Matemática para O Ensino Básico I - Material Básico de Estudo
Matemática para O Ensino Básico I - Material Básico de Estudo
Matemática para O Ensino Básico I - Material Básico de Estudo
Para trabalharmos a disciplina ao longo do semestre foi elaborado esse material básico de estudo,
que consiste em uma compilação de vários materiais que abordam os conteúdos matemáticos a serem
abordados, a partir da perspectiva adotada pelos PCN.
Aproveitamos para esclarecer que todas as fontes utilizadas nesse material estão sendo citadas e
que, ao final de cada unidade, estarei indicando algumas referências de livros, revistas e/ou sites da
internet que complementam e enriquecem o estudo proposto.
Bom trabalho para todos(as) nós!!!
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MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 1ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
A idéia chave do SND é utilizar o valor posicional dos algarismos para representar a ação de agrupar e
trocar. Para introduzir o SND é aconselhável que o professor realize atividades diversificadas sobre
agrupamentos e trocas, além da familiarização do valor posicional dos algarismos.
Convivendo com sistemas decimais, como o SND e o Sistema Métrico Decimal, em seu cotidiano, o
aluno os utiliza sem se dar conta de suas propriedades. Nesse sentido, compreender as características do
SND, ajudará o aluno a entender como fazer as 4 operações com números naturais e, mais tarde, como
representar números racionais na forma decimal, bem como operar com eles.
Recomendamos que o trabalho com o SND seja realizado por meio de atividades e materiais
diversificados, levando os alunos a construírem um conhecimento significativo, permitindo, dessa forma,
sua utilização com segurança. Para que o aluno entenda o valor posicional dos algarismos, o professor
poderá utilizar atividades diversificadas de representação. Existem vários materiais didáticos que podem
ser utilizados para esse fim. Nesse curso iremos trabalhar com algumas possibilidades de exploração do
material dourado e do ábaco.
O MATERIAL DOURADO
O material dourado foi criado pela médica italiana Maria Montessori (1870-1952) quando ela
trabalhava com crianças que apresentavam distúrbios de aprendizagem. Originalmente, era constituído de
contas de plástico, na cor dourada (daí o seu nome). Atualmente, o material dourado é construído em
madeira ou EVA, sendo formado pelas seguintes peças:
3
Atividades com o material dourado
2ª atividade: Com 23 cubinhos e 2 barras, que trocas poderão ser feitas, para se obter a menor quantidade
de peças? Registre, com algarismos, o que você obteve.
____________________
3ª atividade: Com 1 placa, 8 barras e 25 cubinhos, como você fará para trocá-las e obter a menor
quantidade possível de peças? Faça o registro com algarismos do resultado de suas trocas.
____________________
4ª atividade: Represente com o material dourado e de modo mais simples as quantidades indicadas pelos
números abaixo. Registre, no quadro abaixo, como você fez.
a) 27 b) 50 c) 18
Placa Barra Cubinho
5ª atividade:
a) Se tivermos 7 barras e 8 cubinhos, qual será o registro com algarismos? E se acrescentarmos mais 2
cubinhos à quantidade inicial, como ficará o registro?
b) O que acontecerá se retirarmos apenas 1 cubinho nos seguintes casos:
• Havendo apenas 1 placa? • Se houver 2 placas e 4 barras? • Se forem 5 placas?
4
O ÁBACO
O ábaco é um antigo instrumento de cálculo, formado por uma moldura com hastes paralelas,
correspondentes a uma posição (unidades, dezenas, centenas, unidades de milhar,...). Em cada haste
encontram-se elementos de contagem que podem ser bolas, contas, fichas, etc que deslizam livremente.
FIGURA 2
UM C D U
4 4 0 6
No sistema de base decimal, nunca podemos deixar dez bolinhas na mesma haste. Quando isso
ocorrer, devemos trocar as dez bolinhas por uma outra de valor posicional superior imediato.
a) 3144
b) 1280
c) 657
d) 105
Organização da classe: os alunos devem organizar-se em duplas (jogarão dupla contra dupla)
Metodologia: Cada dupla de alunos, na sua vez de jogar, deverá pegar o dado e jogá-lo, conferindo o
valor obtido. Este valor deverá ser representado no ábaco. Para representá-lo deverão ser colocadas
bolinhas correspondentes ao valor obtido na primeira haste da direita para a esquerda (que representa as
unidades). A dupla adversária deverá fazer o mesmo procedimento. Quando forem acumuladas 10 bolinhas
(pontos) na haste da unidade, o jogador deve retirar estas 10 bolinhas e trocá-las por 1 bolinha que será
colocada no haste seguinte, representando 10 unidades ou 1 dezena. Nas rodadas seguintes, os jogadores
1
Jogo extraído e adaptado de: http://paje.fe.usp.br/~labmat/edm321/1999/material/_private/abaco.htm
5
continuam marcando os pontos, colocando argolas na primeira haste da esquerda para a direita (casa das
unidades), até que sejam acumuladas 10 argolas que devem ser trocadas por uma argola que será colocada
na haste imediatamente posterior, o haste das dezenas. Vencerá quem colocar a primeira peça na terceira
haste, que representa as centenas.
Observação: As atividades acima têm o objetivo de levar o aluno a perceber o valor posicional dos
algarismos. Depois dessas atividades a nomenclatura: Unidade (U), Dezena (D), Centena (C), (UM) Unidade
de Milhar passa a ter significado claro para os alunos. A partir daí, é interessante propor aos alunos
situações-problema ligadas a sua realidade, conforme exemplificado na próxima atividade.
ATIVIDADE NO MOODLE:
• Registre as principais facilidades e dificuldades encontradas na realização das atividades realizadas com o
material dourado e com o ábaco.
Referências:
TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática: como dois e dois. São Paulo: FTD, 1997.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar 1. Caderno de Teoria e Prática 2:
Números Naturais conceito e representação. Brasília, 2007.
CENTURION, Marília. Números e operações. São Paulo: Editora Scipione, 1995.
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MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 1ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
Trabalhando os algoritmos
Os algoritmos utilizados para efetuar as operações com números naturais consistem em técnicas
operatórias que simplificam os cálculos. No entanto, para que os alunos compreendam essas técnicas
operatórias, é imprescindível que, ao ensiná-las o professor as justifique por meio das propriedades que
estão envolvidas em cada etapa. Nesse sentido,
Compreender o que se está fazendo e por que se pode fazer alguma coisa desta ou
daquela maneira é motivador e estimulante. Ao lidar com um algoritmo, isso também é
verdade. Se uma criança percebe por que “vai um” numa adição, por que “empresta um”
numa subtração etc, ela começa a sentir melhor o significado das operações no sistema de
numeração decimal e a valorizar mais o importante papel dos algoritmos. Isso é, para a
criança algo como achar o “fio da meada”. Ao contrário, a apresentação dos algoritmos
unicamente nas suas formas finais, acabadas e compactas, parece inibir a compreensão e
a curiosidade da criança. (DANTE, 1985 apud CENTURION, 2006, p. 151)
Antes de iniciar o trabalho com os algoritmos das operações é importante que os alunos dominem os
processos de agrupamentos e de trocas e a representação dos números no Sistema de Numeração Decimal
- SND, já que o desenvolvimento dos algoritmos usuais é baseado nas regras desse sistema.
O algoritmo da adição
A operação de adição está ligada a idéia de juntar, acrescentar. Sendo a e b dois números naturais
quaisquer, a sentença matemática que representa esta operação é:
UM C D U
1 3 7 4
7
Após, adicionamos primeiro as unidades, depois as dezenas, as centenas e, por fim, as
unidades de milhar da segunda parcela 1225:
+1 +2 +2 +5
UM C D U
2 5 9 9
UM C D U
2 6 7 8
Adicionamos as 3 unidades às 8 unidades de 2678. Ficamos com 11 unidades, das quais 10
serão trocadas por uma peça na segunda casa do ábaco. Restará 1 unidade.
