CADERNO FGB 04 05 2022-5e3ce

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FORMAÇÃO GERAL

BÁSICA

SECRETARIA DE
ESTADO DE
EDUCAÇÃO

1
Versão 1.0 – 04/05/2022
Helder Zahluth Barbalho
Governador do Estado do Pará
Lúcio Dutra Vale
Vice-governador do Estado do Pará
Elieth de Fátima da Silva Braga
Secretária de Estado de Educação - SEDUC
Regina Lucia de Souza Pantoja
Secretária Adjunta de Ensino – SAEN
Regina Celli Santos Alves
Diretora de Educação Básica – DEB
Mari Elisa Santos de Almeida
Coordenadora do Ensino Médio – COEM

EQUIPE COEM / ProBNCC

ADRIANA GOMES ROSA ANA LÚCIA DA SILVA BRITO


ALINI DO SOCORRO CRUZ ALINE COSTA DA SILVA
DIANA GOMES BRAGA ARILSON LOBO FIGUEIREDO
ELIZABETH MASCARENHAS S. SILVA CARLOS EDUARDO LIRA SILVA
HILDA CAROLINA DE SOUZA CUNHA DERICK HERCULANO P. DE CARVALHO
HIGOR KYUZO DA SILVA OKADA EDILSON MATEUS COSTA DA SILVA
JANISE ALVES MEDEIROS ELAINE VALÉRIO DE AZEVEDO
JOHN CHARLES CORRÊA TORRES FLÁVIO NAZARENO ARAÚJO MESQUITA
JUCILENE PEREIRA DA SILVA GESSON JOSÉ MENDES LIMA
LUIZ OTÁVIO GOULART CASTRO JACKSON DOUGLAS RODRIGUES
MARIA DARCILENA TRINDADE CORREIA KARL MARX DA SILVA SANTOS
MARIA MADALENA PANTOJA DA SILVA LUCIVAL BARBALHO PONTES
MARILÉIA CORRÊA LIMA MAYSA DA SILVA LEITE ALMEIDA
MARÍLIA DE ALMEIDA CHAVES LYNCH ODIMAR DO CARMO MELO
NEUDERSON MACHADO DA SILVA RAIMUNDA DE NAZARÉ F. CORRÊA
PAOLA MARIA FRASSINETT ROTTERDAM SALIER JULIANE DOS SANTOS CASTRO
ROSIANE BARBOSA FERREIRA VÂNIA LEITE LEAL MACHADO
VÂNIA LEITE LEAL MACHADO WILLIAM FONSECA FREIRE

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REALIZAÇÃO:
Coordenação de etapa ProBNCC – ensino médio / Coordenação de Ensino Médio (COEM)/
Secretaria Adjunta de Ensino (SAEN) / Secretaria de Estado de Educação do Pará (SEDUC/PA).

COORDENAÇÃO DE ENSINO MÉDIO


Mari Elisa Santos de Almeida – SEDUC/PA

COORDENAÇÃO ProBNCC EM/PA


Maria Madalena Pantoja da Silva – SEDUC/PA

ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO:
Elizabeth Mascarenhas dos Santos Silva – SEDUC/PA
Jucilene Pereira da Silva – SEDUC/PA
Maria Darcilena Correia – SEDUC/PA
Maria Madalena Pantoja da Silva – SEDUC/PA
Marília de Almeida Chaves Lynch – SEDUC/PA
Rosiane Barbosa Ferreira – SEDUC/PA

CONTRIBUIÇÕES:
Dérick H. Paranhos de Carvalho – SEDUC/PA

FICHA CATALOGRÁFICA
__________________________________________
Caderno Orientador para Nucleação da Formação Geral Básica – Etapa Ensino Médio -
Orientação para Escolas da Rede Estadual de Ensino Médio do Pará (2022) / Organizador:
SEDUC-PA, 2022.

1. Novo Ensino Médio. 2. ProBNCC. 3. Caderno de Orientações Pedagógicas. Orientação para


as escolas da Rede Estadual de Ensino Médio do Estado do Pará.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 05
1. NUCLEAÇÃO DA FORMAÇÃO GERAL BÁSICA – CONSIDERAÇÕES GERAIS 07
1.1 As relações entre competências, habilidades e objetos de conhecimento 07
1.2 O papel das categorias de área na Formação Geral Básica - FGB 09
2. O TRABALHO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO GERAL BÁSICA 09
2.1 Instrumento organizador do planejamento 10
2.2 O plano de Ação e sua importância como desdobramento da organização
do trabalho docente 10

2.3 Plano de Ação: Instrumento Organizador 11


3. ORIENTAÇÕES COMPLEMENTARES 11
3.1 Organização do módulo aula 11
3.2 Atividades complementares não presenciais não obrigatórias 12
3.3 Organização por crédito 12
3.4 Matriz curricular do novo ensino médio regular 13
4. ARRANJOS PEDAGÓGICOS PARA OS TEMPOS ESCOLARES 15
4.1 Modelo ilustrativo novo ensino médio regular diurno 15
4.2 Modelo ilustrativo novo ensino médio regular noturno 16
4.2.1 Aulas complementares não presenciais obrigatórias - noturno 17
4.2.2 Arranjos pedagógicos para o ensino noturno 17
5. ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS DAS MODALIDADES E FORMAS DE OFERTA 18
5.1 Educação do Campo – CECAF 19
5.2 Educação de Jovens e Adultos – EJA 30
5.3 Sistema Educacional Interativo – SEI 35
5.4 Ensino Médio em Tempo Integral – EMTI 39
5.5 Educação Quilombola – COPIR 42
5.6 Sistema Modular de Ensino – SOME 48

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APRESENTAÇÃO

Prezados,

Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) em dezembro de 2018 e

com a publicação da portaria MEC nº 331, de 05 de abril de 2018, que instituiu o Programa de Apoio

à Base Nacional Comum Curricular (ProBNCC), com o objetivo de apoiar no processo de revisão ou

elaboração e implementação do Documentos Curriculares alinhados à BNCC e as normativas

correlata, sendo alterada posteriormente em 2019 pela Portaria MEC nº 756 , de 03 de abril de

2019 ,iniciou -se por meio da Secretaria de Estado da Educação do Pará - SEDUC/PA, na Secretaria

Adjunta de Ensino (SAEN) e da Coordenação de Ensino de Médio (COEM), um movimento para a

construção de uma Proposta Curricular para o ensino médio, em janeiro de 2019.

No regime de colaboração indicado na Portaria MEC nº 649 de 2018, que institui o Programa

de Apoio ao Novo Ensino Médio , o seu Documento orientador estabeleceu em 2018 aos Estados e

Distrito Federal, orientações para o planejamento do processo de flexibilização curricular, no sentido

de provocar nas redes públicas de ensino médio, experiências - piloto em um grupo de escolas,

acumular aprendizagens para o processo de implementação das mudanças provocadas pela

Reforma do Ensino Médio, provocadas pela Lei nº 13.415/217.

Em função da política nacional e debates sobre a BNCC e, posteriormente com a Reforma do

Ensino Médio, a pedido da SAEN/SEDUC/PA 2016, as discussões sobre o ensino médio foram

interrompidas até que o cenário nacional se estabilizasse, o que ocorreu em 2017, quando a Medida

Provisória nº 746/216 foi convertida em legislação por meio da Lei nº 13.415/217, que alterou

importantes documentos do ensino médio, como as diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino

Médio (DCNEM), nos atos normativos pós homologação da versão final da BNCC, com o texto sobre

a etapa do ensino médio e com Portaria MEC 1.432/18, que estabeleceu os referenciais para

elaboração dos Itinerários Formativos.

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A partir da homologação da Base Nacional Comum, em 2018, assumindo como pressuposto

a formação integral dos estudantes, a Secretaria de Estado de Educação do Pará organizou este

Caderno Orientador para subsidiar a Gestão Pedagógica das Unidades Escolares da rede estadual de

ensino. Ressaltamos que neste Orientador de 2022, iniciamos a Implementação do Novo Ensino

Médio, em consonância ao Documento Curricular do Estado do Pará (DCEPA) - etapa Ensino Médio,

pautados na formação humana integral dos estudantes paraenses, com orientações gerais sobre a

estrutura das nucleações bem como um conjunto de instrumentais que se destinam ao planejamento

e organização do trabalho pedagógico da escola.

Para o ano letivo de 2022, a rede estadual de ensino apresenta mudanças e traz novos

desafios com a implementação da reforma do ensino médio. Essas mudanças ocorrem em todos os

sistemas de ensino do país e, no Estado do Pará, a implantação será gradativa.

No entanto, essas reformas exigem um compromisso maior de todos ao delinear as ações de

acompanhamento das aprendizagens dos estudantes, com vistas a assegurar o sucesso escolar e,

consequentemente, a permanência e a conclusão nesta etapa final da educação básica.

Assim, acreditamos que esse recorte da história da educação do Pará necessitará da

participação de todos os profissionais que fazem parte da educação paraense, especialmente os que

estão nas escolas.

A SEDUC/PA convida todos para participarem desse novo capítulo da história da Educação

paraense.

Coordenação de Ensino Médio - COEM

COEM/SAEN/SEDUC-PA

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1. NUCLEAÇÃO DA FORMAÇÃO GERAL BÁSICA -
CONSIDERAÇÕES GERAIS

Nucleação composta pelos conhecimentos presentes na Base Nacional Comum Curricular

(BNCC) do Ensino Médio, com a perspectiva de garantir as aprendizagens essenciais e promover a

consolidação dos conhecimentos por meio do diálogo interdisciplinar entre os campos de saberes e

práticas, em cada uma das áreas de conhecimento, que compõem essa Nucleação. Além das

aprendizagens escolares, deve-se considerar também as experiências sociais dos sujeitos, com

objetivo de promover a aprendizagem na realidade dinâmica do território.

