ANTIBIÓTICOS

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“aprofundamento sobre bactérias e sua relação com os antibióticos”.

 Leia o texto abaixo e responda as questões (somente respostas;

ANTIBIÓTICOS

Os antibióticos são substâncias de origem natural ou sintética que atuam inibindo o


crescimento ou causando a morte de microrganismos, sendo utilizados no tratamento de
doenças causadas por bactérias.

Histórico

Em 1910, foi produzido o primeiro antibiótico sintético, denominado de salvarsan. Ele


foi produzido por Paul Ehrlich e utilizado no tratamento de sífilis. Apenas em 1935, com a
descoberta do mecanismo de ação de prontosil sobre Streptococcus por Gerhard Domagk,
surgiu uma nova classe de antibióticos efetivos contra infecções sistêmicas, denominados de
sulfas ou sulfonamidas, que passaram a ser utilizados a partir de 1940.

A penicilina, descoberta em 1928 por Alexander Fleming, tem origem natural, sendo
produzida por um fungo ascomiceto do gênero Penicillium. Em 1943, a penicilina tornou-se o
primeiro antibiótico de ampla utilização, pois apresentava um grande espectro de ação.
No entanto, alguns anos depois já se observava a resistência de algumas bactérias a
esse medicamento, fazendo com que surgisse a necessidade de uma busca constante de novos
medicamentos contra esses microrganismos.

Mecanismo de ação dos antibióticos

Os antibióticos podem atuar inibindo o crescimento ou causando a morte das bactérias


causadoras de determinada enfermidade.
Os antibióticos podem atuar inibindo o crescimento ou causando a morte das bactérias
causadoras de determinada enfermidade. Cada tipo de antibiótico tem um mecanismo de
ação, podendo agir inibindo a síntese de proteínas das bactérias, inibindo a replicação do RNA,
bloqueando a replicação e reparo do DNA, entre outros.
As bactérias podem ser classificadas de acordo com a composição de sua parede
celular em gram-positivas e gram-negativas. As bactérias gram-positivas têm paredes simples
com muito peptidoglicanos (moléculas constituídas por carboidratos e aminoácidos), já as
gram-negativas apresentam paredes mais complexas, com menos peptidoglicanos e uma
membrana externa de lipopolissacarídeos (moléculas tóxicas constituídas por duas camadas de
carboidratos e uma camada de lipídio).
A identificação do tipo de bactéria que causa a doença é essencial para determinar o
tipo de antibiótico que será utilizado. As bactérias gram-negativas, devido à resistente parede,
acabam tendo uma maior resistência à ação do antibiótico, já as gram-positivas podem
apresentar cepas resistentes a vários tipos de antibióticos.

Resistência bacteriana

O uso indiscriminado de antibióticos contribui para o aumento da resistência


bacteriana. Só use medicamentos com prescrição médica.
As bactérias são organismos que se reproduzem de forma rápida e podem trocar
material genético com diferentes espécies de bactérias. Além disso, as bactérias também
sofrem mutação, o que ocorre de forma natural. Diante disso, as bactérias podem originar
descendentes que apresentam características que lhes conferem resistência a um
determinado tipo de antibiótico.
Como elas se reproduzem de forma rápida, em pouco tempo podem ser originados
milhares de indivíduos resistentes. Essas bactérias resistentes ficaram por muito tempo
restritas a ambientes hospitalares, entretanto, atualmente elas estão circulando entre as
comunidades. Isso se deve, principalmente, pelo uso inadequado de antibióticos.

Administração do antibiótico

Como dito anteriormente, um dos principais fatores que contribuem para o


surgimento de bactérias resistentes a determinados antibióticos, é o uso de forma inadequada
e abusiva de antibióticos. Diante disso, algumas medidas foram tomadas em diversos países
para combater o uso abusivo e inadequado desses medicamentos.
No Brasil, por exemplo, a venda de antibióticos só pode ser feita mediante
apresentação de receita médica que fica retida no estabelecimento. Os responsáveis pela
venda também deve alimentar um banco de dados com as informações contidas na receita
como o tratamento, dados do médico e do paciente.

