Estudo Dirigido N1 Psi Organizacional

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Estudo Dirigido N1

Leia o texto a seguir e responda às questões abaixo.

Compreender as relações de trabalho na contemporaneidade envolve a análise das formas


como o trabalho, enquanto categoria social estruturante, influencia a dinâmica das
organizações, a identidade dos indivíduos e a estrutura da sociedade. Esta visão se baseia
no pressuposto de que o trabalho não apenas constitui um meio de subsistência, mas
também molda as relações sociais, contribui para a formação da identidade e permeia todos
os aspectos da vida humana. A complexidade das relações de trabalho e o papel do
psicólogo do trabalho e das organizações nesse contexto exigem um olhar crítico e ético
sobre as práticas profissionais e suas repercussões na sociedade e na vida dos
trabalhadores. Este entendimento se estende à realização de tarefas como recrutamento e
seleção, onde as visões sobre o mercado de trabalho e as relações laborais influenciam
diretamente as decisões e estratégias adotadas.
Borges, L. O., & Mourão, L. (2013). O trabalho e as organizações. Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788565852753

1) Com base no texto de Borges e Mourão (2013), discuta como o trabalho, enquanto
categoria social estruturante, influencia tanto a dinâmica das organizações quanto a
identidade dos indivíduos e a estrutura da sociedade. Explore como esta perspectiva
amplia o entendimento do trabalho além de um mero meio de subsistência,
destacando seu papel na moldagem das relações sociais e na vida humana.

2) Considerando o contexto apresentado no texto, analise o papel do psicólogo do


trabalho e das organizações na análise crítica das relações de trabalho
contemporâneas. Discuta a importância de um olhar crítico e ético sobre as práticas
profissionais, especialmente em atividades como recrutamento e seleção, e como as
visões sobre o mercado de trabalho e as relações laborais podem influenciar as
decisões e estratégias adotadas pelos psicólogos.

Leia o texto a seguir e responda às questões abaixo.

“Weber (1967) mostrou que o protestantismo ofereceu um referencial útil para resolver as
contradições do modelo perante as exigências apresentadas ao trabalhador, recorrendo a
formulações ideológicas. A tradição paternalista contribuiu com um elemento ideológico
sobre a relação empregadores e empregados, tornando “natural” a autoridade hierárquica,
como obrigação religiosa de controlar, bem como a responsabilidade e a esperada
obediência. Atividade e cooperação voluntária tornaram-se mais importantes que depender
do empregador. O referido autor, na sua obra seminal A ética protestante e o espírito do
capitalismo, descreve o papel da reforma protestante na formulação ideológica. O
luteranismo criou a noção de vocação, que consistia em um chamado de Deus para a
realização de um trabalho secular ou uma missão. Valorizava, assim, o cumprimento do
dever, e este era o único caminho para satisfazer a Deus e/ou para conseguir a salvação. A
profissão era concebida como um dom divino. Assim, para o autor, “[...] o efeito da Reforma,
como tal, em contraste com a concepção católica, foi aumentar a ênfase moral e o prêmio
religioso para o trabalho secular e profissional [...]” (Weber, 1967, p. 55)”.

Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E., & Bastos, A.V. B. (2014). Psicologia, organizações e
trabalho no Brasil (2nd ed.). Grupo A.
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788582710852

3) Com base na análise de Weber (1967) sobre o impacto do protestantismo na


sociedade capitalista, descreva como a reforma protestante alterou a percepção
sobre o trabalho secular e a acumulação de riquezas. Discuta o conceito de vocação
segundo o luteranismo e como este conceito redefiniu a ética do trabalho,
valorizando o cumprimento do dever como um meio de satisfazer a Deus e alcançar a
salvação.

4) Considerando as informações fornecidas no texto de Zanelli, Borges-Andrade e


Bastos (2014), explore como a tradição paternalista, influenciada pelo protestantismo,
contribuiu para a formação da relação entre empregadores e empregados. Analise a
forma como essa tradição tornou "natural" a autoridade hierárquica e a obediência
dentro das organizações, e como atividade e cooperação voluntária passaram a ser
vistas em detrimento da dependência do empregador.

Leia o texto a seguir e responda às questões abaixo.

Texto adaptado e sintetizado do livro Psicologia, Trabalho e Organizações no Brasil:


No início do século XX, o fordismo e o taylorismo revolucionaram a indústria e as
relações de trabalho, impulsionando a produção na Ford através de altos salários, mas
criando disparidades profissionais. Em contraste, a General Motors adaptou-se melhor ao
mercado com diversificação de produtos e vendas parceladas. Apesar das tentativas da
Ford de manter a satisfação dos trabalhadores e afastá-los dos sindicatos, a natureza
monótona do trabalho resultou em alta rotatividade. Tanto o fordismo quanto o taylorismo
mantiveram a visão capitalista tradicional do trabalho, focada na eficiência e na redução do
trabalho a tarefas repetitivas, o que gerou resistência entre os trabalhadores e impulsionou
a formação de sindicatos e greves. Este período foi marcado por intensa elaboração
ideológica e respostas variadas às condições de trabalho, evidenciando a importância
central do trabalho na sociedade e a contínua luta por condições justas.
Considerando a transição dos métodos de produção e gestão de trabalho entre a
Ford e a General Motors, analise como essas abordagens influenciaram o mercado
automobilístico e as relações de trabalho. A Ford, focada na produção em massa de um
único modelo de automóvel, diferentemente da General Motors, que adotou a segmentação
do mercado e inovação na comercialização, exemplifica mudanças significativas no cenário
industrial. Além disso, a introdução do fordismo trouxe desafios, como alta rotatividade de
trabalhadores e o descontentamento devido à natureza repetitiva do trabalho, levando à
necessidade de políticas como o five dollar day para reduzir a insatisfação e afastamento
dos postos de trabalho.
5) Discorra sobre como as estratégias de produção e comercialização adotadas pela
Ford e pela General Motors influenciaram o desenvolvimento da indústria
automobilística no início do século XX. Compare a abordagem de produção em
massa e foco em um único modelo de automóvel da Ford com a diversificação de
produtos e vendas parceladas implementadas pela General Motors. Reflita sobre
como essas estratégias refletiram na adaptação das empresas às demandas do
mercado e nas preferências dos consumidores.