UM C D U
Vamos adicionar as 2 dezenas de 1423 às 8 dezenas de 2678, mais a dezena que já foi
agrupada. Ficaremos com 10 dezenas que serão trocadas por uma peça na terceira casa do
ábaco. Não restará nenhuma dezena.
UM C D U
8
Adicionaremos 4 centenas de 1423 às 6 centenas de 2678, mais a centena que já foi agrupada.
Ficaremos com 11 centenas, das quais 10 serão trocadas por uma peça na quarta casa do
ábaco. Restará 1 centena.
UM C D U
Por fim, vamos adicionar a unidade de milhar de 1423 às 2 unidades de milhar de 2678, mais a
unidade de milhar que já foi agrupada. Ficaremos com 4 unidades de milhar, das quais 10
serão trocadas por uma peça na quarta casa do ábaco. Restará 1 centena.
UM C D U
1
1 2 6 9
+ 4 5 2 3
5 7 9 2
ATIVIDADES
1) Uma das técnicas utilizadas por comerciantes, para agilizar o cálculo de troco, ter que recorrer à
conta de papel é o cálculo com “números redondos”. Veja um exemplo:
35 + 88 = 35 + 80 + 8 = 115 + 8 = 123
Realize as operações abaixo utilizando a mesma técnica descrita acima.
a) 31 + 46 b) 142 + 315 c) 51 + 47 d) 64 + 88
A operação de multiplicação consiste numa soma de parcelas iguais. Sendo a, b e c números naturais
quaisquer, a sentença matemática que traduz essa operação é:
12 x 3 = 12 + 12 + 12 = 36
IMPORTANTE:
2 4 2 4
X 3 1 X 3 1
Os alunos são orientados a
2 4 2 4
Não se explica o porquê de colocar o símbolo + para
7 2 7 2 +
se deixar esse espaço vazio. “não deixar o 4 escorregar”
7 4 4 7 4 4
É importante que o algoritmos da multiplicação seja bem compreendido pelos alunos. Para isso, o
professor pode utilizar, além dos vários métodos mostrados acima, materiais didáticos, como o material
dourado e o papel quadriculado, conforme veremos a seguir.
10
Multiplicação utilizando o material dourado
Vamos efetuar a operação 23 x 4, utilizando o material dourado. Sabendo que:
23 x 4 = 23 + 23 + 23 + 23
Temos:
MATERIAL DOURADO ALGORITMO
20 + 3 D U
20 + 3 1
20 + 3 2 3
20 + 3 x 4
4 x 20 + 4 x 3 9 2
80 + 12
80 + 10 + 2
92
20 3
4 20 x 4 = 80 3 x 4 = 12
11
2) Utilizando o papel quadriculado, calcule os produtos:
a) 13 x 5
b) 26 x 18
3) O produto de dois números é 280. Multiplicando-se o primeiro fator por 5 e o segundo por 4, qual é
o novo produto? E multiplicando-se o primeiro fator por 4 e o segundo fator por 5, qual será o novo
produto?
4) Calcule as idades de André, Letícia e Gabriel, sabendo-se que Gabriel tem o dobro da idade de
André e este tem o triplo da idade de Letícia, que tem 8 anos.
O algoritmo da subtração
A operação de subtração está ligada a três ideias básicas: tirar, completar e comparar. É importante
que os alunos associem essas três ideias básicas à subtração. Para tal, é importante que sejam
trabalhadas diversas situações-problema, conforme os exemplos a seguir.
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Sendo a e b dois números quaisquer, a sentença matemática que traduz a operação de subtração é:
Contextualização da situação: Você tem 5 notas de R$10 e 4 notas de R$1 e precisa pagar R$
38,00 a uma pessoa que não tem troco nenhum. Como fazer?
O algoritmo da compensação
Contextualização da situação: Uma menina tem 9 anos e seu irmão tem 6 anos. A diferença
entre as idades é: 9 – 6 = 3. Dentro de 5 anos os dois terão 14 e 11 anos. A diferença de idade
será:
9–6 =3
+5 +5
14 – 11 =3
13
Contextualização da situação: Você tem 5 notas de R$10 e 4 notas de R$1 e precisa pagar R$
38,00 a uma pessoa que não tem troco nenhum. Como fazer?
ATIVIDADES
1) Faça as etapas da subtração 208 – 25 utilizando o quadro QVL e uma representação do material
dourado.
14
O algoritmo da divisão
1ª situação: 2ª situação:
Sabe-se que a distribuição deve ser feita para 5 Sabe-se quantos elementos há em cada grupo,
crianças, mas não se sabe quantos elementos mas não se sabe quantos grupos serão formados.
ficarão para cada uma.
15
O processo longo utilizando material didático
Ao representar 248 reais com 2 notas de 100 reais, 4 notas de 10 e 8 notas de 1, intuitivamente os
alunos dividem a quantidade de cada tipi de notas por 2, ou seja, levam e conta que a divisão se
distribui em relação à adição do lado direito, propriedade fundamental para esse processo de
divisão:
O zero no quociente
16
V
e
j
a
m
o
s
a
l
g
u
n
s
Importante:
17
Processo americano de divisão
Esse processo também conhecido como processo das subtrações sucessivas. Nesse caso, não
se separa o dividendo em suas diversas ordens, trabalhando-se sempre com o total de
unidades. A divisão feita por subtrações sucessivas estimula a habilidade de fazer
estimativas.
Ex.: João quer repartir igualmente 23 figurinhas entre seus cinco irmãos. Qual é a maior
quantidade de figurinhas que cada um pode receber?
18
ATIVIDADES
2) Numa divisão exata, o dividendo é 210 e o quociente é 15. Qual o divisor? E se o quociente fosse
14, qual seria o divisor?
3) Qual é o maior resto que pode ter uma divisão cujo divisor seja 13?
-
0 0 0
5) Divida 696 biscoitos em pacotes de 12 biscoitos cada um, através do algoritmo das subtrações
sucessivas. Complete a tabela com as operações que for realizando:
Nº de pacotes Nº de biscoitos Nº de biscoitos
feitos empacotados que sobraram
0 0 696
ATIVIDADE NO MOODLE:
• Utilize as informações do texto “E a Matemática fora da sala de aula?”, disponível na plataforma moodle,
para analisar a seguinte informação:
REFERÊNCIAS:
CENTURION, Marília. Números e operações. São Paulo: Editora Scipione, 1995.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Gestão da Aprendizagem Escolar – Gestar 1. Caderno de Teoria e Prática 3:
Operações com Números Naturais. Brasília, 2007.
TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática: como dois e dois. São Paulo: FTD, 1997.
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MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 1ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
NÚMEROS RACIONAIS
INTRODUÇÃO
O tema números racionais é indicado por grande parte dos professores como um dos assuntos que os
alunos apresentam maior dificuldade para aprender. Assim sendo, inicialmente, é importante discutir as
seguintes questões:
Por quais motivos os alunos apresentam tantas dificuldades nesse assunto?
Esse conteúdo está bem distribuído ao longo do Ensino Fundamental?
As abordagens metodológicas geralmente utilizadas são adequadas?
A ABORDAGEM
A abordagem dos números racionais tem como um primeiro objetivo levar os alunos a perceberem que os
números naturais, já conhecidos, são insuficientes para resolver determinados problemas. Explorando
situações em que, usando apenas números naturais, não conseguem expressar a medida de uma grandeza
ou o resultado de uma divisão, os alunos identificam nos números racionais a possibilidade de resposta a
novos problemas.
