Direitos Políticos No Direito Eleitoral

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Direitos Políticos no Direito Eleitoral

Os direitos políticos referem-se ao conjunto de prerrogativas e capacidades que um cidadão possui para
participar da vida política do país, incluindo o direito de votar e ser votado, o direito de filiação partidária,
entre outros. No Direito Eleitoral, os direitos políticos são especialmente relevantes, uma vez que é essa
área do direito que regulamenta as eleições e a escolha dos representantes políticos.

No Brasil, a Constituição Federal estabelece ser direitos políticos o direito de votar e ser votado, o direito
de participar de partidos políticos, o direito de manifestar-se livremente, o direito de petição e o direito de
plebiscito e referendo.

O direito de votar é universal e obrigatório para os maiores de 18 anos, com exceção de alguns casos
específicos, como os analfabetos e os maiores de 70 anos, que possuem a opção de não votar. Já o direito
de ser votado é restrito a certas condições, como a idade mínima e a ausência de condenações criminais.

O Direito Eleitoral também estabelece as regras para a criação e o funcionamento dos partidos políticos,
bem como as normas para a realização das eleições. As leis eleitorais regulamentam os prazos e as formas
de registro de candidaturas, as regras para a propaganda eleitoral e as normas para a apuração dos votos e a
proclamação dos resultados.

Além disso, o Direito Eleitoral também prevê as sanções aplicáveis em caso de infrações às normas
eleitorais, como a cassação de registro ou diploma de candidatos eleitos e a aplicação de multas e outras
penalidades.

Em resumo, os direitos políticos são fundamentais para a democracia e são especialmente importantes no
Direito Eleitoral, que regulamenta a participação política dos cidadãos e a escolha dos representantes
políticos.

Inelegibilidade

Inelegibilidade é uma condição que impede uma pessoa de se candidatar a um cargo político em uma
eleição. Essa condição é definida por lei e pode ser temporária ou permanente, dependendo das
circunstâncias.

As causas de inelegibilidade são variadas e podem incluir condenações criminais por determinados tipos de
crimes, improbidade administrativa, rejeição de contas públicas, condenação por abuso de poder político ou
econômico, entre outras.

As normas que definem as inelegibilidades têm como objetivo garantir a lisura e a transparência das
eleições, protegendo a sociedade contra a possibilidade de candidatos com histórico de comportamento
antiético ou ilegal serem eleitos.

Podendo ser reconhecida de forma administrativa ou judicial, e pode ser declarada antes ou depois do
registro da candidatura. Quando uma pessoa é considerada inelegível, ela não pode se candidatar ao cargo
para o qual estava concorrendo, mesmo que tenha sido eleita. Caso seja eleita, sua eleição pode ser anulada
ou cassada posteriormente.

Cassação

A cassação é um procedimento legal resultante na perda de um cargo ou mandato político em decorrência


de irregularidades cometidas pelo ocupante do cargo, ou mandato. Essa medida é aplicada quando são
comprovados atos que violam as leis ou a ética no exercício da função, e pode ser determinada por
diferentes instâncias do poder público, como o Poder Legislativo, o Poder Judiciário ou a Justiça Eleitoral.

A cassação pode ocorrer em diferentes níveis, como em cargos executivos, como prefeitos, governadores e
presidentes, ou em cargos legislativos, como vereadores, deputados e senadores. As razões para a cassação
podem variar, incluindo desde o não cumprimento de obrigações legais até o envolvimento em crimes
eleitorais, como compra de votos, uso da máquina pública em campanhas eleitorais ou fraude na
arrecadação de recursos.

A cassação implica na perda definitiva do mandato ou cargo, e pode resultar em sanções adicionais, como a
inelegibilidade por um período determinado, a suspensão dos direitos políticos e a aplicação de multas. Em
caso de cassação de um presidente, por exemplo, o vice-presidente assume o cargo imediatamente e
convoca novas eleições para preencher a vaga.

É importante destacar que o processo de cassação segue procedimentos legais específicos, que variam
segundo a esfera de poder e a legislação aplicável. O objetivo desses procedimentos é garantir o direito à
ampla defesa e ao contraditório, assegurando que a cassação seja justa e baseada em evidências sólidas.

