Brasil Império - Primeiro Reinado - 110520

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Brasil Império: o Primeiro Reinado

1822-1831

História, 2º ano
Resistência portuguesa
❏ Após a Proclamação da Independência, as
forças portuguesas na Bahia, comandadas pelo
Coronel Madeira, se recusaram a aceitar a
emancipação política do Brasil e ocuparam
Salvador.
❏ A resistência portuguesa só chegou ao fim em
2 de julho de 1823, quando os revoltosos
fugiram para Portugal pressionados pelo
almirante Cochrane, oficial inglês contratado
por D. Pedro I para acabar com a insurreição.
O reconhecimento da
independência
❏ As províncias que formavam o centro
econômico do Brasil: Rio de Janeiro, Minas
Gerais e São Paulo, juntamente com as
províncias de Santa Catarina e do Rio Grande
do Sul, foram as primeiras a aderirem à
independência com dom Pedro;
❏ Nas províncias do Norte, na Bahia e na
Cisplatina ocorreu maior resistência, gerando
combates que ficaram conhecidos como
guerras de independência.
O reconhecimento da
Independência
❏ O reconhecimento externo da independência
também não foi fácil, pois as nações
absolutistas opunham-se a emancipação
política brasileira.
❏ O governo dos Estados Unidos foi o primeiro a
reconhecer a independência do Brasil, em
1824;
❏ O governo da Inglaterra atuou como mediador
entre o Brasil e as Cortes portuguesas;
❏ Portugal só reconheceu a emancipação do
Brasil em agosto de 1825, exigindo: o
pagamento de 2 milhões de libras; o título
honorário de imperador do Brasil para Dom
João VI; o compromisso do Brasil em não
aceitar adesão de nenhuma colônia
portuguesa na África.
❏ O pagamento da indenização a Portugal foi
feito mediante a obtenção de empréstimo
com a Inglaterra.
O reconhecimento inglês
❏ A Inglaterra reconheceu a emancipação do Brasil
em 1827, exigindo:
❏ A renovação do acordo de redução de tarifas
aduaneiras sobre os produtos ingleses;
❏ A extinção do tráfico intercontinental de
escravos, no prazo de três anos.
❏ Esses acordos e a obtenção de novos
empréstimos, destinados a tentativa de equilibrar
as finanças públicas, ampliaram a influência
inglesa no Brasil.
A coroação de Dom Pedro I
(dez. 1822)
❏ No dia 1° de dezembro de 1822, no Rio de
Janeiro, Dom Pedro de Alcântara, foi coroado
Imperador do Brasil.
❏ “Por graça de Deus e unânime aclamação dos
povos, Sua Majestade Imperial Dom Pedro I,
Imperador Constitucional e Defensor
Perpétuo do Brasil”.
❏ Foi fundado um Império, não um Reino,
justificado pelas dimensões territoriais do país
e para diferenciar dos Bragança de Portugal,
que carregavam o título de reis.
D. Pedro I e D. Leopoldina
A Assembleia Constituinte

❏ Em maio de 1823, reuniram-se no Rio de


Janeiro 90 deputados, representantes da
elite brasileira: grandes proprietários,
membros da Igreja e juristas;
❏ A maioria dos deputados era favorável ao
estabelecimento de uma monarquia
constitucional, que garantisse os direitos
individuais e limitasse os poderes do
Imperador.
❏ No discurso de abertura da Assembleia,
Dom Pedro I jurou que defenderia a futura
Constituição “se fosse digna do Brasil e
dele próprio’’, demonstrando sua
tendência autoritária.
❏ Após meses de deliberação, o deputado
Antônio Carlos de Andrada e Silva, irmão
de José Bonifácio, apresentou o projeto de
lei que ficou conhecido como “Constituição
da Mandioca”;
Projeto de Constituição
❏ O projeto previa a instituição do voto censitário,
pelo qual o eleitor tinha de comprovar renda
superior ou equivalente a 150 alqueires de
mandioca;
❏ Além do caráter elitista, o projeto tinha a pretensão
de limitar o poder do Imperador e submeter as
forças armadas ao legislativo.
❏ A limitação não foi bem recebida por dom Pedro I,
que dissolveu a Assembleia e ordenou a prisão de
deputados.
A Constituição outorgada de 1824

❏ Dom Pedro I nomeou 10 homens de sua confiança


para redigirem uma Constituição em 40 dias;
❏ A primeira Constituição brasileira foi outorgada
em 25 de março de 1824;
❏ Tendo como forma de governo a monarquia
constitucional hereditária e o catolicismo como
religião oficial (outras religiões eram proibidas);
❏ O país foi dividido em províncias, cujos os
presidentes seriam indicados pelo imperador.
A Constituição de 1824
❏ Foram instituídos 4 poderes: Executivo
(Imperador e ministros); Legislativo (Câmara
de deputados e Senado); Judiciário (juízes
nomeados pelo imperador) e Moderador:
Exclusivo do imperador.
A participação política segundo
a Constituição 1824
❏ Além dos 4 poderes, havia o Conselho de Estado,
formado por conselheiros vitalícios, nomeados
pelo imperador, que opinava sobre questões
internas e externas do país.
❏ O voto era indireto e censitário. Podiam votar os
homens livres, maiores de 25 anos, com renda
líquida anual de 100 mil réis, para as eleições
paroquiais e de 200 mil réis para as de província;
❏ As mulheres estavam excluídas dos direitos
políticos.
Poder moderador e Conselho de
Estado
CONSELHO DE Poder Moderador
ESTADO (Imperador)