CONTEXTUALIZAÇÃO
PRINCIPIOS CURRICULARES NORTEADORES
INTERDISCIPLINARIDADEPRINCIPIOS

CONTEXTUALIZAÇÃOINTEGRAÇÃO
CURRICULARES NORTEADORES

INTEGRAÇÃO CURRICULAR
CURRICULAR
CAMPOS DE COMPETÊNCIAS
ÁREAS DE OBJETOS DE
SABERES E
CONHECIMENTO E HABILIDADES CONHECIMENTO
PRÁTICAS

INTERDISCIPLINARIDADE

1.1 - AS RELAÇÕES ENTRE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E OBJETOS DE

CONHECIMENTOS
A abordagem articulada das relações que se estabelecem entre as Competências gerais e

específicas, as habilidades e os objetos de conhecimentos, a partir de perspectivas contextualizadas

e do diálogo interdisciplinar entre os campos de saberes das áreas de conhecimento, possibilitam

atribuir novos sentidos e significados às práticas escolares e promover avanços importantes nas

experiências sociais e cognitivas dos sujeitos do ensino médio.

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HABILIDADES

OBJETOS DE
COMPETÊNCIAS
CONHECIMENTO
=

OS OBJETOS DE CONHECIMENTO
São saberes, conteúdos, conceitos, processos e procedimentos em torno dos quais serão

desenhadas as organizações de ensino. Nesse sentido, as organizações de ensino devem considerar

a diversidade dos contextos escolares e temáticas que possibilitem a interdisciplinaridade e o

trabalho integrado, e são abordados a partir do desenvolvimento de um conjunto de habilidades.

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1.2 - O PAPEL DAS CATEGORIAS DE ÁREA NA FORMAÇÃO GERAL BÁSICA – FGB
Cada área é observada conforme seus fundamentos, categorias, articulações com os

princípios curriculares norteadores da educação básica paraense e as competências gerais da

educação básica. Aponta-se, ainda, a consolidação das aprendizagens, a partir do quadro

organizador curricular de cada Área, em que se relacionam os princípios e categorias da área com

as suas competências específicas, suas habilidades, bem como os seus objetos de conhecimento.

2. O TRABALHO PEDAGÓGICO NA FORMAÇÃO


GERAL BÁSICA

O Plano de Trabalho Docente deve orientar os

professores e as professoras na prática pedagógica diária,

observando o ensino contextualizado, mediante o


PRINCIPIOS E
planejamento da área de conhecimento e as CATEGORIAS DE
aprendizagens esperadas descritas no Plano, levando em ÁREA

consideração os princípios curriculares norteadores, as

categorias de áreas mobilizadas, as habilidades e COMPETÊNCIAS


competências e os objetos de conhecimento assim como
ESPECÍFICAS E SUAS
FINALIDADES
os procedimentos metodológicos necessários para o

desenvolvimento da aula e, ainda, a estratégia de

avaliação da aprendizagem no que diz respeito à forma e OBJETOS DE


aos instrumentos avaliativos. O Plano de Trabalho CONHECIMENTO

Docente deve ser realizado semanal, quinzenal ou

mensalmente, de acordo com a definição no Projeto

Político Pedagógico da escola e deve ser construído no início de cada ano letivo e consolidado após

as primeiras semanas de aula, que chamamos de momento do diagnóstico.

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2.1 - INSTRUMENTO ORGANIZADOR DO PLANEJAMENTO

2.2 - O PLANO DE AÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA COMO DESDOBRAMENTO DO


TRABALHO DOCENTE

Após a construção do Plano de Trabalho Docente o professor deverá desenvolver o seu

plano de ação, no qual deve conter os elementos essenciais à operacionalização do processo ensino-

aprendizagem: I - O campo de saberes e práticas; II - Os objetos de conhecimento; III - Os conteúdos

a serem trabalhados; IV - Procedimentos metodológicos e V - As estratégias de avaliação, na qual

deve ser descrito o período de realização, os procedimentos metodológicos, as formas de

mensuração, a descrição da avaliação e o período da avaliação.

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2.3 - PLANO DE AÇÃO: INSTRUMENTO ORGANIZADOR

3. ORIENTAÇÕES COMPLEMENTARES

Cabe ressaltar que a nova proposta será implementada de forma gradual, em 2022 apenas

as turmas de 1º ano, finalizando o processo de implementação na rede de ensino médio em 2024.

3.1 - ORGANIZAÇÃO DO MÓDULO AULA

Na Matriz considerando Módulo aula de 50 minutos. Cada 10 aulas


de 50 minutos é igual a 01 crédito

No período de transição entre a implementação do ENSINO MÉDIO


(2022-2023) e terminalidade das turmas regulares, o módulo aula
será de 45 minutos com atividades complementares* para
integralização da carga horária total.

As turmas de 2ª e 3ª anos do Ensino Médio seguirão em


continuidade com a matriz curricular de 2020, sem alterações.

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3.2 - ATIVIDADES COMPLEMENTARES NÃO-PRESENCIAIS OBRIGATÓRIAS

Entende-se por Atividades Complementares Não-Presenciais Obrigatórias aquelas

realizadas mediante o ensino direcionado pelos professores e que integraliza a carga horária total

da matriz curricular. Estas são efetivadas por meio um conjunto de estratégias didático-pedagógicas

com objetivo de enriquecer o processo ensino aprendizagem e que, no âmbito do currículo,

permitem articulação entre teoria e prática e a complementação dos saberes e habilidades a serem

desenvolvidos durante o período letivo, com vistas ao desenvolvimento da formação Humana

integral dos estudantes.

Estas atividades compreendem um total semestral de 50 horas, divididas igualmente entre

as quatro áreas de conhecimento e a unidade curricular Projeto de Vida, ou seja, um total de 10

horas de atividades para que os campos das áreas de conhecimento e do Projeto de Vida

desenvolvam de maneira complementar suas estratégias e demandas pedagógicas.

Para garantir a relação pedagógica dessas atividades, sua ação precisa estar relacionada aos

Princípios Curriculares da educação paraense, a uma ou mais categorias de área, ou, a um ou mais

eixos estruturantes da Formação do Mundo para o Trabalho; no caso das atividades complementares

ligadas ao Projeto de Vida, estas devem estabelecer relação com a dimensão educacional trabalhada

e/ou a culminância pretendida pela referida unidade curricular.

Desta forma, podem ser utilizadas metodologias diversificadas e contextualizadas,

planejadas com o intuito de estimular a autonomia e o protagonismo do estudante, podendo ser

desenvolvidas por práticas inovadoras inclusive utilizando-se das (através do uso de) novas

tecnologias digitais. Estas atividades são necessárias para a integralização da carga horária total e

deverá ser registrada no histórico do estudante como instrumento normatizador desta secretaria.

3.3 ORGANIZAÇÃO POR CRÉDITOS


Os créditos são unidades de atividades pedagógica baseados na carga horária necessária

para que sejam alcançadas as aprendizagens planejadas para cada unidade curricular, dentro de um

semestre letivo.

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CARGA HORÁRIA CARGA HORÁRIA CRÉDITOS
SEMANAL SEMESTRAL

• 01 AULA • 20 HORAS • 2 CRÉDITOS


• 02 AULAS • 40 HORAS • 4 CRÉDITOS
• 03 AULAS • 60 HORAS • 6 CRÉDITOS

No sistema de créditos existe uma correspondência entre os créditos e a carga horária.

3.4 - MATRIZ CURRICULAR DO NOVO ENSINO MÉDIO REGULAR

13
EXEMPLO DA COMPOSIÇÃO DE CARGA HORÁRIA DOCENTE

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4. ARRANJOS PEDAGÓGICOS PARA OS TEMPOS
ESCOLARES

São possibilidades propostas para a organização dos arranjos do tempo pedagógico

(quadro de horários de aulas), a partir de disposições lógicas que seguem um determinado padrão.

Neste primeiro exemplo o quadro é organizado tomando-se como referência uma distribuição

horizontalizada dos tempos destinados às nucleações da FGB e da FMT, de modo a permitir que o

aluno tenha a vivência das referidas nucleações em todos os dias semanais, sempre no mesmo tempo

de aula.

4.1 - NOVO ENSINO MÉDIO REGULAR - DIURNO

O modelo ilustrativo abaixo apresenta os dois últimos tempos diários de aula destinados à

FMT e complementados com o 4° tempo de quinta e sexta-feira e os demais horários destinados à

FGB. Esse arranjo é interessante, pois facilita a integração da área de conhecimento com as

nucleações, tendo em vista que neste arranjo o aluno terá oportunidade de desenvolver

aprendizagens da consolidação dos conhecimentos da FGB, assim como da parte mais flexível, a

FMT.

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Unidades Curriculares da Formação Básica

Unidades Curriculares da Formação para o Mundo do Trabalho

4.2 - NOVO ENSINO MÉDIO REGULAR - NOTURNO


O modelo ilustrativo abaixo apresenta o 4° tempo do horário de aula destinado à FMT,

complementado com uma aula no terceiro tempo, sendo os demais horários destinados à FGB.

