Sustentabilidade em Ação - Volume 1
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Me. Elaine Freitas Fernandes, Universidade Estácio de Sá, UNESA
Me. Laurinaldo Félix Nascimento, Universidade Estácio de Sá, UNESA
Ma. Jaciara Pinheiro de Souza, Universidade do Estado da Bahia, UNEB
Dra. Náyra de Oliveira Frederico Pinto, Universidade Federal do Ceará, UFC
Ma. Emile Ivana Fernandes Santos Costa, Universidade do Estado da Bahia, UNEB
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Ma. Cinara Rejane Viana Oliveira, Universidade do Estado da Bahia, UNEB
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Sr. Victor Matheus Marinho Dutra, Universidade do Estado do Pará, UEPA
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Formiga - MG
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SUMÁRIO
Capítulo 1
AMAZÔNIA E AS DIVERSIDADES FÚNGICAS, ESTUDO DE UMA
LOCALIDADE NA MAIOR USINA HIDRELÉTRICA BRASILEIRA: UM RELATO
DE EXPERIÊNCIA 9
Wellingthon Coelho de Oliveira; Rodrigo da Silva Maia; Dhully Mariele Dos
Santos; Elismar Garreto Lopes
Capítulo 2
AGROECOLOGIA: UM CAMINHO
Ivonete Terezinha Tremea Plein 21
Capítulo 3
A GOVERNANÇA AMBIENTAL E OS CRITÉRIOS ESG PARA FINS DE
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL 36
João Gabriel de Rezende Correa Pimenta
Capítulo 4
ECOPEDADGOGIA, ECOÉTICA E SUSTENTABILIDADE: CAMINHOS PARA
O ENSINO DAS CIÊNCIAS AGRARIAS, AMBIENTAIS E SOCIAIS APLICADAS
A LUZ DAS POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 53
Rhadson Rezende Monteiro; Cristina Ferreira Assis
Capítulo 5
ODS 6 E A GESTÃO HÍDRICA: GOVERNANÇA E PARTICIPAÇÃO SOCIAL
DOS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICA (CBH) DO ESTADO DA BAHIA
Rhadson Rezende Monteiro; Clarisse Silva Vitória; Luã Fábio Nunes da 69
Conceição Santana; Júlio César dos Santos Santana
Capítulo 6
REFLEXÕES SOBRE UMA FORMAÇÃO CONTINUADA PARA OS ANOS
INICIAIS ENVOLVENDO MATEMÁTICA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL 88
Rosineide Fátima Daleaste; Kelly Roberta Mazzutti Lübeck
Capítulo 7
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO FORMAL: REFLEXÃO SOBRE OS
IMPACTOS DO AQUECIMENTO GLOBAL NA DÉCADA OCEÂNICA PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA 110
Gaby Carvalho Alves; Danielle Nathally Silva; Josymar Cleiton Pereira de
Barros
Capítulo 8
POTENCIAL DE GERAÇÃO DE BIOGÁS A PARTIR DE RESÍDUOS
AGROINDUSTRIAIS: BAGAÇO DE MALTE
Douglas Luiz Mazur; Waldir Nagel Schirmer; Matheus Vitor Diniz Gueri; 131
Andreia Cristina Furtado
Capítulo 9
DISCUSSÃO SOBRE O VALOR VENAL DO IMÓVEL NA ÓTICA DA
SUSTENTABILIDADE 145
João Gabriel de Rezende Correa Pimenta
AUTORES 165
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Capítulo 1
AMAZÔNIA E AS DIVERSIDADES FÚNGICAS,
ESTUDO DE UMA LOCALIDADE NA MAIOR
USINA HIDRELÉTRICA BRASILEIRA: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
Wellingthon Coelho de Oliveira
Rodrigo da Silva Maia
Dhully Mariele Dos Santos
Elismar Garreto Lopes
9
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESUMO
Os fungos são seres vivos altamente especializados que atuam na
decomposição da matéria orgânica. O nome “Fungos” é amplo e
consistente, pois existem diversas formas de classificar e nomear
esse grupo. Eles são chamados de macro/microfungos dependendo
da estrutura morfológica que se apresentam. Microfungos são
aqueles que apresentam estruturas morfológicas e reprodutivas que
só podem ser visualizadas ao microscópio óptico. Por sua vez, os
macrofungos contêm estruturas especializadas (esporomas) que são
facilmente visualizadas. A identificação desses indivíduos ocorreu na
ilha de germoplasma localizada no município de Tucuruí Pará, e tem
importante função de contribuir com estudos específicos nesta
localidade. Após a construção da barragem de Tucuruí, surgiram
10
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
ABSTRACT
Fungi are highly specialized living beings that act in the decomposition
of organic matter. The name “Fungi” is wide and consistent, as there
are several ways to classify and name this group. They are called
macro/microfungi depending on the morphological structure that is
presented. Microfungi are those that present morphological and
reproductive structures that can only be visualized by an optical
microscope. In return, macrofungi contain specialized structures
(sporomes) that are easily visualized. The identification of these
individuals took place on the germplasm island located in the city of
Tucuruí Pará, and has an important function in contributing to specific
studies in this location. After the construction of the Tucuruí dam,
1,110 islands appeared in the Tocantins basins, inhabited by 6,500
people, who basically lived from animal and plant extractivism. The
environmental impacts after the construction of the dam were
imminent and as a mitigation measure the germplasm island was
created, being in a project subsidized by the National Institute of
Amazonian Research (INPA), in which in plantadas different species
of trees collected in the area that would be flooded, distributed in 28
plots of 2.4 ha. Overall, 20 fungi were observed, 15 (95%) belonging
to the Basidiomycota phylum and 5 (5%) to the Ascomycota. In
addition, fungi of the orders (Polyporales) and (Agaricales) were
frequently identified. Polyporales are popularly known as wood ear
due to the habit of the basidiome and because they have great
efficiency in degrading the lignin and/or cellulose and hemicellulose
that are present in the wood. Agaricales are important fungi for nutrient
cycling and are effective in degradation wood, as they have
lignocellulolytic enzymes.
Keywords: Fugus. Basidiomycota. Amazonia. Macrofungi.
Ascomycota.
11
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
INTRODUÇÃO
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
MATERIAIS E MÉTODOS
13
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESULTADOS E DISCUSSÕES
14
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
15
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Tabela 1- Descrição taxonômica da ordem, família e espécie dos fungos. Seguindo com
número de indivíduos que foram observados.
Mycenaceae M.aphitophora 1
Hydrangeacee Lacaria laccata 1
Tricholoma
Tricholomataceae 1
Esquestre
Agaricales
Marasmiaceae Marasmius rotula
4
Psathyrellacea
Geastrales
Geastraceae Corda Geastrum echinulatum 1
Hosaka
Polyporaceae
Microporus aculeatus 1
16
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Polyporales Polyporaceae
Favolus tenuiculus
1
p.Beauv
Polyporaceae
Trametes betulina 1
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
17
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
COSTA, V.R. 2000. Tucuruí Quinze Anos Depois. Ciência Hoje 27(159): 48-51.
Barros, Marlon Pinheiro; Cavalcante, Felipe Sant’ Anna; Lima, Janaína Paolucci
Sales. MACROFUNGOS NA AMAZÔNIA COM ÊNFASE NA RDS: UMA REVISÃO
INTEGRATIVA. Volta Redonda: 2023.
HIBBETT, D.S. et. al. Mycological Research, Mycol Res. 2007 May;111(Pt 5):509-
47. doi: 10.1016/j.mycres.2007.03.004. Epub 2007 Mar 13. PMID: 17572334.
KIRK, P.M. et al. Dicionário dos Fungos. 10ª ed. Wallingford: CABI, 771p. 2008.
18
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
PUTZKE, J.; PUTZKE, T. L. Os Reinos dos Fungos. Volume 1. 3ª ed. Santa Cruz
do Sul: EDUNISC. p. 666, 2013.
19
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
TIM. M. J. Primavera Fungi: guia dos fungos para o sul do Brasil. 1 ed. via sapiens;
2018, 328 p.