6) Avalie as consequências das práticas de trabalho introduzidas pelo fordismo e pelo


taylorismo nas relações de trabalho dentro da indústria automobilística,
especialmente em relação à experiência dos trabalhadores na Ford. Discuta os
desafios enfrentados pelos trabalhadores, incluindo a natureza monótona do trabalho
e a alta rotatividade, e como as tentativas da Ford, como a política do five dollar day,
buscaram lidar com a insatisfação e manter os trabalhadores distantes dos
sindicatos. Considere o contexto mais amplo de resistência dos trabalhadores, a
formação de sindicatos e a ocorrência de greves, refletindo sobre a luta por
condições de trabalho mais justas.

Leia o texto a seguir e responda às questões abaixo.

Texto adaptado e sintetizado do livro Psicologia, Trabalho e Organizações no Brasil:


Teorias organizacionais variam entre ver as organizações como sistemas racionais,
focando na formalização e distinção de outras coletividades, e sistemas naturais, que as
aproximam de outras unidades sociais, reconhecendo a informalidade e conflitos internos. A
terceira perspectiva, dos sistemas abertos, vê as organizações como entidades
interdependentes do seu ambiente externo, ressaltando a troca de recursos e informações.
A introdução da noção de sistemas nos estudos organizacionais, promovida por Ludwig von
Bertalanffy, propôs uma visão integrada e aplicável a diversas ciências, influenciando teorias
como a da Contingência, que enfatiza a necessidade de adaptação organizacional às
variáveis ambientais. Gareth Morgan, utilizando metáforas, ampliou a compreensão
organizacional ao sugerir múltiplas perspectivas de análise, refletindo a complexidade e
paradoxalidade das organizações. As teorias enfrentam dilemas como a relação entre ação
humana e estrutura social, e entre conflito e consenso, evidenciando a rica diversidade de
abordagens no estudo das organizações.

7) Com base nas descrições fornecidas, discuta as principais diferenças entre as


perspectivas de sistemas racionais e sistemas naturais na análise organizacional.
Como essas teorias compreendem a estrutura e o funcionamento das organizações
em relação à formalização, distinção de outras coletividades, informalidade e
conflitos internos? Explore, em sua resposta, como cada abordagem reflete
diferentes entendimentos sobre a natureza e os processos organizacionais.
8) Considerando a terceira perspectiva mencionada, dos sistemas abertos, analise
como essa visão contribui para o entendimento das organizações como entidades
interdependentes do seu ambiente externo. Como a noção de intercâmbio de
recursos e informações com o ambiente externo se diferencia das visões anteriores e
quais implicações isso tem para a gestão e adaptação organizacional?

Leia o texto a seguir e responda às questões abaixo.

Texto adaptado e sintetizado do livro Psicologia, Trabalho e Organizações no Brasil:


A visão institucionalista interpreta a sociedade como uma complexa rede de instituições,
organizações, e práticas interconectadas, fundamentadas em estruturas simbólicas
(regulatórias, normativas, e cultural-cognitivas) que proporcionam estabilidade e sentido à
vida social. Essas estruturas orientam comportamentos, resistindo a mudanças, e são
essenciais para a legitimidade e sobrevivência das organizações. O institucionalismo revela
que as organizações dependem de aceitação e credibilidade, não apenas de recursos
materiais e técnicos, para sobreviver e prosperar dentro de seus ambientes sociais. Avalie
as asserções a seguir e julgue se segunda “é” ou “não é” a “razão” ou “justificativa” da
primeira.

9) Analise a afirmação de que a sobrevivência das organizações está intrinsecamente


ligada à sua aceitação e credibilidade no ambiente social, contrapondo-se à ideia de
que a sobrevivência depende apenas de recursos materiais e técnicos. Em que
medida a conformidade com estruturas simbólicas — como normas, valores, e
crenças — é fundamental para essa aceitação e credibilidade? Discuta exemplos de
como essa dinâmica pode se manifestar na prática.

10) Considerando a visão institucionalista, discuta como as estruturas regulatórias,


normativas, e cultural-cognitivas contribuem para a construção da legitimidade das
organizações. Reflita sobre o papel dessas estruturas simbólicas na orientação dos
comportamentos organizacionais e na resistência à mudança. Como essa orientação
impacta a aceitação social das organizações e sua capacidade de sobreviver e
prosperar dentro de seus ambientes?

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