Unidades Curriculares da Formação Básica

Unidades Curriculares da Formação para o Mundo do Trabalho

Aulas Complementares

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4.2.1 - AULAS COMPLEMENTARES NÃO-PRESENCIAIS OBRIGATÓRIA- NOTURNO
Entende-se por Aulas Complementares Não-Presenciais Obrigatórias àquelas que são

realizadas mediante o ensino direcionado pelo professor e que faz parte da carga horária total da

matriz curricular e seus conteúdos fundamentais. Estas são efetivadas por um conjunto de estratégias

pedagógico-didáticas com objetivo de enriquecer o processo ensino aprendizagem que permite, no

âmbito do currículo, articulação entre teoria e prática e a complementação dos saberes e habilidades

a serem desenvolvidas durante o período de formação humana integral do estudante. Assim podem

ser utilizadas metodologias pedagógicas contextualizadas e planejadas com o intuito de estimular a

autonomia e o protagonismo do estudante, podendo ser desenvolvidas por práticas inovadoras

inclusive utilizando-se das novas tecnologias digitais. Estas aulas são necessárias para a

integralização da carga horária total e deverá ser identificadas no histórico do aluno.

4.2.2 - ARRANJOS PEDAGÓGICOS PARA O ENSINO NOTURNO


O modelo ilustrativo abaixo apresenta o dia de quarta complementado com dois horários

de sexta-feira destinados à FMT, e os demais horários destinados à FGB.

Unidades Curriculares da Formação Básica

Unidades Curriculares da Formação para o Mundo do Trabalho

Aulas Complementares

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Entende-se por Aulas Complementares Não-Presenciais Obrigatórias, àquelas que são

realizadas mediante o ensino direcionado pelo professor e que faz parte da carga horária total da

matriz curricular e seus conteúdos fundamentais. Estas são efetivadas por um conjunto de estratégias

pedagógico-didáticas com objetivo de enriquecer o processo ensino aprendizagem que permite, no

âmbito do currículo, articulação entre teoria e prática e a complementação dos saberes e habilidades

a serem desenvolvidas durante o período de formação humana integral do estudante. Assim podem

ser utilizadas metodologias pedagógicas contextualizadas e planejadas com o intuito de estimular a

autonomia e o protagonismo do estudante, podendo ser desenvolvidas por práticas inovadoras

inclusive utilizando-se das novas tecnologias digitais. Estas aulas são necessárias para a

integralização da carga horária total e deverá ser identificada no histórico do aluno.

5. ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS DAS MODALIDADES E


FORMA DE OFERTA

No estado do Pará, além da oferta da etapa (ensino médio regular), existem outras

modalidades e/ou formas diferenciadas de organização e ofertas de ensino médio na rede estadual.

A seguir será abordada a base teórico-metodológica destas modalidades e formas de organização

de ensino médio no contexto da Lei nº 13.415/17,conforme suas coordenações:

COORDENAÇÃO DE ENSINO SISTEMA MODULAR DE


MÉDIO ENSINO
SOME

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO SISTEMA EDUCACIONAL


DAS ÁGUAS E DAS FLORESTAS INTERATIVO
CECAF

COORDENAÇÃO DE PROMOÇÃO ENSINO MÉDIO EM TEMPO


DA IGUALDADE RACIAL INTEGRAL

COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO COORDENAÇÃO DE ED.


DE JOVENS E ADULTOS ESCOLAR INDÍGENA
CEJA

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5.1 - EDUCAÇÃO DO CAMPO
O presente documento busca dar organicidade ao

Documento Curricular do Estado no que se refere a Educação

do Campo enquanto Modalidade da Educação Básica em

direção à consolidação do currículo específico orientado

pelos princípios da Pedagogia da Alternância, que busca

valorizar o dialogo entre os múltiplos saberes, tendo o

trabalho como eixo articulador das aprendizagens

estabelecendo plexos que conjuguem as dimensões culturais, os direitos sociais e a formação

integral dos jovens do campo, das águas e das florestas da Amazônia Paraense. A organização

curricular em questão está organizada por Áreas do Conhecimento e seus Itinerários Formativos nos

termos da Lei de nº 13.145 de 16/02/2017, da Resolução CNE-CEB N°02/2012 Art. 8º, CNE-CEB Nº

3/2010 Artigo 4º Inciso III e Resolução Nº 01/2009, somando-se as Diretrizes Curriculares Nacionais

das Escolas do Campo e aos dispositivos legais que regulamentam a Educação do Campo como

Modalidade em nível local. Sendo assim, delineia-se um novo horizonte para a Educação do Campo

no Estado do Pará, o qual abraça a vida e valoriza os sujeitos do campo.

INTRODUÇÃO

Fruto da luta dos Movimentos Sociais do Campo a Educação do Campo passou a figurar

como uma Modalidade da Educação Básica Brasileira, por meio do estabelecimento das Diretrizes

Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo - Resolução CNE/CEB Nº01 de 03 de

abril de 2002, deste estabelecimento Estados e Municípios tem promovido a adequação de suas

normativas para atendimento e estabelecimento da Modalidade em questão. Atenta a este

movimento o Conselho Estadual de Educação estabeleceu a Resolução Nº 01/2010 que organiza o

funcionamento da Educação Básica em nível local e esta traz em seu Capítulo IX as determinações

para o oferta da Educação do Campo no Estado do Pará no Art. 96, com adequação dos conteúdos

curriculares e metodologias apropriadas às realidades, necessidades e interesses dos sujeitos do

campo, incluindo adequação do calendário escolar aos ciclos produtivos e climáticos, assim como,

adequação à natureza do trabalho para garantia da universalização do acesso da população do

campo à Educação Básica. Ao longo da história adequações às ofertas de ensino vem acontecendo

e hoje vivenciamos a implantação de um Documento Curricular do Estado com foco no atendimento

do Ensino Médio que nos mobiliza a construção de uma proposta pedagógica dialógica, humana,

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plural e que acima de tudo traga os múltiplos seres, saberes e fazeres amazônicos como

estruturantes do processo educativo.

Desafiamo-nos à compreensão das multiplicidades amazônicas cujos sujeitos educam e se

educam nas relações cosmogânicas e cosmologias antes mesmo de chegar aos bancos escolares por

meio da produção da vida e nosso desafio enquanto Secretaria de Estado de Educação é ofertar uma

educação de dialogue com os modos variados de existência no campo para garantia da efetivação

do direito à escola que não determine saberes, mas que promova relações entre variados saberes,

por meio de mediações pedagógicas adequadas ao atendimento do Campo, as Águas e as Florestas.

Tais questões nos levam a considerar a Pedagogia da Alternância como metodologia capaz de

promover a qualidade do processo educativo ancorado no princípio dialógico que assegura o

respeito à cultura dos grupos sociais, assim como valoriza os diferentes saberes e a produção coletiva

do conhecimento. Ancora-se também no princípio da práxis na construção de um processo

educativo que tenha por base o movimento de ação-reflexão-ação e a perspectiva da transformação

da sociedade e por fim é condição precípua a construção do processo educativo pela via da

interdisciplinaridade com foco na articulação entre saberes locais, regionais e globais na garantia do

livre trânsito entre os campos dos saberes e dos conhecimentos.

A Pedagogia da Alternância assume um papel fundamental nos processos de formação e

desenvolvimento local, inserindo-a no conceito do trabalho, cultura e as diferentes formas de

comunicação, exigindo de maneira contundente a compreensão e o domínio de novos

conhecimentos científicos e tecnológicos, além da formação de valores integrados a um esforço

autêntico pela construção de uma realidade sustentada por princípios estéticos, éticos, políticos e

culturais voltados para o bem comum e para um estado de bem estar social.

No espírito dialógico reside a presente Proposta Curricular, no entendimento que a Educação

do Campo é um direito e se realiza em diferentes territórios estruturando-se por meio de práticas

educativas que incorporam a diversidade do campo, das águas e das florestas da Amazônia Paraense,

sendo também um exercício de ampliação das possibilidades de criação e recriação das condições

de existência da vida camponesa, ribeirinha, da florestania, pesqueira, enfim dos múltiplos territórios

do campo, das águas e das florestas.

Portanto, a proposta Curricular do Estado do Pará para a Educação do Campo visa construir

uma educação no campo e para o campo, considerando os seguintes princípios:

• Proporcionar a aprendizagem que interligue saberes;

20
• A pesquisa como princípios educativos;

• Gestão educativa e compartilhada;

• Alternância de tempos entre a escola, a família e a vida social no campo;

• Compromisso com o desenvolvimento sócio - ambiental que respeite os princípios da

sustentabilidade;

• Formação integral da pessoa, levando em consideração as dimensões intelectual, humana e

social, corporal, estético e ético espiritual;

• Educação para a transformação social;

• Realidade do campo como base da produção do conhecimento.

• É nessa articulação entre escola, famílias e contexto sócio-político que encontramos a

essência da Educação do Campo e de uma Alternância Integrativa.

ORGANIZAÇÃO DOS TEMPOS FORMATIVOS

A presente proposta está organizada em Alternâncias Pedagógicas de tempos/espaços

formativos, descritos como Tempo Escola - TE e

Tempo Comunidade - TC, que são responsáveis pela ESCOLA

integração dos conhecimentos. O TE compreende o

momento de estudo dos conhecimentos

sistematizados advindos do campo dos saberes

acadêmicos intercalados aos saberes FAMILIA COMUNIDADE

tradicionais/locais e o TC compreende o momento

de problematização da realidade, donde emergirão os temas-geradores que mobilizarão os

campos curriculares , assim como tratará da execução da prática pesquisada no TE. A alternância

Pedagógica articula aprendizados e saberes entre escola, família e comunidade.