20
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Capítulo 2
AGROECOLOGIA: UM CAMINHO
Ivonete Terezinha Tremea Plein
21
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
AGROECOLOGIA: UM CAMINHO1
RESUMO
O artigo mostra as possibilidades e as limitações para implementação
da produção agroecológica, percebidas por um grupo de famílias, no
Assentamento da Reforma Agrária Conquista na Fronteira, no
município de Dionísio Cerqueira – SC – Brasil. Durante as visitas de
campo e entrevistas, foram apresentadas, pelos atores sociais
algumas de suas aflições e perspectivas para os rumos que a forma
de produção agroecológica poderia ter dentro do assentamento. No
decorrer do texto está organizada uma discussão dessas abordagens
com referencial teórico sobre a agroecologia, mostrando-se as
possibilidades e as limitações evidenciadas naquela realidade, como:
a dificuldade de mudança de pensamento, as barreiras para
transformar a forma de produção comercial e as diferenças de
opiniões dentro do coletivo. Seus sonhos, perspectivas e obstáculos
são mostrados, com a particularidade da produção e vida coletiva,
característica específica do Assentamento Conquista na Fronteira.
Palavras-chave: Agroecologia, Assentamento da Reforma Agrária,
Trabalho Coletivo.
ABSTRACT
The article shows the possibilities and limitations for the
implementation of agroecological production, perceived by a group of
families, in the Agrarian Reform Settlement Conquista na Fronteira, in
the municipality of Dionísio Cerqueira – SC – Brazil. During the field
visits and interviews, the social actors presented some of their
afflictions and perspectives for the directions that the form of
agroecological production could have within the settlement. In the
course of the text is organized a discussion of these approaches with
theoretical reference on agroecology, showing the possibilities and
limitations evidenced in that reality, such as: the difficulty of changing
thinking, the barriers to transform the form of commercial production
and the differences of opinions within the collective. Their dreams,
perspectives and obstacles are shown, with the particularity of
production and collective life, a specific characteristic of the Conquest
Settlement on the Border.
1Este trabalho foi apresentado no XIV ENANPEGE (Encontro Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa
em Geografia) e publicado nos Anais (Tremea Plein, 2021).
22
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
INTRODUÇÃO
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESULTADOS E DISCUSSÃO
2Assentamento constituído em 1988, no município de Dionísio Cerqueira - SC. Com área de 1.190,32
hectares (MOREIRA, 2009). Atualmente vivem no assentamento 44 famílias.
24
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Figura 01: Organização do assentamento. 2019. Foto da autora. Uso de imagem autorizada
pelo ator social.
25
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
terra e seus recursos produtivos, bem como, outra forma de vivência na sociedade e
nas relações de produção e comércio.
28
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Pelo início dos anos 80, a agroecologia tinha emergido como uma
metodologia e uma estrutura básica conceitual distintas para o estudo
de agroecossistemas. Uma influência importante durante este período
veio dos sistemas tradicionais de cultivo, de países em
desenvolvimento, que começaram a ser reconhecidos por muitos
pesquisadores como exemplos importantes de manejo de
agroecossistemas, ecologicamente fundamentados (Gliessman, 2001,
p 56).
32
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
CONSIDERAÇÕES FINAIS
33
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
AGRADECIMENTOS
34
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
REFERÊNCIAS
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Capítulo 3
A GOVERNANÇA AMBIENTAL E OS
CRITÉRIOS ESG PARA FINS DE
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
João Gabriel de Rezende Correa Pimenta
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESUMO
Governos de todo o mundo tem usado medidas fiscais de
sustentabilidade para reduzir emissões de poluentes. Assim, cumprir
seus compromissos com a neutralidade e demais aspectos. Embora
esses objetivos sejam compartilhados, as políticas estabelecidas para
alcançá-los variam muito. Como é o caso das práticas Environmental,
Social and Governance (ESG). O ESG é um conjunto de ações
ambientais, sociais e de governança. Essas variáveis ajudam a medir
a sustentabilidade e o impacto ético de uma empresa. Esta pesquisa
tem o objetivo de destacar como as ações do poder público podem
potencializar práticas sustentáveis com o propósito de incentivar o
investimento em preservação ambiental. Os resultados mostram que
que a questão ambiental de forma geral, apresenta uma constante e
continua evolução no meio dos negócios.
Palavras-chave: Governança. Transnacionalidade. Poder Público.
Impostos. Áreas de Preservação Permanente. Preservação
ambiental.
ABSTRACT
Governments around the world are using fiscal sustainability
measures to reduce pollution, meet their neutrality commitments, and
more. These goals are shared, like policies for those who want them
badly. In this case, the Environmental, Social, and Governance (ESG)
practices are highlighted. The ESG is a set of environmental, social,
and governance actions that help measure a company's sustainability
and ethical impact. In this way, this research has the potential to
highlight public actions as investments, with the purpose of promoting
the objective of preserving the environment.
Keywords: Governance. Transnationality. Government. Taxes.
Permanent Preservation Areas. Environmental preservation.
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
INTRODUÇÃO
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
gastos com o investimento realizado. Isso, poderia incentivar pessoas físicas a investir
na preservação ambiental, que até o momento é muito incipiente.
Os Estados ainda são muito “tímidos” no sentido de criar incentivos para
redução de impostos referentes à circulação de mercadorias que incentivam as boas
práticas ambientais e a preservação do meio ambiente. Da mesma forma não há
incentivos como o existente na lei de incentivo à cultura (Lei Rouanet). Essa lei foi
criada com a proposta de oferecer recursos financeiros a projetos artísticos com a
redução do imposto de renda.
Neste contexto, o objetivo desta pesquisa é verificar critérios de Governança
Ambiental por meio da pauta ESG para fins de preservação do meio ambiente.
Com o propósito, então, de se discutir tais aspectos, esse artigo está orientado
pelo seguinte problema: como as ações do poder público com a efetiva aplicação de
uma melhor Governança Ambiental podem potencializar práticas sustentáveis com o
propósito de incentivar o investimento em preservação ambiental?
Os aspectos metodológicos que delineiam esta pesquisa partem de um
aprofundamento bibliográfico, tendo como escopo nortear o estudo quanto ao objetivo
proposto. Ademais, a construção do referencial, além de conceituar o tema abordado,
possibilita ao pesquisador um esclarecimento maior, podendo produzir conhecimentos
por meio das informações disponíveis sobre o tema.
39
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
social para explorar a relação entre a gestão de fatores de risco ESG de uma empresa
e seu desempenho de negócios.
O ESG é um conceito de desenvolvimento sustentável que considera como
coordenar o desenvolvimento do meio ambiente, da sociedade e da governança
corporativa no nível da empresa. Por exemplo, o desempenho ESG pode ser uma
ferramenta de governança para reduzir a financeirização corporativa ou uma
ferramenta de interesse próprio para os gestores buscarem retornos financeiros
promovendo a financeirização corporativa (ZHAN et al., 2022).
Dessa forma e no contexto do ESG a Governança deixa de ser um atributo de
algum governo para ser, de modo cada vez mais profundo, instrumento do incremento
da coesão de entidades e organizações nacionais, regionais e globais.
Assim, tem-se se a governança transnacional, que sugere as bases territoriais
e a autonomia ou soberania nacional não podem ser tomadas como certas. Esse fato
implica, que a atividade de governança está inserida em estruturas geopolíticas
particulares e, envolta em redes institucionais múltiplas e interativas. Segundo Hale
(2019, p. 204-205):
41
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
uma gama mais diversificada de atores para se engajar em atividades políticas além
das fronteiras
A World Health Organization (WHO) elegeu, em 2018, a poluição do ar e
mudança do clima como um dos dez principais eixos da agenda global, tendo em vista
que a poluição atmosférica é considerada o maior risco ambiental para a saúde
humana (OMS, 2018).
De acordo com a OMS, 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar contendo
altos níveis de poluentes. 7 milhões de mortes anuais ocorrem em função da
exposição à poluição atmosférica e a redução do investimento para tratamento de
saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda de acordo com a WHO (2018),
estima-se que as mudanças climáticas serão a causa principal de 250 mil mortes
anuais entre 2030 e 2050.
O investimento por parte do Poder Público, por meio da redução de impostos,
permitirá o desenvolvimento sustentável e com isso a redução da poluição. Também,
a melhoria da qualidade do ar e consequentemente a redução do número de mortes
anuais, pois a previsão para o número de mortes em razão das mudanças climáticas
é assustadora.
