Martinho Lutero - Cópia
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LUANDA
MARTINHO LUTERO
Turma: 2º Ano
Docente
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Luanda, 2024
ÍNDICE
Introdução .......................................................................................................................... 2
Conclusão ........................................................................................................................ 11
Bibliografia...................................................................................................................... 12
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INTRODUÇÃO
No presente trabalho fez-se uma resenha da vida, obra e contribuições de Martinho Lutero.
O trabalho inicia olhando no contexto que Lutero viveu e foi formado, as suas principais obras que
influenciaram na sua reforma, também apresenta a importância da Dieta de Worms na vida de
Lutero. Olharemos nas contribuições filosóficas-teológicas, como se deu a Reforma Protestante, o
Luteranismo e a Contra-Reforma. Apresentaremos algumas Teses sobre Indulgências.
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VIDA E OBRA DE LUTERO
Martinho Lutero foi o teórico da Reforma protestante, viveu no período de 1483 a 1546,
nasceu em uma família de camponeses da Turíngia em Eisleben, na Saxónia. Frequentou a escola
de Mansfeld, Magdeburgo e Eisnach e a Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de Mestre em
Artes, obteve também a Láurea em Filosofia, depois frequentou a faculdade de direito, que não
chegou a concluir, pelo abalo que teve causado pela morte de um amigo atingido por um raio.
Tendo mudado de ideia, resolveu tornar-se monge. Entrou para o Convento dos Ermitas de Santo
Agostinho em 1505 no Erfurt, professou um ano depois, e ordenado sacerdote em 1907, depois de
terminados os estudos teológicos. De Novembro de 1510 a Março de 1511 esteve em Roma,
fazendo parte de uma comissão, com propósito de resolverem a disputa que dividia os agostinianos.
Estando em Roma pôde observar a desordem e a corrupção que reina na cúria. Os problemas de
Lutero não eram os males da igreja, mas questões da salvação da alma. Para Lutero, a salvação,
parecia-lhe totalmente impossível, apesar de todas orações, mortificações, penitencias, jejuns, e
boas obras. Em 1513 teve uma experiência que o fez mudar de ideia e que o livrou de todo as suas
dúvidas, trazendo-lhe muita paz e profunda alegria (Mondin, 2006, p. 32)
Um dia estando na torre, ao ler na epistola de São Paulo aos Romanos
(1,17): “Porque nele a justiça de Deus se revela da fé para a fé, conforme
está escrito: O justo viverá da fé”, sentiu-se subitamente iluminado sobre a
natureza da salvação: ela não é obra do homem, mas exclusivamente graça
de Deus. Somente Deus, pelo sacrifício de seu Filho na cruz, torna justo o
pecador. As orações, os jejuns, as penitencias, como também os
sacramentos, as peregrinações e as indulgências não tem nenhum valor,
porque a salvação nos vem exclusivamente da infinita misericórdia de
Deus. Para Lutero esta interpretação da doutrina da salvação foi como um
raio de luz divina que lhe fez ver tudo claro. Agora tudo se tornava simples
e fácil. A sua consciência, ate aquele momento tão angustiada, porque
insatisfeita com tudo o que fazia para se reconciliar com Deus encontrou
finalmente a paz: E lhe pareceu que o paraíso estava com as portas
escancaradas (Mondin, 2006, p. 32).
Depois desta experiência, Lutero procurou sistematizar a mesma em doutrina teológica,
que resultou em três comentários das cartas de São Paulo. Quando Leão X ordenou a pregação das
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indulgencias, motivou Lutero a tornar publica as suas convicções. E na véspera da solenidade de
Todos os Santos do ano 1917, aproveitou afixar as noventas e cinco teses na porta da igreja de
Wittenberg. Já que, esta solenidade atraia inúmeras pessoas que aguardavam as mais de nove mil
relíquias.
Com este evento Lutero tornou-se um símbolo, uma nova concepção do cristianismo, da
Igreja e passou a defender os alemães dos impostos da cúria romana. Daí a Reforma estava em
movimento. A publicação das Teses teve aprovação de nobres alemães, do clero e dos monges,
mas houve também, críticas e desaprovação de vários teólogos da Alemanha e da cúria romana. A
autoridade eclesiástica tentou faze-lo retornar, mas Lutero manteve a sua convicção de que: “a
salvação vem somente da fé, sem as obras” (Mondin, 2006, p. 36).