AS DIFICULDADES
Ao raciocinar sobre os números racionais como se fossem naturais, os alunos acabam tendo algumas
dificuldades. Dentre elas, destacamos:
cada número racional pode ser representado por diferentes (e infinitas) escritas fracionárias; por
exemplo, 1/3, 2/6, 3/9 e 4/12 são diferentes representações de um mesmo número;
comparação entre racionais: acostumados com a relação 3 > 2, terão que construir uma escrita
que Ihes parece contraditória, ou seja, 1/3 < 1/2;
se o "tamanho" da escrita numérica era um bom indicador da ordem de grandeza no caso dos
números naturais (8.345 > 41), a comparação entre 2,3 e 2,125 já não obedece o mesmo critério;
se, ao multiplicar um número natural por outro natural (sendo este diferente de O ou 1), a
expectativa era a de encontrar um número maior que ambos, ao multiplicar 10 por 1/2, se
surpreenderão ao ver que o resultado é menor do que 10;
se a seqüência dos números naturais permite falar em sucessor e antecessor, para os racionais
isso não faz sentido, uma vez que entre dois números racionais quaisquer é sempre possível
encontrar outro racional. Assim, o aluno deverá perceber que entre 0,8 e 0,9 estão números
como 0,81, 0,815 ou 0,87.
Parte-todo:
Dividir um chocolate em 3 partes e comer 2.
Quociente:
Dividir 2 chocolates para 3 pessoas.
Razão:
2 de cada 3 habitantes de uma cidade são imigrantes.
Operador:
Que número devo multiplicar por 3 para obter 2.
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AS FRAÇÕES E OS DECIMAIS
A construção da idéia de número racional é relacionada à divisão entre dois números inteiros, excluindo-se
o caso em que o divisor é zero. Ou seja, desde que um número represente o quociente entre dois inteiros
quaisquer (o segundo não-nulo), ele é um número racional. Se quisermos começar o estudo dos racionais
pelo seu reconhecimento pelo aluno, no contexto diário, devemos observar que eles aparecem mais
freqüentemente em sua representação decimal (números com vírgula) do que na forma fracionária.
Se dividirmos uma torta de chocolate em 4 partes, cada parte corresponderá a 1/4 da torta.
Uma classe tem 28 alunos. Dividindo-se a classe em 4 grupos com a mesma quantidade de
alunos, temos 28 ÷ 4 = 7 alunos. Consequentemente 1/4 dos alunos dessa classe corresponde a
7 alunos.
Veja que no caso do bolo podemos dividi-lo em fatias de qualquer tamanho e ele ainda conservará a sua
característica de bolo. Nesse caso, temos uma grandeza contínua.
No caso dos alunos da classe que só podem ser contados um a um, temos uma grandeza discreta ou
descontínua.
Em ambos os casos a ideia de fração está vinculada ao ato de dividir o todo em partes iguais e considerar
uma ou mais partes.
Quando a grandeza é contínua, como no exemplo do bolo, podemos ter as mais variadas frações. No
entanto, no caso de grandezas discretas, como no exemplo da classe de alunos, não é possível
considerarmos frações como 1/6 ou 3/5, pois não podemos dividir igualmente 28 alunos em grupos de 6 ou
de 5.
1/2 3/4
21
Quando o numerador é múltiplo do denominador temos frações aparentes.
2/2 = 1 8/4 = 2
ATIVIDADES:
1) Numa sala de aula, os alunos estavam em polvorosa: um dos alunos havia demonstrado que 1/5 era
igual a 1/6. Os colegas sabiam que algo estava errado, mas não conseguiam descobrir o quê. O aluno
apoiava sua argumentação nas tiras de cartolina: “peguei uma tira de 10 cm e dividi em 5 partes iguais;
cada parte representa 1/5. Depois peguei uma tira de 12 cm e a reparti em 6 partes iguais; cada parte
representa 1/6. Então comparei o pedaço de 1/5 e 1/6 e achei o mesmo tamanho: 2 cm”. Você já
descobriu onde o aluno errou?
2) A organizadora de uma quermesse recebeu uma peça de fita e fez a seguinte distribuição: 1/5 ficou com
a Barraca da Pescaria; 2/5 ficou com a Barraca do Bingo; o restante foi repartido igualmente entre a
Barraca do Tiro e a Barraca das Argolas.
a) Faça uma figura representando a peça toda e as partes de cada barraca.
b) Que parte da peça irá para a Barraca das Argolas?
c) Se a peça toda tem 100m, quantos metros ficaram para a Barraca da Pescaria?
FRAÇÕES EQUIVALENTES
Uma sugestão para abordar a equivalência de frações é o trabalho com composição e decomposição de
figuras e as várias representações possíveis para um mesmo número racional. Uma possibilidade é oferecer
aos alunos um jogo constituído de vários círculos de mesmo tamanho, confeccionados em papel-cartão,
cada um deles recortado de maneira diferente, mas em partes iguais. Outro material utilizado para explorar
esse conteúdo é o quadro de frações. Veja a seguir algumas possibilidades de atividades utilizando esses
dois materiais.
a) Pegue as peças de cores iguais, remonte cada círculo e, por meio de uma fração, identifique cada
uma das peças como parte do círculo.
b) Agora, pegue peças de cores diferentes, monte um círculo e represente essa construção por meio
de uma escrita aditiva.
c) Utilizando as peças menores, monte uma figura que representa a metade de um círculo.
d) Ainda com as peças menores, monte uma figura que represente um terço do círculo.
Uma outra forma interessante de verificar a equivalência entre frações é considerar as unidades
22
a) Utilizando uma régua e o quadro de frações, encontre frações equivalentes a .
1)
2)
3)
ATIVIDADES:
2) Quais das frações da questão anterior são equivalentes? Quais são irredutíveis?
3) Desenhe dois retângulos iguais de comprimento 16 cm e largura 1 cm. Represente as frações 3/4 e
6/8. Essas frações são equivalentes?
4) João comeu 10/15 de um bolo, e Pedro comeu 16/24 de um bolo semelhante. Qual dos dois comeu
mais? O que você conclui sobre essas duas frações?
A COMPARAÇÃO DE FRAÇÕES
Como a unidade foi dividida um mesmo número de partes, as partes têm o mesmo tamanho. Nesse
caso, a maior fração é aquela que tem o maior numerador.
23
Como a unidade foi dividida em números diferentes de partes, o tamanho das partes não é igual, e
quanto menor o número de partes em que dividirmos o todo maiores serão as partes. Portanto, a maior
fração é a que tiver menor denominador.
Notamos, pela figura que . Mas nem sempre é tão simples fazer uma comparação gráfica. Vamos
então procurar uma fração equivalente a e uma outra equivalente a , tendo essas duas novas
frações denominadores iguais. Essa é a maneira mais segura para compararmos frações cujos
denominadores são diferentes, pois, dessa forma, o número de partes em que o todo foi dividido será o
mesmo. Nesse caso, poderíamos ter:
Podemos comparar frações utilizando papel quadriculado. Para comparar as frações e , por
exemplo, devemos ter um número de quadradinhos que seja, ao mesmo tempo, divisível por 4 e por 5.
Esse número pode ser obtido através do cálculo do menor múltiplo comum entre 4 e 5, que é 20.
Construímos, então, um retângulo com dimensões 4cm e 5cm (área 20cm2). Em cada um representamos
uma das frações a comparar:
Um outro material que pode ser utilizado para comparar frações é a régua de frações. Para
comparar as frações e , por exemplo, devemos comparar as réguas que estão divididas em 3 e 4
partes com uma que tenha as divisões em comum com elas. Nesse caso, será a régua dividida em 12
partes.
24
A régua de frações permite que se encontrem as frações equivalentes às frações dadas, com o mesmo
denominador. Assim, conclui-se que:
ATIVIDADES:
2) Desenhe um segmento ̅̅̅̅̅ de 12 cm, marque os números de 0 a 12 e, depois, associe cada fração
abaixo a um ponto de ̅̅̅̅̅.
3) Quais das frações abaixo correspondem a números maiores que 2 e menores que 3?
5) Sem efetuar nenhum cálculo, verifique qual a maior fração em cada caso:
25
OPERAÇÕES COM FRAÇÕES
Para trabalhar as operações com frações convém que o professor proponha atividades utilizando materiais
concretos, como por exemplo, o quadro ou disco de frações. Esse trabalho possibilita aos alunos a
compreensão das idéias relacionadas às operações e possibilitarão a construção de modelos mentais que
lhe permitirão realizar operações formais na ausência do material concreto.
Para introduzir as operações de adição e subtração de frações, recomenda-se trabalhar com frações que
têm o mesmo denominador, ou em que um denominador é múltiplo do outro.
Usando as barras de frações, vamos representar as operações abaixo indicadas, registrando o resultado
correspondente.
a)
b)
c)
Quando os alunos já estiverem usando com facilidade a idéia de uma fração intermediaria como unidade
de medida de várias outras, podem-se introduzir as operações de adição e subtração em que a equivalência
de frações não seja evidente.
d)
26
e)
OBSERVAÇÃO: Em uma perspectiva mais tradicional de ensino das operações de adição e subtração de
frações, explora-se antes os conceitos de múltiplo, divisor e mínimo múltiplo comum (mmc), que são
complexos e implicam em problemas de aprendizagem, aumentando as referências negativas que o aluno
constrói culturalmente em relação às operações com números racionais. As operações, se trabalhadas por
meio da noção de fração equivalente, serão simplificadas, tanto do ponto de vista de quem ensina quanto
de quem aprende. (GAUDÊNCIO, 2009)
ATIVIDADES:
1) Calcule as seguintes operações, utilizando a representação da barra de frações.
a) b) c) d)
2) Das frações que você encontrou na atividade anterior, quais são menores que a unidade, iguais à
unidade, ou maiores que a unidade?
3) Escreva a fração irredutível equivalente à soma 2/6 + 4/8.
4) Represente as frações 2/6 e 4/8 e a fração correspondente à soma 2/6 + 4/8 no papel quadriculado.
5) Uma piscina é enchida por duas torneiras. A primeira torneira, sozinha, encheria a piscina em 2 horas e a
segunda, em 5 horas. Que fração do tanque é enchida pelas duas torneiras em uma hora?
6) Quanto se deve subtrair a fração 5/3 para se obter a unidade?
7) Uma quadra de vôlei tem 20 metros de comprimento por 12 metros de largura. Quantos metros têm
a mais o comprimento em relação à largura?
MULTIPLICAÇÃO DE FRAÇÕES
A multiplicação de números fracionários está associada à idéia de se considerar uma fração de algo. Vamos
examinar dois casos: a fração de número inteiro e a fração de fração.
O significado dessa operação é a divisão de 6 em 3 partes iguais, dos quais se deve tomar 2, ou seja:
Divide-se 6 em 3 partes iguais: 6 ÷ 3 = 2
Toma-se 2 dessas partes: 2 x 2 = 4
Assim, temos que de 6 = 4 ou x 6=4
27
b) Fração de fração:
Calcular a metade de de uma folha de papel (grandeza de natureza contínua). Representaremos essa
situação por
da folha
Portanto: =
Pode-se observar que em situações ligadas à multiplicação utilizamos a preposição de. Veja:
5 x 4 representa 5 grupos de 4;
3 x 5 representa o triplo de 5;
representa , ou a metade de ;
representa
O ALGORÍTMO DA MULTIPLICAÇÃO
Multiplicar duas frações é encontrar uma fração cujo numerador é o produto dos numeradores das frações
dadas e o denominador é o produto dos denominadores destas mesmas frações. Sendo a, b, c, d números
naturais, com b ≠ 0 e d ≠ o, então:
DIVISÃO DE FRAÇÕES
A divisão envolvendo números fracionários está ligada à idéia de verificar “quantos cabem”. Vejamos
alguns exemplos:
a) 4 ÷ . Neste exemplo, em que dividimos 4 inteiros por , vamos verificar quantos “meios” cabem em 4
inteiros.
28
Como em 4 inteiros cabem 8 meias partes, temos que: 4 ÷ =8
=2
O ALGORÍTMO DA DIVISÃO
Uma das propriedades da divisão que justifica esse algoritmo é a do elemento neutro da divisão, ou seja,
se numa divisão, o divisor for 1, então o quociente é igual ao dividendo. Assim:
Uma outra propriedade estrutural das divisões que será utilizada para justificarmos este algoritmo é a
propriedade da compensação, ou seja, se numa divisão exata, multiplicarmos o dividendo e o divisor por
um número diferente de zero, o quociente não se altera. Exemplo:
OBSERVAÇÃO: A tendência do currículo tradicional era dizer a criança que, para dividir números
fracionários, simplesmente se invertia o divisor e, então, se efetuava a multiplicação. A regra lhe era dada
sem nenhuma justificativa, o que frequentemente a levava a esquecer a regra exata, lembrando-se, no
entanto, de que alguma coisa deveria ser invertida. Desse modo, para se sentir duplamente segura, ela
invertia o divisor e o dividendo. Alguns alunos, lembrando-se de que alguma coisa deveria ser invertida,
29
invertiam o dividendo e não o divisor. Para levar a criança a reconsiderar a regra, é preciso de que o
professor a ajude a entendê-la. (D’AUGUSTINE, 1981 apud CENTURION, 1995)
ATIVIDADES:
6 pedaços de 1/2
1/2
1 1 1
Qual a sua avaliação sobre os conhecimentos de cada um dos alunos quanto aos conceitos ligados aos
números fracionários?
8) Explique como você resolve o seguinte problema:
A população de uma região foi removida para outro local devido a fortes chuvas que ameaçavam fazer o
rio transbordar. De todas as pessoas transportadas, 35% foram levadas de ônibus, 2/5 de helicóptero e o
restante em seus próprios carros.
ATIVIDADE NO MOODLE:
• Na plataforma moodle você irá encontrar cinco situações-problemas envolvendo o conteúdo relativo a
operações com frações. Resolva cada uma das situações, explicando os procedimentos utilizados.
30
NÚMEROS DECIMAIS
O sistema de numeração que usamos é o sistema decimal. Nesse sistema, dez unidades de uma ordem
equivalem a uma unidade de ordem imediatamente superior.
Assim, temos:
Uma dezena = dez unidades (a unidade é a décima parte da dezena)
Uma centena = dez dezenas (uma dezena é a décima parte da centena)
Quando tomamos:
Para representá-los no SND, podemos estender o número usando ordens a direita da ordem das unidades.
A essas ordens chamamos de ordens decimais. Para separá-las da parte inteira usamos uma vírgula.
,
CENTENAS
DEZENAS
UNIDADES
DÉCIMOS
CENTÉSIMOS
MILÉSIMOS
Dessa forma, conseguimos escrever qualquer fração que admita fração decimal na forma de número
decimal.
Exemplos:
= 0,8 (lê-se oito décimos) = 0,23 (lê-se vinte e três centésimos) = 0,007 (lê-se sete milésimos)
Para que os alunos percebam que os números decimais se comportam como os naturais, com agrupamento
e trocas na base 10, o professor pode utilizar alguns matérias de apoio, como por exemplo, o material
dourado, o ábaco ou o “dinheiro”.
Utilizando como material de apoio o “dinheiro”, o professor pode trabalhar a representação de nossa
moeda como aplicação dos decimais. A partir de folhetos de propaganda, anúncios e recortes de jornais e
revistas, pode-se pedir aos alunos que observem como os preços das mercadorias são expressos. Fazendo
observação os alunos podem concluir que centavo é a centésima parte do real; portanto 100 centavos
forma 1 real.
31
COMPARAÇÃO DE NÚMEROS DECIMAIS
Em geral, a maioria dos alunos sente muita dificuldade em compreender, por exemplo, que 0,5 é maior que
0,34 ou que 0,3 = 0,30 = 0,300. Nesse sentido, é importante que os alunos trabalhem com o material
dourado, “dinheiro” ou com figuras de papel quadriculado para poder tirar suas próprias conclusões.
Vejamos um exemplo:
2,5 = 2,50
ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO:
Como vimos, a notação decimal é uma outra maneira de representar as frações. Essa maneira
simplifica bastante os cálculos.
= 0,5 = 0,4
0,9
0,4 0,5
32
Muitas vezes, pode ocorrer de precisarmos transformar décimos em centésimos, como no exemplo acima
(0,8 = 0,80), o que se consegue simplesmente adicionando-se os zeros que se fizerem necessários. Observe
o exemplo:
MULTIPLICAÇÃO:
Para compreender as regras práticas no algoritmo da multiplicação de números decimais, vamos
inicialmente fazer uma associação destes com as frações decimais e aplicar o algoritmo já
estudados para esses casos.
Assim, por exemplo:
Na multiplicação de duas frações, multiplicamos
0,3 x 0,7 = x = = 0,21 numerador por numerador e denominador por
denominador.
Na prática, a multiplicação de números decimais é feita como se os números fossem inteiros e, depois de
determinado esse produto, a colocação da vírgula é analisada a partir do números de “casas decimais”
(décimos, centésimos, etc.) dos fatores.
Essa “colocação” da vírgula e a multiplicação dos decimais “como se fossem inteiros”, apóia-se na seguinte
propriedade da multiplicação:
Em toda multiplicação, quando se multiplica um dos fatores por um número natural “a” diferente de zero
e o outro fator por um número natural “b” diferente de zero, o produto ficará multiplicado por “a . b”.
Vamos, por exemplo, multiplicar 3,8 x 1,42, com o algoritmo prático, utilizando a propriedade acima
enunciada:
33
Efetuando-se o cálculo na vertical, temos:
3, 8 uma casa decimal
x 1, 4 2 duas casas decimais
7 6
1 5 2 0
+ 3 8 0 0
5, 3 9 6 três casas decimais
DIVISÃO:
Numa divisão não exata temos um quociente decimal, quando continuamos a divisão fracionando o
resto em décimos, centésimos, milésimos, etc.
Algoritmo:
D U DÉC. CENT.
2 1 4
2 0 10 5, 2 5
1 08 20 U DÉC. CENT.
2 20
0
34
Vamos então multiplicar o dividendo e o divisor por 10, o que na prática é denominado “eliminar a
vírgula” ou “igualar as casas”.
Como 17,5 x 10 = 175 e 5 x 10 = 50, temos:
17,5 ÷ 5 = 175 ÷ 50
1 7 5 5 0
- 1 5 0 3,
2 5
A vírgula no quociente indica a parte inteira. Para continuar a divisão transformamos o resto 25
unidades em 250 décimos.
1 7 5 5 0
-1 5 0 3, 5
2 5 0
-2 5 0
0
Portanto, 17,5 ÷ 5 = 3,5
3 ÷ 0,6 = 30 ÷ 6 = 5
Observe que só podemos utilizar a “regra prática de igualar as casas”, porque ela se apóia numa
propriedade da divisão: a propriedade da compensação, válida também para os números naturais.
3 1 5 0 2 2 5
-2 2 5 1 4
9 0 0
- 9 0 0
0
Logo 31,5 ÷ 2,25 = 14
ATIVIDADES:
6) Calcule mentalmente:
a) 31,25 x 10 b) 1,304 x 100 c) 0,008 x 1000 d) 32,5 ÷ 10 e) 354,66 ÷ 100 f) 0,12 ÷1000
8) O que é sai mais barato 6 laranjas por R$ 5,10 ou 8 laranjas por R$ 6,96?
9) Um tanque contendo 750 litros está apenas com seis décimos de sua capacidade. Quantos litros de água
haveria no tanque se estivesse cheio? Quanto falta para enchê-lo?
PORCENTAGEM
Em um grupo de 100 alunos do 3º ano de uma escola, 75 se inscreveram para o Exame Nacional do Ensino
Médio - Enem.
A fração do total de alunos que representa os alunos que se inscreveram para o Enem é . , que podemos
ler também “25 em 100” ou “25 por cento”. Nesse caso, podemos dizer que a porcentagem de alunos que
se inscreveram para o Enem é 25 por cento e representamos 25%.
Portanto, a porcentagem expressa quantos num conjunto de 100, ou quantos por cento.
ATIVIDADES:
1) Nos quadrados em branco, pinte a parte correspondente à porcentagem indicada (indique ainda
que porcentagem da figura não foi pintada)
36
2) Abaixo de cada figura indique que percentual da figura foi pintado (e qual ficou em branco)
4) Que descontos você identificaria como equivalentes a um desconto de 25%? Os itens que não
correspondem à porcentagem de 25% correspondem a que valor percentual?
(a) 1/5 (b) 0,5 (c) 1/25 (d) 0,25 (e) 2/5 (g) 0,4
5) Em uma fábrica 64% dos operários são mulheres e os 108 restantes são homens. Quantos operários
tem a fábrica?
6) Na Loja A as compras pagas a vista tem 5% de desconto. Qual o valor a ser pago a vista por um
produto que custa R$ 120,00?
7) Uma conta de R$ 455,00 vai sofrer uma multa de 6% por pagamento fora do prazo. Qual o valor
que deverá ser pago, após a cobrança da multa?
37
9) O salário de José é R% 950,00 e terá um aumento de 15%. Quanto José passará a ganhar?
10) Dos 3200000 eleitores que votaram, um candidato obteve 700000 votos. Que percentual do total
de votos o candidato obteve?
ATIVIDADE NO MOODLE:
REFERÊNCIAS:
TOLEDO, Marília; TOLEDO, Mauro. Didática da Matemática: como dois e dois. São Paulo: FTD, 1997.
CENTURIÓN, Marilia. Números e operações. São Paulo: Editora Scipionne, 2006.
38
MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 1ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
NÚMEROS INTEIROS
A análise da evolução histórica dos números negativos mostra que por muito tempo não houve
necessidade de pensar em números negativos e por isso a concepção desses números representou para o
homem um grande desafio.
O uso pioneiro dos números negativos é atribuído aos chineses e aos hindus, que conceberam símbolos
para as faltas e diferenças “impossíveis” (dívidas). A adoção do zero teve um papel-chave na construção dos
inteiros, possibilitando operar com grandezas negativas, mudando o caráter de “zero-nada” para “zero-origem”,
favorecendo, assim, a idéia de grandezas opostas ou simétricas.
Além das situações do cotidiano os números negativos também surgiram no interior da Matemática na
resolução de equações algébricas. No entanto, sua aceitação seguiu uma longa e demorada trajetória. Só no
século XIX os negativos foram interpretados como uma ampliação dos naturais e incorporam as leis da
Aritmética. Passaram então a integrar a hierarquia dos sistemas numéricos como números inteiros.
Também na escola o estudo dos números inteiros costuma ser cercado de dificuldades, e os resultados, no
que se refere à sua aprendizagem ao longo do ensino fundamental, têm sido bastante insatisfatórios.
A fim de auxiliar a escolha de caminhos mais adequados para abordar os inteiros, é importante reconhecer
alguns obstáculos que o aluno enfrenta ao entrar em contato com esses números, como:
conferir significado às quantidades negativas;
reconhecer a existência de números em dois sentidos a partir de zero, enquanto para os naturais a
sucessão acontece num único sentido;
reconhecer diferentes papéis para o zero (zero absoluto e zero-origem);
perceber a lógica dos números negativos, que contraria a lógica dos números naturais - por exemplo, é
possível “adicionar 6 a um número e obter 1 no resultado”, como também é possível “subtrair um
número de 2 e obter 9”;
interpretar sentenças do tipo x = - y, (o aluno costuma pensar que necessariamente x é positivo e y é
negativo).
Quanto ao tratamento pedagógico dado a esse conteúdo, a ênfase na memorização de regras para efetuar
cálculos, geralmente descontextualizados, costuma ser a tônica da abordagem dada aos números inteiros no
terceiro e no quarto ciclos. Uma decorrência dessa abordagem é que muitos alunos não chegam a reconhecer os
inteiros como extensão dos naturais e, apesar de memorizarem as regras de cálculo, não as conseguem aplicar
adequadamente, por não terem desenvolvido uma maior compreensão do que seja o número inteiro.
