES RAMALHO LEITE EVERALDO DE AZEVEDO CHAVES JUNIOR


Relator(a) Presidente

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Protocolo: 44235.701034/2022-51

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