Resenha Crítica, Antecedente Da Reforma
Resenha Crítica, Antecedente Da Reforma
Resenha Crítica, Antecedente Da Reforma
1.Bibliografia:
2.Credenciais do autor:
3. Resumo:
4.Análise:
Martinho Lutero foi o homem que trouxe a luz ao mundo das Trevas porque
contribuiu para acentuar a passagem da idade Média para a Moderna. Muitas
vezes tem-se a visão bem enraizada, na mente da humanidade, de que ele foi
um ser inatingível. Uma pessoa com qualidades e características
incompreensíveis para sua época, assim como Paulo, Moisés, Jó e Elias dos
tempos bíblicos. Todavia deve-se ressaltar que ele foi um ser que sofreu
influencias dos processos sociais, históricos, econômico e cultural de sua
época. Foi muito corajoso, pois nesse período em que viveu os homens não
tinham o livre arbítrio e indo contra essa “lei” criticou as incoerências
apresentadas pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Lutero não se deteve apenas aos saberes e instruções lhes outorgados no
mosteiro, buscou novos horizontes: retornou aos ensinamentos bíblicos. Nesse
sentido, passou a questionar a autoridade do Papa. Mesmo sabendo que
poderia ser excomungado e queimado, vale salientar que o poder Papal estava
atrelado ao poder do estado. Criticar a forma de governo do imperador e a
corrupção, luxúria e desinteresse em salvar almas, demonstrada pelo o clero
eram inadmissíveis e caso de punição severa. Para as ocorrências que
colocassem em xeque os poderes desses dois, havia um tribunal chamado de
Santa Inquisição, onde os infratores eram julgados e condenados, se não
retratassem.
A igreja era a detentora do saber e da cultura, ela que manteve esse monopólio
durante séculos e tinha a função de transmiti-los. Por sua proteção e cuidados
muitos documentos, livros (principalmente os gregos como os de Aristóteles,
vistos como literatura superior às demais, muitas vezes colocada acima da
Bíblia) não teriam sido conservados. Devido a esse fator suas abadias eram
repletas de conhecimentos acessíveis apenas a uma minoria, inclusive a
Palavra de Deus, a qual era considerada complexa demais, obscura e de difícil
compreensão até pelos teólogos, imagine para os leigos. Esse objeto sagrado
muitas vezes se encontrava acorrentado como se conotasse o medo, por parte
deles, de se abrir os olhos dos que a lessem.
Foi nesse livro que o sábio Martim encontrou esperança e alento para a sua
alma. Nela viu um Deus amoroso e misericordioso. E quando alguém é
contagiado pela verdade divina não se limita a ele próprio, quer que outros
sintam essa paz de espírito e regozijo no senhor. Quando fez sua primeira
viagem a Roma chegou ao frustrante fato: “Ninguém pode imaginar, que
pecados e ações infames se cometem em Roma [...] ‘Se há inferno Roma está
sobre ele’.” (WHITE, 1999, p.77) Esse lugar estava corrompido por pérfidas
iniqüidades e cheios de escândalos que arruinavam cada dia a reputação da
igreja. Existiam prostíbulos só para padres...
Ainda em Roma quando Lutero subia as Escadas de Pilatos, ajoelhado, parecia
ouvir uma voz soada como o som do trovão a frase que Lutero defenderia por
muitos anos: “O justo viverá por fé”. Rom. 1:17 (WHITE, 1999, p.77) Começou
expor que nada, a não ser o arrependimento genuíno para com Deus e a fé em
Cristo poderia salvar o pecador. A graça e o amor de Jesus são ilimitados, não
pode ser adquirida por dinheiro ou posse material, mas pelo precioso sangue
do Messias vertido na cruz do calvário. Provavelmente como monge
aconselhava, a partir de agora o seu rebanho em Cristo a não comprar
indulgências; mas a olharem para o salvador: meigo e carregado de
compaixão. Talvez relatasse a sua própria experiência: buscou por si mesmo a
justificação de seus pecados, só encontrou nos méritos do Filho de Deus.
Escreveu as seguintes palavras: “pois o justo não vive por causa de seu
preparo, mais por causa da fé”. (WA 2,14 apud DREHER, 1992, p.42).
Enquanto o poder dominante apelava para os costumes e tradições, ele dizia
que a Bíblia era a única base e certeza do cristão, um livro imutável.
As indulgências eram um perdão divino (um pedacinho do céu adquirido aqui)
concedido pelo o “Santo Padre”, que alegava ter o poder de remissão –
tomando o posto de Jesus. Qualquer indivíduo que a comprasse e mais tarde
quisesse cometer alguma falta, pecado, estaria perdoado. Não necessitava a
contrição de coração. Essa salvação possuída, dessa forma, era muito fácil
porque não exigia esforços para resistir à tentação, fé e humildade. Havia
relíquias espalhadas por toda Alemanha, as quais só pelo o olhar diminuíam os
anos no purgatório – segundo a Igreja Católica. As indulgências eram um rio de
dinheiro para o tesouro das autoridades Romanas, propiciando e mantendo em
grande luxo os chefes papais. Ensinar o povo a buscar apenas a Cristo era
perder o poder e essa “mina de ouro”.
A Palavra de Deus: “evangelho, porém, nada mais é que uma pregação e
gritaria a respeito da graça e da misericórdia de Deus, conseguida e adquirida
pelo senhor Jesus Cristo com sua morte [...] e que é gritada publicamente para
que seja ouvida em toda parte”. (WA 12, 259 apud DHERER, 1992, p.45). Na
concepção de Lutero, Jesus era o centro e autor da Bíblia, o verbo, o único
conteúdo vivo da palavra do Senhor.