Por outro lado, é preciso levar em conta que os alunos desenvolvem, já nas séries iniciais, uma noção
intuitiva dos números negativos que emerge de experiências práticas, como perder no jogo, constatar saldos
negativos, observar variações de temperaturas, comparar alturas, altitudes etc. Essas noções intuitivas
permitem as primeiras comparações entre inteiros.
Assim, os contatos dos alunos com os significados dos números inteiros podem surgir da análise de
situações-problema do campo aditivo. Situações em que esses números indicam falta, diferença, posição ou
deslocamento na reta numérica.
A representação geométrica dos inteiros numa reta orientada também é um interessante recurso para
explorar vários aspectos desse conteúdo, como:
visualizar o ponto de referência (origem) a partir da qual se definem os dois sentidos;
identificar um número e seu o oposto (simétrico): números que se situam à mesma distância do zero;
reconhecer a ordenação dos inteiros: dados dois números inteiros quaisquer, o menor é o que está à
esquerda (no sentido positivo da reta numérica); assim, dados dois números positivos será maior o que
estiver mais distante do zero e dados dois negativos será maior o que estiver mais próximo do zero;
comparar números inteiros e identificar diferenças entre eles;
inferir regras para operar com a adição e a subtração, como: (+3) + (-5) = +3 -5 = -2.
Extraído de: BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares
nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: Matemática. Brasília, MEC/SEF, 1998.
39
MATERIAL CONCRETO: NÚMEROS INTEIROS
Usando dois conjuntos de cores diferentes (pode ser fichas de duas cores diferentes ou grãos como de feijão, milho
ou sementes encontradas na natureza) podemos adotar uma padronização onde um conjunto representaria os
números positivos e o outro os números negativos. Dessa forma uma semente (ou ficha) representaria o número
oposto que a outra semente (ou ficha) representa.
Utilizando os feijões para representar os números positivos e os milhos para representar os números negativos,
responda:
Se quisermos adicionar (-3) com (+6), devemos juntar 3 grãos de milho com 6 grãos de feijão. Observe que se
juntarmos 1 grão de feijão com 1 grão de milho eles se anulam. Veja a representação:
De que forma podemos iremos retirar 2 grãos de feijão de 3 grãos de milho? Nesse caso, utilizaremos o recurso da
“geração de zeros”, que consiste em acrescentar grãos de milho e feijão em quantidades iguais (o que não altera o
valor total inicial). Observe a representação:
Situação inicial
Juntando-se os zeros
Ou seja, (- 3) - (+2) = (- 5)
40
Utilizando os grãos de milho e feijão, represente as seguinte operações:
Após a realização dessas atividades, procure sistematizar suas observações e conclusões, indicando as
generalizações que pode fazer.
Para efetuar a operação de multiplicação, utilizando os grãos de feijão e milho (ou as fichas coloridas), devemos
fazer e retirar grupos.
Na multiplicação de dois números inteiros, se o primeiro termo é positivo, ele representaria a ação de somar, em um
número de vezes igual ao seu valor, parcelas iguais ao segundo valor, ou seja, se temos (+2) x (-3), o resultado será o
conjunto de grãos obtidos com a adição de 2 conjuntos de três grãos de milho, como indicado na ilustração,
resultando em 6 grãos de milho (isto é, - 6).
Ou seja: (+2) x (- 3) = (- 6)
Para isso, precisamos “gerar” zeros, juntando 6 grãos de feijão com 6 grãos de milho.
Observe que temos somente zeros. Agora podemos retirar os 2 grupos de 3 feijões (+3).
Na multiplicação (- 2) x (- 3), começamos gerando os “zeros” formados por 6 grãos de feijão (+6) e 6 grãos de milho (-
6). Após, podemos retirar os 2 conjuntos de 3 grãos de milho.
41
Utilizando os grãos de milho e feijão, represente as seguinte operações:
Observação:
Quando realizamos a divisão de números inteiros, geralmente, obtemos como resultado um número racional. Para
efetuar a divisão de dois números positivos ou de um número negativo por um positivo, adotamos o modelo
partitivo que não gera dificuldades de compreensão.
Se dividirmos dois números negativos podemos adotar o modelo quotativo, ou seja, verificamos quantas vezes o
divisor está contido no dividendo.
Nesse caso, (- 4) dividido por (- 2) é igual a (+2), porque (- 2) está contido 2 vezes no (- 4).
Segundo Gaudêncio (2009), não há uma justificativa plausível para a representação usando os grãos de feijão e
milho (ou fichas coloridas) para o caso de termos uma divisão de um número positivo por um negativo.
1) Em uma cidade do Alasca, o termômetro marcou –15° pela manhã. Se a temperatura descer mais 13°, quanto o
termômetro vai marcar?
2) Na reta numérica da figura abaixo, o ponto E corresponde ao número inteiro -9 e o ponto F ao inteiro -7.
Indique, nessa reta, o ponto correspondente ao inteiro
zero.
3) Numa cidade da Argentina, a temperatura era de 12°C. Cinco horas depois, o termômetro registrou
-7°C. Qual foi a variação da temperatura nessa cidade?
4) Uma pessoa tinha 25 anos no ano 125 a.C. Em que ano ela nasceu?
5) Um submarino submergiu 36m, depois 45m, e após 6m. Em seguida ascendeu 27m e, por último, submergiu 9m
duas vezes, para depois ascender e subir á superfície. Qual foi a máxima profundidade atingida pelo submarino.
ATIVIDADE NO MOODLE: Pesquise um jogo didático que explore o conteúdo de Números Inteiros, apresentando
seus objetivos, organização da classe, recursos necessários e regras.
REFERÊNCIAS:
REGO, Rogéria Gaudêncio et al. Licenciatura em Matemática a distância: livro 04. João Pessoa: Editora Universitária, 2010.
42
MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 1ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO
A importância e interesse alcançados pelo Tratamento da Informação nos dias de hoje, tanto nos aspectos
voltados para uma cultura básica quanto para a atividade profissional, se deve à abundância de informações e às
formas particulares de apresentação dos dados com que se convive cotidianamente.
Assim, o estudo, nos terceiro e quarto ciclos, dos conteúdos estabelecidos no Tratamento da Informação
justifica-se por possibilitar o desenvolvimento de formas particulares de pensamento e raciocínio para resolver
determinadas situações-problema - as que envolvem fenômenos aleatórios - nas quais é necessário coletar,
organizar e apresentar dados, interpretar amostras, interpretar e comunicar resultados por meio da linguagem
estatística.Por ser um campo que abarca uma ampla variedade de conteúdos matemáticos, o desenvolvimento desse
bloco pode favorecer o aprofundamento, a ampliação e a aplicação de conceitos e procedimentos como
porcentagem, razão, proporção, ângulo, cálculos etc. Esse estudo também favorece o desenvolvimento de certas
atitudes, como posicionar-se criticamente, fazer previsões e tomar decisões ante as informações veiculadas pela
mídia, livros e outras fontes.
ATIVIDADE 1:
Na escola, o Diretor pretende averiguar os pratos preferidos dos alunos que comem na cantina. Para isso, encarrega
uma comissão de fazer uma pesquisa a alguns alunos. A metodologia utilizada para selecionar estes alunos, foi a de
perguntar aos que se dirigiam à cantina, num dia escolhido ao acaso. A comissão encarregada da pesquisa
apresentou ao Diretor um gráfico e um pequeno relatório com as conclusões:
Relatório: Os alunos que participaram da pesquisa apontaram 7 pratos distintos. Das respostas, pudemos tirar as
seguintes conclusões:
O Diretor recebeu este pequeno relatório e não ficou satisfeito, pois achou as conclusões muito confusas. Afinal,
quantos alunos tinham votado? E quantos votaram em cada prato?
Você pode ajudar a completar adequadamente o gráfico anterior? (Colocar as categorias e numerar a escala do eixo
vertical).
ATIVIDADE 2:
ATIVIDADE 3:
Leia a tabela abaixo que registra a produção de camisetas no mês de novembro da confecção de Matilde.