Na bula “Exurge Domine” de 15 de Junho de 1520, foram condenadas 41
teses de Lutero, em parte como herética em parte como falsa e escandalosa;
foi ordenada a destruição de seus escritos, que tanto ele como seus
seguidores foram ameaçados com a excomunhão, caso não se submetessem
dentro de 60 dias. Mas, às decisões de Roma, Lutero respondeu com o
escrito “Contra a bula do anticristo” e selo publicamente a sua rebelião com
Roma, queimando a bula de excomunhão na Praça de Wittenberg (Mondin,
2006, p. 38).
Passado um tempo Lutero casou-se com a ex-freira cisterciense. Este casamento foi para
Lutero como um manifesto, que o levou a crer, que este acto teve como efeito sobre a invalidade
dos votos religiosos e ilegitimidade do celibato eclesiásticos. Assim desde 1525 em Kursachsen,
afirmou a sua concepção de Igreja. Houve uma separação entre os seus partidários, na qual tinham
reformado os seus territórios. Em 1540, Lutero aprovou a bigamia do landgrave Filipe de Hesen,
facto que o deixou derrotado moralmente. Os últimos momentos de sua vida foram marcados por
aumento de divisões no seio do Protestantismo. Escreveu algumas críticas severas contra os judeus.
Está sepultado em Wittenberg (Magalhães, 1971, pp. 791-793). Martinho Lutero faleceu em
Eisleben, Alemanha, no dia 18 de Fevereiro de 1546.
Lutero deixou vários escritos entre eles temos:
As celebres 95 teses: fixadas por Lutero na porta da igreja junto ao castelo de Wittenberg,
a capital da Saxónia em 31 de Outubro de 1517. Foi um momento que revolucionou a história da
igreja, e marcou o nascimento da Reforma Protestante e a queda da Idade Média. Nessa altura,
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Lutero leccionava na Universidade de Wittenberg, fundada pouco tempo antes, e o método
convencional de iniciar os debates académicos na faculdade de Teologia era afixar as teses de
antemão. Devido à sua localização, a porta da Igreja do Castelo funcionava como quadro de avisos
da universidade, e tem-se visto o gesto de Lutero como algo tão simples quanto pregar uma lista
de aulas no mural de uma faculdade moderna. As teses em si não eram especialmente
revolucionárias, não negavam a autoridade do papa nem propunham a fundação de uma nova igreja,
e tratavam de uma questão de teologia secundário e obscuro (Marshall, 2009, p. 15).
Enquanto se retomava o processo romano, Lutero publicou os seus escritos reformadores
clássicos: À nobreza da nação alemã, Da Liberdade do cristão, Do cativeiro babilónico da Igreja.
A bula de excomunhão, “Exsurge Domine” (15.6.1620), fê-lo queimar juntamente com os livros
canónicos da Igreja, diante da porta de Elter em Wittenberg. Consumava-se assim a cisão com a
Igreja. A excomunhão foi promulgada pela bula Decet Romanum Pontificem (13.1.1521) e
legalmente promulgada pelo Edicto de Worms do imperador Carlos V (8.5.1521). No mês anterior
(dias 17-18), diante da Dieta de Worms, tinha Lutero recusado publicamente retractar-se das suas
doutrinas heréticas, e Carlos V declarado a sua decisão de combater os erros luteranos.
DIETA DE WORMS
A Dieta de Worms era uma assembleia realizada no Sacro Império Germânico, na cidade
de Worms, de carácter deliberativo, e suas decisões valiam para todo o império. O imperador Carlos
V inaugurou a dieta em 1521 e convocou Lutero para que, perante a assembleia, renunciasse ou
confirmasse suas ideias. Em 16 de Abril de 1521, Lutero compareceu à dieta, e Johann Eck,
assistente do Arcebispo de Trier, pediu que ele verificasse se os livros ali expostos eram dele e para
que ele confirmasse se acreditava no que neles estava escrito. Lutero pediu um tempo para pensar
na resposta, o que lhe foi concedido (Higa, 2024).
No dia seguinte, ele voltou à assembleia e confirmou o que havia escrito. Os dias seguintes
foram marcados por discussões sobre qual destino deveria ter Lutero. Enquanto isso, ele fugiu de
Worms, e o imperador redigiu o Édito de Worms, em 25 de maio de 1521, considerando-o fugitivo
e herege. Suas obras foram banidas do império.
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TEOLOGIA E FILOSOFIA
Embora não haja dúvida de que Lutero se via principalmente como um teólogo, sua
formação também envolveu aspectos filosóficos, enquanto se envolvia com questões filosóficas e
debates ao longo de sua carreira.