Poder Executivo Poder Legislativo Poder Judiciário

Senado Vitalício Câmara dos


Deputados
A Insatisfação com o poder
moderador
❏ Ao dissolver a Assembleia Constituinte e
impor a Constituição de 1824, o governo de
D. Pedro I foi alvo de protestos em várias
províncias brasileiras;
A Insatisfação Pernambucana e a
Confederação do Equador
❏ Em Pernambuco, as críticas estavam
estampadas em jornais como “Sentinela de
Liberdade”, de Cipriano Barata e do “Tiphyis
Pernambucano”, do Frei Joaquim do Amor
Divino Rabelo, conhecido como Frei Caneca.
❏ Pelo jornal, Frei Caneca incitava a população
afirmando que Poder Moderador era o
símbolo da opressão da nação brasileira.
A Confederação do Equador

❏ D. Pedro I ainda nomeou um presidente de


província para Pernambuco que desagradou a
população local.
❏ Em 2 de julho de 1824, a insatisfação com o
Imperador levou a proclamação da
Confederação do Equador, uma República
sob o comando de Manuel Paes de Andrade.
❏ Os rebeldes eram contrários aos portugueses
que controlavam o comércio local;
❏ Desejavam reunir Alagoas, Paraíba, Rio
Grande do Norte, Ceará, Piauí e Grão Pará,
sob um governo federativo e republicano.
❏ A confederação contou com a participação
de proprietários rurais, comerciantes,
homens livres pobres e escravizados.
❏ Os rebeldes foram esmagados por forças
terrestres, comandadas pelo brigadeiro
Francisco de Lima e Silva, e por forças
navais, lideradas pelo almirante Cochrane;
❏ Além da superioridade bélica,
foi decisivo o apoio ao Império
por parte dos ricos
proprietários, contrários a
libertação dos escravizados,
uma das reivindicações do
movimento;
❏ Alguns dos líderes foram
condenados à forca. Frei A execução de Frei Caneca.

Caneca foi fuzilado, pois


ninguém quis ser o carrasco.
A impopularidade de D. Pedro I
❏ Ao longo de seu reinado, Dom Pedro I foi perdendo
apoio e popularidade. Entre as causas estão:
❏ A dissolução da Constituinte e a imposição da
Constituição de 1824;
❏ A grave crise econômica: inflação elevada;
importações muito superiores às exportações; queda
nos preços de produtos nacionais (algodão, couro,
cacau e fumo); decretação de falência Banco do
Brasil;
❏ Aumento da influência de portugueses nas decisões
do Imperador.
Guerra de Independência da
Cisplatina
❏ A Cisplatina - província anexada ao Brasil em 1821,
por D. João VI - em 1825 começou uma guerra por
sua independência, com apoio argentino. O conflito
consumiu muitas vidas e dinheiro do Império
brasileiro. A província tornou-se independente em
1828, passando a se chamar Uruguai.
A sucessão ao trono português

Com a morte de Dom


João VI, em 1826, D. Pedro
I herdou o trono
português, mas logo
renunciou em favor de sua
filha, Maria da Glória, de
11 anos de idade.
A sucessão ao trono português
❏ Dom Miguel, irmão de Dom Pedro I, desfechou
um golpe de Estado, ocupou o trono, que seria de
sua sobrinha, proclamando-se rei de Portugal;
❏ Os portugueses dividiram-se em favoráveis a
Dom Miguel e favoráveis a Dom Pedro, que
enviou recursos para tentar recuperar o trono
para sua filha;
❏ A oposição acusou Dom Pedro I de estar mais
preocupado com assuntos portugueses do que
com o Brasil.
Crise no Império
❏ As críticas a D. Pedro I vinham da Câmara dos
Deputados, principalmente de deputados do
Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, que
tinham obtido riqueza e prestígio, mas não
conseguiam ocupar espaço no governo
imperial.
❏ A imprensa, especialmente os jornais de
oposição: Aurora Fluminense e a Malagueta,
colocavam-se contra o imperador.
❏ A situação piorou como o assassinato do
jornalista Libero Badaró, um dos principais
críticos do imperador;
❏ Para melhorar o cenário, D. Pedro I resolveu
visitar algumas províncias.
❏ Em Minas Gerais foi recebido com extrema frieza
pela população;
❏ Em retorno ao Rio de Janeiro, foi recepcionado
pelos comerciantes, majoritariamente
portugueses, que organizaram uma festa para
homenageá-lo.
Noite das Garrafadas
❏ A festa ocorreu em um casarão, no centro do Rio,
na ocasião populares arremessaram alimentos
podres para dentro da casa. Em represália,
aqueles que estavam no interior do prédio
passaram a atirar garrafas para a rua.
❏ A confusão seguiu pelas ruas nos dias seguintes,
com pessoas armadas de paus, pedras e garrafas.
Os conflitos, iniciados em de 13 de março de
1831, ficaram conhecidos como “Noite das
Garrafadas”.
Noite das Garrafadas
A crise do Primeiro Reinado
❏ Dom Pedro I, percebendo que sua situação estava
complicada, renovou seu ministério apenas com
brasileiros. A medida não surtiu efeito, a oposição
continuou contrária ao imperador;
❏ O insucesso da medida o fez voltar atrás e demitir
o ministério de brasileiros, em 5 de abril de 1831;
❏ A resistência: populares, deputados, jornalistas e
militares, se reuniram no Campo de Santana (atual
praça da República) manifestando seu
descontentamento com o imperador.
A abdicação de dom Pedro I
❏ Dom Pedro I, isolado politicamente, abdicou do
trono brasileiro em de 7 de abril de 1831, em
favor de seu filho Pedro de Alcântara, que tinha
apenas 5 anos de idade.

A Abdicação de
dom Pedro I, de
Aurélio Figueiredo

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