Micro Biolog I A

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Resistência bacteriana relacionada ao uso indiscriminado de antibióticos

1
Fabríco Cosmo da Silva
2
Inara Jane Santos da Silva
Luiz Fernando Melo da Silva
Maria Clara da Silva Araújo
RaíssaEmanuelly Alves da Silva
Simone Batista de Oliveira Carvalho
Thamyres Kelly dos Santos Silva
Resumo

A resistência bacteriana resulta de mutações, transdução ou seleção devido ao uso de


antibióticos e sua presença no ambiente. Inicialmente restrita a hospitais, agora afeta
diversos ambientes e pessoas saudáveis. Bactérias, com seu rápido ciclo de vida,
adaptam-se rapidamente. A resistência surge por mutações ou transmissão de
plasmídeos. O uso impróprio e excessivo de antibióticos, especialmente em hospitais,
agrava o problema. Antibióticos são muitas vezes prescritos desnecessariamente. Um
antibiograma é essencial para garantir tratamentos eficazes e prevenir a disseminação de
superbactérias. Esta revisão destaca os problemas do uso indiscriminado de antibióticos,
os mecanismos de resistência e a importância de análises laboratoriais adequadas.

Palavras-chaves: gestão de antimicrobianos, resistência a antibióticos,


farmacorresistência bacteriana.

Introdução

A resistência bacteriana é um fenômeno ecológico que resulta de mutações, transdução


ou seleção, permitindo às bactérias sobreviverem em ambientes com a presença de
antibióticos. Antes do século XXI, a resistência bacteriana era predominantemente
observada em ambientes hospitalares, mas atualmente, esse problema se disseminou
para diversos ambientes, afetando até mesmo indivíduos saudáveis (Guimarães,
Momesso e Puppo, 2010). Bactérias, organismos abundantes em todo o planeta, podem

1
Centro Universitärio da Vitoria de Santo Antão -UNIVISA. Academicos do Curso de Bacharelado em
Farmácia do Centro Universitärio da Vitoria de Santo Antão- UNIVISA
2
Centro Universitário da Vitória de Santo Antão- UNIVISA Orientador Professor do Curso de
Microbiologia do Centro Universitário da Vitória de Santa Antäo – UNIVISA.
ser benéficas ou prejudiciais à saúde humana. Com um curto ciclo de vida, as bactérias
respondem rapidamente às mudanças ambientais, o que facilita a evolução da resistência
(Santos, 2004).

A resistência aos antimicrobianos ocorre quando bactérias desenvolvem genes que


alteram a eficácia dos antibióticos, seja por mutações espontâneas ou transmissão de
plasmídeos (Santos, 2004).

Os antibióticos, sejam naturais ou sintéticos, são capazes de inibir ou matar


microorganismos. No entanto, o uso inadequado e excessivo desses medicamentos, sem
avaliação adequada, promove a resistência bacteriana, especialmente em ambientes
hospitalares (Kadosaki, Sousa e Borges, 2012). Atualmente, os antibióticos estão entre
os medicamentos mais prescritos, com uma grande porcentagem de prescrições sendo
desnecessárias (OMS, 2004).

Estudos sugerem que, para um uso seguro da antibioticoterapia, é essencial a realização


de um antibiograma antes do tratamento, garantindo maior precisão e evitando a
toxicidade e resultados enganosos (Vieira e Vieira, 2017). O objetivo desta revisão de
literatura é destacar os problemas associados ao uso indiscriminado de antibióticos,
examinar os mecanismos de resistência bacteriana e enfatizar a importância das análises
laboratoriais para confirmar diagnósticos, avaliar prognósticos e prevenir a
disseminação de super bactérias.

Metodologia

A revisão da literatura foi realiza da utilizando uma estratégia de busca abrangente em


vários bancos de dados bibliográficos, incluindo Google Acadêmico, Scielo, Pub Med e
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A pesquisa cobriu o período de
2000 a 2018 e foi conduzida em português (Brasil e Portugal).