Um texto que traz à tona algumas das complexidades de Lutero sua posição sobre filosofia
e teologia é a “Disputatio de homin” (A Disputa Relativa ao Homem). Composta por 40 teses, as
9 primeiras apresentam a visão do ser humano e nossa relação com o mundo proposto pela
"filosofia ou sabedoria humana", que é então contrastado com a visão adoptada pela teologia
(Ebeling, 1970, pp. 60-62). Lutero concorda que, neste contexto, a filosofia tem razão em ver a
razão como o mais importante e o mais alto em posição entre todas as coisas e, em comparação
com outras coisas desta vida.
No entanto, tendo marcado uma hierarquia entre filosofia e teologia desta forma, Lutero
não rejeita inteiramente um papel da razão dentro da teologia, quando bem compreendido, e quando
assim iluminada pela fé para que se torne "razão recta" (Recta razão). Assim, como Gerrish
argumentou em relação à famosa declaração, quando solicitado a se retractar na Dieta dos Vermes,
que ele recusou fazê-lo, a menos que "convencido pelo testemunho das Escrituras ou razão pura",
Lutero não quis aqui colocar a razão ao lado das escrituras, mas sim aceitar a evidência, autoridade
de inferências racionais a partir dela (Gerrish, 1962).
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Entretanto Lutero tinha reformado a Universidade de Wittenberg dando-lhe uma
orientação bíblico-augustiniana e rejeitando a escolástica. A pregação das indulgências do
dominicano João Tetzel, no vizinho Brandeburgo, deu ocasião a sermões de Lutero e, depois, ao
convite (31.10.1517) para uma disputa académica sobre teologia e pratica das indulgências, o que
punha também em questão o poder papal.
Ao regressar de Worms, Lutero foi levado pelo príncipe eleitor Frederico para Varturgo.
Nos dez meses que ali passou, começou a tradução da Bíblia, escreveu contra os votos monásticos
religiosos e redigiu as postilas sobre a Igreja. Entretanto, em Wittenberg, desencadeava-se o
chamado Wildwuchs, incitado por A. Karlstandt e G Zwilling, e com tolerância de Melanchton,
manifestado na destruição de imagem, no casamento de sacerdotes, nas saídas dos conventos, etc.
Para acalmar o tumulto, Lutero regressou ao Wittenberg, onde pregou em Março os sermões em
Invocavit, de tom conservador. Mal compreendida pelo povo, a sua doutrina a cerca da liberdade
do cristão (perante leis humana) levou entre outros resultados, à guerra dos camponeses (1525);
fundamentalmente conservador como era no campo social, Lutero tomou o partido dos príncipes
senhor, o que lhe fez perder popularidade.
Graças as visitas às igrejas (1527), organizou-se em Kursachsen a vida das comunidades
evangélicas, modelo que serviu para outras reformas empreendida nas igrejas alemã (na qual foi
suprimido o cânone por se contestar o caracter sacrificial da missa) e cedeu, forçado, aos príncipes,
a organização das comunidades (igrejas territoriais alemãs – Landeskirchen). Em breve verificou
Lutero que o princípio subjectivista da sua doutrina (sola escritura) conduzia à divisão.
Primeiramente, surgiu a questão acerca da Ceia, com o ramo reformador suíço (Zuínglio). A cisão
tornou-se manifesta no coloquio religioso de Marburgo (1529). Com os suíços - contra os quais
Lutero manteve firmemente a firmação da presença real -, nunca se pôde chegar à união. É verdade
que na concórdia de Witternberg (1536), se conseguiu uma certa união com as cidades alemão do
Sul (sobretudo, M. Bucero); mas, no fim da vida Lutero teve ainda de lutar acesamente com os que
ele chamava “sacramentários”.
Em Habsburgo (1530), Carlos V nada mais pode fazer do que verificar a cisão. O iminente
perigo Turco foi aprovado pelo príncipe protestante para obter do imperador cada vez maior
concepções. Lutero aproveitou o convite para ir ao concilio (que deveria realizar em Mântua,
1536), para redigir os «Artigos de Esmalcalda» (1537), nos quais é radicalmente rejeitada a igreja
papal.
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A última obra foi motivada pelo convite para Concilio de Trento - «Acerca do Papado
Romano», que ele juga ser de criação diabólica.
A critica reformadora de Lutero ocasionou a reforma da igreja no seculo XVI. A sua
grandeza espiritual é obscurecida por fraquezas humanas; os próprios adversários, porem,
reconhecem o seu génio religioso.