Produção de camisetas
Tipo de camiseta Quantidade
Manga Curta 240
Manga longa 360
Regata 480
Manga 3/4 120
Dados hipotéticos
44
Duzentos alunos de um colégio fizeram um teste de Informática. Os resultados estão registrados no gráfico de setor
a seguir. Observe o gráfico e responda as perguntas.
a) Qual é a soma de todas as porcentagens do gráfico?
Ruim b) Quantos alunos do colégio tiveram desempenho
20% muito bom em Informática?
c) Qual a porcentagem de alunos com desempenho
péssimo em Informática?
Bom
40% d) O número de alunos com desempenho regular é
maior, menor ou igual ao número de alunos com
desempenho ruim?
Regular
25% e) Sem usar o transferidor, escreva a medida do ângulo
Muito central correspondente a cada uma das porcentagens
Péssimo Bom dadas no gráfico.
5% 10%
ATIVIDADE NO MOODLE:
No vídeo “Tecnologia e estatísticas para calcular o consumo médio da água”, disponível no link:
http://www.youtube.com/watch?v=knL25P8NTrA, vocês irão conhecer o trabalho de Matemática da professora
Daniela Mazoco, vencedora do Prêmio Victor Civita 2009. Ela ensinou para a 6ª série da E.M.E.F. Professor Athayr da
Silva Rosa, em Urupês, a 433 quilômetros de São Paulo, como calcular o consumo médio de água por pessoa em sua
cidade.
Assistam o vídeo e elaborem um texto apresentando uma síntese do trabalho desenvolvido pela professora em
sala de aula.
REFERÊNCIAS:
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro
e quarto ciclos do ensino fundamental: Matemática. Brasília, MEC/SEF, 1998.
45
MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 2ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
ÁLGEBRA
Segundo os PCN (1998, p.115) o estudo da Álgebra constitui um campo de conhecimento bastante significativo para
que o aluno desenvolva e exercite sua capacidade de abstração e generalização, além de lhe possibilitar a aquisição
de uma poderosa ferramenta para resolver problemas.
A álgebra não é isolada da aritmética, na verdade é, em muitos aspectos, a “aritmética generalizada”, dessa forma
observamos que as dificuldades que os alunos enfrentam de álgebra não são propriamente de álgebra, mas de
problemas em aritmética que não foram corrigidos (Booth, p.33).
Algumas dessas dificuldades5 dos alunos na passagem da Aritmética para a Álgebra são:
Uma das diferenças entre a aritmética e a álgebra é, obviamente, a utilização de letras para indicar valores. As letras
também aparecem na aritmética, mas de maneira bastante diferente. A letra m, por exemplo, representa o “metro”,
mas não para representar o número de metros, como em álgebra (Booth, p.30).
Diagnosticando quais as dificuldades enfrentadas pelos alunos podemos propor situações de melhorias para o
ensino da Álgebra. Dessa forma, recomenda-se que para o estudo das equações do 1° grau as regras práticas
baseiem-se nos princípios de equivalência e que trabalhem com equações impossíveis e com equações possíveis e
indeterminadas.
No trabalho com as equações do 1° grau com duas variáveis, devemos ter claro que a solução dessa equação não é
um número, mas infinitos pares ordenados que satisfaçam a equação. O conjunto solução da equação pode ser
representado no plano cartesiano por uma reta e daí entender que a intersecção de duas ou mais retas representam
a solução de um sistema de equações do 1° grau e deduzir os casos em que exista vários pares ordenados ou
nenhum par ordenado. Recomenda-se resolver sistemas de equações pelo método da substituição, pois permite
substituir uma expressão algébrica por outra equivalente.
Bonifácio mora em Fortaleza e foi a São Paulo, a negócio. Logo que desembarcou na capital paulista foi a uma loja
para alugar um carro.
a) Na primeira em que entrou ele encontrou as seguintes condições: preço do aluguel R$ 50,00 por dia de
aluguel mais uma taxa de R$ 100,00 para despesas.
46
Aluguel (em R$) 60,00 120,00 180,00 240,00
c) Dirceu um colega de Bonifácio, propôs alugar-lhe um de seus carros de modo que o aluguel “A” fosse pago
em reais de acordo com a sentença: A = 20 . T + 150, na qual “T” significaria o número de dias que Bonifácio
ficaria com o carro.
Construa uma tabela para cada item com até 12 (doze) dias, depois generalize com T dias, por último faça
previsões para 1 mês. Utilize o papel milimetrado e construa um gráfico para cada situação.
Agora responda:
i) Você saberia dizer qual desses três planos é mais vantajoso para alugar carros? Justifique.
ii) Algum plano pode ser considerado o pior? Por quê?
IMPORTANTE: Segundo os PCN (1998, p.116) é mais proveitoso propor situações que levem os alunos a construir
noções algébricas pela observação de regularidades em tabelas e gráficos, estabelecendo relações, do que
desenvolver o estudo da Álgebra apenas enfatizando as “manipulações” com expressões e equações de uma forma
meramente mecânica.
Uma balança de dois pratos é um excelente instrumento para imaginar comparações entre massas e resolver
diversos problemas envolvendo equações.
A. Considere as três balanças de dois pratos nos itens I e II abaixo, cujas massas são representadas pelas frutas:
maças, peras e cereja. Responda:
a) Qual a situação problema indicada pela sequência de balanças?
b) O que esses problemas desejam encontrar?
c) De quais maneiras as situações problemas poderiam ser resolvidas?
47
EQUAÇÃO
Toda sentença matemática expressa por uma igualdade, na qual exista uma ou mais incógnitas, é denominada
equação. Exemplos:
As raízes de uma equação são números que tornam a sentença verdadeira. Por exemplo, considere a seguinte
equação: p + 5 = 14
9 + 5 = 14
14 = 14
E como esta sentença é verdadeira, segue que o número 9 é raiz da equação dada.
EQUAÇÕES EQUIVALENTES
Duas ou mais equações que apresentam a mesma solução ou raiz são denominadas equações equivalentes.
Exemplo: q + 3 = 4 e 7 – q = 6 são equivalentes, pois apresentam q = 1 como raiz.
PRINCÍPIO ADITIVO
Quando subtraímos ou adicionamos um mesmo número aos dois membros de uma equação, obtemos uma equação
equivalente à equação dada.
Se adicionarmos o número 3 aos dois membros desta igualdade, obteremos a equação r = 12 que é equivalente à
equação inicial:
r–3+3=9+3
r = 12
PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
48
Quando multiplicamos ou dividimos por um mesmo número os dois membros de uma equação, obtemos uma
equação equivalente à equação dada.
Exemplo: Considere a seguinte equação: 3x = 6. Dividindo ambos os membros desta igualdade por 3, obtemos a
equação x = 2 que é equivalente à equação inicial 2 .
ATIVIDADE 4: UTILIZANDO A BALANÇA DE DOIS PRATOS COMO RECURSO PARA O ENSINO DE EQUAÇÕES
Considere as três balanças de dois pratos apresentadas nas figuras abaixo, cujas massas são representadas por uma
peça de metal. Responda:
a) Qual a situação problema indicada pela sequência de balança?
b) O que esses problemas desejam encontrar?
c) De quais maneiras as situações problemas poderiam ser resolvidos?
49
ATIVIDADE: Resolva as seguintes situações-problema
1) Seu Armando vai construir em sua fazenda uma piscina em formato retangular. Ele quer que o comprimento
dessa piscina seja o dobro da largura e que o perímetro seja 48 m. Quais devem ser as medidas dos lados
dessa piscina?
4) Num estacionamento há um total de 200 veículos, entre motos e carros. Se há 20 motos a mais que carros,
quantas motos e quantos carros estão nesse estacionamento?
5) Se você diminuir 5/8 de um terreno, a área passará a ter 1125 m 2. Qual é a área desse terreno em metros
quadrados?
6) Se adicionarmos um número natural a seu sucessor e multiplicarmos o resultado por 5, vamos obter 635.
