Aula 2 - Flotação Beneficiamento 2

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BENEFICIAMENTO II

Flotação - Fundamentos
Prof. Tiago Magalhães
UNIFAL – MG
Instituto de Ciência e Tecnologia
Núcleo de Engenharia de Minas
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

Por que flotação?

Porque é a técnica mais versátil de beneficiamento


mineral. A flotação tem natureza físico-química que
explora as diferenças de características superficiais.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

As demais técnicas baseiam-se na nas diferenças de


propriedades físicas, como densidade,
susceptibilidade, etc.
Os demais métodos exigem certa disparidade nas
propriedades minerais.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

MANIPULAÇÃO DA SUPERFÍCIE

A flotação servia apenas aos poucos minerais


naturalmente hidrofóbicos. Mas desenvolveu-se uma
técnica de transformação superficial (hidrofílica em
hidrofóbica) que fez com que a flotação fosse
responsável por 80% da produção mundial de bens
minerais.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

SISTEMA DE REAGENTES

A escolha adequada dos reagentes contribui para o


sucesso de quatro eventos essenciais para a
flotação:
-Dispersão de partículas na polpa
-Adsorção seletiva do coletor
-Estabilidade das bolhas
-Adesão bolha-partícula
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

EQUIPAMENTO
As células são projetadas para que no fundo haja um
regime turbulento e na região superior predomine um
regime laminar, que proteje a integridade das bolhas.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

Aeração:
Abastece o sistema com bolhas de ar responsáveis
pelo transporte de partículas.
Quanto menor o tamanho das bolhas, maior a
probabilidade de contato com as partículas e assim,
maior a velocidade de flotação.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

Aeração:
As formas mais comuns de aeração são pela
introdução de ar comprimido (controle do fluxo de ar)
e pela sucção do ar através da pressão negativa
gerada pela rotação do rotor no interior da célula
(evita-se o uso de compressor).
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

Toda célula apresenta um sistema de vasos


comunicantes que controlam o nível da polpa.

A raspagem é feita através de um conjunto horizontal


de palhetas que giram em torno do próprio eixo de
forma a arrastar a espuma na superfície da célula
para a calha de descarga.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

CONTROLE DE NÍVEL

O fluxo de polpa passa ininterruptamente de um


banco a outro até o momento da descarga final como
rejeito ou concentrado.

Em geral os reagentes são adicionados em


condicionadores cujo volume é calculado para reter
a polpa por um tempo antes de ser enviada aos
bancos de flotação.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

ETAPAS DA FLOTAÇÃO

O processo de flotação apresenta três etapas bem


definidas que ocorrem em sequência: colisão,
adesão e transporte.

Os esforços em otimizar a flotação se concentram na


etapa de adesão, mas alguns casos pedem que as
outras etapas recebam maior atenção.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

ETAPAS DA FLOTAÇÃO

A colisão é influenciada pela hidrodinâmica;


A adesão depende das interações interfaciais bolha-
partícula;
O transporte depende da estabilidade do agregado
bolha-partícula gerado na etapa anterior.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

PROBABILIDADE DE FLOTAÇÃO

Como a flotação depende desses três eventos, a


probabilidade de flotação (Pf) pode ser expressa por:
Pf=Pc.Pa.Pt
Onde Pc é a probabilidade de colisão, Pa, de adesão
e Pt, de transporte.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

COLISÃO

A colisão acontece quando a bolha e a partícula se


aproximam tanto que as interações físico-químicas
começam a acontecer.

O tamanho da partícula e o diâmetro da bolha afetam


a probabilidade de colisão.

Além disso, favorecem a colisão: densidade elevada


de partícula, agitação forte.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

ADESÃO

A Nem todas as colisões geram adesões, apenas


quando a partícula é hidrofóbica ou hidrofobizada.
A adesão exige que se cumpram alguns requisitos
cinéticos e termodinâmicos.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

Quando ocorre uma adesão, surge a interface sólido-


gás. Isto implica na substituição de outras interfaces
anteriores à colisão.

Para que isso aconteça de forma espontânea, a


energia livre da nova interface deve ser menor que a
energia livre das outras interfaces juntas.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

A variação da energia livre resultante é dada pela


equação de Duprè.

∆G = 𝛄gs - (𝛄sl + 𝛄lg)

Onde ∆G é a energia livre do sistema e 𝛄gs, 𝛄sl e 𝛄lg


representam a tensão superficial nas interfaces gás-
sólido, sólido-gás e líquido-gás, respectivamente.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

Quando uma gota cai sobre uma superfície plana,


ela pode assumir diferentes formatos em função da
afinidade do sólido pelo líquido.

Pode assumir um formato mais esférico, caso a


superfície seja muito hidrofóbica, ou pode se
espalhar, caso a superfície seja mais hidrofílica.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

Situação semelhante acontece na flotação, nesse


caso, no lugar da gota temos a bolha.

As três fases têm participação na formação do


ângulo de contato, portanto qualquer alteração nas
características físico-químicas, por exemplo, pode
alterar este ângulo.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

A adesão pode ocorrer espontaneamente quando


∆G<0.
Das tensões apresentadas, apenas a tensão líquido-
gás pode ser medida diretamente.
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

A condição de equiíbrio para as três fase é dada


pela equação de Young:
𝛄gs=𝛄sl+𝛄lg・cos𝛉

Onde “𝛉” é o ângulo de contato, que reflete a


afinidade da superfície mineral pelo ar (ou sua
rejeição pela água)
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO
Rearranjando a equação de Young:
𝛄gs=𝛄sl+𝛄lg・cos𝛉 𝛄gs-𝛄sl=𝛄lg・cos𝛉

Rearranjando a equação de Duprè:


∆G=𝛄gs-(𝛄sl+𝛄lg) ∆G=(𝛄gs-𝛄sl)-𝛄lg
Substituindo a primeira na segunda:
∆G=(𝛄lg・cos𝛉)-𝛄lg ∆G=𝛄lg・(cos𝛉-1)
PRINCÍPIOS DA FLOTAÇÃO

REQUISITO TERMODINÂMICO

Como foi dito, tanto a tensão na interface líquido-gás,


quanto o ângulo de contato são determinados
experimentalmente.

Através da equação podemos afirmar que a adesão


ocorrerá para qualquer valor de 𝛉 maior que zero.

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