OMS alerta para possível falta de antibióticos nos próximos anos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta para uma possível falta de novos
antibióticos, o que pode favorecer a disseminação de bactérias resistentes a medicamentos,
responsáveis por dezenas de milhares de óbitos anualmente.
A entidade mundial publicou dois novos relatórios sobre a falta de novos antibióticos.
Os produtos em desenvolvimento atualmente trazem poucos benefícios sobre os tratamentos
existentes e muito poucos têm como alvo as bactérias resistentes mais críticas, segundo a
OMS. Embora os candidatos pré-clínicos sejam mais inovadores, eles não estarão disponíveis
antes de dez anos.
“A ameaça de resistência antimicrobiana nunca foi tão imediata, e a necessidade de
soluções, mais urgente. Existem muitas iniciativas em andamento para reduzir a resistência,
mas também precisamos que os países e a indústria farmacêutica se envolvam e forneçam
financiamento e novos medicamentos inovadores”, alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus,
diretor da OMS, em um comunicado enviado para a imprensa.
A resistência aos antibióticos é considerada uma ameaça pela organização, que teme
que o mundo esteja caminhando para uma era, na qual infecções comuns podem começar a
matar novamente.

Bactérias super-resistentes

A resistência a antibióticos é uma ameaça global, com enfermidades que eram curadas
com relativa facilidade até pouco tempo podem voltar a matar cerca de 10 milhões de pessoas
até 2050.
Os dados apontam para um cenário alarmante com, pelo menos, sete bactérias
diferentes responsáveis por doenças como pneumonia, diarreia ou infecções sanguíneas
ganhando mais resistência. Outra informação preocupante é que, no mínimo, dois produtos
usados até hoje já não funcionam em metade da população, como o antibiótico contra
infecções urinárias causadas pela bactéria Escherichia coli.
Cerca de 33 mil pessoas morrem todos os anos na Europa, devido a uma infecção
resistente a antibióticos. Nos Estados Unidos, essas mortes são estimadas em quase 35 mil.
“Vemos que isso está se espalhando e que estamos ficando sem antibióticos eficazes
contra essas bactérias resistentes. É uma das maiores ameaças à saúde que identificamos”,
disse Peter Beyer, do Departamento de Medicamentos Essenciais da OMS, durante uma
coletiva de imprensa em Genebra.
Descobertos na década de 1920, os antibióticos salvam dezenas de milhões de vidas,
combatendo efetivamente diversas doenças bacteriológicas.
Entretanto, ao longo das décadas, as bactérias estão mudando para resistir a esses
medicamentos. Para combater essa resistência, a OMS pede o desenvolvimento de novos
antibióticos, mas esse processo é complicado e caro.

Pesquisadora fala sobre a resistência causada pelo uso indiscriminado de antibióticos