Deste modo, ao investir na adoção de práticas ESG ainda pode ser considerado
supérfluo ou menos relevante até pouco antes da pandemia da Covid-19, os indícios
para os próximos anos são de que mudar essa mentalidade será um imperativo para
as organizações. Segundo a Fundep (2021, s.p.):
42
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
formais e informais de cooperação entre nações. Ainda, abre novos mercados globais,
é responsável pela mudança de estilos de vida e padrões de consumo, bem como
possibilita novas formas de salvaguardar a natureza.
Algumas leis ambientais regulam a quantidade e a natureza dos impactos das
atividades humanas: por exemplo, estabelecendo níveis permitidos de poluição ou
exigindo licenças para atividades potencialmente prejudiciais. Outras leis ambientais
são de natureza preventiva e buscam avaliar os possíveis impactos antes que as
atividades humanas possam ocorrer.
Sobre a proteção do ambiente Rodrigues (2018, p. 46) destaca que:
Desde que Porter e Van Der Linde (1995) afirmaram em sua obra “Green and
competitive: ending the stalemate”, que as organizações podem aumentar a
produtividade de seus recursos com inovações que reduzam o impacto ambiental.
Consequentemente, transformando investimentos socioambientais em vantagens
competitivas, os debates teóricos e estudos empíricos tem se intensificado com a
imposição de padrões e regulamentações ambientais adequados.
A inovação é a chave para a mudança para o aumento da produtividade por
meio de boas práticas de Governança Ambiental. Para Orsato (2009), o argumento
de Porter, que ficou conhecido como hipótese “ganha-ganha”. Uma vez que sugere
que as empresas sujeitas a uma regulamentação mais rígida podem realmente se
beneficiar. Isso tudo, por meio de uma maior competitividade, ao mesmo tempo que
melhora o ambiente e melhora sua “imagem” no contexto da economia global.
O debate sobre o valor gerado à empresa por investir voluntariamente em
questões socioambientais tornou-se central a ponto da preocupação em adotar
posturas ambientalmente sustentáveis; socialmente corretas e economicamente
viáveis tem estado cada vez mais presente nas definições estratégicas das empresas
(HART, 2006; SACHS, 2008; ORSATO, 2009; PRAHALAD, 2010).
As políticas ambientais tradicionais dependiam de regulamentação obrigatória
para diminuir a poluição e reduzir os impactos ambientais causados pela indústria e
45
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
46
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
ESG como prática de Governança no setor público permitirá uma melhor visualização
na qualidade do tratamento dado ao assunto por cada um dos entes federativos.
Permitindo que o controle social e, consequentemente, a pressão social,
principal motor do serviço público, façam com que a governança ambiental e
sustentável se torne agendas fortes e motivem a criação de políticas públicas para
seu aprimoramento.
O licenciamento ambiental por adesão e compromisso nada mais é que a
adoção de forma indireta das práticas ESG para poder conceder uma licença sem a
análise humana.
Tal situação, por exemplo, permitiu ao Estado de Santa Catarina emitir 25% de
suas licenças de forma automática (Governança), com a geração de empregos de
forma imediata (Social) sem se descuidar dos critérios de meio ambiente (Ambiental)
e com isso gerando empregos de forma imediata com o pagamento de impostos.
O setor público poderá se beneficiar do diferencial existente no mercado
privado que vem adotando a forma ESG de gestão. Porque os consumidores, tanto
no âmbito nacional como no global não estão mais focados apenas no valor da
mercadoria/serviço.
Os consumidores querem antes conhecer a origem do produto, práticas
ambientais, as condições de sua produção, a gestão de resíduos, de embalagens; nas
opções de trabalho, entre tantos outros fatores.
Quanto aos investidores, estes têm indicado que o alinhamento de práticas
sustentáveis se tornou um critério, uma nova tendência facilitadora da obtenção de
recursos – a “financiabilidade”, pois as grandes corporações bancárias exigem a
prática dos requisitos ESG para emprestar dinheiro.
Essas descobertas têm implicações importantes para a comunidade de
investimentos, mas para os gestores dessas empresas e formuladores de políticas.
Os formuladores de políticas têm um papel relevante nesse campo. Para continuar a
disseminar as práticas ESG o governo deve desenvolver políticas públicas que
contribuam para o desenvolvimento sustentável.
Investir de forma sustentável é não investir em um ativo específico, de classe
ou por meio de um ESG relacionado com a estratégia. Refere-se à estratégia e a
prática de forma sistemática e explicitamente a incorporação de fatores de ESG nas
decisões de investimento e tomada de decisão.
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
REFERÊNCIAS
ANDRADE FILHO, E. O. Imposto de renda das empresas. São Paulo: Atlas, 2019.
ATKINS, B. (2022, April 14). Demystifying ESG: Its history & current status. Forbes.
2022. Disponível em:
<https://www.forbes.com/sites/betsyatkins/2020/06/08/demystifying-esgits-history--
current-status/?sh=266b0af22cdd>. Acesso em 04 de setembro/2022.
51
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
PORTER, M.; VAN DER LINDE, C. (1995). Green and competitive: ending the
stalemate. The Harvard Business Review, v. 73, p. 120-134, 1995.
52
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Capítulo 4
ECOPEDADGOGIA, ECOÉTICA E
SUSTENTABILIDADE: CAMINHOS PARA O
ENSINO DAS CIÊNCIAS AGRARIAS,
AMBIENTAIS E SOCIAIS APLICADAS A LUZ
DAS POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Rhadson Rezende Monteiro
Cristina Ferreira Assis
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESUMO
Em meio ao cenário global de desenvolvimento sustentável, o estudo
explora a interconexão entre ecopedagogia, ecoética e os Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Centraliza-se na questão:
"Como a Lei 9.795/99, enraizada na ecopedagogia e ecoética, pode
ser instrumentalizada para intensificar a integração dos conceitos de
sustentabilidade na formação em ciências agrárias no Brasil?" O foco
principal é analisar a influência e aplicabilidade da Lei 9.795/99 no
ensino superior nas áreas de ciências agrárias, ambientais e sociais
aplicadas. Este marco legal, aliado à ecopedagogia e ecoética, tem o
potencial de revolucionar a educação agrária no Brasil, guiando-a
para uma abordagem mais responsável e sustentável. A UNESCO
destaca a premência de políticas vigorosas em educação ambiental,
considerando os desafios globais emergentes. Com isso, a
ecopedagogia, complementada pela ecoética, serve como uma
bússola para direcionar uma educação agrária e ambiental mais
consciente. A riqueza biodiversiva do Brasil coloca o país em posição
estratégica, porém desafiadora, de evoluir para práticas agrícolas que
valorizem e celebrem a interdependência com o meio ambiente. A Lei
9.795/99, quando bem implementada, pode funcionar como um
catalisador para uma formação agrária que integre plenamente os
conceitos de sustentabilidade, especialmente em nível superior. Ao
abordar a interação entre ecopedagogia, ecoética e diretrizes legais,
este estudo aspira a reforçar o compromisso do Brasil com uma
educação agrária e ambiental inovadora e eco-consciente. Em
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
ABSTRACT
In the midst of the global scenario of sustainable development, the
study explores the interconnection between ecopedagogy, ecoethics
and the Sustainable Development Goals (SDGs). It focuses on the
question: "How can Law 9.795/99, rooted in ecopedagogy and
ecoethics, be used to intensify the integration of sustainability
concepts in agricultural science education in Brazil?" The main focus
is to analyze the influence and applicability of Law 9.795/99 in higher
education in the areas of agricultural, environmental and applied social
sciences. This legal framework, combined with ecopedagogy and
ecoethics, has the potential to revolutionize agrarian education in
Brazil, guiding it towards a more responsible and sustainable
approach. UNESCO highlights the urgency of vigorous policies in
environmental education, considering the emerging global challenges.
