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APOSTILA DE HOMILÉTICA

Inicialmente, é fundamental saber que a teoria básica da comunicação é descrita a partir dos
elementos emissor, receptor, mensagem e canal.

Você pode perceber que definir comunicação não é uma tarefa fácil. Afinal de contas,de que
comunicação estamos falando? De qual mensagem e de qual meio de comunicação estamos
falando? As novas tecnologias afirmam que as oportunidades de interação e compartilhamento de
ideias e emoções nunca estiveram melhores. Entretanto, será que as formas digitais de troca de
informação e diálogos comprovam que a comunicação contemporânea é mais humana e eticamente
eficaz do que no passado? Será que o processo de comunicação serve para fins de justiça social,
redenção e libertação ou a fins de dominação, controle e poder? Em linguagem teológica: o
processo de comunicação serve a fins éticos e edificantes ou aos fins pecaminosos?

Inicialmente, é fundamental saber que a teoria básica da comunicaçãoé descrita a partir dos
seguintes elementos:

• Emissor: é a pessoa ou um grupo que tem uma ideia para compartilhar. A mensagem precisa
ser significativa tanto para o emissor quanto para o receptor. Ou seja, ela precisa ter a capacidade de
estabelecer a comunhão entre pessoas ou grupos que trocam significados e compartilham coisas em
comum.

• Receptor: é uma pessoa ou um grupo (conhecida ou desconhecida) que recebe a mensagem, a


interpreta interiormente e manifestaa sua interpretação exteriormente. Ao decifrar seus simbolos,
sua reação é retornar ao emissor ou encaminhar a ideia para outros.
• Mensagem: é a ideia ou pensamento transmitido pelo emissor (com o uso de códigos, símbolos,
sinais, signos) e recebido pelo receptor
Canal: é o meio utilizado para transmitir a mensagem, como por exemplo, voz, gestos, livro,
jornal, rádio, televisão, panfleto, internet, e assim por diante.
CONCEITUANDO A COMUNICAÇÃO ÈFICAZ

O que quer dizer se comunicar bem e eficazmente? Em nossa essência humana, somos seres
comunicadores. Vivemos em relacionamentos e comunidades e nos relacionamos com palavras,
ideias e emoções. No entanto, os desafios contemporáneos para uma comunicação eficaz são cada
vez maiores e precisamos compreender o que realmente está em jogo na comunicação.
Tratemos do significado etimológico da palavra comunicação. Comunicação se relaciona
directamente com comum e comunhão, ou seja, o que conta não é o controle, a quantidade, ou
a qualidade da informação, mas sim o "tornar comum", ou seja, o compartilhar de ideias,
emoções, historias, experiências e sonhos em comum com pessoas e grupos, por meio de
gestos, atos, palavras, simbolos, e assim por diante.
Concluindo, comunicação consiste em comunhão ou viver em comum. Não se trata, portanto,
apenas de discutir apenas técnicas de "como fazer", modos e canais de falar, transmitir, difundir ou
propagar conteúdo. Trata-se, por outro lado, de reflectir sobre as melhores formas de viver em
comunidade, construindo consenso na diversidade, construindo identidade na pluralidade e trazendo
justiça social a um mundo injusto.
A COMUNICAÇÃO TEOLÓGICA
No Novo Testamento o termo grego que mais se aproxima do significado da comunicação como
está sendo apresentado nesta unidade é "koinonia", que traduzimos por viver em comunhão ou
viver em comum. A "koinonidé" a qualidade daquilo que é comum a pessoas diferentes, é aquilo
que é partilhado por pessoas, aquilo de que todos participam. Assim, o sucesso da comunicação na
comunidade cristã é determinado pelos alvos ou metas da vida em comum, bem como pelos
princípios de convivência comunitária.
Resumindo, uma teoria teológica da comunicação consiste na reflexão sobre se comunicar de
maneira justa, equitativa e libertadora. Além disso, ela deve reflectir como viver ética e
cristocentricamente em um mundoiniquo e infiel ao seu Criador.

Os desáfios actuais para uma comunicação teológica bem-sucedida são inúmeros. Vamos destacar
alguns:
• Um conjunto de valores acerca do mundo, da sociedade, da religião e de si mesmo;
• Relactivização da verdade;
• Erasão da autoridade;
• Selectividade intelectual;
• Aprendizado visual.

O pregador comunica através daquilo que é como pessoa. Por isso ele precisa conhecer muito bem
suas fraquezas, reacções emocionais e limites, fazendo uma boa gestão da sua disciplina pessoal,
agenda e compromissos semanais. Por isso, o pregador deve prestar atenção em três coisas:
• Tome cuidado com o orgulho,
• Esqueça de si mesmo,
• Focalize a glória de Deus.

Toda mensagem cristä está endereçada a duas audiências diferentes. John Stott, no seu livro
Between two Worlds (Entre dois mundos), descreve como Deus continua falando através daquilo
que falou. A Biblia é a palavra viva a um povo vivo e a pregação é a uma mensagem
contemporânea a um mundo contemporâneo.

A mensagem não é meramente uma exposição histórica, contextual e exegética. Na visão de Stott,
Deus está falando ao mesmo tempo com duas audiências, duas culturas e com dois ouvintes. A
Bíblia utiliza a linguagem dos ouvintes originais que viveram a milhares de anos. Agora, entretanto,
ela fala para a plateia com palavras e expressões que está sendo empregadas nos dias de hoje.
Precisamos de modelos relevantes que usem a Palavra fazendo uma hermenêutica cuidadosa do
texto. A palavra de Deus não pode ser usada fora de contexto, como uma desculpa para outros
temas que deveriam ser analisados psicologicamente, nem para moralismos, nem para provar com
apologias determinada doutrina, nem pode ser usada abusivamente para ganhos pessoais. Ao
comunicar a Palavra quer por meios orais ou escritos, lembre-se que Deus enviou você para ser o
seu mensageiro e anunciar a sua vontade. Ele lhe dará poder e eficácia na comunicação. Acima de
tudo, estejamos comprometidos com a Palavra de Deus.

A revelação de Deus é histórica e contemporânea. Por isso, nossa pregação não pode ser meramente
histórica (sem aplicações), nem meramente contemporânea (sem o respeito pelo significado e
contexto histórico). Ela deve reflectir ambas as audiências.
O COMUNICADOR ÉFICAZ

Por que as pessoas não se comunicam bem?


A maior dificuldade que temos para o estabelecimento de princípios gerais para o comunicador é
que a comunicação é evidentemente humana, fálivel e replecta de ruídos. Todas as pessoas
apresentam personalidades e temperamentos diferentes, motivações e necessidades variadas.
Lembre-se, mesmo que você se sinta limitado, vulnerável ou até amedrontado diante das suas
habilidades como comunicador, todas as pessoas vieram ao mundo com talentos dados por Deus e
tem muito a aprender e a ensinar.

OBSTÁCULOS Á COMUNICAÇÃO ÉFICAZ


Uma palestra ou pregação depende fundamentalmente das palavras empregadas. Palavras narram
histórias, organizam ideias, constroem argumentos e fazem apelos. Por isso, é importante
compreender quais são os principais bloqueios para uma comunicação bem- sucedida. Há vários
obstáculos que nos impedem de comunicar com mais eficácia. Esses geralmente estão ligados a dois
elementos: sua personalidade e a sua linguagem, mas destacaremos aqui os seguintes obstáculos:
• A autossuficiência;
• As avaliações congeladas;
• A cultura do hiperconsumo;
• Os fatos e boatos;
• As tendências à complicação.

OBSTÁCULOS LIGADOS À PERSONALIDADE:

A) Ensimesmamento.
As pessoas acham que são autossuficientes e sabem o bastante sobre vários assuntos.
Na verdade, o melhor remédio para vencer o narcisismo e consequentemente superar a
discriminação na comunicação é a humildade. Aprendamos a sublinhar a diversidade e celebrar as
diferenças com a pessoa mais inteligente que já existiu, Jesus Cristo.

B) Avaliações congeladas.
Considerando a velocidade das transformações tecnológicas e socioculturais, o problema das
avaliações congeladas é um dos mais graves na comunicação. As pessoas, coisas e eventos mudam
rápidamente. Nossos preconceitos reflectem a dificuldade que temos para mudar, inovar e
reinventar. Portanto, as expressões de linguagem precisam ser actualizadas frequentemente. A
linguagem está em permanente transformação. Estejamos abertos a novas ideias, novos conceitos, a
constante actualização.

D) Os factos e fakes-news.
A abrangência das fake-news na comunicação demonstra a dificuldade com que os indivíduos têm
para separar e julgar boatos, sentimentos, imaginações, pressentimentos e hipóteses dos fatos reais,
acontecimentos concretos, dados estatísticos e teorias da conspiração. O que é real? O que é
imaginário?
As pessoas precisam ter condições de avaliar se uma informação está correcta e contextualizada
com a realidade dos factos:
• Pesquisa sobre a fonte original (quando existir).
• Pesquisa sobre o que foi publicado sobre o assunto/tema.
• Pesquisa em fontes oficiais.
• Contextualização do conteúdo checado, com busca de referência bibliográfica.
• Classificação do conteúdo como verdadeiro (correcto e coerente com os factos apurados).

E) As tendências à complicação
A incapacidade para simplificar consiste num dos principais obstáculos à comunicação. Um dos
maiores desafios da comunicação teológica é da ressignificação das palavras. Busque ser
compreendido. Seja simples!

OBSTÁCULOS LIGADOS A LINGUAGEM:

A) A confusão entre factos e opiniões


Segundo Penteado, "Um facto pode ser considerado uma opinião. Uma opinião pode se transformar
num facto. Factos não se discutem. Opiniões são tópicas de controvérsia".
Devemos ser sábios, procurando analisar todos os dados, por todos os ângulos, observar
atentamente as evidências e perceber as possíveis falhas nas nossas deduções e julgamentos.

B) Confusão entre deduções e observações


A confusão entre deduções e observações é um dos obstáculos mais comuns da comunicação e
difíceis de serem distinguidas, pois a estrutura da linguagem não oferece indicações de diferenças.
Por exemplo:
• Se há um carro parado em frente da casa, achamos que alguém está nos visitando.
• Se o individuo entrar num supermercado, achamos que está fazendo compras.

C) Descuido com as palavras absctratas


Outro erro muito comum é o emprego das palavras absctratas. A maioria dos conflitos humanos é
resultado da imperfeição da linguagem que impede as pessoas de se entenderem. É crucial que a
relação entre a palavra e a coisa a que se refere seja clara e evidente.
No caso específico de comunicação religiosa, as palavras expressam conceitos espirituais
complexos e pensamentos históricos e teólogicos. Palavras como salvação, fe, vida eterna,
evangelismo, assim por diante estão carregadas de simbolos e precisam ser compartilhadas,
compreendidas e interpretadas correctamente.