Uma das maiores ameaças à saúde global atualmente, a resistência aos antibióticos
pode afetar pessoas de qualquer idade, em qualquer lugar do mundo. O alerta é da
Organização Mundial da Saúde (OMS), que promove, entre os dias 16 e 22 de novembro, a
Semana Mundial do Uso Consciente de Antibióticos (World Antibiotic Awareness Week). O
objetivo é conscientizar a população, os profissionais de saúde e gestores públicos sobre a
resistência causada pelo uso indiscriminado de antibióticos.
Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Infecção Hospitalar do Instituto Oswaldo
Cruz (IOC/Fiocruz), a bacteriologista Ana Paula Assef discute sobre o uso indiscriminado destes
medicamentos, que pode ser uma das causas desse fenômeno, e fala sobre os desafios para o
controle deste cenário. É no Laboratório do IOC, que atua como Centro Colaborador da Rede
de Monitoramento da Resistência Microbiana Hospitalar (Rede RM), da Secretaria de
Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que são processadas amostras de diversos
estados do país para o esclarecimento de possíveis casos de surto e dos principais mecanismos
de resistência circulantes no país. O espaço é responsável, ainda, pela curadoria da Coleção de
Culturas de Bactérias de Origem Hospitalar do IOC (CCBH).
Os antibióticos são medicamentos capazes de matar ou inibir o crescimento de
bactérias. Eles devem ser usados apenas no tratamento de infecções bacterianas, de acordo
com prescrição médica, e sua eficácia está diretamente relacionada ao agente causador da
infecção. Nem todos os antibióticos são adequados para uma mesma infecção.
A resistência aos antibióticos acontece quando determinada bactéria se modifica em
resposta ao uso desses medicamentos – são as bactérias que se tornam resistentes e não os
seres humanos. Com o uso inadequado de antibiótico, pode ocorrer um processo de ‘seleção’:
enquanto as bactérias ‘sensíveis’ são eliminadas a partir desse contato, as ‘resistentes’
permanecem e se multiplicam.
O uso indiscriminado desses fármacos por instituições de saúde, pela população e em
práticas agropecuárias tem contribuído para o aumento da resistência aos antibióticos. A
rotina hospitalar, por exemplo, conta com uma série de procedimentos invasivos que são
portas de entrada para as bactérias – como a utilização de ventilação mecânica e de cateteres
venosos. Em consequência ao aumento das infecções hospitalares associadas a estes
instrumentos, o uso de antibióticos é intensificado, o que promove a seleção de bactérias
resistentes neste ambiente. Outro quadro alarmante que favorece este aumento de
resistência é a falta de sistemas de saneamento eficazes, que permite o lançamento de esgoto
de hospitais e domicílios, sem o tratamento adequado, no meio ambiente. Na natureza, estas
bactérias entram em contato com outros micro-organismos e antibióticos, fomentando um
novo processo de seleção que potencializa a resistência. Águas poluídas ou alimentos
contaminados podem colocar os indivíduos em contato com a bactéria que retorna ao hospital
criando um ciclo. Já as práticas da agricultura e da pecuária também contam com o uso dessas
substâncias em grandes quantidades. Um exemplo é o emprego do antibiótico como agente
promotor de crescimento em porcos e galinhas.
A resistência eleva os custos de tratamentos, prolonga a permanência dos pacientes
nos hospitais e pode aumentar índices de mortalidade. Conforme os antibióticos vão se
tornando ineficazes, o número de infecções que se tornam mais difíceis de tratar tende a
aumentar. Com o esgotamento das ações terapêuticas, infecções que hoje são conhecidas por
ter um tratamento simples, poderão, no futuro, causar danos maiores ao organismo, na
medida em que teremos menos recursos para combatê-las.
O desenvolvimento de políticas públicas que abordem o tema e incentivem mudanças
de comportamento da população é extremamente necessário. A lavagem correta das mãos e
dos alimentos, por exemplo, são práticas eficazes que devem ser estimuladas para a prevenção
da transmissão de bactérias. Além disso, é importante cumprir as recomendações médicas
sobre os antibióticos, evitando o uso por conta própria e a interrupção da duração do
tratamento recomendado pelo médico. Já nas instituições de saúde, ambientes que
apresentam altas taxas de contaminação por bactérias multirresistentes, é preciso ampliar o
controle de infecção e agilizar a identificação da bactéria e do seu mecanismo de resistência.
Estas iniciativas aceleram as ações de isolamento do paciente e evitam que o micro-organismo
contamine outros indivíduos. É fundamental ainda que os profissionais de saúde estejam
atentos ao uso de luvas e de equipamentos de proteção na manipulação de pacientes, e a
higiene adequada de todos os espaços. Também é imprescindível estimular o desenvolvimento
de novas drogas, visto que temos um número restrito de antibióticos no mercado que
apresentam eficácia no combate às bactérias multirresistentes.
O indivíduo que utiliza um antibiótico inadequado, em dosagens diferentes da
prescrição, ou que interrompem o tratamento sem recomendação médica se coloca em risco,
uma vez que estas ações podem agravar a infecção e ocasionar o processo de seleção de
bactérias resistentes, podendo tornar o uso do antibiótico ineficaz no caso de uma nova
infecção.
A limitação das drogas disponíveis para o tratamento de infecções bacterianas chama a
atenção para investimentos em pesquisa que ampliem o estudo de novas formas de
eliminação desses micro-organismos. Por mais que sejam formulados novos medicamentos, as
bactérias continuam desenvolvendo mecanismos para se tornarem resistentes, o que mostra
que o modelo de antibiótico que temos hoje não é mais tão eficaz. Para pensar em novas
formas de combate, é importante estudar a estrutura da bactéria, conhecer os mecanismos de
resistência e investigar novos.

QUESTIONÁRIO SOBRE O TEXTO


1) O que são antibióticos e para que eles são utilizados?
2) Sobre o primeiro antibiótico sintético produzido, responda:
a) Quando e quem o produziu?
b) Para qual doença ele foi primeiramente utilizado?
3) Quando e quem o descobriu o primeiro antibiótico natural?
4) O que é a resistência bacteriana a antibióticos?
5) Quais são os principais mecanismos de resistência bacteriana? Explique-os brevemente.
6) Explique como as bactérias se tornam resistentes aos antibióticos.
7) Por que a resistência bacteriana a antibióticos tem aumentado nos últimos tempos?
8) Quais são os principais impactos negativos da resistência bacteriana aos antibióticos?
9) Quais medidas podem ser adotadas para evitar a resistência bacteriana?

Fonte:
https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisadora-fala-sobre-resistencia-causada-pelo-uso-indiscriminado-de-antibioticos
https://www.biologianet.com/curiosidades-biologia/resistencia-bacteriana.htm
https://pebmed.com.br/oms-alerta-para-possivel-falta-de-antibioticos-nos-proximos-anos/

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