With this, ecopedagogy, complemented by ecoethics, serves as a
compass to direct a more conscious agrarian and environmental
education. Brazil's biodiverse wealth places the country in a strategic,
albeit challenging, position to evolve towards agricultural practices that
value and celebrate interdependence with the environment. Law
9795/99, when well implemented, can act as a catalyst for an agrarian
education that fully integrates sustainability concepts, especially at a
higher level. By addressing the interaction between ecopedagogy,
ecoethics and legal guidelines, this study aims to reinforce Brazil's
commitment to innovative and eco-conscious agrarian and
environmental education. In summary, this research proposes to light
the way for a profound reformulation of higher education in the areas
of agricultural, environmental and applied social sciences in Brazil,
making it aligned with the demands and challenges of contemporary
sustainability.
Keywords: Teaching; Ecopedagogy; Environmental education;
Sustainability; Law 9.795/99.
1. Introdução
55
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56
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3. Considerações Finais
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4. Referencias
65
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Capítulo 5
ODS 6 E A GESTÃO HÍDRICA: GOVERNANÇA
E PARTICIPAÇÃO SOCIAL DOS COMITÊS DE
BACIAS HIDROGRÁFICA (CBH) DO ESTADO
DA BAHIA
Rhadson Rezende Monteiro
Clarisse Silva Vitória
Luã Fábio Nunes da Conceição Santana
Júlio César dos Santos Santana
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RESUMO
Os Comitês de Bacia Hidrográfica são entidades integrantes do
Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Eles promovem a gestão
participativa das águas ao encorajar o diálogo entre diversos setores
que se beneficiam deste recurso, como o governo, os usuários e a
sociedade civil. A atuação desses Comitês é essencial para alcançar
os objetivos da ODS 6, uma vez que ambas as iniciativas visam
aprimorar a qualidade da água, garantir seu uso eficiente e proteger
e revitalizar os ecossistemas. Esta pesquisa, de caráter quali-
quantitativo, recorre a revisão bibliográfica e análise de documentos
oficiais fornecidos pelo Instituto de Meio Ambiente e Recursos
Hídricos (INEMA). Ela destaca a estrutura atual dos membros em
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ABSTRACT
The River Basin Committees are members of the National System of
Water Resources. They promote participatory water management by
encouraging dialogue between different sectors that benefit from this
resource, such as government, users and civil society. The work of
these Committees is essential to achieve the objectives of SDG 6,
since both initiatives aim to improve water quality, ensure its efficient
use and protect and revitalize ecosystems. This qualitative and
quantitative research resorts to a bibliographic review and analysis of
official documents provided by the Institute of Environment and Water
Resources (INEMA). It highlights the current structure of members in
representative positions in the Bahia Committees, examines the
decentralization and involvement of these entities, evidencing the
predominance of certain groups in public water management. Of the
17 basins in Bahia, 15 have committees responsible for guidelines for
local water management; However, only six of these committees have
a management plan. The analysis revealed a predominance of private
sector entities and government agencies, with an underrepresentation
of traditional and indigenous communities, whose cultural practices
value environmental protection, thus deviating from the integrated
management model proposed by SDG 6.
Keywords: Committees; Water Management; Governance; ODS 6;
Social Participation;
INTRODUÇÃO
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Embora a água seja um bem precioso, o Brasil, apesar de seu vasto potencial
hídrico, enfrenta discrepâncias consideráveis em sua distribuição e acesso. Muitas
regiões com bacias de vazão limitada sofrem com demandas crescentes, resultando
em escassez e tensões relacionadas à água, enquanto outras áreas com abundância
hídrica têm demandas menores. A competição pela água tem aumentado,
principalmente na agricultura irrigada, responsável por 70% do consumo hídrico
brasileiro (EMBRAPA, 2018).
Na Bahia, essa luta pelo acesso à água não é novidade e promete continuar.
O estado, contudo, não tem um mapeamento aprofundado da capacidade e fluxo dos
seus rios e reservatórios. A falta de fiscalização agravou o problema, ocultando dados
cruciais sobre a exploração hídrica (INEMA, 2022).
A Lei das Águas, por meio do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos
Hídricos, estabelece diretrizes para a gestão hídrica, incluindo concessões,
classificação de corpos d'água e cobrança pelo uso. No entanto, no terreno, muitas
atividades agrícolas permanecem irregulares e há lacunas nas informações sobre os
impactos da irrigação e fornecimento de água para animais. Além disso, muitos planos
de gestão hídrica ainda estão em desenvolvimento (EMBRAPA, 2018).
O ODS 6, inserido na Agenda 2030, visa aprofundar os esforços dos Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio. Suas principais metas incluem garantir acesso
universal a água limpa e saneamento, bem como fortalecer a participação comunitária
na gestão hídrica (Nações Unidas, 2019).
A governança, nesse contexto, é entendida como um processo que cria
ambientes e estratégias de tomada de decisão, considerando as necessidades do
governo, setor privado e sociedade civil, especialmente nas regiões que se busca
preservar (MONTEIRO e SCHIAVETTI, 2023).
Nesse sentido, a contribuição dos Comitês de Bacia Hidrográfica como espaços
de representação colegiada, tem-se por definição que:
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2022).
Gráfico 11 – Configuração em 2023 do CBH Rio Recôncavo Sul.
A Bacia de Verde Grande possui área de 31.410 km², possui uma população
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Gráfico 16 – Relação dos comitês de Bacia Hidrográfica que possuem regimento interno.
Gráfico 17 – Relação dos comitês de bacia que possuem plano de bacia hidrográfica.
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sistematizar essas informações foi possível traçar um gráfico que informa quais os
comitês possuem o CTPPP ativo, totalizando apenas 5 comitês, gráfico 18.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
GADONNEIX, Pierre et al. Water for energy. World Energy Council, p. 03, 2010.
GIL, Antônio Carlos et al. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo, Atlas,
p. 59-85, 2002.
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Capítulo 6
REFLEXÕES SOBRE UMA FORMAÇÃO
CONTINUADA PARA OS ANOS INICIAIS
ENVOLVENDO MATEMÁTICA E EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
Rosineide Fátima Daleaste
Kelly Roberta Mazzutti Lübeck
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RESUMO
Esse artigo tem por objetivo apresentar e discutir atividades
desenvolvidas junto a um curso de formação continuada para os
professores dos anos inicais do município de Ramilândia-PR, relativas
ao ODS número 13, a fim de identificar, entre os docentes, o tipo de
abordagem associada a Educação Ambiental (EA) e as conexões
estabelecidas com a disciplina de matemática. Logo, relizamos uma
pesquisa bibliográfica para a elaboração do curso, a técnica na coleta
de dados foi a observação participante, com registros em diário de
campo e por vídeos, e para analise dos dados nos apoiamos na
análise de conteúdo. A pesquisa possibilitou a junção de métodos
matemáticos mais contextualizados e significativos no estudo de
temáticas sobre o Meio Ambiente, num processo criativo, destacando
o meio em que vivemos e a conscientização dos valores ambientais
sobre a arborização da área urbana de Ramilândia. Concluímos que o
curso possibilitou transformar concepções ultrapassadas sobre o
tema, utilizando a matemática aliada a EA, destacando a importância
de desenvolver uma estratégia de arborização na área urbana dessa
cidade. Ademais, mostrou-se uma oportunidade de ponderar sobre a
maneira de planejar as aulas, de ver e utilizar a matemática aliada aos
problemas do cotidiano, de discutir conceitos da EA e do ensino de
matemática crítico. Assim, a pesquisa demostrou que mesmo
professores formados nos programas tradicionais são capazes de
atrelar o ensino de matemática ao meio ambiente, deixando de lado a
aprendizagem através de exercícios repetitivos para dar espaço ao
método investigativo e emancipatório da aprendizagem.
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ABSTRACT
This article aims to present and discuss activities developed along with
a continuing education course for teachers in the early years in
Ramilândia city, Paraná, related to SDG number 13, in order to
identify, among teachers, the type of approach associated
Environmental Education (EE) and the connections established with
the discipline of Mathematics. Therefore, we carried out a
bibliographical research for the preparation of the course, the data
collection technique was participant observation, with records in a field
diary and videos, and for data analysis we relied on content analysis.
The research enabled the combination of more contextualized and
significant mathematical methods in the study of themes about the
Environment, in a creative process, highlighting the environment in
which we live and the awareness of environmental values about the
afforestation of the urban area of Ramilândia city. We conclude that
the course made it possible to transform outdated conceptions on the
subject, using mathematics allied to EE, highlighting the importance of
developing a strategy for afforestation in the urban area of this city. In
addition, it was an opportunity to consider how to plan classes, to see
and use mathematics combined with everyday problems, to discuss
concepts of EE and critical mathematics teaching. So, the research
demonstrated that even teachers trained in traditional programs are
able to link the teaching of mathematics to the environment, leaving
aside learning through repetitive exercises to make room for the
investigative and emancipatory method of learning.
