Conteúdo de Apoio Hist 11
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PERÍODO: TARDE
Diz respeito aos eventos subsequentes a proclamação da República Portuguesa e aprovação da Comentado [WU1]: A I República, que durou até 1926, não
promoveu mudanças profundas, marcada por instabilidade política,
constituição, em 05-10-1910 e 1911, respectivamente, com destaque para: social e económica. Sua principal característica foi a descentralização
_ As duas estadias de Norton de Matos1 – de 1912 -1915, como governador-geral, e de 1921 – 1923, administrativa baseada nas Leis Orgânicas da Administração Civil
como alto-comissário2; e Financeira de 1914.
Comentado [WU2]: A constituição de 1911 aumento as
_ Revisão constitucional de 1920; liberdades de imprensa, de opinião e de associação, quer em Portugal,
_ Instabilidade política, económica e social (1910- 1933); quer nas colónias.
_ A descentralização administrativa e financeira (de 1914 – com adopção das leis orgânica da
administração cível e da administração financeira – até 1926;
_ Instalação da ditadura militar3 e do Estado Novo4 (1926 e 1930, respectivamente);
_ Conversão das colónias em províncias ultramarinas (1951) e adopção da ideologia luso-tropicalista;
_ Conflitos entre colonizados e colonos;
_ Surgimento de movimentos anticoloniais e início das actividades nacionalistas5.
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Destacou-se pela adopção de várias medidas, tais como: incentivo a construção de obras públicas e ao povoamento branco,
descentralização do poder, introdução do imposto obrigatório e da moeda fundiária, reforço do militarismo, combate a escravatura e
incentivo ao trabalho “livre” (medida que colidia com os interesses dos colonos forçando a sua saída, em 1915), criação do departamento
dos assuntos indígenas, estabelecimento dos alicerces do “reino do silêncio”.
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Cargo criado com o objectivo de dar resposta à conjuntura do pós-I Guerra Mundial, às exigências da sociedade
das nações visando o desenvolvimento económico. Assim, Portugal passou a ceder maior autonomia (política e administrativa)
às colónias (de Angola e Moçambique). Exemplo: os altos-comissários requeriam empréstimos estrangeiros (sobretudo
belgas) sem a necessidade da aprovação de Lisboa; além do já mencionado Norton de Matos, destacou-se também Vicente
ferreira
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Movimento ou golpe fascista, que pós fim a I República, liderado pelo general Manuel Gomes da Costa ocorrido
a 28/05/1926.
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Regime autoritário, autocrata e corporativista, também conhecido por II República, de carácter centralizado e de
inspiração fascista, adoptado em Portugal de 1933 a 1974. Era composto ou legislado por 3 documentos: o Acto Colonial
(1930), a Carta Orgânica do Império Colonial (1933) e a Lei da Reforma Administrativa e Financeira Ultramarina
(1933). Tais documentos visavam a centralização do poder em oposição a descentralização republicana. Seus principais líderes
formam António de Oliveira Salazar (1932-1968) e Marcelo Caetano (1968-1974).
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De 1955 – 1966 surgiram vários movimentos anticoloniais, alguns, fruto da extinção ou da fusão de outros, com
destaque para: UPNA (1954) convertido em UPA (1958) e em FNLA (1962) PCA (1955), PLUAA (entre 1953 e 1956),
MINA (1958) e UNITA (1966). A Fundação do MPLA (1956) resultante da fusão do PLUAA, PCA, MINA e outros é bastante
contraditória.
III TRIMESTRE | 2022/2023 CONTEÚDO DE APOIO | HISTÓRIA
_ A adopção do estatuto do Indígena;
_ Repressão política:
A EMANCIPAÇÃO AFRO-ASIÁTICA
Significado: evocação do direito a autodeterminação dos povos e liberdade dos povos oprimidos.
Quando: teve início nos anos pós-II Guerra Mundial, com alguma exceção.
Como: através das lutas de libertação anticolonial (conflitos armados, desobediências civis, etc.)
A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁSIA6
Principais colónias, líderes nacionalistas e data das independências: Índia (Mahatma Ghandi e Nehru,
1947), Paquistão (Ali Linnah, 1947) Indochina (actual Vietname, Ho Chi Minh, 1941) e Indonésia (Sukarmo,
1949).
Colonizadores: Inglaterra, França, Holanda e Japão.
Obs.: A descolonização da Ásia é considerada a primeira etapa do processo de emancipação por conta
do surgimento dos primeiros movimentos anticoloniais. Por conta disso, o Continente Asiático acolheu a
Conferência de Bandung (1955) conhecida também como movimento dos não alinhados em aposição aos blocos
antagónicos que conduziram a Guerra Fria.
Algumas colónias, líderes nacionalistas e data das independências: Tunísia (Habid Bourguiba,1956),
Egipto (Gamal abdel Nasser, 1956), Marrocos (Yussef, 1956), Costa do Ouro (actual Gana, Kwame Nkruma,
1957), RDC (Joseph Kasavubu e Patrice Lumumba, 1960).
Colonizadores: Inglaterra, França, Portugal, Itália, Bélgica e Espanha.
Obs.: 1960 é considerado o ano de África porque a maior parte dos paíes africanos alcançou a sua
independência neste período.
A guerra de libertação de Angola decorreu entre 1961 e 1975. 1961 constitui um marco na história
contemporânea de Angola, porque naquele ano sucederam-se os acontecimentos que constituíram o início efectivo
da revolução nacional para a independência.
O início da guerra foi marcado por três acontecimentos:
1º 4 de Janeiro de 1961 (o prelúdio) – revolta ou Massacre da Baixa de Cassange (Malanje) motivada
pelo baixo preço do algodão;
2º 4 de Fevereiro de 1961 (o início – não consensual) – Assalto a casa de reclusão Militar, a Cadeia de
São Paulo e a 7ª Esquadra da estrada de Catete, em Luanda, com o objectivo de libertar presos políticos que
seriam supostamente transferidos para Aljube ou para o campo de concentração do Tarrafal (Cabo Verde). Seu
impacto foi conhecido a nível internacional.
3º 15 de Março de 1961 (a expansão ou generalização) – revolta do norte, nos distritos do Zaire e Uíge,
protagonizados pela UPA contra cerca de trinta aldeias, postos administrativos e fazendas de café. Seu impacto
teve proporções mais gravosas que o da revolta anterior.
Portugal reagiu com extrema violência aos acontecimentos de 1961, mas não foi suficiente para
travar o movimento anticolonial já enraizado nas suas colónias. Deste modo, com a crise instalada fruto da
guerra colonial e da pressão internacional, a 25 de Abril de 1974, ocorreu a Revolução dos Cravos
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Consulte o quadro 2 da página 138 do manual de História.
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Consulte o quadro 3 da página 142 do manual de História.
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protagonizado pelo MFA (Movimento das Forças Armadas) que pós fim a ditadura do regime salazarista,
liderado por Marcelo Caetano.
A revolução dos Cravos abriu espaço para as independências das ex-colónias portuguesas. No
caso de Angola, Permitiu a realização do Acordo de Alvor (de 10 – 15 de Janeiro de 1975, Portugal) que
sucedeu ao Protocolo de Mombaça (03- 05 de Janeiro de 1975) que visavam estabelecer as linhas
orientadoras de negociação com Portugal que resultaram na proclamação da independência. Porém, as
contradições, sobretudo ideológicas, e divisões existentes entre os três principais movimentos (FNLA,
MPLA e UNITA) conduziram Angola a uma guerra civil (de 1975 - 2002) com tréguas efémeras.