Os termos de pesquisa utilizados foram "gestão de antimicrobianos", "resistência a


antibióticos "e"farmacorresistência bacteriana",conforme os Descritores em Ciências da
Saúde (D e CS )(2019).Foram excluídos levantamentos de casos, estudos que se
concentravam exclusivamente em infecções hospitalares e artigos que continham apenas
dados estatísticos.

AsfontesconsultadasincluíramdiretrizesdaAgênciaNacionaldeVigilânciaSanitária
(ANVISA),como a "Diretriz Nacional para Elaboração de Programa de Gerenciamento
do Uso de Antimicrobianos em Serviços de Saúde" e o "Manual de procedimentos
básicos em microbiologia clínica para o controle de infecção hospitalar".Além disso,
foram consideradosartigoscientíficos,revisõeseestudosdecasorelevantesparao tema.

Resultados e discursão
 Resultados

Histórico das Infecções Hospitalares e Resistência Bacteriana Desde o século XIX,


avanços significativos no controle de infecções hospitalares foram alcançados com as
descobertas de Louis Pasteur e Robert Koch. A penicilina, descoberta por Alexander
Fleming em 1928, revolucionou o tratamento de infecções bacterianas, mas a resistência
bacteriana surgiu rapidamente devido à adaptação das bactérias.

 Uso de Antimicrobianos

Antimicrobianos são cruciais no tratamento de doenças infecciosas e possibilitam


procedimentos cirúrgicos complexos. No entanto, o uso excessivo e indiscriminado,
como prescrição excessiva, automedicação, pressão dos pacientes e falta de higiene,
contribui para a resistência bacteriana.

Mecanismos de Ação dos Antibióticos

Antibióticos funcionam de várias maneiras: inibindo a síntese da parede celular,


danificando a membrana citoplasmática, inibindo a síntese proteica, alterando a síntese
de ácidos nucleicos e interferindo no metabolismo celular. A eficácia depende da
concentração no local da infecção e das propriedades bactericidas ou bacteriostáticas.

 Desenvolvimento da Resistência Bacteriana

A resistência pode ser intrínseca, adquirida ou induzida. Microrganismos podem


desenvolver resistência formando biofilmes, alterando a parede celular, diminuindo
receptores de membrana ou utilizando bombas de efluxo. A resistência adquirida ocorre
por mutações ou transferência de genes, enquanto a resistência induzida resulta da
exposição a antibióticos.

Discussão

O uso inadequado de antimicrobianos está fortemente ligado ao aumento da resistência


bacteriana. A descoberta de antibióticos como a penicilina inicialmente reduziu
drasticamente a mortalidade por infecções, mas o uso excessivo levou à seleção de
cepas resistentes. A eficácia dos antibióticos depende de suas concentrações
terapêuticas e propriedades específicas, mas a capacidade adaptativa das bactérias,
como a formação de biofilmes e bombas de efluxo, complicam o tratamento.

A resistência adquirida por mutações e transferência de genes é preocupante, pois pode


se espalhar rapidamente entre bactérias, mesmo em ambientes controlados. Estratégias
para mitigar a resistência incluem a prescrição racional de antibióticos, educação sobre
automedicação e práticas adequadas de higiene. Desenvolver novos antimicrobianos e
programas de vigilância são cruciais para enfrentar o desafio da resistência bacteriana.
Em resumo, o uso responsável de antibióticos e a conscientização sobre a resistência são
essenciais para manter a eficácia dos tratamentos e garantir a segurança na saúde.

