O Código de Ética Da OAB - EMA
O Código de Ética Da OAB - EMA
O Código de Ética Da OAB - EMA
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Introdução
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Assim, em sentido amplo, por definição, a ética é a ciência que estuda a conduta
humana dos seres entre si, avaliando a virtude nas ações destes e a postura dos
membros sociais quanto às normas comportamentais.
Outrossim, há que se falar em ética não só na garantia de uma convivência
harmoniosa e justa, mas também na influência ímpar desta no exercício das profissões.
Como decorrência lógica, aquele que atua eticamente nos assuntos de vida, deve
manter o respeito à ética em relação a atividade laboral desenvolvida.
A ética profissional, portanto, representa um conjunto de princípios e regras de
conduta específicos para o exercício de determinada profissão, que tem objetivo
proporcionar um mercado de trabalho igualitário em oportunidades e de respeito
recíproco.
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II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade,
lealdade, dignidade e boa-fé.
III - velar por sua reputação pessoal e profissional.
IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e
profissional.
V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das lei.
VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes,
prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígio.
VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de
viabilidade jurídica.
VIII - abster-se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente.
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos.
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e
a dignidade da pessoa humana.
d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído,
sem o assentimento deste.
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades
com as quais tenha vínculos negociais ou familiares.
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direito
individuais, coletivos e difuso.”
X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à
administração da Justiça.
XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil
ou na representação da classe.
XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia.
XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa do
necessitados.”
Outro ponto de suma importância é o das relações com os clientes, ora exposto
nos artigos 10 e 11 do CED, consagrando preceitos éticos básicos tais como da confiança
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recíproca e, por consequência deste primeiro, da liberdade do advogado de direcionar
a causa da melhor forma a atender os interesses de seu cliente. Vejamos:
“Art. 10. As relações entre advogado e cliente baseiam-se na confiança
recíproca.
Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte,
cumprindo-lhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais
adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes,
procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada.”
“Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de profissão,
agente políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros em geral, o dever
de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo
em que preservará seu direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento
de todos com quem se relacione.
§ 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos e
manifestações relacionados aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem dos
Advogado do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotar-
se-ão as medidas cabíveis, instaurando-se processo ético-disciplinar e dando-se
ciência às autoridades competentes para apuração de eventual ilícito penal.”
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Agora, adentraremos no tema do sigilo profissional, o qual é dever de ordem
pública do advogado manter o sigilo das informações que tiver conhecimento quando
da sua atuação profissional. A quebra do sigilo só é permitida pelo código quando
houver justa causa para tal feito, elencando a grave ameaça ao direito à vida e à honra
ou que envolvam defesa própria como causas permissivas do rompimento do sigilo
profissional. Como expõe o artigo 35, 36, 37 e 38 do CED:
“Art. 35. O advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome
conhecimento no exercício da profissão.
Parágrafo único. O sigilo profissional abrange os fatos de que o advogado tenha
tido conhecimento em virtude de funções desempenhadas na Ordem dos
Advogados do Brasil.
Art. 36. O sigilo profissional é de ordem pública, independendo de solicitação de
reserva que lhe seja feita pelo cliente.
§ 1º Presumem-se confidenciais as comunicações de qualquer natureza entre
advogado e cliente.
§ 2º O advogado, quando no exercício das funções de mediador, conciliador e
árbitro, se submete às regras de sigilo profissional.
Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que
configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à
honra ou que envolvam defesa própria.
Art. 38. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento
judicial, administrativo ou arbitral, sobre fatos a cujo respeito deva guardar
sigilo profissional.”
Dando continuidade ao nosso estudo, o nono capítulo do código faz referência aos
honorários advocatícios, e nele normatiza-se a forma com que os honorários devem ser
firmados entre os clientes e seus prepostos. Os elementos para definição do valor, a
forma do contrato, adoção da cláusula quota litis, a execução, são exemplos de tópicos
que foram mantidos do antigo Código de Ética e Disciplina.
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Por fim, debateremos sobre o capítulo que trata do processo disciplinar e das
disposições gerais, que nada mais são que consequências para os casos em que há
desobediência às normas e princípios regulamentados.
Jurisprudência pertinente
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em relação ao paciente ou a qualquer outro investigado, nesta ou em outra
investigação.”
(STF, HC 91610, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, julgado em
08/06/2010, DJe-200, PUBLIC 22/10/2010)
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desnatura a figura de devedor do autor perante à Fazenda Pública Nacional.
Valor gasto a título de honorários advocatícios contratuais e/ou convencionais
para a propositura da presente demanda judicial, que não podem ser imputados
à parte contrária, porquanto não se enquadram na definição de perdas e danos.
Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e desta Corte estadual. RECURSO DO
AUTOR A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO e NEGADO PROVIMENTO À
APELAÇÃO INTERPOSTA PELO RÉU.” (TJRJ, Des(a). PATRÍCIA RIBEIRO SERRA
VIEIRA, DÉCIMA CÂMARA CÍVEL, Julgamento: 17/07/2019)
Conclusão:
Em suma, vimos os mais relevantes aspetos trazidos pelo Código de Ética da
Ordem dos Advogados no exercício da advocacia. Podemos concluir que os dispositivos
abarcados visam regulamentar as relações do mundo jurídico.
Portanto, todas as obrigações e deveres profissionais e éticos que regem a
relação entre o advogado para com os demais, devem ser observados, de modo que
sempre reine o respeito e consideração, até mesmo para a preservação dos seus direitos
e prerrogativas.
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Bibliografia:
https://www.oab.org.br/visualizador/19/codigo-de-etica-e-disciplina
https://gustavorochacom.jusbrasil.com.br/artigos/259272700/novo-codigo-de-etica-
analisado-artigo-a-artigo
marketingjuridico#:~:text=S%C3%A3o%20deveres%20do%20advogado%3A,%2C%20di
gnidade%20e%20boa%2Df%C3%A9.
https://www.migalhas.com.br/depeso/244579/o-novo-codigo-de-etica-e-disciplina-da-
oab
https://www.editoraforum.com.br/noticias/novo-codigo-de-etica-da-oab-e-publicado-
no-diario-oficial-da-uniao/
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