Keywords: Teacher Training. Environmental education. Mathematics
Teaching.
1 INTRODUÇÃO
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2 METODOLOGIA
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3 ANÁLISE DE DADOS
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mencionada.
Assuntos relacionados as mudanças climáticas tornaram-se rotineiros em nosso
cotidiano, pelos meios de comunicação, escolas e esferas governamentais, tratando-
se de um desafio em nível global devido a sua abrangência e complexidade (NOBRE;
REID; VEIGA, 2012).
Ademais, estamos em plena era tecnológica, o que permite ao público um
acesso imensurável as informações, mas por outro lado, persiste na população a
confusão de conceitos científicos, principalmente quando se trata de mudança
climática e aquecimento global, devido a um déficit educacional que é consequência
do baixo nível de alfabetização científica (OLIVEIRA; VECCHIA; CARNEIRO, 2015).
Corroborando, Felicio e Onça (2010) apontam que notícias e informações de pesquisas
tendenciosas são divulgadas com alta legitimidade, entretanto, na área do ensino
formal, temos o compromisso de transformar essas desinformações em ações
positivas. Ainda, verifica-se dois grandes motivos para as informações falsas, as fake
News, o
Sendo assim, com o tema escolhido pelo subgrupo, sobre a arborização urbana,
os professores trabalharam as consequências da urbanização, o paisagismo, a
estabilidade de solo, conforto térmico etc. Segundo Morais (2011), a arborização
urbana traz inúmeros benefícios como absorção de carbono emitida pelos veículos,
diminuição de temperaturas, diminuição da incidência de luz, retenção de água,
filtragem e remoção de gases e partículas poluentes do ar, atenuação da poluição
sonora, diminuição do estresse cotidiano, favorecimento para o equilíbrio ambiental e
a preservação da biodiversidade local. Logo, a arborização é exencial para as cidades,
pois auxilia na qualidade de saúde mental e física da população.
O plano de aula delineado para os terceiros anos se apoiou em uma pesquisa
de campo que buscou analisar como se encontra a arborização urbana em
determinados locais da cidade de Ramilândia/PR, investigando a quantidade das
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Município: Ramilândia
Componente curricular: Matemática
Ano escolar: 3º ano
Período de avaliação: 1º bimestre
Número de Aulas: 03
Conteúdo
Unidade temática:
- Tratamento de informação.
- Arborização da área urbana de Ramilândia.
Objetos de conhecimento:
Identificar o que os alunos dominam em relação a arborização de áreas urbanas e qual sua
importância para a qualidade de vida dos munícipes.
Objetivo de aprendizagem-foco:
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Recursos didáticos:
Para a coleta de dados, dos alunos, foi observada a região central da cidade de
Ramilândia, onde encontrasse a praça pública, a prefeitura municipal, a escola
Municipal Arlindo Gouveia, a maioria dos comércios e casas da população urbana e o
pátio da escola. Foram investigadas a Rua A (Avenida Voluntários da Pátria), Rua B
(Juscelino Kubitschek), Rua C (Dante Sartório de Oliveira) e a Rua D (Castelo Branco).
Após análise, foi descrito em uma tabela os nomes dos alunos que coletaram os
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do município de Ramilândia.
Evidenciamos, também, que alguns conceitos da EA estão arraigados na
formação dos professores, conduzindo ao estabelecimento de valores fiéis aquilo em
que acreditam, já interiorizado pelos docentes, na medida que imprimem naturalidade
ao ensinarem determinados cuidados com o meio ambiente, pois informaram “trabalhar
a EA sem perceber”. Entretanto, demonstraram dificuldades em relacionar EA e EM,
ficando evidente em sua fala ou pela falta de participação nessas discussões. Isso não
nos surpreende, pois trata-se de um problema mais amplo, de falta de contextualização
da própria matemática. Assim, quando se pede que aborde um tema do cotidiano, um
TCT, muitos professores ficam aflitos, como observado no curso.
De fato, Cunha (2017, p. 9) apurou em seus estudos que, “a disciplina de
matemática é aplicada de forma descontextualizada, distante da realidade vivenciada
pelo aluno na sala de aula, comprometendo o processo de ensino e aprendizagem”.
Ainda, segundo este autor, as dificuldades encontradas pelos professores se referem
a: salas superlotadas, espaço físico inadequado, falta de ferramentas para trabalhar,
formação tradicional e elaboração do currículo sem a formação humanística. Dessa
forma, cabe ao professor adotar em suas aulas as inovações contextualizadas que a
matemática requer atualmente. Para superar essas dificuldades, identificamos “a
importância de se apresentar à sociedade uma aplicação das transversalidades
destacadas em problemas matemáticos contextualizados, pontuando a capacidade
deste componente curricular em contribuir para a formação cidadã e crítica dos
discentes”. (FACIN, 2021, p. 101). Com isso, constatamos que é possível contribuir
para que haja a promoção da cidadania por meio dos temas transversais e do ensino
de matemática, desenvolvendo propostas sobre os TCT que possibilitam estabelecer
práticas educativas relacionadas as questões da vida real.
Já a metodologia utilizada para o desenvolvimento do curso, a sala de aula
invertida, proporcionou o desenvolvimento de diferentes habilidades, tanto cognitivas
quanto emocionais, conduzindo os participantes a se tornarem protagonistas na
formação de seu conhecimento, inclusive pela superação frente aos obstáculos que o
uso das tecnologias digitais ofereceu para alguns professores com mais tempo de
carreira.
Por fim, devido as observações e registros coletados, concluímos que a maioria
dos professores se identificou com certos “mitos/chavões” que são associados a EA e
que, por vezes, caracterizam e limitam sua esfera de atuação, a saber: “Que EA deve
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ter como objetivo conscientizar as pessoas com relação aos problemas ambientais”,
“O objetivo principal da EA é de transformar comportamentos e hábitos individuais”,
“As pessoas precisam de mais informação para serem mais ecológicas”, “Os
professores transmitem os conteúdos ambientais, as pessoas é que não aprendem e
nem mudam de atitudes”, “Precisamos de mais leis para forçar as pessoas a serem
mais ecológicas” e “Eu separo lixo, eu faço EA”. De fato, como afirma Sauvé (2005),
para abordar o campo da EA, pesquisadores, professores e pedagogos adotam
diferentes discursos e propõem diversas maneiras de conceber e praticar essa ação
educativa, cada um com sua própria visão. Assim, analisando e refletindo sobre
maneiras de se tratar a EA no espaço escolar, verificamos que a corrente da EA que
melhor representa o grupo é a Corrente Resolutiva6, pois ela se apoia na apresentação
e identificação dos problemas ambientais e na busca de suas soluções.
4 CONCLUSÃO
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5 REFERÊNCIAS
IDIS, Desenvolvendo o Investimento Social. O que são ODS e o que eles têm a ver
com impacto social. Disponível em: https://www.idis.org.br/o-que-sao-ods-e-o-que-
eles-tem-a-ver-com-impacto-social/. Acesso em: 9 mar. 2023.
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JUNIOR, Carlos Roberto da Silveira. Sala de aula invertida: Por onde começar?
Goiânia: Pró-reitoria de Ensino Diretoria de Educação a Distância, 2020.
NOBRE, Carlos; REID, Julia; VEIGA, Ana Paula Soares. Fundamentos Científicos
das mudanças Climáticas. São José dos Campos: INPE, 2012.
OLIVEIRA, José Marcos de; VECCHIA, Francisco Arthur da Silva; CARNEIRO, Celso
Dal Re. A educação no contexto do aquecimento global: da ignorância e
analfabetismo científico ao raciocínio crítico e literacia climática. Periódico
Eletrônico Fórum Ambiental da Alta Paulista. Tupã-SP ,v. 11, n. 04, p. 01-24,
2015.
SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em educação ambiental. In. SATO,
Michéle; CARVALHO, Isabel Cristina de Moura (Org.). Educação ambiental:
pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed, 2005. p. 17-44.