O pensamento de Lutero exerceu uma influência considerável não só sobre o seu próprio
tempo e sobre os seus contemporâneos imediatos, mas também sobre aqueles que vieram depois
dele. Embora seu impacto mais significativo tenha sido curso em teologia, e embora fosse errado
sugerir que há qualquer coisa como uma escola luterana em filosofia, no entanto Lutero tem
desempenhado um papel importante para uma série de chaves filosóficas figuras de Hobbes e
Leibniz, a Heidegger. Esse impacto é considerado em mais detalhes em um verbete separado, bem
como sua influência na "modernidade" de forma mais ampla.
REFORMA PROTESTANTE
Em 1517 o sistema teológico de Lutero ainda não estava completo. Ele fazia conferências
na Universidade de Wittenberg, fundada por seu amigo Frederico I, príncipe da Saxônia. Nessa
época, chegou à região um frade vendendo indulgências, que permitia a comutação parcial de
penitências em troca do pagamento de uma soma em dinheiro. Revoltado com a exploração da
ignorância popular feita pelo frade em nome do papa Leão X, Lutero elaborou as "95 teses contra
a venda de indulgências".
Em pouco tempo se tornou claro que as teses de Lutero exprimiam os sentimentos de boa
parte da população e dos príncipes que mantinham relações tensas com Roma e com o imperador.
O sucesso alcançado encorajou Lutero a enviar ao papa um documento no qual sustentava que “as
indulgências não haviam sido instituídas por Cristo e sim pelo papa” (Frazão, 2024)
O papa ordenou retractação de Lutero, mas este, sob a protecção do príncipe Frederico III
da Saxónia, recusou o pedido de retractação e deu início a uma campanha aberta dentro da própria
Igreja.
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O LUTERANISMO E A CONTRA REFORMA
Em 1521, Lutero foi obrigado a se refugiar no castelo de Wartburg, perto de Eisenach,
com a cumplicidade de Frederico III, e iniciou a tradução da Bíblia para o alemão. Em 1525, casou-
se com a ex-freira Katherina Von Bora, rejeitando a imposição do celibato aos clérigos.
Na formulação de suas doutrinas, Lutero foi ajudado por Felipe Melanchton, um professor
grego da Universidade de Wittenberg que redigiu a “Confissão de Augsburgo” (1530) que foi aceita
como credo luterano.
O movimento Luterano teve consequências que revolucionaram a sociedade da época e
abriu caminho para rebeliões políticas e sociais. O protesto contra as doutrinas luteranas criou a
denominação "protestantes."
A forma de protestantismo proclamada por Lutero, além da Alemanha, chegou até a
Suécia, Dinamarca e aos Países Baixos. Várias doutrinas seguiram seus princípios, criando igrejas
nacionais, como o Anglicanismo na Inglaterra, o Calvinismo na Suíça, com as reformas de João
Calvino, além de diversas ramificações.
A própria Igreja Católica, a partir do "Concílio de Trento (1545-1563)", procederia a sua
própria reforma que ficou conhecida com o nome de Contra-Reforma.
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Lutero escreveu seu Grande Catecismo para educar sacerdotes e seu Pequeno Catecismo
para leigos em 1529 e publicou a Bíblia completa em alemão em 1534. Ele também escreveu uma
série de hinos, ainda populares nos dias actuais (notavelmente A Mighty Fortress is Our God),
obras teológicas, e participou do Colóquio de Marburg, uma tentativa de unificar os diferentes
movimentos protestantes na Europa. Na conferência, Lutero e o reformador suíço Huldrych
Zwingli se separaram sobre sua interpretação da Eucaristia, enquanto outras diferenças entre os
partidos protestantes se mostraram igualmente intransponíveis, e as várias seitas foram deixadas
para desenvolver suas próprias visões.
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CONCLUSÃO
Em suma, Martinho Lutero teve um papel importante na reforma, influenciou outras
grandes figuras da reforma como Ulrich Zwinglio, João Calvino e outros reformadores ligados
reforma protestante. Por causa dele surgiram muitas muitos movimentos reformadores fora da
igreja. E ainda hoje ele é visto como modelo para muitas seitas que vão surgindo a volta do mundo.
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BIBLIOGRAFIA
Ebeling, G. (1970). Einführung in sein Denken, Tübingen. Fortaleza.
Frazão, D. (20 de Março de 2024). Martinho Lutero. Obtido de eBiografia:
https://www.ebiografia.com/martinho_lutero/
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História do Mundo: https://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/martinho-
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https://www.worldhistory.org/Martin_Luther/
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Mondin, B. (2006). Curso de Filosofia - 2. Brasil: Paulus.
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