D) Desencontros
Desencontros acontecem quando as mesmas palavras significam coisas diferentes para pessoas
diferentes.

E) A discriminação (abuso dos preconceitos).


Ela acontece quando falhamos em reconheceras variações, mudanças e diferenças entre pessoas,
grupos étnicos e simbolos.

Para lidar com os obstáculos da comunicação, você deve compreender não somente o seu próprio
estilo, mas também comunicar-se de forma sensível e atenta ao estilo do seu ouvinte. Veja a figura
abaixo sobre os quatro estilos comportamentais:

ANALÍTICO CONDUTOR AMÁVEL EXPRESSIVO


Menos responsivo Mais assertivo Menos assertivo Mais responsivo
Controla emoção Comanda Questiona Demonstra emoção
Cabeça fria Competitivo Cooperativo Coração quente
Racional Pressiona Reservado Espontâneoo
Mentalidade Age rápido Age devagar e evita Informal
empresarial riscos

• Analiticos: prepare seus argumentos e não perca tempo desviando- se do assunto. Seja preciso,
específico e direto. Apoie seus principios e ponderações. Não seja espalhado, mas ofereça
evidências prácticas e realistas.
• Expressivos: Interaja e apoie seus sonhos e expectativas. Ouça suas ideias e não legisle em
causa própria. Peça opiniões e soluções Não seja frio e vago, mas divertido e descontraido.
Amáveis: Mostre interesse sincero pela sua pessoa e não fique falando de assuntos sérios o tempo
todo. Seja sensivel, casual e informal. Evite discutir números e factos.

QUALIDADES DE UM COMUNICADOR ÈFICAZ:


São inúmeras as qualidades necessárias para que um comunicador possa desempenhar bem suas
apresentações, mas nós destacaremos as seguintes:

• Memória: Embora não se possa confiar totalmente na memória, ela é sempre de grande
utilidade para o orador. Precisa reproduzir as imagens observadas ao longo da vida e tão preciosas
na composição dos discursos, precisa trazer à lembrança números, datas, estatísticas e suposições
matemáticas que proverão ou tornarão claras suas afirmações" (POLITO, 1986, p. 39).

• Habilidade: Quem fala precisa ter sensibilidade suficiente para compreender as intenções dos
ouvintes e a habilidade de adaptar o conteúdo da mensagem à atenção e interesse da plateia.
• Inspiração: " È a forma como o orador cria e produz o seu discurso; a soma das energias para
encontrar a melhor ideia, modificando e substituindo a mensagem preparada com antecedência.
• Criactividade: Criar é esforçar-se em sair do lugar-comum, levar a imaginação a encontrar
caminhos desconhecidos e alternativos para despertar os ouvintes e mantê-los presos ao poder da
comunicação.

• Determinação: O comunicador sempre se deparará com situações difíceis e desanimadoras que


irão provocar dúvidas quanto a suas possibilidades de sucesso na arte de falar. Por isso que,è
necessário estar determinado.
• Observação: Todos os assuntos, desde os mais simples e aparentemente desinteressantes até os
mais complexos são importantes para a comunicação.
• Síntese: O comunicador tende a falar demais, quando domina o tema ou percebe um bom
retorno da sua mensagem. Por isso, deve ter a capacidade de síntese.
• Voz.: Os elementos da execução verbal são velocidade( rápído, lento ou moderado), ritmo da
tonalidade(inflexão alta ou baixa) e pausas (curtas que enfatizam palavras-chaves), Ela determina a
própria personalidade do comunicador e identifica imediatamente o que se passa no interior da
pessoa, por exemplo, triste ou alegre, segura ou estressada. Qualquer problema de ordem fisica ou
emocional será revelado através da voz. Segundo Polito, são necessários cuidados especialmente
com a:
• Respiração- Algumas pessoas falam enquanto estão inspirando ou continuam a falar quando
o ar praticamente acabou Para falar.
• Dicção- A pronúncia dos sons das palavras é quase sempre provocada pela negligência.
• Velocidade- Cada comunicador tem sua velocidade própria, dependendo da mensagem, da
respiração, emoção, e assim por diante.
• Expressividade- Cada palavra possui sílabas importantes e, dependendo da pronúncia dessas
sílabas, a mensagem poderá ser alterada.
• Intensidade- A voz precisa ser bem cuidada e encontrar a altura adequada para não irritar
aqueles que ouvem.

• Vocabulário: O orador deve ter o hábito de leitura para enriquecer o seu vocabulário.
• Conhecimento: Falar sobre algo que você não tem compreensão ou não preparou consiste num
crime contra a expressão verbal. O comunicador eficaz deve interessar-se e conhecer um pouco de
todas as matérias, mas especialmente dos fatos actuais. Não podemos viver fora da realidade
desprovidos de informações do nosso tempo. Você pode ter as melhores técnicas, mas às aulas
serão vazias se não houver uma mensagem a ser transmitida. Se não tiver uma mensagem clara, não
fale, nem escreva.
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA HOMILÉTICA
“Princípios básicos para a elaboração e comunicação de sermões”

1. DEFININDO O QUE É HOMILÉTICA E PREGAÇÃO.


HOMILÉTICA: É a ciência que estuda os princípios fundamentais do discurso em público,
aplicados na proclamação do evangelho. Este termo surgiu durante o iluminismo, entre os
séculos XVII e XVIII:
➢ HOMILETIKE-(Grego) ensino em tom familiar.
➢ HOMILIA-(do verbo homileo) Pregação cristă, nos lares em forma de conversa. Para
melhor compreensão podemos definir assim:
➔ Homilética- é o ramo do conhecimento cristão que ensina os processos da construção e da
comunicação de sermões biblicos.
➔ Homilética também pode ser vista como a arte da elaboração e transmissão da mensagem de
Deus para o seu povo.
➔ PREGAÇÃO- acto de pregar a palavra de Deus.
➔ PREGADOR- (aquele que prega), vem do latim, "prae" e "dicare" anunciar, publicar.

A palavra grega correspondente a pregador é "Keryx", arauto, isto é, aquele que


tem uma mensagem (Kerygma) do reino de Deus, uma boa noticia, uma boa-nova
evangelho,"evangelion".

A RELAÇÃO ENTRE HOMILÉTICA-HERMENÊUTICA – EXEGESE

A homilética tem dois braços que qualquer pregador, por mais simples que seja,
precisa ter um mínimo de conhecimento sobre sua função no preparo para a
pregação: hermenêutica e exegese.

GUARDE ISSO: Enquanto a hermenêutica é a ciência e técnica de interpretar correctamente a


Palavra de Deus, a exegese é a ciência e técnica de expor as ideias biblicas, την αερα αφωνία que se
interpretou.
A Pregação deve valer-se desses recursos e tantos outros para uma boa comunicação, sobretudo
deve-se haver uma dependência total do Espirito Santo de Deus.
Por isso o, o apóstolo Paulo escreveu aos corintios: "Eu, irmãos, quando fui ter convosco,
anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem, nem sabedoria.
Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado. E já em fraqueza, temor
e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espirito e de poder, para que a vossa
fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim, no poder de Deus" (1 Co 2.1-5).
A homilética não é:
✗ Substituta da vida espiritual;
✗ Substituta do Espirito Santo;
✗ Uma garantia de ministério eficiente.

A homilética é:
✔ Um auxiliar no estudo e análise do texto;
✔ Um auxiliar na exposição de idélas;
✔ Uma compreensão de que o sermão tem muita a ver com o pregador. O pregador & o
sermão;
✔ Uma compreensão de que Deus colocou no mundo recursos que devemos aproveitar.

O DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO DA PREGAÇÃO


c
O tipo de pregação no periodo profético era a palavra vinda directamente do Senhor (“assim
diz o Senhor”) que os profetas anunciavam e ilustravam em sua própria vida: uma prostituta
como esposa (Oséas); nomes dos filhos (Is 7.3, 8.3); cinto (Jr 13.1-11); o vaso do oleiro (Jr
18 1-17); a botija quebrada (Ir 19.1-15); a morte da mulher de Ezequiel (Ez 24.15-27); Após
o exilio, desenvolveu-se a pregação primitiva, em que passagens das Escrituras Sagradas
eram lidas em público ou nas sinagogas (Ne 8.1-18).
Por volta de 500-300 a. C. os gregos Sócrates, Platão e Aristóteles desenvolveram a retórica,
aperfeiçoada pelos romanos na forma da oratória/discurso (principalmente Cicero, em cerca
de 106-43 a. C.).

Jesus, no entanto, pregou o evangelho do reino de Deus com simplicidade, utilizando


principalmente parabolas (Mt 13. 34, Mc 4 10-12, 33, 34) e aplicando textos do Antigo Testamento
à Sua própria vida (Lc 4.16-22). A maioria dos cristãos primitivos, portanto, seguiu o exemplo da
sinagoga, lendo e explicando de modo simples e popular as Escrituras do Antigo Testamento e do
Novo.
Não se percebe muito esforço em estruturar uma pregação ou um tema organizador.
As primeiras teorias de pregação encontram-se nos escritos de Crisostomo (345-407 A. D), o mais
famoso pregador da igreja primitiva. Mais tarde foi Agostinho quem escreveu De “Doctrina
Christiana”: como chegar ao assunto e como explicar o assunto. A Idade Média não foi além de
Agostinho. O maior pregador da Idade Média foi Bernardo de Claraval 13090-1153).

A grande inovação da Reforma Protestante no século XVI foi tornar a Biblia o centro da pregação.
Os discursos e ladainhas da igreja romana cheios de rituais foram substituídos pela pregação
evangélica das grandes verdades bíblicas, versículo por versiculo. Martinho Lutero e João Calvino
expuseram quase todos os livros da Biblia em forma de comentários.

Os Líderes da Reforma Protestante deram à pregação um novo conteúdo (a graça divina em Jesus
Cristo, um novo fundamento (a Biblia Sagrada) e um novo alvo-a fé viva.

Lutero enfatizava o conteúdo da pregação do evangelho (a justificação pela fé). Segundo ele a
pregação evangélica deveria incluir tema, introdução, disposição, exposição do texto e
conclusão. Nos dias actuais tem sido grande a busca por um aprimoramento na qualidade na
pregação bíblica. Acredita-se que a boa pregação é fato crucial no crescimento de qualquer Igreja, e
a pregação tem sido objeto de estudos e aperfeiçoamento por lideres que desejam ver suas
comunidades fortes e crescentes.