Qual é o número natural considerado?
REFERÊNCIAS:
LIMA, Cristiane Carvalho Bezerra de. Problematizando com equações, sistemas de equações e inequações de 1º grau. In: ASSIS, Cibelle de
Fátima Castro; ASSIS, José Gomes. Atividades para aulas de Matemática do Ensino fundamental. João pessoa: Editora UFPB, 2011.
50
MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO I
MATERIAL BÁSICO DE ESTUDO – 2ª UNIDADE
PROFª. CRISTIANE BORGES ANGELO
GEOMETRIA
Espaço e Forma1
Os conceitos geométricos constituem parte importante do currículo de Matemática no ensino
fundamental, porque, por meio deles, o aluno desenvolve um tipo especial de pensamento que lhe
permite compreender, descrever e representar, de forma organizada, o mundo em que vive.
O estudo da Geometria é um campo fértil para trabalhar com situações-problema e é um tema
pelo qual os alunos costumam se interessar naturalmente. O trabalho com noções geométricas
contribui para a aprendizagem de números e medidas, pois estimula o aluno a observar, perceber
semelhanças e diferenças, identificar regularidades etc.
O trabalho com espaço e forma pressupõe que o professor de Matemática explore situações
em que sejam necessárias algumas construções geométricas com régua e compasso, como visualização
e aplicação de propriedades das figuras, além da construção de outras relações.
Este bloco de conteúdos contempla não apenas o estudo das formas, mas também as noções
relativas a posição, localização de figuras e deslocamentos no plano e sistemas de coordenadas.
Deve destacar-se também nesse trabalho a importância das transformações geométricas
(isometrias, homotetias), de modo que permita o desenvolvimento de habilidades de percepção
espacial e como recurso para induzir de forma experimental a descoberta, por exemplo, das condições
para que duas figuras sejam congruentes ou semelhantes.
Além disso, é fundamental que os estudos do espaço e forma sejam explorados a partir de
objetos do mundo físico, de obras de arte, pinturas, desenhos, esculturas e artesanato, de modo que
permita ao aluno estabelecer conexões entre a Matemática e outras áreas do conhecimento.
1
Extraído de: Parâmetros Curriculares Nacionais - Matemática - Ensino Fundamental
51
ÁREAS DE FIGURAS PLANAS
1) Na figura você vê um retângulo formado por quadrados que têm a mesma área do quadrado cinza.
a) Destaque agora nesse paralelogramo uma base e a altura relativa a essa base.
b) Monte agora com as mesmas três figuras um retângulo.
c) Compare a base a altura relativa a essa base do paralelogramo com a base a altura relativa a essa
base do retângulo formado.
d) Discuta com os seus colegas a seguinte afirmativa: “A área desse retângulo é igual à área do
paralelogramo”. Ela é falsa ou verdadeira?
e) Escreva uma fórmula para a área do paralelogramo. Para isso represente o valor da área por A, a
medida da base por b e a medida da altura por h.
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ATIVIDADE 4: Calculando a área do trapézio
Utilizando os moldes, recorte os dois trapézios representados abaixo e monte um paralelogramo. Note
que esses dois trapézios são iguais.
a) Recorte os moldes representados que representam as figuras abaixo e forme com os quatro triângulos
um outro losango igual ao primeiro. Coloque esse losango sobre o outro. O que você observou?
c) Compare a área desse retângulo com a do losango. Que relação existe entre as duas?
d) Trace na figura do losango as suas diagonais.
e) Compare o retângulo e o losango. Os lados do retângulo são iguais a que elementos do losango?
f) Calcule agora a área do retângulo em função dessas duas medidas.
g) Calcule agora a área do losango lembrando-se da relação que existe entre as duas áreas.
h) Escreva uma fórmula para calcular a área de um losango sabendo-se que sua diagonal menor é d e sua
diagonal maior é D.
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RESOLVA AS SEGUINTES SITUAÇÕES-PROBLEMA:
1) Uma mesa tem um tampo com a forma de um quadrado. Uma formiga, partindo de um dos cantos do
tampo, contornou-o até voltar ao ponto inicial. Andou 5,20 m. Qual é a área ocupada por esse tampo?
2) Recortei em cartolina dois quadrados, um de 4cm de lado e outro de 8cm de lado. Quantas vezes o
quadrado menor cabe no quadrado maior?
4) Dona Júlia quer recobrir um piso de 48m2 de área. Ela pretende aproveitar a oferta da loja de material
de construção e economizar o máximo possível.
OFERTA
Lajota lisa
De 20 cm x 20 cm
Lajota decorada
De 10 cm x 12 cm
5) O gráfico abaixo mostra o preço, em reais, do metro quadrado útil para apartamentos novos em alguns
bairros da cidade Feliz.
2500 2322
6) Num retângulo de perímetro 60, a base é duas vezes a altura. Qual é sua área?
7) Um retângulo tem perímetro de 30m e as medidas de seus lados são números consecutivos. Qual é a
área deste retângulo?
8) Calcule a área de um losango, sabendo que a diagonal maior é o triplo da diagonal menor e que juntas
medem 12cm.
9) Um terreno tem área 450m2. Se o seu formato é um trapézio, onde a “frente” e o “fundo” são
paralelos e iguais a 40m e 50m, qual a distância entre esses lados?
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27 cm
10) Uma cesta de lixo tem por faces laterais trapézios
isósceles e por fundo um quadrado de 19 cm de lado.
Desprezando a espessura da madeira, quantos metros 30 cm
quadrados de madeira foram necessários para fabricar
essa cesta de lixo?
19 cm
2
11) Qual é a área da figura abaixo é (em cm ).
2cm
18cm
8cm
2cm
6cm
12) Uma casa com 260m2 de área construída possui 3 quartos de mesmo tamanho. Qual é a área de cada
quarto, se as outras dependências da casa ocupam 140m2?
13) Um trapéxio tem 12,4 cm de altura. A soma da medida das bases é 15,3cm. Calcule a área desse
trapézio.
14) A base de um paralelogramo equivale a 7/5 de sua altura. Se a altura mede 12cm, qual é a área desse
paralelogramo?
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CIRCUNFERÊNCIA E CÍRCULO
Na atividade anterior, vimos como podemos obter o comprimento da circunferência em função de seu raio.
Uma ideia intuitiva para se obter a área de um círculo é dividi-lo em partes iguais.
Vamos imaginar agora essas partes se separando, mas mantendo-se ligadas pelo contorno.
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Perceba que, se esta última figura continuar “abrindo”, tenderá a aproximar-se da figura abaixo. Observe
que a altura dos triângulos tenderá a aproximar-se do raio do círculo
Se juntarmos outro círculo de mesma área a primeiro teremos construído a figura abaixo.
Agora responda:
a) Que figura formamos com a junção dos dois círculos?
b) Como podemos determinar a área dessa figura?
c) Como podemos determinar a área de um círculo em função de seu raio?
2) Uma circunferência tem a medida de seu diâmetro igual a 9 cm. Determine o comprimento e a área
dessa circunferência.
3) As duas circunferências a seguir são concêntricas (possuem o mesmo centro). A região destacada é
denominada coroa circular. Obtenha a área dessa coroa circular.
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4) Na figura a seguir r representa o raio da circunferência menor e R o raio da
maior (circunferências concêntricas). Estabeleça uma relação entre os raios
dessas circunferências, sabendo que o comprimento de uma é igual ao dobro
do comprimento da outra.
6) Quando duplicamos a medida do raio de uma circunferência o que acontece com a medida do
comprimento desta circunferência?
7) Quando duplicamos a medida do raio de um círculo o que acontece com a medida da área deste
círculo?
8) Qual a área de um setor circular que corresponde a 25% de um círculo de raio 4cm?
REFERÊNCIAS:
LONGEN, Adilson. Matemática em movimento. 8ª série.São Paulo: Editora do Brasil, 1998.
BIANCHINNI, Edwaldo. Matemática. 7] ano. São Paulo: Moderna, 2011.
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