Conclusão

O enfrentamento à resistência bacteriana é um desafio de ordem global e precisa ser


tratado sob diversos prismas. A utilização excessiva de antibióticos deve ser eliminada,
a fim de evitar que a resistência bacteriana se intensifique, conforme tem sido observado
ao longo das últimas décadas. Frequentemente ocorre uma dificuldade em lidar com tais
infecções, o que tem levado os profissionais de saúde a optarem por medicamentos mais
dispendiosos, com maior toxicidade e até mesmo a hospitalização do paciente para que
ele possa receber o tratamento com antibióticos via intravenosa ou intramuscular, uma
vez que as opções de tratamento por via oral estão esgotadas. A realização dos testes
laboratoriais é de extrema relevância para um diagnóstico preciso e êxito no tratamento,
contribuindo assim para a redução das falhas terapêuticas e, por conseguinte, da
resistência bacteriana. Visando diminuir a incidência de infecções por linhagens de
micro-organismos resistentes aos antimicrobianos, a ANVISA aprovou em 2011 uma
nova regulamentação para a comercialização de antibióticos no Brasil, estabelecendo
que tais produtos só poderão ser adquiridos mediante apresentação de receita médica em
duas vias, com prazo de validade de até dez dias. A partir da análise realizada,
confirma-se que ao longo dos anos as bactérias têm rapidamente desenvolvido
mecanismos para escapar dos antimicrobianos e se alojar com maior facilidade no
organismo hospedeiro, prejudicando-o e, consequentemente, resultando em quadros
infecciosos que variam de leves a graves. Esta situação é alarmante, uma vez que a
ciência pode estar perdendo a batalha contra os micro-organismos.

Agradecimentos

Agradecemos ao professor Allyssom Lopes, de Microbiologia, pela orientação e suporte


essencial durante este estudo. Agradecemos também aos colegas e profissionais que
contribuíram para a realização desta pesquisa. Sem o apoio e colaboração de todos, este
trabalho não seria possível. Muito obrigado!

Referencias

GUIMARÃES DO, MOMESSO LS, PUPO MT. Antibióticos: Importância


Terapêuticas e perspectivas para a descoberta e desenvolvimento de novos agentes, v.
33, n. 3, Departamento de Ciências Farmacêuticas, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Av. do Café, s/n, 14040-
903 Ribeirão Preto – SP, Brasil, 2010, pp 669-678.

Santos · 2004 · Citedby 260 — Centro de Ciências Biológicas da Universidade


Federal de Santa Catarina. RESUMO: Este artigo aborda alguns aspectos do impacto da
resistência.

Kadosaki, L.L.; Sousa, S.F.; Borges, J.C.M. Análise do uso e da resistência


bacteriana aos antimicrobianos em nível hospitalar. Revista Brasileira

(World Health Organization (WHO)) (BioMed Central) (CIDRAP).

Suellen Laís Vicentino Vieira, Docente da Universidade Paranaense - campus


sede, Umuarama, PR, BR. Doutoranda na Universidade Estadual de Maringa, Maringá,
PR,BR.

AGÊNCIANACIONALDEVIGILÂNCIASANITÁRIA(ANVISA).Diretriz
Nacional para Elaboraçãode Programade Gerenciamentodo
UsodeAntimicrobianosemServiçosdeSaúde.Brasília,2019.

AGÊNCIANACIONALDEVIGILÂNCIASANITÁRIA(ANVISA).Manual
deprocedimentosbásicosemmicrobiologiaclínicaparaocontroledeinfecçãohospitalar.Br
asília,2019.

https://pubmed.ncbi.mm.nih.gov/

https://www.gov.br/anvisa/pt-br

https://decs.bvsaIud.org
Fleming, A. (1929). “Sobre a ação antibacteriana de culturas de Penicillium,
com referência especial ao seu uso no isolamento de B. influenzae.” Jornal Britânico de
Patologia Experimental.

Davies, J. e Davies, D. (2010). “Origens e evolução da resistência aos


antibióticos.” Revisões de Microbiologia e Biologia Molecular.

Ventola, CL (2015). “A crise da resistência aos antibióticos: Parte 1: Causas e


ameaças.” Farmácia e Terapêutica.

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