A Bíblia foi como uma espada de dois gumes: abria caminho para o coração do
povo. Eram seres falhos que a liam, porém há apenas uma interpretação certa
e coerente, ela não é um livro obscuro – como afirmava Erasmo – entretanto é
clara e pura de compreensão, pois o Espírito Santo capacita o seu leitor com
sabedoria, se ele buscar com sincera submissão. Ela torna-o como disse Davi:
“sábio, o simples”. Será que não foi proibida para subjugar o povo? Havia
pouquíssimas versões em outras línguas – as consideradas profanas por não
estarem em latim – se fossem pelo menos em línguas dos originais... Parece
óbvio sugerir-se que a Igreja não queria que a grande massa soubesse que
muitas de suas doutrinas estão baseadas em livros e concílios que sempre se
equivocaram.
Quando Martim Lutero foi convocado para o julgamento final em Worms, foi
encurralado: renegaria sua teoria e se salvaria ou a defenderia e morreria?
Possuía um Salvo-conduto cedido por Carlos V, porém não seria muito útil ao
se lembrar de João Huss que também o tinha e foi queimado. A Igreja tinha
muita influência e cogitava reis e imperadores.
O monge estava diante de poderosas autoridades e deveria responder as
perguntas do oficial imperial, se ele era o autor dos livros expostos na mesa e
se retrataria. A primeira pergunta foi respondida, restava o mais implicante. Sua
vida estava em jogo, só Deus sabe o que se passou na mente dele durante
esse período. Ao pedir tempo para respondê-la demonstrou indiretamente aos
presentes que não agia por paixão e impulso, mas com raciocínio. Já pensou o
que teria acontecido se ele tivesse negado suas proposições? Se não fosse
corajoso? Talvez a reforma só viesse depois de alguns séculos. Sua resposta
foi convicta, abandoná-las-ia apenas se comprovasse que estava em
desacordo com As Escrituras. O mundo precisa de homens como Lutero: firme,
correto e decidido. E que nunca se vendem pela concupiscência e posses
dessa Terra iníqua.
Depois disso Lutero é levado para Wattburg, em breve o seu Documento
expiraria. A Igreja já obrigara o Imperador a promulgar um edito contra ele,
proibindo as pessoas de ajudá-lo quando o prazo do salvo-conduto terminasse,
e deveriam entregá-lo às autoridades. Saiu de cena por um bom tempo, era
como se Deus quisesse mostrar ao povo que apesar de Martim ter anunciado a
autêntica verdade, Ele era o centro. Agora sem esse “líder” são chamados a
olharem e se espelharem em Jesus.
A justificação pela a fé, “pois somente a fé na palavra de Cristo justifica,
vivifica, dignifica e torna apto, e sem ele qualquer outro esforço é tão somente
sinal de presunção ou preparo...” (WA 2,14 apud DHERER, 1992, p.43).
Baseado nessa citação pode-se aferir que o ser humano não pode alcançar
justiça própria perante Deus, pois ele não tem virtudes que lhe dê a salvação.
Por isso ele necessita se submeter à justiça do Senhor. Essa graça não é
obtida por meios penosos e fatigantes lida, e nunca será comprada. É gratuita
fornecida a todos que sentes a carência de Cristo.
O cristão deve deixar Deus agir: Permitir que Ele seja Deus na sua vida.
Precisa aceitar Jesus como substituto e fiador. Existe algo que necessita ficar
claro: Justificação é a obra de Deus em nós. No evangelho não há a frase
“faça-o”, mas a conclusão: “está feito”. É “acreditar” e não “realizar”. Lembre-
se: não precisa ser “bom” para ser “salvo” e sim ser “salvo” para ser “bom”:
ninguém se salvará pela a “fé” e “as obras”, mas pela a “fé” que produz boas
obras.
No íntimo humano surge a indagação: “Será que a fé anula a lei?” Tiago 2:20
responde a pergunta: “a fé sem as obras é morta”, infrutífera. Há uma relação
simbiótica entre essas duas palavras, uma complementa a outra. Logo, alguém
poderá concluir que a lei é isenta da guarda, é como se fosse passado uma
borracha em sua função. I Timóteo 1:8 e Romanos 3:21 deixam explícito o
objetivo dela: Mostrar (apontar) o pecado com o intuito de que a pessoa se
volte a Deus e peça perdão (serve como um espelho que mostra se o seu rosto
está limpo ou sujo). Nunca o senhor quis que a observância d’Os Dez
mandamentos produzisse o legalismo entre seus filhos ou equívoco da
salvação por conta própria. Ele sempre instou em que a observância de seus
preceitos fosse o resultado do temor reverente e amor brotante do coração
(Deuteronômio 6:5 e 25 e 11:01, Mateus 25: 35 e 40 expressa bem esse
intuito). Desta maneira, a lei funciona como meio pedagógico de levar o
pecador aos pés de Cristo. “Sem a lei, os homens não possuem verdadeira
convicção do pecado e não sentem a necessidade de arrependimento”.
(WHITE, 1992, p.278). Lutero condenou a luxuria da Igreja, mas por outro lado
se ligou a futura aristocracia alemã, a burguesia. Visto que os Junkers
prussianos (a parte agrária) apoiaram sempre a Igreja Católica.
A obra deve ser indicada aos estudantes de graduação, no entanto para que
haja uma maior compreensão histórica do processo vivenciado por Lutero
necessita recolher-se a outras fontes que trazem um maior detalhamento do
assunto em questão: Reforma protestante na Alemanha, onde o leitor terá a
chance de se situar melhor no contexto. Recomendo o livro “O grande Conflito”,
onde Ellen White faz uma explanação resumida da reforma em seus quinzes
primeiros capítulos.
4. Credenciais do resenhista: