Revisaço de Filosofia para A Verificação Corrente (VC) 2024
Revisaço de Filosofia para A Verificação Corrente (VC) 2024
Revisaço de Filosofia para A Verificação Corrente (VC) 2024
- Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se desprezar as evidências
empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual
foi experimentada, a de adotar crenças com base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido
último. (ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.) Platão e Aristóteles marcaram
profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores
que, em linhas gerais, refere-se à compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.
- Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é um objeto de razão e não de
sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro
em detrimento do segundo. Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente. (ZINGANO, M.
Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012). O texto faz referência à relação entre razão e sensação,
um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante
dessa relação? Ele situa afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
- Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: “Este objeto que estou vendo agora tem tendência para
assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior”.
Assim, para podermos fazer estas reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se
aproxima o dito objeto, ainda que imperfeitamente. (PLATÃO. Fédon. São Paulo: Abril Cultural, 1972). Na epistemologia
platônica, conhecer um determinado objeto implica fazer correspondência entre o objeto observado e o seu ser.
- A definição de Aristóteles para enigma é totalmente desligada de qualquer fundo religioso: dizer coisas reais associando coisas
impossíveis. Visto que, para Aristóteles, associar coisas impossíveis significa formular uma contradição, sua definição quer dizer
que o enigma é uma contradição que designa algo real, em vez de não indicar nada, como é de regra.
(COLLI, G. O nascimento da filosofia. Campinas: Unicamp, 1996, adaptado).
Segundo o texto, Aristóteles inovou a forma de pensar sobre o enigma, ao argumentar que o enigma é uma contradição que diz
algo de real e algo de impossível ao mesmo tempo.
- Dado que, dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o
falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum
outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são
mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo o conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não
pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento
científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios. (ARISTÓTELES. Segundos analíticos. In: REALE, G. .
São Paulo: Loyola, 1994).
Os princípios, base da epistemologia aristotélica, pertencem ao domínio do(a) intuição, pois ela é mais exata que o
conhecimento científico.
- É certo que o homem jamais saberá qualquer coisa com absoluta certeza, antes que Deus seja visto face a face [...], pois
ninguém é versado na natureza a ponto de saber tudo [...]. E já que, em comparação com o que o homem sabe, são infinitas e
indubitavelmente maiores e mais belas as coisas que ele ignora, ele está fora do juízo se se vangloriar a respeito de seus próprios
conhecimentos [...] Tenho aprendido importantes verdades com homens de posição humilde, mais do que com doutores célebres.
Portanto, não deve ninguém vangloriar-se de sua sabedoria.
(BACON, Roger, Opus Maius, 1266, pp. 24-25).
O filósofo medieval Roger Bacon buscava, entre outras coisas, a(o) racionalização do conhecimento na busca do divino.
- Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra
designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento
é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no
pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.
(TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.) O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de
Aquino caracterizada por sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
- Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as demonstrações feitas por outros, se
nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os
raciocínios de Platão e Aristóteles, sem poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos
ter aprendido, não ciências, mas histórias. DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes,
1999.
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como resultado da autonomia do
sujeito pensante.
- Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se
resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista,
parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela.
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na percepção dos sentidos.