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I CICLO II CICLO
ÁREA DO
MARCOS LEGAIS CAMPOS DE SABERES E PRÁTICAS
CONHECIMENTO 1ª 2ª 3ª 4ª

FASE FASE FASE FASE

Linguagem Letras e Linguagens: Literaturas e


Códigos e Suas Sociedades, Corpo e Movimento, 115h 115h 115h 105h
Tecnologias Linguagens e Cultura
LEI Nº 9394/96
Matemática e Etnomatematica: Letramento Matemático
Res. CNE-CEB 115h 115h 115h 105h
Suas Tecnologias
Nº 02/2012 Art. 8º
Ciências da Etnociencias, Biologia, Física e Química
Formação Geral
Natureza e Suas aplicadas à Educação do Campo 115h 115h 115h 105h
( BNCC ) Tecnologias

Lei 13.415- Ciências Concepções Filosóficas:Pensamento


16/02/2017 Humanas e Suas Histórico, Geográfico e Sociológico
Tecnologias 115h 115h 115h 105h

BASE NACIONAL COMUM CH/TOTAL 1.800H 460 460 460 420

NÚCLEO PROJETOS
INTEGRADORES DE
DE ITINERÁRIOS FORMATIVOS 1ª 2ª 3ª 4ª
ENSINO
FORMAÇÃO FASE FASE FASE FASE

Projetos integrados Língua inglesa instrumental, comunicação 22h 22h 22h 8h


de ensino da popular e mídias
linguagem e suas
tecnologias A Arte no contexto da educação do campo, 22h 22h 22h 8h
literatura e redação com ênfase local
FORMAÇÃO PARA O
MUNDO DO Projetos integrados Educação financeira no campo e gestão do 22h 22h 22h 8h
TRABALHO de ensino da estabelecimento familiar
matemática e suas
tecnologias Sistema de comercialização familiar: Prestação de 22h 22h 22h 8h
ÁREA DAS AGRÁRIAS serviços, troca e consumo

Projetos integrados Plano de manejo na utilização agroecológica e 22h 22h 22h 8h


$3º - ARTº36 DA de ensino das soberania alimentar das amazônias
ciências da natureza
LEI 13.415 e suas tecnologias Turismo e produção Rural familiar de base 22h 22h 22h 8h
DE06/02/2017/ PR ecológicas

Organização social da juventude do 22h 22h 22h 8h


ARTº13 E 14 Projetos integrados campo :Identidade, Cultura, Gênero e Etnia
CNCT/2012 de ensino das
Direito a terra e ao território:Territorialidade 22h 22h 22h 8h
ciências humanas
amazônica e saberes culturais específicos

22
Sistema de Produção Agroecológicos 115h ------ ------- --- ---
Projetos de ensino
em agroecologia
Sistema Orgânico de Produção ------- 115 ------- --- ---

Economia Solidária, Associativismo e ------- ------- 115 --- ---


Cooperativismo

Produção Extrativista ------- ------ ------- 115

Campo de saberes e Legislação e certificação de produtos 10h 10h ------- -------


práticas eletivas agroecológicos

Funcionamento do estabelecimento ------- ------- 10h 10h


agroextrativista

Projeto de Vida Projeto Pessoal do Jovem do Campo – PPJ, ------- ------- ------- 115
Pesquisa Aplicada à realidade do Jovem

ITINERÁRIOS FORMATIVOS CH/TOTAL 1.200H 300h 300h 300h 304h

CARGA HORÁRIA TOTAL DO CURSO 3.000H 760h 760h 760h 724h

TE - Tempo Escola: Momento em que o educando permanece no espaço escolar sistematizando o

saber, recebendo orientações dos educadores (as), desenvolvendo aprendizagens sobre os saberes

técnicos - científicos das áreas do conhecimento, pensando, organizando pesquisas, dialogando com

os demais, socializando conhecimento e aprendizados.

TC - Tempo Comunidade: Momento em que os educandos compartilham com a família e

comunidade os conhecimentos , bem como, realizam pesquisas, projetos individuais e em grupos

com o acompanhamento dos educandos e educadores.

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (LDB, Artº 24, V, “a “)

A avaliação do desempenho do aluno deve ser contínua a acumulativa em prevalência dos

aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de

eventuais provas finais“.

A avaliação, é um valioso instrumento do (a) professor(a) e acompanha todo o processo de

ensino/ aprendizagem, falamos aqui de uma avaliação que se faz presente durante todo o percurso

do processo educacional (Avaliação Contínua e processual). Inicialmente ela subsidia a

realização do planejamento dos professores explicitando elementos que irão pautar a aprendizagem

desejada e/ou meta traçada. Neste sentido, a avaliação inicial informa: Quem são os alunos que

recebemos, que conhecimentos trazem, quais seus anseios junto ao saber, seus desejos, suas

23
prioridades de conhecimento etc., assim, pontuamos aqui, um dos instrumentos avaliativos para

alcançar este objetivo a Cartografia Social.

Avaliação é um instrumento permanente do trabalho docente, tendo como propósito

observar se o aluno aprendeu ou não, podendo assim refletir sobre o nível de qualidade do trabalho

escolar, tanto do aluno quanto do professor, gerando mudanças significativas. (LIBÂNEO,

1994,P.195).

Durante o trabalho pedagógico, ela oferece os dados para o educador e/ou educadora para

que possa agir como um (a) mediador (a) sempre atento ao progresso do(a) educando(a), para que

consigam chegar até a meta esperada, bem como, “puxar” os que estão atrasados e diminuir os

passos para que o grupo possa acompanhá-lo, organiza formas para diminuir dificuldades

encontradas, levando todos a se envolver e se ajudar além de avaliar sua atuação pedagógica.

O curso se pauta num processo de construção de competências e habilidades onde os

discentes se tornem protagonistas de sua própria aprendizagem, na medida em que avançam na

construção do seu processo educacional e na vivência e articulação de conhecimentos suscetíveis de

enriquecer o processo formativo, numa perspectiva dialógico e reflexiva. Nesta visão, a avaliação

deve ser orientada pelo domínio das competências e saberes estabelecidos no curso, sempre

levando em consideração a individualidade do (a) aluno (a) e o contexto sócio, econômico, étnico e

cultural. Para a pedagogia da alternância o processo formativo perpassa pelo Tempo Comunidade

(TC) e Tempo Escola (TE), neste sentido, o processo avaliativo caminha concomitante (TC e TE). assim

sendo, serão utilizadas a diversificação de estratégias e instrumentos de avaliação fundamentais na

pedagogia da alternância para a avaliação do ensino e para a avaliação da aprendizagem, por meio

de diagnose, cumulativa e processual, construídos durante a execução das fases de forma articulada

às atividades curriculares, assim, pontuamos alguns instrumentos:

AVALIAÇÃO DO ENSINO ( PROPOSTAS DE INSTRUMENTOS)


Fichas de autoavaliação docente - que deverá expressar análise do aproveitamento

individual de cada docente a partir de uma auto reflexão sobre seu desempenho e participação nas

atividades curriculares do curso, podendo subsidiar a avaliação geral sobre o processo;

Plenárias de avaliação - nesta ação, os discentes do curso, podem manifestar a avaliação

sobre o desempenho individual e coletiva dos educadores;

Reuniões docente - em que os educadores, coletivamente possam avaliar o processo, se

auto- avaliar e avaliar o desempenho de seus pares;

24
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM (PROPOSTAS DE INSTRUMENTOS)
Produção individual e coletiva - material construído pelos discentes e relacionado a um

determinado período de formação;

Projetos de Ação - ações organizadas pelos discentes, com acompanhamento e orientação

dos docentes, definido por uma situação problema junto a comunidade;

Projeto Pessoal do Jovem (P.P.J) - este, elaborado pelos discentes, sob a orientação dos

docentes, com os temas que respeite seus arranjos produtivos e/ou seu projeto de vida;

Outros - seminários/ palestras/ debates/ produção textual/ estudos dirigidos/ relatórios/ produção

artística/ memorial

AS ESTRATÉGIAS DE AVALIAÇÃO BASEADAS NA LDB 9394/96 OBEDECE ALGUMAS

CONDIÇÕES, SÃO ELAS:


• Promover articulação entre teoria e Prática;
• Educação e trabalho num processo contínuo;
• Respeitar as características dos diferentes componentes curriculares previstos nos planos de

curso;
• Respeitar a diversidade da clientela quanto à faixa etária;
• Valorizar competências adquiridas e experiências anteriores;
• Deve servir de instrumento de diagnóstico permanente da prática pedagógica e da qualidade

do ensino ofertado, sendo os seus resultados computados e divulgados ao final da aplicação

dos instrumentos de avaliação.

Portanto, a avaliação é um elemento de integração entre a aprendizagem e o ensino. O

processo avaliativo, cuidadosamente planejado, para colocar os discentes em contato com objetos,

fatos e coisas, que se pautará na matriz curricular que envolve a Base Nacional Comum Integrada

aos Itinerários Formativos da Agroecologia, conforme organização didática do curso na

perspectiva de garantir a qualidade do curso se valendo dos instrumentos, acima supracitados, para

avaliar as áreas do conhecimento em cada fase do curso. Considerando a avaliação contínua e

processual, ao final, de cada Fase, será gerado uma média por área do conhecimento que será de

acordo com a média estabelecida pela Rede Estadual de Ensino, utilizando-se da recuperação

paralela, se necessário.

25
Na 4ª Fase do curso o educando irá elaborar e apresentar seu P.P.J (Projeto Pessoal do Jovem),

orientado pelos educadores das áreas de conhecimento. Os diários de classe devem conter a carga

horária do Tempo Escola (TE), equivalente a 80% do total do curso, e Tempo Comunidade (TC)

equivalente a 20% do total do curso em cada área do conhecimento de cada Fase, bem como, as

atividades de pesquisa, estudo,experimentação e ações em geral).