1.1. O NOBRE MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO DA PALAVRA. Texto: Tessalonicenses 2:1-


13.
Não existe privilégio maior para uma pessoa que ser um porta-voz de Deus. Ministrar a Palavra de
Deus é uma nobre missão, pois “ é anunciar uma mensagem vinda de Deus à uma ou mais pessoas
com o objectivo de ajudá-las a compreender a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".
Considerando o tão nobre ministério que é, a pregação então requer que o pregador, nesse caso o
comunicador da mensagem, esteja bem preparado para executar sua missão.
Billy Graham disse certa vez que o segredo da boa pregação está em o pregador segurar a
biblia numa mão, e o jornal na outra.
No texto de I Tessalonicenses o apóstolo Paulo nos esclarece acerca de dois aspectos que
distinguem o ministério da pregação do Evangelho do Reino de Deus:
➢ É a tarefa mais dificil e ardua dentre todos os labores do mundo;
➢ É o trabalho mais gratificante e glorioso que se pode fazer neste mundo.

Ao mesmo tempo em que deixa claro as dificuldades e desafios que enfrenta um pregador, esclarece
também como é gratificante ser usado por Deus em tão nobre ministério.
Vejamos, então acerca deste dificil, mas glorioso oficio de acordo com os ensinos de Paulo:

a) O ministério da pregação é árduo como a luta de um soldado.

V. 2 "havendo anteriormente padecido e sido maltratados em Filipos, como sabeis, tivemos e


confiança em nosso Deus para vos falar o Evangelho de Deus em meio de grande combate".
Atos 16 narra as dificuldades enfrentadas por Paulo e Silas em Filipos. No capítulo 17
encontramos as informações que Paulo aqui considera conhecidas dos tessalonicenses. Durante três
semanas pôde pregar na sinagoga daquela cidade. Alguns judeus creram, muitos gentios e muitas
mulheres de posição (At 17:4). Isto gerou ciúmes e mobilizou uma multidão de judeus enfurecidos e
de "homens maus e vadios"
Paulo e Silas deixaram Tessalónica de noite, evitando as represálias dos enfurecidos Judeus.
Foram-se para Bereia. Ser pregador è ser soldado da linha de frente! II Tm 2:3-4-"Sofre comigo
como bom soldado de Crista Jesus. Nenhum soldado em serviço se embaraça com negócios desta
vida, a fim de agradar aquele que o alistou para a guerras"
II Tm 4:7 (O soldado que encerra a carreira) "Combati a bom combate, acabei a carreira, guardei a
fé. “

b) O pregador precisa resistir a maior de todas as tentações no ministério da pregação:

➔ A tentação de querer ser agradável aos homens : v. 4 "assim falamos não para agradar aos
homens, masa Deus, que prova os nossos corações".

Jeremias 28: Hananias X Jeremias. Ambos profetizam na casa do Senhor. Hananias afirma: "Assim
fala o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: Eu quebrarei a jugo do rei da Babilônia. Dentro de
dois anos, eu tornarei a trazer a este lugar todos os utensílios da casa do Senhor... bem como todos
os cativos..." nos vs. 15 e 16 Jeremias diz ao profeta Hananias: "Ouve agora, Hananias, o Senhor
não te enviou, mas tu fazes que este povo confie numa mentira. Pelo que assim diz o Senhor: eis
que te lançarei de sobre a face da terra. Este ano morrerás, porque pregaste rebelião contra o
Senhor". (dois meses depois este morreu).
Veja o que Paulo escreveu aos Gálatas: "Porventura procuro eu agora a favor dos homens, ou o de
Deus? ou procuro agradar a homens? Se agradasse ainda aos homens, não seria servo de Cristo"
Gálatas 1:10.
Agradar é doçura nos relacionamentos. Mas o texto fala por outra perspectiva: fidelidade bíblica na
pregação (1:9). Os gálatas tinham sido seduzidos pela doutrina das obras, desprezando o ensino da
graça. A decepção do apóstolo foi inevitável: "Tornei-me, porventura, vosso inimigo, por dizer a
verdade?" (4:16).

A fidelidade bíblica na pregação deve ser a voz do pregador, base de sua fé, no combate duro ao
paganismo que tem até mesmo infiltrado no meio evangélico. A caracteristica de um servo de Cristo
é sua fidelidade a Deus, diante disto não precisa bajular ninguém para alcançar seus objetivos ou
deixar de pregar temas que confrontam o homem em seu caráter, ele fala o que precisa ser dito e
vive no meio das conseqüências de consciência tranqüila. A bíblia menciona um "Hal da fama" de
pessoas que "o mundo não era digno deles" (Heb 11:38), por quê? Por que "practicaram a justiça",
entenderam que mais importa agradar a Deus do que aos homens. De facto, a busca por agradar aos
homens é uma terrível tentação. Afinal, quem não gosta de ser reconhecido? Quem não se sente
bem quando ouve logo após um sermão:
• "Seu sermão foi maravilhoso..."
(6) "nem buscamos glória de homens". Lc 6:26 "Ai de vós quando todos os homens vos louvarem
Porque assim faziam os seus pais aos falsos profetas".

c) O pregador precisa reconhecer que seu caráter é seu melhor sermão!

V. 10 "vós e Deus sois testemunhas de quão santa e irrepreensivelmente nos portamos para
convosco”
Pv 22:1 "Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que muitas riquezas..."
Ec 71 "Melhor é o bom nome do que o melhor ungüento…”

d) O pregador deve desempenhar bem os três objetivos básicos da pregação:

V. 12 e 13 "de modo que exortavamos e consolavamos, a cada um de vós como o pai e seus filhos;
para que conduzisseis dignamente para com Deus..."
✔ "exortavamos": encorajar para uma determinada linha de comportamento.
✔ "consolávamos": encorajar a continuar num tipo de conduta.
✔ "conduzísseis": convocar para testemunhar, viver de modo exemplar.
Quão difícil, porém gloriosa é a tarefa de pregar o evangelho. O vs. 13 expressa esta dupla
característica: "... havendo recebido a palavra de Deus que de nós ouvistes, a recebestes, não como
palavra de homens, mas como palavra de Deus, a qual também opera em vós que credes.”

O MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO DE JESUS.


Jesus logo apos ser baptizado vai ao deserto e vive a experiência da tentação, sempre a vencendo
pelo poder da palavra. Por três vezes Jesus diz a satanás "Está escrito…".
Quando chega a Nazaré, vai a Sinagoga e lá toma o livro do profeta Isaías e lê o cap. 61: "O
Espírito do Senhor esta sobre mim, pois me enviou para evangelizar... para apregoar..."
Depois de não ser entendido nen aceito pelos nazarenos, Jesus chega a Jerusalém.

Ali profere seu primeiro sermão, agora não dentro de um templo, muito menos no alto de um
púlpito como em nossos dias. Esse sermão foi tão expressivo que toma o nome de "Sermão da
montanha". Mateus registra o esboço desse sermão em três capítulos. Torna-se num grande
exemplo de sermão, de modo que a multidão se maravilhou com seus ensinos.
O que esse sermão tinha de especial? É certo que não foi pelo tamanho, inclusive creio que foi gasto
bem mais que os "30 minutos" sugeridos hoje pelos especialistas em oratória. Não creio ter sido
pelo local, pois apesar das planícies de Jerusalém proporcionar um ambiente fresco e muito
agradável, mas afinal não havia assentos confortáveis, muito menos um bom som para que todos
pudessem ouvir o grande pregador sem interferências.

Escreva em duas linhas as razões que você imagina de por que o sermão da montanha foi um
sucesso:
E gostaria de fazer, então, alguns destaques quanto a este sermão de Jesus. Admiro a pregação de
Jesus. Ele nos inspira, nos sustenta, e nos mostra o caminho para chegar ao coração das pessoas.
Vamos aprender com o nosso mestre. Quero compartilhar com você quatro verdades sobre o
ministério da pregação de Jesus:

1. Jesus apresentava a verdade de forma clara.


Ele não se complicou nem complicou a vida dos seus ouvintes. Apresentava sua mensagem usando
palavras simples, linguagem compreensível e orações curtas e diretas! "Vos-outros sois o sal da
terra" dizia, e depois explicava a função do sal e o perigo de não cumprir sua função. "Pedi e dar-
se-vos-a" afirmava, e logo explicava o benefício da perseverança na oração; ou então "não julgueis
para que não vos sejais julgados", e mostrava o perigo de fazer juízos apresados das outras pessoas.
Não usava palavras complicadas e difíceis. Quando Jesus pregava até as crianças entediam.
Outra ferramenta poderosa que Jesus usava eram as perguntas. Com as perguntas Jesus envolvia e
atraia as pessoas para si. Perguntava com o único propósito de motivar o pensamento. Suas
perguntas não requeriam respostas faladas, mas todos respondiam no mais intimo do seu coração.
"Se amas só os que te amam, que recompensa obtereis?", perguntava, e os ouvintes se viam
envolvidos e tentavam responder à pergunta. Ao faze-lo, fixavam a verdade no coração.

A repetição era outro instrumento de comunicação que Jesus utilizava: "Bem- aventurado, bem-
aventurado, bem-aventurado". Jesus sabia que a repetição de uma frase fixaria bem a mensagem na
mente dos ouvintes.
Ao anunciar o evangelho devemos seguir o estilo simples de Jesus, seus métodos infaliveis.
Devemos usar as mesmas técnicas simples que o mestre utilizava para abrir o coração das pessoas.

2. Jesus ilustrava bem suas mensagens.


So apresentar a verdade não é o suficiente, é preciso ilustrá-la. O sermão do monte está repleto de
ilustrações. Ilustrar a mensagem não é só contar uma história; histórias podem servir como
ilustrações, mas Jesus fazia mais do que isso. Comparava os conceitos com coisas da vida real,
aquelas que as pessoas conheciam bem. "Utilizava figuras Impressionantes como: "vos outros sois
o sal da terra", "vos outros sais a luz do mundo" o reino dos céus é semelhante a um grão de
mostarda".
Em fim Jesus utilizava uma linguagem simples que levasse as pessoas a imaginarem os conceitos.
Quem alguma vez não passou por dificuldades com seu irmão? Se alguém te pede para andar uma
milha, anda duas". Percebe como Jesus tomava situações da vida diaria para ensinar verdades
eternas: "por que reparas no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vés a trave que está no
teu olho?"
Nós também precisamos ilustrar as mensagens que pregamos. As ilustrações não ensinam conceitos,
mas os iluminam, os fazem mais claros. Quando falamos às pessoas que não conhecem muito da
Biblia.