109
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Capítulo 7
A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ENSINO
FORMAL: REFLEXÃO SOBRE OS IMPACTOS
DO AQUECIMENTO GLOBAL NA DÉCADA
OCEÂNICA PARA O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
Gaby Carvalho Alves
Danielle Nathally Silva
Josymar Cleiton Pereira de Barros
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RESUMO
A intensificação do aquecimento global vem ocorrendo devido a ações
antrópicas, através dos aspectos econômicos e industriais sobre isso,
afetando diretamente os oceanos, sendo estes de tamanha vitalidade
para o planeta Terra. Desta forma, a Década dos Oceanos tem uma
importância para o Desenvolvimento Sustentável, apresentando a
necessidade e destaque que se deve ter com o ambiente marinho,
desta forma, a Educação Ambiental serve como instrumento
fundamental para a formação das condutas dos seres humanos,
sendo aplicada para o surgimento de novos comportamentos,
gerando uma nova cidadania, enfatizando a relação entre homem e
natureza. Portanto, este projeto teve como real objetivo gerar
soluções para problemas relacionados ao aquecimento global e
direcionamento de suas consequências nos oceanos. O método
utilizado foi o Ensino Baseado em Problemas (PBL), resultando em
um trabalho de relato de experiência, visando tornar o aluno da
educação formal responsável pela construção do seu aprendizado,
preparando-o para o mundo e tornando-o profissional e cidadão.
Resultando, assim, no incentivo à quebra de paradigmas e debates
saudáveis sobre temas importante de modo construtivo, individual e
coletivo, onde o espaço escolar é ativo e promotor da participação.
Desta forma, este relato contribui na formação de indivíduos críticos,
na mudança de comportamentos e na transformação socioambiental,
preservado o meio ambiente através dos princípios da Educação
Ambiental no reestabelecimento do equilíbrio ecológico,
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ABSTRACT
The intensification of global warming has been occurring due to
anthropic actions, through its economic and industrial aspects, directly
affecting the oceans, which are of such vitality for planet Earth. In this
way, the Decade of the Oceans has an importance for Sustainable
Development, presenting the need and emphasis that must be given
to the marine environment, in this way, Environmental Education
serves as a fundamental instrument for the formation of the behavior
of human beings, being applied to the emergence of new behaviors,
generating a new citizenship, emphasizing the relationship between
man and nature. Therefore, this project had the real objective of
generating solutions for the problems related to global warming and
directing its consequences in the oceans. The method used was
Problem-Based Teaching (PBL), resulting in an experience report
work, aiming to make formal education students responsible for
building their learning, preparing them for the world and making them
professionals and citizens. Thus, resulting in encouraging the breaking
of paradigms and healthy debates on important topics in a
constructive, individual and collective way, where the school space is
active and promotes participation. In this way, this report contributes
to the formation of critical individuals, in changing behavior and in
socio-environmental transformation, preserving the environment
through the principles of Environmental Education in restoring the
ecological balance, especially with regard to the importance of the
oceans and mobilization of social agents, promoting the purposes of
the Sustainable Development Goals, 2030 Agenda and sustainable
thinking.
Keywords: 2030 Agenda. ONU. Sustainable. Environmental
Awareness.
INTRODUÇÃO
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tendo armazenado mais de 90% do calor resultante da mudança climática gerada por
humanos e um terço das emissões de carbono do mundo. No Brasil, o Ministério do
Meio Ambiente estabelece que os mares do País possuem 10% das espécies de
peixes do planeta e que a maior parte da sua zona costeira exibe degradações
oriundas da superpopulação, pois, cerca de 50% da população reside em faixa
litorânea. Além disso, 85% da poluição dos oceanos é consequência das ações
antrópicas e 90% dos contaminantes ficam nas regiões costeiras (BRASIL, 2012).
Sendo assim, a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento
Sustentável é uma oportunidade fundamental para evidenciar, além da importância
dos oceanos e da manutenção da saúde e sustentabilidade dos ecossistemas
marinhos, a necessidade de cuidados com o ecossistema e de implementações de
medidas educativas cabíveis para a proteção e manutenção desse ambiente,
promovendo a proteção do Meio Ambiente Marinho.
As problemáticas envolvendo questões ambientais estão cada vez mais
evidentes e preocupantes, destacando-se na sociedade de modo a conquistar um
grande espaço nas discussões dos diversos segmentos sociais, midiáticos e
político/econômico, sendo pauta de políticas públicas voltadas, principalmente, ao
processo educacional (BURATO et al., 2007). Logo, surge a necessidade de fomentar
e estimular ações que comovam e conscientizem todos os setores da sociedade, no
intuito de diminuir os efeitos nocivos ao meio ambiente e à vida no planeta
(MEDEIROS et al, 2011).
Desta forma, a Educação Ambiental pode atuar como ferramenta na formação
e estruturação de indivíduos ecológicos, diligentes com o âmbito ao qual pertencem,
e não somente consigo. Emergindo deste novo comportamento/posição uma nova
forma social, cultural, política e econômica, estabelecendo uma participação
consciente dos autores, a fim de inserir, nas ações do dia a dia, o hábito de olhar a
natureza como extensão de si, fazendo parte dela e, assim, agir consciente quanto às
atitudes que devem ser tomadas, sendo o indivíduo o agente de transformação em
relação à conservação ambiental (MEDEIROS et al, 2011; SAUVÉ, 2005).
Para que exista resultados positivos na pauta ambiental, é preciso transformar
princípios, valores, comportamentos e hábitos, de modo a promover melhorias nos
aspectos ecossistêmicos e na qualidade de vida do planeta (BEZERRA, 2014), sendo,
conforme Capra (2000), fundamental a criação de uma nova perspectiva de cidadania,
integrando as relações entre homem-natureza e homem-homem.
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METODOLOGIA
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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A Crise Hídrica
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Vale ressaltar que o lixo que chega nos mares vem de diferentes lugares
através de rios e esgotos. Exclusivamente no Mar Mediterrâneo, mais de 220 milhões
de turistas buscam essa área para usufruir de férias todo ano, contribuindo
diretamente para o aumento de cerca de 40% de lixo (principalmente plástico) a cada
verão (WWF, 2009). Um estudo da Transport & Environment identificou que navios de
cruzeiros, que operavam em águas europeias, emitiam mais gases poluentes do que
todos os carros da Europa. Além dos gases atmosféricos, os grandes navios são,
também, uma grande fonte de poluição marinha, devido ao despejo de lixo e esgoto
não tratado diretamente no mar. Atividades recreativas, como mergulhos, passeio de
barco, caiaque, entre outras, se não forem praticadas com responsabilidade, podem
ter um impacto enorme nos ambientes oceânicos. Qualquer atividade humana, se
praticada sem o cuidado necessário, tende a transformar negativamente o local
(DUÉK, 2022).
Portanto, é importante advertir sobre a conservação ambiental e a observância
às Leis sobre os Resíduos Sólidos, pois, estes últimos, quando não destinados
corretamente, podem ser levados ao mar, prejudicando não só a fauna e flora
marinhas, como o meio ambiente em geral e, consequentemente, o próprio ser
humano. Bem como, a reeducação da população como um todo, para uma maior
sensibilidade as questões ambientais, compreendendo que o homem é parte da
natureza e, portanto, deve ser estabelecida uma relação de cuidado, de preservação
deste meio.
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meio ambiente marinho e, como consequência, na saúde humana (AL GORE, 2006;
ALVES, 2021).
A agricultura tem um papel importante nas mudanças climáticas, cujas
queimadas e desmatamentos são um exemplo disso, emitindo para a atmosfera
diversos gases, como o CO2, uma prática que surgiu no Brasil com o cultivo da cana-
de-açúcar, a fim de limpar a área a ser plantada. A prática também se destina a
formações de pasto, onde esse fogo, supostamente controlado, pode acarretar em
incêndios florestais, reduzindo mais ainda a biodiversidade restante. Essa prática,
principalmente no cerrado brasileiro, é, historicamente, evidenciada no manejo da
agricultura e pecuária (SCHMIDTH et al., 2016) A atividade agrícola está ligada a
fatores climáticos, como pluviosidade, teor de água no solo, condições atmosféricas e
radiação solar, sendo assim, não só prejudica o ambiente como pode ser prejudicado
pela falta de cuidados com ele, a agricultura ameaça e pode ser ameaçada. Com a
perda de produtividade, diminuição das chuvas, acarretando maior incidência de
doenças no cultivo e o manejo do solo com grandes riscos de erosão hídrica (GHINI,
2005).