O aluno só ficará retido ao final da 2ª Fase e ao final da 4ª Fase, ou seja, na finalização dos

ciclos, se não alcançar a média estabelecida pela instituição educacional, e a frequência estabelecida

de acordo com a legislação que é de 75% .

CARGA HORÁRIA

A carga horária total do curso será de 3.000 horas.

Em cada fase, os tempos formativos, serão assim organizados:

ENSINO MÉDIO CAMPO TEMPOS DIAS

FORMATIVOS
1ª FASE TC
152h TE
608h TOTAL
760h LETIVOS
156d

1º CICLO 2ª FASE 152h 608h 760h 156d

3ª FASE 152h 608h 760h 156d

2º CICLO 4ª FASE 145h 579h 724h 150d

TOTAL 601h 2.403h 3.004h 618 dias

Na 4ª Fase os alunos deverão cumprir, paralelamente, CH 115h na construção do PPJ

com orientação e acompanhamento dos educadores (as) de todas as áreas do conhecimento.

26
DEMONSTRATIVO DE CARGA HORÁRIA DE 1ª 2ª 3ª FASE

DEMONSTRATIVO DE CARGA HORÁRIA NA 4ª FASE

27
DEMONSTRATIVO DOS DIAS LETIVOS COM 5 HORAS DE AULA (RELÓGIO): TEMPO ESCOLA

E TEMPO COMUNIDADE: 1ª 2ª E 3ª FASE

DEMONSTRATIVO DOS DIAS LETIVOS COM 5 HORAS DE AULA (RELÓGIO) : TEMPO

ESCOLA E TEMPO COMUNIDADE/ 4ª FASE

28
ANEXO
MODELO DE MAPA DE AVALIAÇÃO PROCESSUAL, CONTÍNUA E CUMULATIVA

MAPA AVALIATIVO 1ª FASE

PROFº (A): ______________________________________________________________

ÁREA DO CONHECIMENTO/ITINERÁRIO: _____________________________


RELATÓRIO TRABALHO DE TRABALHO EM NOTA
Nº EDUCANDO (A) INDIVIDUAL SEMINÁRIO
VISITA DE PESQUISA EQUIPE GERAL
CAMPO
01 JOÃO DOS SANTOS MEDEIROS 3,0 2,0 2,0 2,0 1,0

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20
SUGESTÕES DE INSTRUMENTOS AVALIATIVOS

SEMINÁRIOS RELATÓRIOS AVALIAÇÃO

COLETIVA

PALESTRAS PRODUÇÃO ARTÍSTICA LUAU E/OU SARAU

DEBATES MEMORIAL RELATO DE

EXPERIÊNCIAS

PRODUÇÃO TRAB.DESEN.NA SUA PRODUÇÃO PESQUISAS

TEXTUAL (COLETIVAS E/OU


PRTICULAR E LOCAL
INDIVIDUAL)

____________________________ ____________________________________

ASSINATURA DO COORDENADOR(A) ASSINATURA DO PROFESSOR(A)

29
PERFIL DO EDUCADOR

Para o atendimento dos pressupostos constantes desta Matriz Curricular o profissional deve

possuir perfil interdisciplinar como formação teórico-prática para atuar nas Áreas do Conhecimento

com condições de desenvolver ações educativas de ensino e pesquisa no âmbito escolar, articulando

os conteúdos curriculares, saberes da experiência e da ciência à necessidade e realidade do campo,

das águas e das Florestas da Amazônia Paraense. Que seja capaz de articular de maneira

interdisciplinar os saberes dos educandos a outros que sejam objeto do conhecimento, atuando com

criticidade na realidade sócio-histórica e com disponibilidade para atuar no Tempo Escola e Tempo

Comunidade.

Neste sentido, aponta-se como prioridade na atuação das Escolas do Campo os Educadores

com Licenciatura em Educação do Campo com ênfase nas Áreas do Conhecimento e/ou Licenciados

em Etnodesenvolvimento.Na área dos Projetos de Ensino em Agroecologia o profissional deverá ter

formação na aŕea da Agroecologia e/ou aŕeas afins das agrárias

5.2 - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

A Educação de Jovens e Adultos é respaldada por extensa

base legal. Destacamos a Constituição Federal de 1988, cujo texto

enfatiza a educação como “direito público subjetivo”. A Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, referenda no

Art. 37 a Educação de Jovens e Adultos, que passa a ser

considerada uma modalidade da educação básica nas etapas do ensino fundamental e médio,

usufruindo de especificidade própria que, como tal deveria receber um tratamento conseqüente. A

concepção de educação e aprendizagem ao longo da vida é trazida posteriormente, através da Lei

13.632/2018.

O Parecer CNE/CEB 11/2000 tem a EJA como objeto, tratando das Diretrizes Nacionais

Curriculares para a modalidade. O documento apresenta as perspectivas reparadoras, equalizadoras

e qualificadoras da EJA, enfatizando que a mesma “é um modo de ser do ensino fundamental e do

ensino médio”, se configurando como “chaves de abertura para o mundo contemporâneo em seus

desafios e exigências mais urgentes e um dos meios de reconhecimento de si como sujeito e do

outro como igual” (BRASIL, 2000, p. 67).

30
BNCC e currículos têm papéis complementares para assegurar as aprendizagens essenciais

definidas para cada etapa da Educação Básica, uma vez que tais aprendizagens só se materializam

mediante o conjunto de decisões que caracterizam o currículo em ação. São essas decisões que vão

adequar as proposições da BNCC à realidade local, considerando a autonomia dos sistemas ou das

redes de ensino e das instituições escolares, como também o contexto e as características dos alunos

(BRASIL, 2017, p. 17).

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) já identificam e explicitam como grandes desafios

do Ensino Médio na atualidade a necessidade garantir a permanência e as aprendizagens dos

estudantes, respondendo às suas aspirações presentes e futuras, para além da urgência de

universalizar o atendimento. Para tanto, chamavam atenção para os sujeitos da Educação de Jovens

e Adultos:

Com a perspectiva de um imenso contingente de adolescentes, jovens e adultos que


se diferenciam por condições de existência e perspectivas de futuro desiguais, é que
o Ensino Médio deve trabalhar. Está em jogo a recriação da escola que, embora não
possa por si só resolver as desigualdades sociais, pode ampliar as condições de
inclusão social, ao possibilitar o acesso à ciência, à tecnologia, à cultura e ao trabalho
(BRASIL, 2011, p. 167).

Adotando uma noção ampliada e plural de juventude, entendida como “diversa, dinâmica

e participante ativa do processo de formação que deve garantir sua inserção autônoma e crítica

no mundo”, os sujeitos da EJA estão também articulados com essa “multiplicidade de

atravessamentos sociais e culturais, produzindo múltiplas culturas juvenis ou muitas juventudes”

(BRASIL, 2011, p. 155).

As finalidades da etapa do ensino médio, estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da

Educação (LDB, Art. 35) vão demandar que a escola acolha esses sujeitos, garantindo o direito à

educação e a oportunidade do prosseguimento dos estudos a todos aqueles que assim o

desejarem, promovendo a educação integral dos estudantes no que concerne aos aspectos

físicos, cognitivos e socioemocionais.

O atendimento às necessidades de formação geral, indispensáveis ao exercício da

cidadania, e a resposta à diversidade de expectativas dos jovens quanto à sua formação,

demandam a reinterpretação de tais finalidades, a partir dos diversos contextos educacionais do

31
nosso país. O Documento Curricular do Estado do Pará contempla a EJA na seção 5, “As

modalidades de ensino e as formas de oferta do novo ensino médio no Pará”, que trata das

diversas modalidades e formas diferenciadas de oferta do ensino médio e aponta as concepções

teórico-metodológicas gerais da EJA. Norteadas pelos princípios freireanos da Politicidade e

Dialogicidade do Ato Educativo, Transversalidade, Contextualização, Transformação social e

Interculturalidade, tais concepções serão explicitadas com os detalhamentos de sua diversidade

de atendimentos nos Cadernos Pedagógicos, a serem encaminhados na apresentação da Matriz

Curricular à Rede Estadual.

FORMAS DE OFERTA

Os organizadores de tempos, espaços e conhecimentos da oferta de EJA, em um currículo

comprometido com a identidade e emancipação dos sujeitos da EJA, perpassam a diversidade de

atendimentos à diversidade de sujeitos alcançados: privados de liberdade, indígenas imigrantes e

refugiados, ingressantes na rede estadual e educandos nos entre- tempos de jovens e adultos. Como

princípios curriculares, ressaltamos a Flexibilidade, a Interdisciplinaridade, a Pluralidade de Saberes

e Linguagens, a Práxis, o Trabalho, os Movimentos Sociais e a Dialogicidade como princípios

educativos.

As Itinerâncias por Áreas do Conhecimento (Itinerários de Flexibilização), que compõem a

proposta de Matriz Curricular, se abrem para a possibilidade de ofertas diversificadas, buscando

processos de flexibilização que contemplem essa multiplicidade de Campos de Práticas e Saberes

atendidos pela Coordenação, conforme expostos no mapa conceitual da atuação de nossa

Coordenação.