3. Jesus aplicava a verdade.


Jesus fazia mais do que simplesmente apresentar e ilustrar a verdade: também a aplicava Não
importa quão bem se saiu na ilustração da verdade, se não a aplica estará simplesmente
pronunciando un discurso.
Ao falar da oração, por exemplo, não disse aos seus ouvintes que simplesmente orassem; Jesus lhes
mostrou como deviam orar. É aqui onde ele ensina o "Pai Nosso". O Mestre lhes ensinou, também,
que valia a pena orar, pois receberiam recompensas do Pai.
Quando Jesus pregava aplicava, também, sua mensagem a toda classe de pessoas. Alguém uma vez
calculou que, no sermão do monte, o Mestre se dirigiu a vinte e dois tipos diferentes de pessoas.
pessoas que queriam saber como achar a verdadeira felicidade, pessoas que eram perseguidas,
pessoas que acreditavam que o pecado era somente um assunto externo, pessoas que estavam a
ponto de se divorciar, entre outros.
A pregação de Jesus era tão especifica que, ao analisar o sermão do monte, você pode identificar
essas classes de pessoas sem muito esforço. Na pregação, você precisa ter em mente o seu público-
alvo, sem uma visão clara do seu alvo provavelmente não atingirá seu objetivol

4. Jesus pregava com autoridade e urgência.


Vamos examinar mais uma vez o sermão do monte. Ha autoridade e urgência na mensagem de
Jesus.
As multidões sentiam a autoridade do Mestre (Mateus 7:28, 29). Jesus não citava uma ou outra
autoridade terrena para reforçar seus conceitos, Ele declarava a Palavra de Deus. Dai vinha sua
autoridade e com isto deixou-nos um exemplo a seguir; deu-nos a autoridade da sua palavra para
proclamar o evangelho. Não apresentes a verdade como se fosse uma simples opção entre as outras,
proclama-a como única verdade.
Mas a autoridade não foi o único elemento usado por Jesus em suas pregações: estava também a
urgència. Ao pregar, o Mestre tentava levar às pessoas a fazerem uma escolha.
Seu estilo não era o "agora ou nunca", Há um caminho estreito que leva à vida e há um caminho
largo que leva à destruição (Mateus 7:13, 14) Não é possível escolher o caminho largo e chegar à
vida. Então, se desejas viver, deves escolher o caminho estreito.
A conclusão dramática no final do Seu sermão mostra que o homem sábio faz o que Jesus lhe diz
e resiste nas tormentas da vida, já o homem insensato não faz o que Jesus lhe diz e encontra
destruição (Mateus 7:24-27).
Você é o instrumento que Deus escolheu para dizer-lhes isto, por isso pregue levando as pessoas ao
ponto de tomarem uma decisão fazendo uma escolha.

CONSIDERAÇÕES FINAIS SOBRE O VALOR DO MINISTÉRIO DA PREGAÇÃO.


Não podemos perder de vista o quão relevante é o nobre ministério da pregação. Vejamos a partir
do que Paulo escreve ao jovem pastor Timóteo sobre a sua motivação para se dedicar ao ministério
da pregação.
Leia 2 Timóteo 4:1-6.
• Nosso tempo chegará ao fim;
• As oportunidades passam;
• Estamos diante dos olhos de Deus;
• A perspectiva do Juízo Final.

Não se esqueça de que a Pregação Biblica tem como alvo a transformação de vidas.
• Mais que uma boa impressão: viva, prática e criativa;
• Foco no coração e na mente das pessoas.

Resumindo, a Pregação Biblica mostra sua eficácia quando alcança as pessoas em seu tempo:
• Falar perto do coração das pessoas;
• Pregar com o fisico, a mente, o emocional e no Espírito;
• Olhar para a congregação com os olhos de Deus;
• Sempre perguntar antes de pregar: "Será que essa é a melhor maneira de dizer essa
mensagem";
• Entender os avanços e o progresso. Usar linguagem actual.

2. ANTES DE PREGAR UMA MENSAGEM:


"A vida do pregador".

A palavra de Deus afirma que "De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus"
Rm 10:17.
Entretanto, a falta de vivência real do pregador na fé cristä traz dificuldades na proclamação da
palavra.
É plano de Deus usar pessoas na comunicação de sua mensagem como Seu porta-voz. Desde os
tempos do Antigo Testamento quando Deus usou pessoas como Moisés, Elias,, Eliseu, Jeremias,
Isaías, Daniel e no Novo Testamento pessoas como João Baptista,
Pedro, Paulo entre outros.
Estes pregadores não eram seres celestiais ou pessoas anormais. Foram pessoas comuns que Deus
usou.
Mesmo diante de suas limitações e fraquezas eles foram porta-voz de Deus transmitindo
mensagens ao povo de seu tempo.
Veremos neste capitulo, como deve ser a vida devocional da pessoa que se dispõe a ser um porta-
voz da mensagem de Deus.
3. A ESTRUTURA DO SERMÃO.
Qualquer explicação requer organização, ordenação, lógica e clareza. Sendo o sermão uma
explicação da palavra e vontade de Deus esse deve ser didáctica (facilitador no ensino e
aprendizagem). A práctica de pregações através dos tempos levou os estudiosos do assunto a
relacionarem alguns elementos básicos que devem estar presentes nos sermões, dando a eles uma
estrutura que facilita o desenvolvimento da mensagem. Esses elementos são alvo, texto, tema,
introdução, corpo, conclusão e apelo. A isso chamamos de estrutura do sermão e são
imprescindiveis, pois norteiam a linha de pensamento do pregador direcionando a ouvinte para o
conteúdo da mensagem.
"A estrutura propriamente dita é a organização do sermão com suas divisões técnicas, que
servem para orientar o pregador na opresentação da mensagem".
Um sermão precisa ter: UNIDADE, ORDEM, PROGRESSÃO, assim COMO
COMEÇO,MEIO E FIM.
• ALVO OU OBJETIVO- É exatamente aqui que se recebe a mensagem que tem a pregar e
a partir deste ponto estruturá-la para levar a igreja.

• TEXTO BÍBLICO- O assunto do sermão deverá ser baseado em um texto biblico.

• TEMA - Para que o ouvinte possa ter uma idéia do que você tem a falar é imprescindível o
emprego de um tema. O ouvinte realmente estará adentrando no seu sermão.

• INTRODUÇÃO- Começar bem e provocar interesse e despertar atenção. Os cinco minutos


iniciais do sermão vão determinar a atenção que os ouvintes lhe darão.

• CORPO- Essa é a principal parte. Onde deverá estar o conteúdo de toda mensagem,
ordenado de forma lógica e precisa. Neste ponto tambem deverão ser abordadas algumas
aplicações utilizadas durante o sermão como, ILUSTRAÇÕES, FIGURAS DE
LINGUAGEM, MATERIAL DE PREPARAÇÃO.

• CONCLUSÃO- "Uma conclusão desanimada, deixará os ouvintes desanimados", Baseados


no objetivo específico do sermão a conclusão é uma sintese do mesmo e deve ser uma
aplicação final à vida do ocuvinte.

• APELO- É o momento em que se alcança a consciência, o coração e a vontade do ouvinte.


São os frutos do sermão.
ANTES DE MONTAR A ESTRUTURA DO SERMÃO.

DEFININDO O OBJECTIVO, O ALVO E O ASSUNTO.


Todo sermão deve ter unção divina. Um sermão sem unção, ainda que tenha uma excelente
estrutura, não apresentará poder para conversão, consolação e edificação.

• Devemos lembrar que ao transmitir um sermão não estamos transmitindo conhecimento


humano, mas a Palavra de Deus e esta é a única que penetra até a divisão da Alma e Espírito,
portanto é fundamental a unção..
• O objectivo da homilética, de uma forma geral, é a conversão, a comunhão, a motivação e a
santificação para vida cristä.
• O assunto de uma mensagem é algo particular entre o pregador e Deus.
• A grande questão é: como Deus fala conosco? A forma de Deus falar é individual e peculiar.
Algumas pessoas acreditam que Deus fala somente de forma sobrenatural. Entretanto, Deus
pode falar com você de todas as formas possíveis, fique atento, inclusive aquelas que você menos
imagina. No machibombo, em casa, no trabalho, no banho, lendo a biblia, olhando a paisagem,
ouvindo uma mensagem, conversando, pensando, através de pessoas ou coisas, em sonho (tome
cuidado), no meio de uma crise, ouvindo testemunhos, através de crianças, ouvindo uma música,
em seu lazer, em um acidente, uma lição de vida, viajando, etc.
Tanto a preparação quanto a exposição são enriquecidas com o grau de conhecimento do
pregador. Os conhecimentos não são a principal razão de um sermão, mas são a pele que lhe
embelezam, melhorando sua estética. O pregador não precisa deixar de ser espiritual pelo fato de
enriquecer seus sermões com conhecimentos gerais. Se o sermão estiver cheio da graça de Deus,
então os conhecimentos nele inseridos resultarão em bênçãos.

A homilética apresenta as técnicas, e ensina como o pregador pode tirar proveito dos
conhecimentos, ordenando os pensamentos e dosando-os com a graça divina.
Todo pregador deve adotar um sistema de estudo, para seu maior aproveitamento no ministério
da Palavra. "O que se vai dizer é resultado do que sabemos, sentimos, pensamos, cremos e
desejamos transmitir.
Cultura é aquilo que a gente sabe, resultado de nossa vivència, das influências que sofremos e
de tudo que realmente nos estruturou. Ser uma pessoa culta em nossos dias, isto é, cheia das
informações do mundo em que vivemos, é uma boa ferramenta para alcançar as pessoas de nosso
tempo.
Para falar de um tema qualquer é bom dominar o assunto, a ponto de torná-lo de uma simplicidade
que atraia as pessoas. Mas é bom lembrar que precisamos ser nós mesmo.
Assim, a primeira e grande obrigação do pregador é a LEITURA, constante, sublimática dos
assuntos que ele aborda em suas mensagens e de cultura geral.

O QUE FAZER QUANDO CONVIDADO PARA PREGAR EM:

A) CONGRESSOS E CONFRATERNIZAÇÕES.
Neste caso os assuntos são apresentados pelos organizadores do evento. Para o pregador, o desafio
está em desenvolvê-lo. Tenha intimidade com Deus para transmitir exatamente o que Ele quer falar.
Quase toda pesquisa serve como base para sermões. Todavia, é verdade incontestável que, quanto
mais instrução tem uma pessoa, tanto mais condições terá para preparar e apresentar sermões.

Embora exista um tema, normalmente este é geral, podendo o pregador ser mais específico.
Exemplo: TEMA DO CONGRESSO: "A videira verdadeira" João 15: 1 a 8.

* Você pode falar sobre: "Como o cristão pode Ter uma vida frutífera", "Por que o cristão deve
Ter uma vida frutífera?" ou até mesmo, "Os frutos da videira na vida do cristão", utilizando outros
textos e inserindo um subtema.

B) DATAS COMEMORATIVAS E CULTOS ESPECIAIS.