Perda e a Suspensão dos direitos políticos

A perda e a suspensão dos direitos políticos são medidas punitivas previstas em lei que restringem o
exercício dos direitos políticos de um indivíduo por determinado período de tempo, em decorrência de
infrações cometidas por ele.

A suspensão dos direitos políticos é uma medida temporária que impede o cidadão de exercer seus direitos
políticos, como votar e ser votado, por um período determinado, que pode variar de três a oito anos,
dependendo da gravidade da infração cometida. Essa medida é aplicada em casos como improbidade
administrativa, abuso de poder político ou econômico, ou condenações criminais que não resultam na perda
dos direitos políticos.

A perda dos direitos políticos, por sua vez, é uma medida mais drástica, que implica na perda definitiva dos
direitos políticos do cidadão, sendo aplicada em casos mais graves, como condenações por crimes contra a
administração pública, crimes eleitorais, ou por atos de corrupção. A perda dos direitos políticos é aplicada
por um período determinado, que pode variar de três a dez anos, e pode resultar na impossibilidade de se
candidatar a cargos públicos ou exercer funções públicas.

Ambas as medidas são previstas na Constituição Federal e nas leis eleitorais, e são aplicadas em processos
judiciais ou administrativos, após o devido processo legal e a garantia do direito à ampla defesa e ao
contraditório. As medidas de suspensão ou perda dos direitos políticos visam proteger a democracia e
garantir a integridade das instituições públicas, evitando que indivíduos que tenham cometido
irregularidades possam exercer cargos públicos ou influenciar nas decisões políticas.

Lei Complementar n° 135 de 2010 — Lei da Ficha Limpa

A Lei Complementar n° 135 de 2010, também conhecida como Lei da Ficha Limpa, é uma lei que
estabelece critérios mais rigorosos para a elegibilidade de candidatos a cargos públicos, visando moralizar a
política e evitar a eleição de pessoas que tenham condenações ou processos judiciais em andamento. Seus
principais artigos são:

Art. 1º. Estabelece que serão considerados inelegíveis os candidatos que tenham sido condenados, em
decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por crimes contra a administração
pública, o patrimônio público, o sistema financeiro, o meio ambiente, a saúde pública, a fé pública, ou por
crimes eleitorais.

Art. 2º. Dita que também serão considerados inelegíveis os candidatos que tenham renunciado a cargo
eletivo para evitar cassação, ou que tenham sido cassados por irregularidades cometidas no exercício do
mandato.

Art. 3º. Determina que a lei se aplica a todas as eleições a partir de sua publicação, exceto para os casos em
que o candidato já tenha sido condenado antes da sua entrada em vigor.

Art. 4º. Estabelece que a decisão que reconhece a inelegibilidade do candidato deve ser tomada antes das
eleições, de modo que o nome do candidato não seja incluído na urna eletrônica.
Art. 5º. Estipula que a decisão que reconhece a inelegibilidade do candidato pode ser tomada por órgão
colegiado, por iniciativa do Ministério Público Eleitoral, de partido político ou de candidato, observado o
devido processo legal e a garantia do direito à ampla defesa e ao contraditório.

Art. 6º. Institui que a decisão que reconhece a inelegibilidade do candidato deve ser comunicada ao
Tribunal Superior Eleitoral, que deverá incluir o nome do candidato na lista dos inelegíveis, disponibilizada
na internet.

A Lei da Ficha Limpa é considerada um marco na história da legislação eleitoral brasileira, por estabelecer
critérios mais rigorosos para a elegibilidade de candidatos, contribuindo para a moralização da política e o
fortalecimento da democracia.

Referências

ROCHA, Carlos Carvalho Direito Eleitoral - Coleção Carreira Jurídicas 2022. v. 21 Brasília, ed 3, p. 70-73.
2022.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Senado Federal, 1988.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm. Acesso em:
12 mar. 2023.

BRASIL. Lei nº 135, de 4 de junho de 2010. Estabelece as inelegibilidades para cargos eletivos, alterando a
Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990, e outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 7 jun. 2010. Seção 1, p. 1.

Cadernos Sistematizados - Direito Eleitoral. ed 2022.1

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