Além disso, é preciso uma postura voltada para os princípios das Nações
Unidas, construindo um pensamento que una, novamente, o ser humano à natureza,
respeitando-a, considerando sua perspectiva social, cultural, econômica, ecológica e
fundamentalmente salutar para a vida humana (SIQUEIRA, 2011), promovendo o
desenvolvimento de tecnologias mitigatorias desses impactos. Ressalta-se que a
produtividade não deve cair, atendendo a exportação agrícola e ao padrão de
consumo, com boas práticas agrícolas pode evitar a degradação do solo, emissões
de gases nocivos ao ambiente, o uso excessivo de fertilizantes nitrogenados, o
aumento da temperatura da Terra, secas e enchentes, maior incidência de pragas e
doenças e perda de produtividade, por exemplo (THORSTENSEN; ZUCHIERI, 2021).
É fundamental o envolvimento econômico, no intuito de minimizar os danos ao
ambiente, por meio de políticas públicas que promovam essa redução, gerenciando
os recursos naturais e consolidando a perspectiva ambiental. Para promover essa
postura, é preciso adaptar as atividades agropecuárias às alterações climáticas, a
partir de ações de gestão com base nos ecossistemas. Isto significa que é preciso a
adoção de práticas de manejo que desfrutem da biodiversidade, dos serviços
ecossistêmicos e dos processos ecológicos de biomas naturais ou modificados sem
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
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CAPRA, F. Uma nova Compreensão Científica dos Sistemas Vivos. São Paulo:
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DUÉK, A. Quais os impactos do turismo nos oceanos e o que podemos fazer para
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https://viajarverde.com.br/quais-os-impactos-do-turismo-nos-oceanos/. Acesso em:
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https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2018/03/ar5_wg2_spmport-1.pdf. Acesso
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https://visao.sapo.pt/visao_verde/2021-01-25-como-podem-as-baleias-ajudar-no-
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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continua-a-sofrer-com-poluicao-por-plastico. Acesso em: 30 set 2022.
130
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Capítulo 8
POTENCIAL DE GERAÇÃO DE BIOGÁS A
PARTIR DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS:
BAGAÇO DE MALTE
Douglas Luiz Mazur
Waldir Nagel Schirmer
Matheus Vitor Diniz Gueri
Andreia Cristina Furtado
131
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESUMO
O setor cervejeiro, impulsionado pelo segmento de cervejas
artesanais, tem experimentado um crescimento notável no cenário
brasileiro, aliado a este crescimento, surge a questão da geração de
resíduos agroindustriais. O bagaço de malte é o principal resíduo
orgânico gerado durante o processo de produção de cerveja e pode
ser biomassa passível de aproveitamento energético por meio da
geração de biogás. Este estudo visa a investigar o potencial de
produção de biogás a partir do bagaço de malte em escala laboratorial
e em condições mesófilas por meio de testes de BMP, os
experimentos contemplam diferentes proporções entre bagaço de
malte e inóculo. O inóculo utilizado foi a coleta de fundo de uma
composteira doméstica, visando fornecer os microrganismos
necessários para digestão anaeróbica do substrato. O tratamento que
gerou o maior percentual de metano no biogás (43%) foi o tratamento
com bagaço e inóculo na proporção 1:1, contrastadamente, as demais
proporções geraram teores inferiores de metano, principalmente o
tratamento utilizando apenas bagaço de malte que apesar de ter o
maior volume de biogás gerado, apresentou um teor de metano de
apenas 23,7%. Por fim concluiu-se que o tratamento bagaço/inóculo
na proporção 1:1 foi o mais eficiente do ponto de vista energético
132
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
ABSTRACT
The brewing sector, notably the craft beer segment, has been
experiencing remarkable growth in the Brazilian landscape. Alongside
this growth, the issue of agroindustrial waste generation emerges. Malt
husk stands out as the primary organic residue generated during the
beer production process and holds the potential to be biomass
amenable to energy utilization through biogas generation. This study
aims to investigate the biogas production potential from malt husk on
a laboratory scale under mesophilic conditions through BMP
(Biochemical Methane Potential) tests. The experiments encompass
varying ratios between malt husk and inoculum. The inoculum
employed consisted of the bottom collection from a domestic
composting unit, aimed at providing the necessary microorganisms for
the anaerobic digestion of the substrate. The treatment that yielded
the highest methane percentage in the biogas (43%) was the
treatment involving malt husk and inoculum in a 1:1 ratio. In contrast,
the other ratios resulted in lower methane contents, particularly the
treatment utilizing malt husk exclusively, which despite generating the
largest biogas volume, exhibited a methane content of only 23.7%. In
conclusion, it was established that the malt husk to inoculum ratio of
1:1 treatment proved the most energy-efficient due to its higher
methane content, a characteristic that is relevant for the utilization of
the generated biogas.
Keywords: Anaerobic digestion. Malt bagasse. Biogas. BMP tests.
Agroindustrial residues.
INTRODUÇÃO
133
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
134
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
METODOLOGIA
Caracterização do substrato e inóculo
136
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Fonte: Os autores.
137
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização do substrato e inóculo
Percentual de
redução de sólidos 2,01 1,57 3,79 1,02
voláteis (%)
139
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Fonte: Os autores.
140
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
141
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio desta pesquisa foi possível concluir que diferentes proporções de
inoculo e substrato podem influenciar a produção de metano durante a biodigestão
anaeróbica, portanto algumas proporções podem otimizar a biodigestão, resultando
em um biogás com maior teor de metano e, consequentemente, maior poder calorífico,
característica essa, relevante para a viabilidade da geração de biogás com o substrato
em questão.
Os tratamentos que apresentaram maior produção de biogás também
demonstraram as maiores reduções nos sólidos voláteis, logo substratos com
elevados teores de sólidos voláteis podem consequentemente produzir elevadas
quantidades de biogás.
Por fim, propõe-se para trabalhos futuros utilizando substratos com elevados
teores de lignocelulose como é o caso do bagaço de malte, realizar um pré-tratamento
de caráter físico, químico ou biológico que promova a quebra das fibras do substrato,
facilitando a biodigestão anaeróbica e otimizando a produção de biogás.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
142
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
BRUST, L. A. C.; ARAGÃO, A. P.; BEZERRA JR, P. S.; GALVÃO, A.; FRANÇA, T
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consumo de resíduos de cervejaria. Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de
Janeiro, v. 35, n.12, p. 956- 964, 2015.
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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CORREA G.; CERQUEIRA V.D.; BEZERRA JÚNIOR P.S. Intoxicação por etanol em
bovinos alimentados com bagaço de malte acrescido de levedura de cerveja.
Pesquisa Veterinária Brasileira, Rio de Janeiro, v. 38, n. 3, p. 382-386, 2018.
144
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Capítulo 9
DISCUSSÃO SOBRE O VALOR VENAL DO
IMÓVEL NA ÓTICA DA SUSTENTABILIDADE
João Gabriel de Rezende Correa Pimenta
145
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
RESUMO
A qualidade de vida e a sustentabilidade do meio ambiente tornaram-
se variáveis de atuação do Estado. Por meio, das normas do Sistema
Tributário, age de maneira a alterar alguns comportamentos por parte
do contribuinte. O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) é uma
das principais fontes de receita de coleta de tributos dos municípios.
Neste contexto, o presente estudo tem o objetivo de discutir sobre
IPTU aplicado aos bens nas Áreas de Preservação Permanente
(APPs) na ótica da Sustentabilidade. Este estudo bibliográfico explora
a aplicabilidade dessa cobrança indevida realizada pelos municípios.
Dessa forma, o recolhimento indevido do IPTU sobre áreas de
Preservação provoca danos econômicos e de outros tipos aos
contribuintes que não podem dispor de seu imóvel e poderiam
também investir na preservação ambiental o valor gasto com o
pagamento do tributo.
Palavras-chave: Meio Ambiente. IPTU. Sustentabilidade. Direito.