Situações onde o assunto é uma explicação do momento. São cultos realizados em virtude de
acontecimentos específicos na igreja local ou em determinado evento.
Dentre os cultos especiais podemos destacar:
• Casamento;
• Aniversários;
• Batismo;
• Consagração;
• Aniversário da Igreja;
• Posse;
• Funeral;
• Evangelistico;

Atenção! Conheça e domine os textos bíblicos para explorar estes assuntos mais facilmente.
MONTANDO A ESTRUTURA DO SERMÃO.
1) TEXTO BÍBLICO.
O texto bíblico é a passagem bíblica que serve de base para o sermão.
Esse texto deverá fornecer a idéia ou verdade central do sermão. Nunca se deve tomar um texto
somente por pretexto, e logo se esquecer dele.
Segundo Jerry Stanley Key existem algumas vantagens no uso de um texto bíblico:
1. O texto dá ao sermão a autoridade da palavra de Deus
2. 0 texto constitui a base e alma do sermão;
3. Através do texto o pregador ensina a palavra de Deus;
4. O uso do texto ajuda os ouvintes a reter a idéia principal do sermão;
5. O texto ajuda a unificar o sermão;
6. Permite uma maior variedade nas mensagens,
7. O texto é um meio para a atuação do Espírito Santo.

É imprescindível a escolha de um texto que se relacione com o tema do sermão, porém


adequado. Vejamos o tipo de textos que devemos evitar:
• Texto longo cansa os ouvintes. (Salmo 119);
• Textos obscuros causam polêmicas no auditório. (I Cor. 11:10- comportamento
feminino no culto);
• Textos difíceis que os ouvintes não entendem. (Ef. 1:3 - predestinação).

2) EXEGESE.
Exegese é o trabalho de exposição de um texto bíblico.
A exegese é importante para que o ouvinte possa compreender a mensagem bíblica e entender
seu significado na actualidade. Questões de data, autoria, antecedentes e circunstâncias são
essenciais à tarefa de preparar sermões bíblicos, Quanto mais conhecermos as condições político-
religiosas e socio-econômicas sob as quais foi escrito certo documento, tanto melhor poderemos
compreender a mensagem do autor e aplicá-la de acordo com isso.
Uma boa exegese acontece quando o pregador "senta-se" na cadeira do escritor do texto.

DEZ PASSOS PARA UMA BOA EXEGESE:


• Leia o texto antes em versões diferentes para maior compreensão;
• Reproduza o texto com suas próprias palavras. (Fale sozinho);
• Observe o texto em sua totalidade antes e depois;
• Verifique a linguagem do texto (história, poesia, ensino, parábola, profecia, etc.);
• Pesquise o significado exato das principais palavras;
• Faça anotações;
• Pesquise o contexto (época, país, costumes, tradição, etc.);
• Pergunte sempre onde? Quem? O que? Por que?;
• -Organize o texto em seções principal e secundárias;
• Resuma com a seguinte frase: "O assunto mais importante deste texto é…".

3) TEMA.
O tema do sermão contém a ideia principal e o objectivo da mensagem. Deve ser estimulante e
despertar o interesse, a curiosidade e a atenção do ouvinte. Deve ser claro, simples, oportuno e
obedecer o texto. Para se desenvolver um bom tema o pregador precisa ter criatividade, hábito de
leitura, visão global do sermão e ser sintético.
Deve-se atentar para o facto de que assunto e tema não são a mesma coisa. O Assunto é algo
mais genérico, enquanto que o tema é mais específico. Um assunto, por exemplo, poderia ser a
"Esperança", e vários temas poderiam ser derivados deste assunto: "A Esperança do Crente", "A
Esperança do Mundo", etc...
Devemos sempre ter em mente que um bom tema há de fazer surgir na mente do ouvinte uma
indagação. Você apresenta sobre uma verdade alcançável que pretende falar, e os ouvintes hão de
perguntar: "Mas como assim?"
O tema deve preferencialmente estar na afirmativa. A frase " Devemos honrar a Cristo
obedecendo aos seus mandamentos" é melhor do que "Não devemos desonrar a Cristo
desobedecendo aos seus mandamentos".
O tema deve ser formulado, preferencialmente no tempo presente, não deve incluir referências
geográficas ou históricas.
O que você acha do seguinte tema? "Assim como o Senhor chamou a Abrão de Ur dos Caldeus
para ir para uma terra que desconhecida, da mesma forma Ele chama alguns de nós para irmos
pregar aos estrangeiros"

TIPOS DE TEMAS:
• Interrogativo: Uma pergunta, que deve ser respondida no sermão. Ex: Onde estás? Que
farei de Jesus? Como alcançar uma vida de vitória com Cristo?
• Lógico: Explicativo.
Ex.: O que o homem semear, ceifará; Quem encontra Jesus tem sua vida transformada.
• Imperativos: Mandamento, uma ordem, Caracteriza-se pelo verbo no modo imperativo.
Ex.: Enchei-vos do espirito, Seja salvo; Vivei em santidade.
• Enfáticos; Realçar um aspecto especifico, Ex.: Só Jesus salva; Dois tipos de cristãos;
• Geral: Abrangente, aborda um assunto de forma geral sem especificá-lo. Ex.: Amor, fé,
esperança.

4) ILUSTRAÇÕES
São recursos usados para o enriquecimento, e o esclarecimento de uma mensagem, quando
devidamente aplicada. Jesus sempre tinha uma boa história para iluminar as verdades que ensinava
ao povo.
O significado do termo ilustrar é tornar claro, iluminar, esclarecer mediante um exemplo,
ajudando o ouvinte a compreender a mensagem proclamada. O bom uso da ilustração desperta o
interesse, enriquece, convence, comove, desafia e estimula o ouvinte, valoriza e vivifica a
mensagem, além de relaxar o pregador.
A ilustração não substitui o texto biblico, apenas tem uma função psicológica e didáctica, para
tornar mais claro aquilo que o texto revela.
As ilustrações devem ser simples, está correlacionada com a mensagem, devem fornecer fatos de
interesses humanos e devem ter um ponto alto ou clímax.
A ilustração é para o sermão o que são as janelas para uma casa. Quais os motivos que nos
devem levar a usar ilustrações?
• Por causa do interesse humano.
• Clareza;
• Beleza;
• Complementação.

A ilustração é como uma janela. Esta nunca é mais importante do que a casa.
Obs.: OS EXEMPLOS BÍBLICOS SÃO AS MELHORES ILUSTRAÇÕES.

As ilustrações podem ser:

• HISTÓRICA E CONTEXTUAL: Quando se aplica um conhecimento histórico ou


explicação do contexto em que o texto está inserido.
➔ Exemplo: Fundo da agulha-Porta estreita na cidade de Jerusalém onde, os
mercadores tinham dificuldades de passar com os camelos. Mateus 19:24.

• CONHECIMENTO INTELECTUAL: Envolve conhecimento cientifico.


• Exemplo: A antena da TV recebe todas as freqüências ao mesmo tempo entretanto, quando
escolhemos um canal, através da sintonia, estamos selecionando uma determinada
frequência.

• METAFÓRICA OU ALEGÓRICA: Quando são empregadas figuras metafóricas.


➔ Exemplo: Ao se aproximar da cidade da Beira um indivíduo reparou que a estátua de
Samora não era tão grande como pensava, parecia até mesmo ser menor do que seu dedo.

• EXPERIÊNCIA PESSOAL: Testemunhos.


➔ Exemplo: Neste tipo de ilustração o pregador relata fatos verídicos que demonstram a
actuação de Deus, através de milagres, em sua vida ou de outras pessoas. Todas as respostas
que Deus atendeu realizando curas, transformações, salvação, livramentos, libertação, etc.

Deve-se tomar o devido cuidado para não se expor ao ridiculo, nem a si nem aos outros.
Evite citar nomes.
Lembre-se: Toda ilustração deve ter uma aplicação e deve ser contada com simplicidade e
naturalidade.

5) INTRODUÇÃO DO SERMÃO.
Começar é dificil, Muitos escritores escrevem a introdução quando terminam a livro Alguém certa
vez disse sobre um sermão: "O pregador começou por fazer um alicerce pare um arranha-céu, mas
acabou construindo apenas um galinheiro".
A introdução é tão importante quanto a decolagem de um avião que, deve ser bem feita para um
võo estabilizado. Ela, por certo, deve envolver o ouvinte, despertar o interesse e curiosidade e,
também, ser um meio de conduzir os ouvintes ao assunto que está sendo tratado no sermão. Uma
boa introdução dá ao pregador segurança, tranqüilidade, firmeza e liberdade na pregação.
Uma boa introdução deve ser:
1. Breve (em torno de 5 minutos);
2. Apropriada, de acordo com o tema do sermão;
3. Interessante;
4. Simples. Sem arrogância, sem prometer muito;
5. Cuidadosamente preparada.
Uma introdução bem estruturada, deve apresentar algumas caracteristicas como, clareza e
simplicidade, deve ser um elo de ligação com o corpo do sermão e uma ordenação de pensamentos
de forma lógica e sistematizada e, não deve prometer mais do que se pode dar. É preciso estar
atento para o tempo de duração da introdução que, deve ser breve e proporcional ao sermão. Evitar
desculpas que possam trazer uma má impressão. Tipos de introdução. Você pode usar um destes
tipos para iniciar um sermão:

• ILUSTRATIVA- Uso de uma ilustração na introdução. Imagine que o assunto que será
abordado seja complexo. Então, comece com uma ilustração que explique e esclareça o que
pretende dizer.
• DEFINIÇÃO - Explicação detalha de um determinado conceito. Explique para o ouvinte o
que tem a dizer. De a ele conceitos significados de símbolos, termos e assuntos que ele
provavelmente não conheça. Em um sermão onde o assunto é a PAZ, o pregador explicou,
na introdução, o que é a paz, seus significados no velho e novo testamento, evolução
lingüística do termo paz e a aplicação do termo hoje.
• INTERROGAÇÃO - Uma pergunta (deverá ser respondida no corpo do sermão).

Para sermões onde o tema é uma pergunta é interessante que esta seja bem explorada na introdução.
Observe que, se estamos falando sobre morte ou salvação cabe aqui uma pergunta como "Para onde
iremos nós?", que deve levar o ouvinte a uma reflexão profunda, e para reforçar pode-se usar o
texto de Lucas 12:20 "Mas Deus the disse: Insensato, esta noite te [pedirão) a tua almo; e o que
tens preparado, para quem será?”

Nesse caso as perguntas da introdução devem ser respondidas no corpo do sermão:


4- ALUSÃO HISTÓRICA- Explicar o contexto histórico.
Explique o contexto do texto em que será aplicada a mensagem (época, país, costumes, tradição,
etc.).
Observe o texto de João 4:1 a 19. Caso sua mensagem esteja baseada neste texto, introduza com
uma explicação detalhada das relações entre os Judeus e os Samaritanos, as relações entre os
homens e as mulheres, a lei acerca do casamento, a origem da poço de Jacó, etc.

5) A PROPOSIÇÃO OU PROPOSTA DO SERMÃO.


• É uma declaração simples do assunto que se propõe a apresentar, desenvolver, provar ou
explicar.
• É uma afirmativa da principal licção ou da verdade do sermão reduzida a uma frase
declaractiva Consiste sobre o que o pregador vai falar.
A proposição é também chamada de: tese, grande ideia, ideia homilética ou tópico frasal. É uma
afirmativa clara da verdade fundamental, externa e de aplicação universal.

➢ A IMPORTÂNCIA DA PROPOSIÇÃO- Ela é, com efeito, um aspecto essencial no


preparo do sermão São dois os principais moctivos:

1º A proposição é o fundamento de toda a estrutura do sermão.


Exemplo: a proposição funciona como o alicerce do sermão. Assim como uma casa não pode ser
construída correctamente sem um alicerce sólido, da mesma forma não se constrói um sermão
correto sem uma proposição sólida, do começo ao fim.

2º A proposição indica claramente o rumo que o sermão deve tomar.


No entanto, se ja no início o pregador esclarecer perfeitamente a direção a seguir, possibilitará aos
ouvintes acompanhar a mensagem de modo fácil e inteligente.

A PROPOSIÇÃO PODE SER:


• Uma verdade que será provada;
• Um problema que será solucionado;
• Uma necessidade que será satisfeita;
• Um questionamento que será respondido.

6) O CORPO DO SERMÃO.
Aqui o pregador irá expor idéias e pensamentos que deseja passar para os ouvintes. As divisões
devem ser desenvolvidas de acordo com a realidade de hoje.
As divisões devem ter significados para os ouvintes e, não devem se desviar da mensagem
principal que é a coluna do sermão, o objetivo será finalizado e apresentado na conclusão. O
ouvinte precisa acompanhar o seu desenvolvimento. "Cada divisão, subdivisão, e até ilustrações e
explicação, tem que apontar na direcção do alvo e em ordem de interesse".
Cada ponto deve discutir um aspecto diferente para que não haja repetição.
As frases devem ser breves e claras. As divisões servem para indicar a linha de pensamento a serem
seguidas no sermão. Entretanto, deve-se fazer uma discussão que é a revelação das ideias contidas
nas divisões.

Resumindo…
➢ Devem ter unidade de pensamento;
➢ Elas ajudam o pregador a lembrar-se dos pontos principais do sermão;
➢ Elas ajudam os ouvintes a recordarem-se dos aspectos principais do sermão;
➢ Elas devem ser distintas umas das outras;
➢ Elas devem originar-se da proposição e conduzir progressivamente até o climax do sermão;
➢ Elas devem ser uniformes e simétricas;
➢ Cada divisão deve ter apenas uma idéia ou ensino;
➢ O número das divisões deve, sempre que puder ser o menor possível;
➢ Deve girar em torno de uma única idéia principal da passagem, e as divisões principais
devem desenvolver essa idéia;
➢ As divisões podem consistir em verdades sugeridas pelo texto;
➢ As divisões devem, preferencialmente e quando possível, vir em seqüência lógica e
cronológica;
➢ As próprias palavras do texto podem formar as divisões principais do sermão, desde que elas
se refiram à idéia principal;

Exemplo de divisões:
• Tema: O Cristo que não muda.
• Texto: Hebreus 13:8-Jesus é o mesmo ontem, hoje e eternamente;
• Divisão I: 0 que não muda em Cristo?
• Divisão II: Por que não há mudança em Cristo?

➔ Detalhe importante: Deve-se observar aqui que a proposição ou proposta do sermão estará
presente nas divisões do sermão. Todas as divisões do sermão voltam sempre a questão da
proposição.
Exemplo:
• TEMA: "A Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa".
• PROPOSIÇÃO: "Quais são os moctivos que nos levam a considerar que a Vida Crista é
uma Vida Vitoriosa?" ou "Como se faz da Vida Cristã uma Vida Vitoriosa?" ou "Vejamos
cinco moctivos pelos quais podemos afirmar que a Vida Cristã é uma Vida Vitoriosa". A
palavra motivo é a palavra-chave do sermão.

Nas divisões pode-se apresentar a palavra motivo como:

• Divisão I- O primeiro MOTIVO é…


• Divisão II- O segundo MOTIVO é…
• Divisão III- O terceiro MOTIVO é…
• Divisão IV- O quarto MOTIVO é…
• Divisão V- O quinto MOTIVO é…

7) A CONCLUSÃO:
É o climax da aplicação do sermão.
Muitos pregadores não sabem ou não conseguem concluir um sermão. Isso acontece por que estes
não preparam um esboço e suas idéias estão desordenadas, logo, não conseguem encontrar uma
linha condutora da conclusão do sermão. Devo de confessar que considero esta a parte mais dificil
no sermão.

COMO DEVE SER A CONCLUSÃO?


1. -Apontar o objectivo específico da mensagem;
2. Clara e especifica;
3. Resumo do sermão (o sermão em poucas palavras);
4. Aplicação direta a vida dos ouvintes;
5. Pequena;
6. Faça um desfecho inesperado.
Logo, uma boa conclusão deve proporcionar aos ouvintes satisfação, no sentido de haver
esclarecido completamente o objectivo da mensagem. É preciso ter um ponto final para que o
pregador não fique perdido.
OBS: NÃO DEVE PREGAR UM SEGUNDO SERMÃO. (muitos fazem isso).

9) O APELO.
Um esforço feito para alcançar o coração, a consciência e a vontade do ouvinte. Ao fazer o apelo, os
pronomes se tornam muito importantes. Usem os pronomes "vás" e "nós", Incluam-se nele. Evite
"você".
Apelo não é apelação.
Dois tipos de apelos:
1. CONVERSÃO/RECONCILIAÇÃO - Aos impios e aos desviados;
2. RESTAURAÇÃO/CONSAGRAÇÃO- A igreja.

COMO DEVE SER O APELO?


1. Convite directo;
2. Não forçado ou prolongado;
3. Logo após a mensagem.
No apelo você deve dizer ao ouvinte o que ele deve fazer para CONFIRMAR a sua aceitação. Seja
claro e mostre como ele deve agir:
• Levantar as mãos;
• Vá para frente;
• Ficar em pé;
• Procurar uma igreja próxima;
• Conversar com o pastor em momento oportuno.

TIPOS DE SERMÕES.
Tradicionalmente encontramos, practicamente em todas as obras homiléticas, três tipos básicos de
sermões:SERMÃO TEMÁTICO. Cujos argumentos (divisões) resultam do tema independente do
texto;
• SERMÃO TEXTUAL: Cujos argumentos (divisões) são tirados directamente do texto
bíblico;
• SERMÃO EXPOSITIVO: Cujos argumentos giram em torno da exposição exegética
completa do texto.

SERMÃO TEXTUAL.
É aquele em que toda a argumentação está amarrada no texto principal que, dividido em tópicos. No
sermão textual as idéias são retiradas de um texto escolhido pregador.
O mais comum é o pregador usar a divisão natural do texto, onde a distinção das ideias está no texto
e apenas deve ser posta em destaque. Este tipo de divisão permite ao pregador usar as próprias
palavras do texto.
➔ Exemplo: I Cor. 13:13, apresenta três divisões naturais, cujo tema tirado do texto, fica a
crictério do pregador.

TEMA: As três coisas mais importantes da vida.


• A fé;
• Uma esperança;
• O amor.
Outro exemplo: Lucas 19: 1-10:

TEMA: Uma visita especial.


• foi uma visita inesperada;
• foi uma visita transformadora;
• foi uma visita salvadora.

COMO TIRAR PONTOS E DIVISÕES DO TEXTO?


• Leia todo o texto;
• Procure a idéia principal do texto. (Observe o subtema, o contexto, e a situação);
• Procure os principais verbos e seus complementos. Lembre-se ,verbo é acção;
• Procure os sentidos expressos nas representações simbólicas, metáforas e figuras;
• Com base nos verbos e significados retirados crie frases (divisões) que os complemente e
que, passem uma idéia ou estejam ligadas com a mensagem a ser pregada;
• Organize as frases dentro da idéia principal-Leia todo o texto;
➔ Observe o exemplo: Texto: Salmo 40:1-4;

➢ Tema: Nem antes, nem depois, no tempo de Deus;


➢ Introdução: Esperança significa expectação em receber um bem. O mundo é imediatista;
➢ PROPOSIÇÃO: O que acontece quando você espera no Senhor?;

➢ Divisão I-Ele te retira da condição atual. (Qual é o seu lago terrível?);


➢ Divisão II- Ele te coloca em segurança, na rocha. (Te da visão para solucionar o problema);
➢ Divisão III- Ele requer a sua adoração, um novo cântico. (Adorar em Espírito e verdade);
Divisão IV- Ele te faz testemunha, muitos o verão, (serme-eis testemunha);

Repare que cada tópico (divisão) apresenta um termo ou uma passagem do texto. De tal forma que o
texto pode ser bem explorado pelo pregador.
O sermão textual exige do pregador conhecimento do texto, contexto e cultura bíblica.

SERMÃO TEMÁTICO.
É aquele em que toda a argumentação está amarrada em um tema, divide-se o tema e não o texto, o
que permite a utilização de vários textos bíblicos.
A divisão deriva-se do tema ou assunto apresentado e é independente do texto bíblico escolhido.
No sentido técnico, o sermão temático é aquele que deve sua estrutura e sobretudo divisões ao
desenvolvimento da verdade que está em volta do tema.

Observe o exemplo:
• Tema: "A PAZ QUE SÓ JESUS PODE DAR....
➢ ...ilumina nosso caminho Lucas 1:79.
➢ ...liberta a nossa mente de pensamento perturbador João 14:27.3-...retira sentimento de medo
João 20:19 e 20.
➢ …salva João 3:16.

Repare que cada tópico (divisão) apresenta uma característica da "Poz" proposta pelo tema, mas,
para cada ponto há um texto diferente, ou seja, a base do sermão é a "Paz de Jesus" que é abordada
em diversos textos bíblicos.
É possível aplicar um texto bíblico diferente do texto base em cada divisão do tema. O sermão
temático exige do pregador mais cultura geral e teológica, criactividade, estilo apurado, contudo, o
sermão temático conserva melhor a unidade.

COMO RETIRAR IDÉIAS E ARGUMENTOS (DIVISÕES) DO TEMA:


• Escolher o tema - (Criar frases, retirar de textos bíblicos ou de outras fontes);
• Analisar o tema- (repetir e reflectir várias vezes);
• Pergunte-se, o que deve falar sobre o tema:
• Extrair a principal palavra ou frase do tema - (Ela pode se repectir nos argumentos);
• Separe no mínimo 3 argumentos ligados ao tema;
• Pesquisar passagens bíblicas- que se refiram aos argumentos,
• As divisões- são explicação ou respostas do tema.

SERMÃO EXPOSITIVO.
É aquele que explora os argumentos principais da exegese, hermenêutica e faz uma exposição
completa de um trecho mais ou menos extenso. O sermão expositivo é uma aula, uma análise
pormenorizada e lógica do texto sagrado. Este tipo de sermão requer do pregador cultura teológica e
poder espiritual.

O sermão expositivo está directamente ligado ao sermão textual, com a diferença de que o seu
desenvolvimento é feito sob as regras da exegese bíblica, e não abrange um só versículo, mas uma
passagem, um capítulo, vários capítulos, ou mesmo um livro inteiro.

O sermão expositivo é o método mais difícil de pregar. Apreciado pelos que se dedicam à leitura e
ao estudo diário e contínuo da bíblia, deve ser feito uma análise de línguas, interpretação, pesquisa
arqueológica, e histórica, bem como, comparação de textos.
CARACTERÍSTICAS DO SERMÃO EXPOSITIVO:
• Planejamento;
• Poder abordar um grande texto ou uma passagem curta;
• Interpretação mais fiel;
• Análise profunda do texto,
• Unidade, idéias subsidiárias devem ser agrupadas com base em uma idéia principal:
• Não é suficiente apresentar os tópicos ou divisões;
• Tempo de estudo dos pontos difíceis,
• Pode ser abordado em série.
É muito comum o uso do sermão expositivo em pregações seriadas como conferências e estudo
bíblico.
➔ Exemplo: O ENCONTRO COM A VIDA ( Lucas 7:11-17).

➢ Divisão I - A multidão que seguia a Jesus.


1. Pessoas desejosas;
2. Pessoas com esperanças;
3. Pessoas alegres.

➢ Divisão II - A multidão que seguia a viúva.


1. Pessoas entristecidas;
2. Pessoas sem esperanças;
3. Pessoas inconformadas.

➢ Divisão III - O encontro da vida com a morte.


1. A vida é uma autoridade;
2. A morte se curva ante a vida.

Divisão IV- O resultado do encontro.


1. A ressurreição do jovem;
2. A alegria da multidão entristecida;
3. A edificação da multidão que seguia Jesus;
4. A conversão de muitos.
DICAS E CONSELHOS PARA PREPARAR E PREGAR SERMÕES:
1) Escrever e ler o sermão.
2) Escolher uma idéia central e depois, através da Bíblia, fazer um estudo das passagens que se
relacionam com a ideia central. Para se conseguir isso, geralmente se necessita de uma
concordância.
3) Escolher e determinar os pensamentos que vão ser usado como divisões do tema.
4) Depois escolher, dentre os muitos textos relacionados com o assunto, quais vão ser usados
no desenvolvimento da exposição.
Geralmente se usa um ou dois textos, dos mais importantes e claros, no desenvolvimento de cada
divisão. Para desenvolver de maneira continua a mensagem, e não ter que parar para procurar as
passagens na Bíblia, convém copia-las inserindo-as no esboço.

CUIDADOS DE QUEM MINISTRA A PALAVRA.

➢ Quanto ao sermão em si:


• SERMÃO só é sermão, quando sai do coração, vai para a mente do pregador e dela para a
mente do ouvinte e depois para o seu coração;
• Sermão é o extravasar do coração;
• Não pregue sobre a volta de Cristo se você não está de todo coração querendo que Ele volte;
• Desde o preparo do sermão até a sua apresentação, temos de ter absoluta consciência da
presença do Espirito Santo e de uma comunhão com Cristo.

➢ Quanto à escolha do assunto:


Factores que devem ser levados em consideração para a escolha do assunto:
a) O interesse do pregador pelo assunto;
b) A competência do pregador para desenvolvê-lo;
c) O interesse do auditório pelo assunto;
d) A oportunidade do facto (condição da época).

2. Verificar a frequência com que o assunto tem sido pregado naquela congregação; ou que
ângulos do assunto têm sido abordados.
a) Buscar a aprovação de Deus para o assunto através da oração.
b) . Defina o tema ou assunto.

➢ Quanto ao preparo de sermão:


1. Ore e medite para que haja unção na pregação do sermão.
2. A primeira preocupação na estrutura do sermão é em preparar o corpo, depois a conclusão e
por último a introdução.
3. Defina a idéia central do sermão.
4. Depois de definida a idéia central, responda para você mesmo as seguintes perguntas:
5. O que o autor quer dizer com este texto?
6. Que aplicação o autor queria dar ao povo dos seus dias?
7. Que aplicação tem o texto para a minha vida?
8. Que aplicação tem o texto para a congregação onde vou pregá-lo?
9. Estabelecer as divisões principais do sermão, que chamamos de "o esqueleto do sermão."
10. Fazer um rascunho.
11. Descobrir um grupo de pensamentos que sejam úteis no desenvolvimento do tema.
12. Acrescente as idéias complementares que serão "a carne no esqueleto", e que servirão de
apoio as idėias principais. Faça uso de dicionários biblicos ou biblias anotadas/comentadas
(tome cuidado).

➢ Quanto ao preparo do esboço:


• Escolher a Passagem Biblica.
• Ao escolher a passagem tenha em mente as necessidades espirituais e temporais da
congregação, dificuldades, tensões ou ocasiões especiais.
• O texto deve ser apropriado para a ocasião e precisa-se confiar na direção do Espírito Santo.
• Estudar o Assunto.
• Pesquisar a passagem para não aplicá-la fora do contexto
• Descobrir o ponto principal da mensagem.
• Descobrir o princípio bíblico da mensagem que se aplique a todas as épocas e a todas as
pessoas. Estabelecer o relacionamento da mensagem com a vida dos ouvintes.
• Construir o Esboço.
• Depois do estudo do assunto, estabelecer as divisões do tema de forma progressiva, mais
simples para o mais amplo esclarecimento da verdade bíblica.
• Preencher o Esboço: Acrescentar subdivisões para que o assunto seja bem esclarecido. Onde
for próprio ilustrar o assunto, usar a ilustração de forma apropriada para ajudar no
esclarecimento do tema.
• Preparar a Conclusão, Introdução e Título

Enquanto os pensamentos da mensagem estão claros na mente, preparar a conclusão. A conclusão


não deve ser longa, pois a atenção da maioria dos ouvintes é limitada.
A introdução e o título são feitos por último. Depois de tudo pronto a visão do assunto é mais
clara e é mais fácil preparar estas partes que despertam o interesse no sermão.

➢ Quanto aos cuidados a tomar:


• Não usar títulos impróprios, não deve ser sensacionalista ou extravagante.
• Não usar textos fora do contexto, dizendo o que a Bíblia não diz.
• Não fugir do assunto.
• Não usar passagens bíblicas em excesso.
• Não usar termos impróprios para o púlpito.

“A primeira impressão é a que fica ". Tive um professor no seminário que dizia que a postura do
pregador desde que entra no ambiente do culto, já determina a forma como os ouvintes receberão
sua mensagem.

Tenho aprendido que não fica bem entrar num auditório somente para pregar, sem participar de todo
o culto. A maneira como o pregador se comporta durante o culto já determina a atenção que as
pessoas lhe darão quando estiver pregando.

Outro cuidado importante a ser tomado é com relação ao público: Como são as pessoas que vão
ouvi-lo?A fisionomia também é muito importe, pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos:
• Ficar em posição de nobre actitude.
• Olhar para os ouvintes.
• Não demonstrar nervosismo.
• Evitar exageros nos gestos.
• Não demonstrar indisposição.
• O assentar também é muito importante.

Observe com atenção estes aspectos errados que devem ser considerados pelo pregador:
• Fazer uma Segunda e auto-apresentação;
• Manter a mão no bolso ou na cintura o tempo todo;
• Molhar o dedo na língua para virar as páginas da biblia;
• Fazer gestos impróprios;
• Evitar desculpas, você começa derrotado (não confundir com humildade);
• Chegar atrasado.

O pregador não precisa aparecer. Quando convidado para pregar em outras igrejas, o pregador deve
considerar as normas doutrinárias, litúrgicas e teológicas da igreja em questão:
• Evite abordar questões teológicas muito complexas;
• Não peça que a congregação faça algo que não esteja de acordo com os preceitos;
• Procure estar dentro dos padrões da denominação;
• Procure dar conotações evangelísticas à mensagem;
• Respeite o horário (mesmo que seja pouco tempo);
• Converse sempre com o Pastor antes do início do culto.

Observe:
• Caso não concorde com alguns aspectos, não aceite o convite.
• Doutrina e mudanças cabe ao pastor da igreja.
• Se acredita ter recebido uma mensagem de Deus dentro desses aspectos: fale com o Pastor.

PREGANDO PARA TRANSFORMAR VIDAS.


Como pregar sermões capazes de transformar vidas?

O sermão não deve ser pregado apenas para informar, mas também para mudar. Mudança e o inicio
do crescimento em todos os níveis. Tiago, inspirado pelo poder do Espirito Santo, escreveu: "E
lembrem-se: esta mensagem é para obedecer, e não apenas para ouvir." Tiago 1:22. O pregador tem
de ter em mente que seu sermão deve levar os seus ouvintes a mudarem de atitudes, não somente
ouvir a Palavra do Senhor.

Salomão também tinha isto em mente quando escreveu: "As palavras do homem sábio nos forçam a
tomar uma atitude Elas explicam claramente verdades muito importantes. Os Alunos que aprendem
bem o que os professores ensinam serão sábios." Em Ec. 12:11. Tomar atitude de mudar, de
permitir ser transformado pelo poder da Palavra de Deus.
DUAS PERGUNTAS QUANTO AO CONTEÚDO DO SERMÃO:

1-A QUEM VAMOS PREGAR?


Há muita sabedoria no que o Apóstolo Paulo diz: "Quando estou com aqueles cuja consciência
facilmente os inquieta, não ajo como se eu soubesse tudo e não digo que eles são tolos; o resultado
é que assim eles estão dispostos a me deixar ajudá-los. Sim, qualquer que seja o tipo de pessoa, eu
procuro achar um terreno comum com ela, para que me permita falar-lhe de Cristo e permita a
Cristo salvá-la. Faço isto para levar o Evangelho a eles e também pela bênção que eu próprio
recebo, quando os vejo ir a Cristo". I Cr. 9:22-23. BV.