A estrutura segue em lógica anual, mas organizada por semestres e dividida em duas etapas

de formação para conclusão do nível de ensino, totalizando 1.200h de Formação Geral Básica e 800h

de Itinerâncias por Áreas do Conhecimento, com carga horária total de 2.000h para a integralização

do currículo do Ensino Médio EJA em etapas. A carga horária diária será de 6 (seis) tempos de aula,

distribuídas em 20 (vinte) semanas letivas semestrais.

É importante destacar que as turmas que funcionam no Sistema Prisional seguirão a matriz

da Educação de Jovens e Adultos, respeitando as especificidades e necessidades do trabalho

pedagógico no cárcere. Os Centros de Educação de Jovens e Adultos(CEEJAs), assim como as turmas

do Projetos Saberes da EJA, permanecerão com suas matrizes curriculares específicas.

32
A partir destes campos de ação e atuação, espaços pedagógicos e identidades dos sujeitos,

metodologias e objetivos fins da EJA, a diversidade de formas e meios de implantação e

implementação da Matriz Curricular da EJA envolvem a identificação de estratégias de:

• Avaliação: definição de possibilidades de instrumentos de avaliação processual ao longo das

etapas, envolvendo o campo de saberes e práticas e as áreas do conhecimento;


• Metodologias: considerando a diversidade de contextos da oferta, buscamos os significados,

sentidos, teorias e possibilidades de desenvolvimento da prática pedagógica por meio de

metodologias ativas, centradas nos sujeitos educandos, ativos neste processo de

aprendizagem.
• Formação de professores: mecanismos que favoreçam a reflexão sobre a ação e a pesquisa

como princípio educativo, em programas de formação permanente para os educadores da

EJA;
• Parcerias e recursos possíveis: arranjos e articulações locais que favoreçam o diálogo da

escola com a comunidade em que está inserida.

Tais caminhos, delineadores das marcas identitárias que diferenciam a organização por

competências, habilidades e os objetos de conhecimento para o público da EJA, nortearam a

presente proposição curricular e serão explicitados nos Cadernos Pedagógicos de apresentação

desta proposição curricular. O aluno trabalhador, com trajetórias singulares que geraram distorções

idade/série ou falta de acesso à escolarização, amplia seus horizontes e efetiva a garantia de seus

direitos de cidadão através do processo de escolarização, cujos caminhos curriculares são indicados

pela presente Matriz.

33
MODELO ILUSTRATIVO DE HORÁRIO

HORA / DIA SEG TER QUA QUI SEX

1º TEMPO FGB FGB FGB FGB FGB

2º TEMPO FGB FGB FGB FGB FGB

3º TEMPO FGB FGB FGB FGB FGB

INTERVALO

4º TEMPO FGB IAC IAC IAC IAC

5º TEMPO FGB IAC IAC IAC IAC

6º TEMPO FGB IAC IAC IAC IAC

REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. Promulgada em 5 de outubro de 1988.
Brasília, 1988.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação. Brasília, 2018.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Base 9394/96. Ministério da Educação. Brasília, 1996.
BRASIL. Lei 13.632/2018. Dispõe sobre educação e aprendizagem ao longo da vida. Brasília, 2018.
BRASIL. Parecer CNE/CEB Nº 9/2011. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica. Brasília, 2011.
BRASIL. Parecer MEC/CEB Nº 11/2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, 2000.
BRASIL. Resolução MEC/CNE Nº 01/2021. Institui Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos nos aspectos
relativos ao seu alinhamento à Política Nacional de Alfabetização (PNA) e à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e
Educação de Jovens e Adultos a Distância.
PARÁ. Documento Curricular do Estado do Pará: Etapa Ensino Médio. Volume II. Belém: SEDUC-PA, 2021.
PARÁ. Resolução Nº 001/2010 - Conselho Estadual De Educação - Dispõe sobre a regulamentação e a consolidação das
normas estaduais e nacionais aplicáveis à Educação Básica no Sistema Estadual de Ensino do Pará. Belém, Pará, 2010.
PARÁ. Resolução Nº 251/2021 - Conselho Estadual de Educação - Regulamenta as formas de concessão do título de notório
saber para a docência. Belém, Pará, 2021.

34
5.3 - SISTEMA EDUCACIONAL INTERATIVO

É uma alternativa metodológica de Ensino Médio Regular


Presencial com mediação tecnológica, visa atender alunos concluintes
do ensino fundamental e egressos do ensino médio das comunidades
rurais em que não há oferta da rede estadual de Ensino Médio ou em
que a demanda é superior ao número de vagas oferecidas. pela seduc.

Também chamado de Ensino Híbrido, o Ensino Presencial com Mediação Tecnológica é um


modelo inovador de proposta pedagógica adotado pela SEDUC PA, via SEI, ancorado em três
pressupostos metodológicos: presencialidade, mediação e interatividade.

A mediação: articulação das informações entre os professores ministrantes, professores


mediadores e alunos. Para que a mediação ocorra harmonicamente, as aulas planejadas pelos
ministrantes são compartilhadas com os mediadores com cerca de 15 dias de antecedência, para
que eles possam conhecer o que será transmitido pelos professores ministrantes, assim como
organizar as dinâmicas para as salas de aula.

A presencialidade: diz respeito à presença regular de docentes e alunos durante toda a


jornada de estudos, como ocorre no Ensino Médio Regular Presencial. Além de cumprir com a carga
horária de 800 horas/ano determinada pela Lei 9.394/96, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
este pressuposto garante momentos de interação entre docentes e alunos, corroborando para o
aprendizado.

A interatividade: contato no decorrer das transmissões das aulas entre os atores envolvidos
no processo de ensino e de aprendizagem, por meio das plataformas de tecnologia contempladas
pelo projeto. Contato este que pode ser estabelecido por meio de um chat ou por meio do aplicativo
Mano, que possibilita o acompanhamento das aulas pelos pais de alunos, por exemplo.

Para que a metodologia funcione, o SEI conta com dois atores pedagógicos: o professor
ministrante e o professor mediador.

• Professores ministrantes: licenciados plenos, lotados no Centro de Mídias- Belém,são


responsáveis pelo planejamento e transmissão das aulas.
• Professores mediadores: licenciado pleno, proveniente de Processo Seletivo Simplificado-
PSS, realizado pela SEDUC, responsável pelo acompanhamento diário de todas as atividades
dos alunos nas salas SEI em cada comunidade.

2 - Implantação de Sala SEI nas comunidades

Para que o SEI possa ser implantado nas comunidades rurais, é preciso haver oferta de escola
com 9º ano no município de vinculação dessas localidades, de forma que exista demanda de alunos
para cursar o Ensino Médio e formar um fluxo anual de entrada de alunos na 1ª série do Ensino
Médio.

35
2.1 Avaliação da infraestrutura das escolas polos

2.1.1 Sala de aula ou estrutura física paralela

Para que a SEDUC execute a instalação da infraestrutura do SEI, o município deverá


disponibilizar uma sala de aula de uma escola ou estrutura física paralela, em condições adequadas
comprovadas por meio de registros fotográficos, para que as transmissões possam ocorrer de forma
segura. A sala SEI deverá ser instalada em uma sala de aula comum de uma escola municipal indicada
pelo respectivo município, cuja gestão e matrícula estarão vinculadas a uma escola estadual,
chamada de escola sede. A escola municipal deve zelar pelo armazenamento e integridade dos
equipamentos.

A sala de aula ou estrutura da escola pólo deverá conter carteiras em condições e quantidade
adequadas para o número de alunos matriculados, seguindo o parâmetro de um aluno por metro
quadrado, aproximadamente, prevendo adequações de acessibilidade.

A sala de aula ou estrutura física paralela da escola pólo deverá ter fornecimento contínuo,
estável e seguro de energia elétrica durante todos os dias letivos. Caso a comunidade não disponha
de energia elétrica, o projeto poderá providenciar um gerador.

2.2 - Oitivas com os representantes de cada comunidade

Momento de apresentação do SEI à comunidade e escuta dos interesses da população


quanto a forma de oferta de educação para cada localidade. Caso ocorra a aceitação, os
representantes participam do planejamento curricular para escolhas de temas que serão inseridos
na organização curricular do ano letivo, e seja realizado, via projetos pedagógicos nas comunidades .

2.3 - Número de alunos

O município deve ter pelo menos 12 alunos para iniciar sua primeira turma do SEI. Enfatiza-
se que nem todos os alunos são habitantes da mesma comunidade, ou seja, é possível que alunos
de comunidades distintas e próximas se desloquem para assistirem juntos às aulas em uma escola
pólo, mediante oferta do transporte escolar municipal. Portanto, ao realizar as matrículas, é
importante que a SEMED da localidade verifique se os alunos têm condições de comparecer às aulas
na frequência ideal. A quantidade máxima de alunos permitida por sala é 35 alunos.

2.4 - Oferta das turmas

• 1º Ano do Ensino Médio – manhã


• 2º Ano do Ensino Médio – tarde
• 3º Ano do Ensino Médio – noite

36
2.5 - Estrutura da aula

As aulas totalizam 50 minutos de duração distribuídos da seguinte maneira:


• 25 minutos de aula conduzida pelo professor ministrante sobre o campo de saber específico
para a qual é licenciado;
• 15 minutos de atividades planejadas previamente pelo ministrantes, conduzidas pelo
professor mediador na sala de aula;
• 10 minutos de interatividade entre ministrante, mediador e alunos, utilizando ferramentas de
interatividade.
A estrutura apresentada é a mais utilizada, mas existem outras possibilidades de organização
das aulas, como: iniciar com a interatividade ou a interatividade durante todo o percurso da aula.