Áreas de Preservação Permanente. APP. Preservação Ambiental.
ABSTRACT
The quality of life and the sustainability of the State's environment
have become variables of action. Through the rules of the Tax System,
it acts in order to change behavior on the part of the taxpayer. The
IPTU (Urban Property and Territorial Law) is one of the main sources
of revenue from municipal taxes. In this context, the present study
aims to challenge the IPTU applied to assets in Permanent
Preservation Areas (APPs) from the perspective of Sustainable Law.
This bibliographic study explores the applicability of this charge made
by the municipalities. In this way, the improper reception of the IPTU
of preservation can also invest in its tribute and invest in preservation
areas that cannot protect the environment and the value also invest in
the tax economy that can protect the environment.
Keywords: Environment. Property Tax Sustainability. Right.
Permanent Preservation Areas. APP. Environmental Preservation.
146
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
1. Introdução
147
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
148
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
deveriam ser cobrados, neste caso para fins do presente Estudo a não diferenciação
do valor venal do imóvel existente em área de preservação.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) elegeu, em 2019, a poluição do ar e
mudança do clima como um dos dez principais eixos da agenda global, tendo em vista
que a poluição atmosférica é considerada o maior risco ambiental para a saúde
humana. De acordo com a OMS, 9 em cada 10 pessoas no mundo respiram ar
contendo altos níveis de poluentes e 7 milhões de mortes anuais ocorrem em função
da exposição à poluição atmosférica e a redução do investimento para tratamento de
saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O investimento por parte do Poder Público, por meio da redução de impostos,
permitirá o desenvolvimento sustentável e com isso a redução da poluição, melhoria
da qualidade do ar e consequentemente a redução do número de mortes anuais.
“Ambiente” é um termo muito abrangente. Inclui em seu âmbito uma ampla
variedade de fenômenos. É um termo dinâmico que pode ser usado para descrever
uma área limitada, por um lado, e todo o planeta, por outro. O termo Meio Ambiente
pode ser percebido em diferentes conotações. Existem inúmeras definições do termo
fornecidas por diferentes instrumentos jurídicos nacionais e internacionais.
O Direito Ambiental é um corpo de leis, que é um sistema de estatutos
complexos e interligados, direito comum, tratados, convenções, regulamentos e
políticas que visam proteger o ambiente natural que pode ser afetado, impactado ou
ameaçado pelas atividades humanas.
Algumas leis ambientais regulam a quantidade e a natureza dos impactos das
atividades humanas: por exemplo, estabelecendo níveis permitidos de poluição ou
exigindo licenças para atividades potencialmente prejudiciais. Outras leis ambientais
são de natureza preventiva e buscam avaliar os possíveis impactos antes que as
atividades humanas possam ocorrer.
Sobre a proteção do ambiente Rodrigues (p. 46, 2018) destaca que:
149
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Nos últimos anos, o Direito Ambiental passou a ser visto como um meio crítico
de promoção do desenvolvimento sustentável. Conceitos de políticas como o princípio
da precaução, participação pública, justiça ambiental e o princípio do poluidor-pagador
informaram muitas reformas de leis ambientais a esse respeito. Tem havido
considerável experimentação na busca de métodos mais eficazes de controle
ambiental além da tradicional regulamentação do estilo comando e controle. Eco
impostos, licenças de emissão negociáveis, normas voluntárias como a ISO 14000 e
acordos negociados são algumas dessas inovações.
Por exemplo, a lei nº 12.651/12 dispõe sobre o Código Florestal Brasileiro, que
dispõe sobre a proteção de vegetação nativa. Sobre este tema Figueiredo (2004,
p.226), destaca:
150
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
151
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Constituição Federal de 1988, o CTN teve um anova alteração, pois passa a ter
normas características e próprias de leis complementares ao lado de cláusulas que
não adotam esse atributo.
Sobre a Competência Tributária A Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966
Capítulo I, disposições gerais, prega que (CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL, 2017,
p. 11-12; HARADA, 2019, p. 211-212):
A regra, por melhor que seja, geralmente precisa ser esclarecida e interpretada
para sua aplicação. Outros são vazios ou realmente confusos e precisam da ajuda de
especialistas jurídicos.
No caso específico da legislação tributária devido ao número de regulamentos
e à sua constante ‘renovação’, é necessária a necessidade de especialistas
experientes na busca de um entendimento das questões tributárias abundantes. A
doutrina serve como ponto de referência e reflexão para uma melhor análise da norma,
a experiência de juristas ou jurisconsultos se torna, em muitas passagens, de grande
importância.
Similar a lei tributária, a política fiscal engloba aspectos, funções e objetivos
mais amplos, pois implica não apenas as receitas e despesas do Estado, mas também
o conjunto de ações que o governo adota. Isso como parte de uma política econômica
154
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal, observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados
em pelo menos dois dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder
Público (Planalto, s.d., s.p.):
I. meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II. abastecimento de água;
III. sistema de esgotos sanitários;
155
Sustentabilidade em Ação: Ciência e Práticas para um Futuro Verde
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Fonte: https://www.florestativa.com.br/areas-preservacao-permanente-app
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O valor venal não deve ser misturado com preço, visto que não é obrigatório
que o imóvel seja negociado pelo valor indicado no cálculo realizado. A legislação
deve clarificar como se alcança o valor venal desses imóveis. Pois, não pode este ser
criado de uma simples avaliação de mercado, já que o lançamento tributário é um ato
administrativo vinculado. Entende-se que a importância das avaliações é mais
significativa quando utilizadas para impugnar lançamento devido a uma estipulação
exacerbada do valor venal.
Para chegar ao valor venal do imóvel, base de cálculo, se faz necessária a
multiplicação de 04 (quatro) fatores (CONTEÚDO JURÍDICO, 2018, s.p.):
I. dimensões;
II. localização na Planta Genérica de Valores,
III. localização na Planta Genérica de Valores, bem como a sua área
construída, e,
IV. qualificação.
Logo, o cálculo é realizado da seguinte forma:
𝑉 = 𝐴 𝑥 𝑉𝑅 𝑥 𝑃 𝑥 𝑇𝑅
Em que:
V = valor venal do imóvel; A = área da edificação; VR = valor unitário padrão
residencial, de acordo com a Planta de Valores do Município; P = fator posição, varia
conforme a localização do imóvel em relação ao logradouro; TR = fator tipologia
residencial, de acordo com as características construtivas do imóvel, consideradas
assuas reformas, acréscimos e modificações.
A seguir é mostrado, por exemplo, os cálculos de um imóvel nos anos de 2015,
2016 e 2019, localizado no Município de Florianópolis, em que 90% do imóvel está
localizado em APP, sendo que o valor do metro quadrado territorial oscilou conforme
a Figura 2.
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Aqui cabe destacar que, não há qualquer base legal para que a municipalidade
possa aumentar o valor venal do metro quadrado do imóvel em uma forma tão
exacerbada, que conforme apresentado, o valor é quase quatro vezes mais caro do
que aquele cobrado nos anos de 2015 e 2016. Assim, Santos (2020, p. 13) destaca
que:
O valor da base de cálculo aferido pelo poder público não é absoluto, haja vista
que o contribuinte tem o direito de se contrapor ao valor. Nesse sentido, a
Municipalidade deveria levar em consideração, para fins da base de cálculo do valor
venal do imóvel, a existência de APP e Área de Preservação com Uso Limitado para
fins de cálculo do valor do Tributo, prestigiando desta forma o incentivo a conversação
do meio ambiente na forma preceituada no Código Florestal.
Haja vista que o contribuinte não usufruirá o direito de propriedade na região
que existir a restrição ambiental. Deste modo, devendo ser observada tal condição,
prevalecendo redução do valor venal do imóvel nos casos em que não seja permitindo
edificações em razão da impossibilidade do uso da área.
Se por exemplo, a área que representa 90% (noventa por cento) do imóvel do
proprietário não é passível de utilização, não sendo possível a utilização desta área
como base de cálculo do valor venal do imóvel deve ser então reduzida o valor do
tributo cobrado.
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8. Considerações Finais
161
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Referências
ANDRADE FILHO, E. O. Imposto de renda das empresas. São Paulo: Atlas, 2019.
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