Precisamos perguntar antes de preparar o sermão: Quais são as necessidades de meu auditório?
Quais suas preocupações? Quais são suas feridas emocionais? Então procurar apresentar a Cristo
como solução para suas necessidades. Paulo orienta: "... Digam só o que é bom e útil aqueles com
quem vocês estiverem falando, e o que resulte em bênçãos para eles." Ef. 4:29.

Na base de nosso cérebro há uma glândula denominada de RAS (Sistema Activante Reticular), que
faz com que focalizemos uma coisa por vez. Ou seja, prestamos atenção em uma coisa por vez.
Quando pregamos, é bom entendermos que as pessoas que estão nos ouvindo, prestam atenção em
um assunto por vez. Então, se falamos aquilo que as interessam faz com que focalizem sua atenção
para o assunto e o entenda; pois sabem que iremos falar aquilo que preencherá suas necessidades.

Os cientistas dizem que a pessoa focaliza três coisas:


1. Coisas que possuam valor - Aquilo que é de valor para ela.
2. Coisas fora do comum - Aquilo que é extraordinário, espetacular.
3. Coisas que ameaçam - Aquilo que ameaça sua vida.
O sermão tem de iniciar onde o povo está, para levá-lo onde deveriam estar. Deus sabe as
necessidades do povo e Ele dará ao pregador a mensagem para suprir as necessidades do
povo. A necessidade do povo é frequentemente a chave, para o que Deus quer que falemos.

2- O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE SUAS NECESSIDADES?


Jesus, estando em uma sinagoga em Nazaré, deixou claro sua missão ao ler estas palavras: "O
Espírito do Senhor está sobre Mim; Ele Me nomeou para pregar a Boa Nova aos pobres; mandou-
me anunciar que os presos serão libertados e os cegos verão; que os oprimidos serão libertados de
seus opressores, e que Deus está pronto a abençoar todos aqueles que vêm a Ele." Lc. 4:18-19.
Não seria também nossa missão? Não somos embaixadores de Cristo para pregarmos Sua
mensagem ao povo? Que tipo de necessidades Jesus quer atender através de nossa voz? Que
necessidades nossos sermões têm suprido? Paulo ao escrever ao ministro da Palavra, Timóteo, diz:
"A Biblia inteira nos foi dada por inspiração de Deus, e é útil para ensinar o que é verdadeiro, e
nos fazer compreender o que está errado em nossas vidas; ela nos endireita e nos ajuda a fazer o
que é correcto." II Tm. 3:16.

O propósito da pregação é transformar o caráter, não ensinar doutrinas. É urgente a necessidade de


pregarmos de forma que coloquemos diante do povo, o que a Palavra de Deus diz a respeito de seus
problemas. Como ele pode encontrar em Deus e na Sua Palavra, conforto, esperança, luz e soluções
para suas apreensões e insegurança. Como pregadores, ensinamos as pessoas que elas precisam
melhorar seu relacionamento com Deus. Que precisam confiar nele. Mas o grande dilema é: como?
Esta é a pergunta que vai na mente de nossos ouvintes:
• Como posso ser melhor?
• Como posso encontrar soluções para meus problemas
• Como ser fiel a Deus?
• Como conduzir minha família nos caminhos do Senhor? Sim, ser bom cristão, mas como?
Precisamos responder estas perguntas com o "Assim diz o Senhor".

CINCO PERGUNTAS ANTES DE APRESENTAR O SERMÃO:

1- Qual a maneira mais prática de apresentá-lo?


Se o alvo da pregação é transformar vidas, a primeira preocupação do pregador deve ser com a
aplicação.
Um sermão sem aplicação é um aborto. Paulo ao escrever à Tito, diz: "Mas quanto a você, defenda
a vida decente que acompanha (ensina viver) o verdadeiro cristianismo". Tito 2:1.

A Biblia é um conjunto de aplicações para a vida. O livro de Tiago é 100% aplicação. Romanos
50% é aplicação. Efésios também contém 50% de seu conteúdo de ensinamentos para a aplicação
prática. O que dizer do sermão da montanha? Não é ele 100% aplicação à vida diária do cristão? E a
sua conclusão apela para que o homem sábio construa sua casa sobre a rocha e não sobre a areia.

2- COMO TORNAR O SERMÃO PRÁCTICO?


• Sempre tenha como alvo uma ação especifica. O que queremos que a congregação se torne?
• Sempre explicar-lhes porque precisam fazer mudança. Quais os benefícios para eles, para
suas familias, para a igreja, para a sociedade, em fazer a mudança. As pessoas secularizadas
querem saber como que a mensagem poderá ajudá-las a mudar a vida para melhor.
• Como eles devem fazer para colocar em prática aqueles conceitos que estão ouvindo? Não
podemos dar só o diagnóstico, mas temos que ministrar o medicamento.

3- Qual a maneira mais positiva de apresentá-lo?


O sábio Salomão inspirado pelo Senhor, diz: "O homem sábio se torna famoso pelo seu bom senso;
um professor que fala com delicadeza e interesse ensina muito melhor que qualquer outro,” Pv.
16:21 BV.
Devemos pregar de modo agradável e não com raiva. O sermão não pode dar a idéia de
negativismo. Devemos dar uma mensagem positiva, que possa ajudar o membro a adorar. Não
condenar, mas mostrar o caminho da salvação. Devemos fazer duas perguntas ao prepararmos um
sermão:
1. Esta mensagem é Boas-Novas?
2. O título do meu sermão sugere Boas-Novas?
Efésios 4:19, diz: “transmita graça aos que ouvem". Ao pregarmos sobre o 7° mandamento, a
ênfase deve ser a fidelidade conjugal e não o adultério. A bênção da fidelidade para o lar, etc.

4- Qual a maneira mais encorajadora de apresentá-lo?


Vejamos o que a Palavra do Senhor nos diz: "Um coração ansioso deixa o homem frustrado e
derrotado, mas uma palavra amiga de ânimo e simpatia renova as forças." Pv. 12:25 BV. "Estas
coisas que foram registradas nas Escrituras há tanto tempo servem para nos ensinar a paciência e
para nos animar, a fim de que aguardemos esperançosamente o tempo em que Deus vencerá o
pecado e a morte." Rm. 15:4 BV.

As pessoas que vão à igreja têm três necessidades básicas:


• Renovar a fé.
• Renovar a esperança.
• Restaurar o amor.
Se quisermos transformar a vida de pessoas que estão com problemas, precisamos dizer como
podem fazer isto. Mostrar o lado positivo. Dar animo e esperança para seus problemas. As pessoas
precisam saber que Jesus pode ajudá-las; que não estão longe demais que Deus não as possa
alcançar.
As pessoas vivem na expectativa de auto-realização. Nossa função como pregadores é cumprir as
orientações contidas na Palavra do Senhor: "Entretanto, aquele que profetiza, pregando as
mensagens de Deus, está ajudando os outros a crescer no Senhor, animando- as e confortando-os".
5-Qual a maneira mais simples de apresentá-lo?
O Apóstolo Paulo sabia o que era pregar com simplicidade, ele escreveu: "Queridos irmãos, mesmo
quando estive com vocês pela primeira vez, não usei palavras empoladas nem idéias pomposas
para lhes apresentar a mensagem de Deus. Decidi-me a falar só de Jesus Cristo e de Sua morte na
cruz.”
Como tomar o sermão simples? Temos algumas formas de tomar nossos sermões simples, de tal
forma que as pessoas possam entendê-lo sem perder o conteúdo.
• Crie um bom tema (lembre-se do marketing ).
• Evite os termos teológicos. Por exemplo, Soteriologia, Escatologia; Pneumatologia, etc.
• Conserve simples o esboço.
• Faça de suas aplicações os pontos fortes de seu sermão.

Aqui está a chave para pregar de forma que se transforme vidas. O que mais uma pessoa se lembra
de um sermão, são suas principais divisões. Torne-as passos para a ação, Como se faz isto?, procure
mostrar o que as pessoas devem fazer para melhorar ou mudar de vida.
Vejamos um exemplo em Tiago 3:13-18.
• Assunto: Sabedoria.
• Tema: Relacionando-se sabiamente com os outros.
• Proposição: O cristão pode relacionar-se sabiamente uns com os outros seguindo os passos
da sabedoria.

• Se eu sou sábio - não comprometo minha integridade. v 17.


• Se eu sou sábio - sou pacificador, não vou provocar sua ira. v 17.
• Se eu sou sábio - não serei indulgente, não vou minimizar seus sentimentos. v 17.IV -
• Se eu sou sábio- eu não vou criticar suas sugestões, v 17.
• Se eu sou sábio - eu não darei ênfase aos seus erros. v 17.
• Se eu sou sábio - eu não vou encobrir minhas fraquezas v 17.
• Seu eu sou sábio - em Jesus encontro toda fonte de sabedoria. Col.2:3

Outro exemplo:
• Texto: Mt 4:1
• Assunto: Tentação.
• Tema: Pode-se resistir vitoriosamente à tentação.
• Proposição: A semelhança de Cristo, devemos preencher certas condições. (palavra-chave:
"Condições").
• Temos que conhecer a Palavra de Deus. ("Está Escrito").
• Temos que crer na Palavra de Deus. ("Está Escrito").
• Temos de obedecer a Palavra de Deus. ("Esta Escrito")
Conclusão: Se nós, como Cristos no deserto, conhecermos.... obedecermos..., também nos
ergueremos em triunfo.

5-Qual a maneira mais pessoal de apresentá-lo?


As idéias precisam ser pessoais para que se tornem em ação. É muito importante sabermos como
transmitir uma mensagem na qual estamos comprometidos com nossos ouvintes.

Temos três tipos de pregadores:


• Pregadores que manipulam por meio de monólogos.
• Pregadores que transmitem informações.
• Pregadores que comunicam relacionamento.

Como pregadores precisamos ser Bíblias vivas. Nossa voz deve ser a voz de Deus comunicando o
relacionamento que Deus deseja ter com o pecador, Somos portadores de Boas Novas de salvação, e
as pessoas esperam ver qual o caminho pelo qual se salvar. Ao transmitirmos a mensagem de Deus,
não podemos deixar dúvidas na mente de nossos ouvintes, pois aquela pode ser a última vez que
alguém poderá estar ouvindo a advertência divina. Não basta gostar de pregar, precisamos amar os
ouvintes.
No capítulo seguinte, está chegando a grande hora. Você vai poder exercitar o que aprendeu…
7. EU, UM PREGADOR

Neste último capítulo será a vez de você escrever. Essa será a aula prática. Siga o roteiro sugerido e
prepare um sermão como exercicio deste curso. Mãos a obra

ASSUNTO:_______________________________________________________________

TEMA DO SERMÃO:__________________________________________________________

TEXTO BÍBLICO:__________________________________________
OBJECTIVO_____________________________________________________________________

INTRODUÇÃO
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