2.6 - Estrutura da sala de aula

A estrutura tecnológica contempla os seguintes itens: TV para acompanhamento das aulas


transmitidas via estúdio em Belém; computador utilizado pelo professor mediador; câmera para que
o professor ministrante visualize alunos e mediador, e vice-versa; microfone para comunicação entre
mediador, alunos e ministrante, impulsionando interatividade; impressora; antena para transmissão
dos conteúdos via satélite; armário cofre para armazenamento seguro dos equipamentos.

3 - Abrangência do SEI

• 12 Unidades Regionais: 01, 03, 04, 06, 08, 10, 11, 12, 13, 16, 18 e 20
• 31 Municípios: Anajás, Almeirim, Alenquer, Bagre, Breves, Cachoeira do Piriá, Chaves,
Curralinho, Dom Eliseu, Goianésia, Gurupá, Igarapé Miri, Itupiranga, Medicilândia, Melgaço,
Moju, Pacajá, Placas, Paragominas, Ponta de Pedras, Portel, Prainha, Santo Antônio do Tauá,
São Miguel do Guamá, São Sebastião da Boa Vista, Tucuruí, Ulianópolis, Uruará, Viseu e
Vitória do Xingu.
• 31 ESCOLAS SEDES ESTADUAIS
• 132 COMUNIDADES/ESCOLAS POLOS MUNICIPAIS
• 257 TURMAS
• 5.733 ALUNOS MATRICULADOS

4 - Novo Ensino Médio

A base para a organização da oferta da Formação Geral e do Mundo do Trabalho foi a Matriz
Curricular do Ensino Médio Regular (em apreciação pelo Conselho Estadual de Educação-CEE), visto
que o SEI é uma forma de oferta do Ensino Médio Regular.

37
38
5.4 - ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL

Instituído pela portaria nº 1.145, de 10 de outubro de

2016, atualmente disciplinado pela Portaria nº 2.116, de 2 de

dezembro de 2019, o Programa de Fomento à

Implementação de Escolas em Tempo Integral tem como

principal objetivo apoiar a ampliação da oferta de educação

em tempo integral no ensino médio nos estados e Distrito

Federal, com base nos critérios definidos pela referida portaria, por meio da transferência de recursos

para as secretarias estaduais e Distrital de educação. Suas principais metas estão diretamente ligadas

ao PNE (Lei 13.005/2014, Metas 6 e 7):


META 6: Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% (cinquenta
por cento) das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) dos (as) alunos (as) da educação básica (PNE).

Meta 7: fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e


modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a
atingir, progressivamente, até 2021, as seguintes médias nacionais para o Ideb:
6,0 para os anos iniciais do ensino fundamental; 5,5 nos anos finais do ensino
fundamental e 5,2 no ensino médio.

A organização dos componentes curriculares está determinada a partir das premissas legais

nacionais Lei 13.415/2017, conhecida como Reforma do Ensino Médio e portaria 2.116/2019 - MEC,

que normatiza o tempo mínimo de funcionamento e organização do tempo do aluno (09h50m de

aulas diárias) e número de aulas para os componentes Matemática e Língua Portuguesa.

Com a aprovação da BNCC e posteriormente a aprovação do Documento Curricular, etapa

ensino médio, por meio da Resolução 148/2021-CEE/PA e início de implementação em 2022 de

acordo com a portaria 521/2021 que estabelece o cronograma nacional para a implementação do

novo currículo. Tal reorganização curricular, parte da necessidade de compreensão dos desenhos

curriculares das EMTI, de modo que este promova equilíbrio entre as unidades curriculares da

Formação Geral Básica – FGB e a formação para o mundo do trabalho. A acomodação dos tempos

de cada unidade curricular para além das premissas legais do Novo Ensino Médio e Ensino Médio

em Tempo Integral, também tem a finalidade de subsidiar os processos de organização do trabalho

pedagógico, considerando: tempo de atividades com os alunos, tempo para o planejamento, para

os projetos integrados de ensino, campos de saberes e práticas eletivos, projeto de vida e avaliações.

39
MATRIZ CURRICULAR - ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL

ORIENTAÇÕES SOBRE NOVO ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL: DISTRIBUIÇÃO DE


UNIDADES CURRICULARES (BASE COMUM E PARTE FLEXÍVEL – ITINERÂNCIA)

Para efeito de distribuição das unidades curriculares do Novo Ensino Médio e sua relação ao

quadro de horário dos estudantes, a escola tem autonomia de construir seus arranjos pedagógicos,

respeitando a quantidade de tempos de aula de cada Campo de saberes e Práticas de Ensino e das

Unidades Curriculares da parte Flexível do Currículo constantes na Matriz Curricular, para tanto deve

garantir os 18 tempos de aulas voltados à Formação Geral Básica e os 27 tempos restantes da

Formação para o Mundo do Trabalho (Parte Flexível). A seguir apresentamos modelos Ilustrativos

de Arranjos curriculares, como sugestão para a organização destes tempos de aula.

40
Segue abaixo o Modelo ilustrativo: 18 Tempos para Formação Geral Básica e 27 Tempos para

Formação para o Mundo do Trabalho.


HORA/DIA SEG TER QUA QUI SEX
1° TEMPO FGB FGB FGB FGB FGB
2° TEMPO FGB FGB FGB FGB FGB
3° TEMPO FGB FGB FGB FGB FGB
INTERVALO LANCHE
4° TEMPO FGB FGB FGB FMT FMT
5° TEMPO FMT FMT FMT FMT FMT
INTERVALO ALMOÇO
6° TEMPO FMT FMT FMT FMT FMT
7° TEMPO FMT FMT FMT FMT FMT
INTERVALO LANCHE
8° TEMPO FMT FMT FMT FMT FMT
9° TEMPO FMT FMT FMT FMT FMT

ORIENTAÇÕES SOBRE O QUADRO: Nesta disposição os 18 Campos de Saberes e Práticas de Ensino da Formação Geral
Básica assim como as Unidades Curriculares da Formação para o Mundo do Trabalho estão dispostas num arranjo
horizontalizado, ou seja, ocupam praticamente os mesmo tempos de aula todos os dias da semana. Neste arranjo, portanto,
tanto FGB como FMT são vistas diariamente pelos estudantes, só alternando de turma para turma os componentes que
serão apresentados em cada dia da semana.

MODELO ILUSTRATIVO NOVO ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (HORIZONTAL)

HORA/DIA SEG TER QUA QUI SEX

1° TEMPO LGG (LPL) MAT (MAT) LGG (ART) CHS (GEO) LGG (EDF)

2° TEMPO LGG (LPL) MAT (MAT) LGG (ART) CHS (HIS) LGG (EDF)

3° TEMPO LGG (LEM) CNT (BIO) LGG (LPL) CHS (FIL) MAT (MAT)

INTERVALO LANCHE
4° TEMPO PPA CNT (QUI) Proficiência LEM CHS (SOC) PPA
Espanhol/inglês)

5° TEMPO PV CNT (FIS) Proficiência LEM OEP PPA


(Espanhol/inglês)
INTERVALO ALMOÇO
6° TEMPO PIE CHS PIE CNT PIE LGG PIE MAT OEP

7° TEMPO PIE
LACSCHS
1 PIE
LACSCNT
1 PIE
LACSLGG
2 PIE MAT
LACS 1 ELETIVA 2

LACS 1 LACS INTERVALO


1 LANCHE
LACS 2 LACS 1
8° TEMPO PIE LGG PIE MAT PIE CNT PIE CHS ELETIVA 1

9° TEMPO PIE
LACSLGG
1 PIE MAT
LACS 1 PIE
LACSCNT
2 PIE
LACSCHS
2 ELETIVA 1

LACS 1 LACS 1 LACS 2 LACS 2


ORIENTAÇÕES SOBRE O QUADRO: Nesta disposição incluímos os campos de saberes e práticas de ensino da Formação
Geral Básica e as unidades curriculares da Formação para o Mundo do Trabalho com a mesma disposição Horizontalizada,
ou seja, ocupando os mesmo tempos de aula todos os dias da semana. Conforme pode-se perceber, tanto FGB como FMT
são vistas diariamente pelos estudantes. Para as demais turmas de 1° ano, deve-se alternar os componentes que serão
apresentados em cada dia da semana.

41
MODELO ILUSTRATIVO NOVO ENSINO MÉDIO EM TEMPO INTEGRAL (VERTICAL)
HORA/DIA SEG TER QUA QUI SEX
1° TEMPO LGG (LPL) PIE LGG MAT (MAT) PIE LGG PPA
2° TEMPO LGG (LPL) PIE LGG MAT (MAT) PIE LGG PPA
LACS 1 LACS 2
3° TEMPO MAT (MAT) OEP CNT (BIO) OEP PPA
LACS 1 LACS 2
INTERVALO LANCHE
4° TEMPO LGG (EDF) PIE CHS CNT (QUI) PIE CHS PV
5° TEMPO LGG (EDF) PIE CHS CNT (FIS) PIE CHS ELETIVA 2
LACS 1 LACS 2
LACS 1INTERVALO ALMOÇO LACS 2
6° TEMPO CHS (GEO) PIE CNT LGG (ART) PIE CNT Proficiência LEM
LACS 1 LACS 2 (Espanhol/inglês)

7° TEMPO CHS (HIS) PIE CNT LGG (ART) PIE CNT Proficiência LEM
LACS 1 LACS 2 (Espanhol/inglês)
INTERVALO LANCHE
8° TEMPO CHS (FIL) PIE MAT LGG (LPL) PIE MAT ELETIVA 1
9° TEMPO CHS (SOC) PIE MAT LGG (LEM) PIE MAT ELETIVA 1
LACS 1 LACS 2
LACS 1 LACS 2
ORIENTAÇÕES SOBRE O QUADRO: Nesta disposição os campos de saberes e práticas de ensino da Formação Geral Básica assim
como as unidades curriculares da Formação para o Mundo do Trabalho estão dispostas num arranjo Verticalizado, ou seja, neste
arranjo os 18 Campos de Saberes da FGB estão dispostos de maneira a ocupar todos os tempos de aula em dois dias inteiros da
semana. Portanto os Tempos 27 destinados as Unidades Curriculares da FMT passam a ocupar os outros três dias inteiros da
semana. Desta forma, FGB e FMT são vistas pelos estudantes, em dias diferentes da semana, sendo destinado dois dias a FGB e 3
dias para a FMT. Para as demais turmas do 1° ano, deve-se alternar os componentes que serão apresentados na FGB e nos
respectivos dias da semana.

5.5 - APRESENTAÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR DA EDUCAÇÃO QUILOMBOLA

Considerando a aprovação da Lei no 13.415/2017, esta

Coordenadoria de Educação para Promoção da Igualdade Racial –

COPIR/DEB/SAEN, no que tange às mudanças necessárias para

implementação da Educação Escolar quilombola – Resolução

08/2012 – CNE/MEC – etapa Ensino Médio, buscou criar propostas

pedagógicas que caminhem ao encontro da formação cidadã

quilombola, na premissa de suas ancestralidades e identidades.

A proposta da Matriz Curricular da Educação Escolar Quilombola – etapa Ensino

Médio,objetiva “assegurar que as escolas quilombolas e as escolas que atendem estudantes oriundos

dos territórios quilombolas considerem as práticas socioculturais, políticas e econômicas das

comunidades quilombolas, bem como os seus processos próprios de ensino- aprendizagem e as

suas formas de produção e de conhecimento tecnológico”. Portanto faz-se necessário a

compreensão acerca da definição dos quilombos no Brasil e dos marcos legais que ensejaram a

conquista desses povos tradicionais em relação ao direito à educação.

42
Neste sentido, a educação quilombola deve ser permeada por um currículo que contemple a

dimensão simbólica do território, a cultura local, o sentimento de pertencimento, a ancestralidade e

a memória coletiva, e, no campo da Amazônia paraense deve ser organizada com e para os sujeitos

quilombolas e deve está pautada no respeito à diversidade, no combate ao racismo e à

discriminação, mas, sobretudo nos princípios da inclusão social e da emancipação dos sujeitos

quilombolas do campo.

A Educação Escolar Quilombola na Educação Básica deve fundamentar e direcionar a

concepção de educação escolar quilombola a ser ofertada em todos os níveis e modalidades de

ensino da educação básica, destinada ao atendimento das populações quilombolas rurais e urbanas

em suas mais variadas formas de produção cultural, social, política e econômica. Os esforços

engendrados pelo movimento social negro e pesquisadores de diferentes universidades foram

fundamentais para que os princípios basilares da Educação Escolar Quilombola fossem definidos e

estabelecidos pela Resolução CNE/CEB nº 8/2012 que em seu Art. 7º estabelece os princípios da

Educação Escolar Quilombola. São Eles:

Art. 7º A Educação Escolar Quilombola rege-se nas suas práticas e ações político-

pedagógicas pelos seguintes princípios:

I. Direito à igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade;

II. Direito à educação pública, gratuita e de qualidade;

III. Respeito e reconhecimento da história e da cultura afro-brasileira como elementos

estruturantes do processo civilizatório nacional;

IV. Proteção das manifestações da cultura afro-brasileira;

V. Valorização da diversidade étnico-racial;

VI. Promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, credo, idade e

quaisquer outras formas de discriminação;

VII. Garantia dos direitos humanos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e do controle

social das comunidades quilombolas;

VIII. Reconhecimento dos quilombolas como povos ou comunidades tradicionais;

IX. Conhecimento dos processos históricos de luta pela regularização dos territórios tradicionais

dos povos quilombolas;

X. Direito ao etnodesenvolvimento entendido como modelo de desenvolvimento alternativo

que considera a participação das comunidades quilombolas, às suas tradições locais, o seu ponto de

43
vista ecológico, a sustentabilidade e as suas formas de produção do trabalho e de vida;

XI. Superação do racismo – institucional, ambiental, alimentar, entre outros – e a eliminação de

toda e qualquer forma de preconceito e discriminação racial;

XII. Respeito à diversidade religiosa, ambiental e sexual;

XIII. Superação de toda e qualquer prática de sexismo, machismo, homofobia, lesbofobia e

transfobia; reconhecimento e respeito da história dos quilombos, dos espaços e dos tempos, nos

quais as crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos quilombolas aprendem e se educam;

XIV. Direitos dos estudantes, dos profissionais da educação e da comunidade de se apropriarem

dos conhecimentos tradicionais e das formas de produção das comunidades quilombolas de modo

a contribuir para o reconhecimento, valorização e continuidade;

XV. Trabalho como princípio educativo das ações didático-pedagógicas da escola;

XVI. Valorização das ações de cooperação e de solidariedade presentes na história das

comunidades quilombolas, a fim de contribuir para o fortalecimento das redes de colaboração

solidária por elas construídas;

XVII. Reconhecimento do lugar social, cultural, político, econômico, educativo e ecológico

ocupado pelas mulheres no processo histórico de organização das comunidades quilombolas e

construção de práticas educativas que visem à superação de todas as formas de violência racial e de

gênero (BRASIL, 2012).

Sob esta égide, a Educação Escolar Quilombola no campo da Amazônia paraense deverá ser

desenvolvida por meio da articulação com as demais políticas públicas que estão relacionadas com

os direitos dos povos e comunidades tradicionais, mas precipuamente no que tange ao cumprimento

das Leis no 10.639/03 e no 11.645/2008, do CNE/CP 03/2004, da Resolução no1 CNE/CP/2004. A

Educação Escolar Quilombola deverá ser garantida por meio da:

a. Elaboração de um currículo interdisciplinar, voltado para uma práxis que articule os

conhecimentos tradicionais dessas comunidades com os conhecimentos escolares sistematizados,

construídos a partir dos valores e interesses das comunidades quilombolas, no tocante ao projeto

de etnodesenvolvimento dessas comunidades e de desenvolvimento sustentável para o campo; E

para o fortalecimento da identidade étnicorracial, da história e cultura afro-brasileira africana

ressignificada nos territórios quilombolas;

b. Construção de um Projeto Político Pedagógico cuja essência esteja eivada pelas

especificidades histórica, cultural, política, econômica, social e, sobretudo, identitária;

44
c. Produção, divulgação e distribuição de material didático e de apoio pedagógico

específico em parceria com os sistemas de ensino e as instituições de Educação Superior;

d. Formação inicial e continuada para os professores quilombolas ou que atuam nos

territórios quilombolas;

e. Efetivação da gestão democrática da escola quilombola com a participação da

comunidade local e de suas lideranças, bem como a atuação de gestores e professores

preferencialmente quilombolas;

f. Alimentação escolar que atenda as necessidades socioculturais dessas comunidades;

g. Construção de escolas públicas nos territórios quilombolas por parte do poder

público e/ou em parceria com ONGS e outras instituições comunitárias, adequadas em sua estrutura

física ao contexto quilombola no que diz respeito aos aspectos ambientais, econômicos e

socioculturais de cada quilombo, assim como a garantia de acessibilidade a essas escolas.

As escolas de Ensino Médio na Educação Escolar Quilombola deverão estruturar seus projetos

politico-pedagógicos considerando as finalidades previstas na Lei no 9.394/96, a saber: a

consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental,

possibilitando o prosseguimento de estudos; a preparação básica para o trabalho e a cidadania do

educando para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar a novas condições de

ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; o aprimoramento do educando como pessoa humana,

incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a

teoria com a prática.

O Ensino Médio na Educação Escolar Quilombola deverá garantir aos estudantes a sua

participação em projetos de estudo e de trabalho, atividades pedagógicas dentro e fora da escola

que visem ao fortalecimento dos laços de pertencimento com a sua comunidade e ao conhecimento

das dimensões do trabalho, da ciência, da tecnologia e da cultura próprios das comunidades

quilombolas.

Além disso, esses estudantes deverão ter conhecimento da sociedade mais ampla, o seu

protagonismo nos processos educativos, a fim de participar de uma formação capaz de oportunizar

o desenvolvimento das capacidades de análise e de tomada de decisões, resolução de problemas,

flexibilidade, valorização dos conhecimentos tradicionais produzidos pelas suas comunidades e

45
aprendizado de diversos conhecimentos necessários ao aprofundamento das suas interações com

seu grupo de pertencimento.Eles também deverão ter acesso à articulação entre os conhecimentos

científicos, bem como os conhecimentos tradicionais e as práticas socioculturais próprias de seus

grupos étnico- raciais de pertencimento.

A proposição desta Coordenadoria será desenvolver em parceria com as Secretarias

Municipais de Educação, Associações, Federações e Coordenação Estadual de Comunidades

Quilombolas a implementação da Lei 10. 639/2003 em consonância com a resolução CNE/CEB no 8,

de 20 de novembro de 2012 garantindo às comunidades quilombolas o acesso a educação de

qualidade com base nas legislações vigentes direcionadas às políticas públicas educacionais,

estabelecendo interface com a política já existentes nestas comunidades.

46
47
5.6 - APRESENTAÇÃO DA MATRIZ CURRICULAR DO SISTEMA MODULAR DE ENSINO –
SOME

A implementação da Matriz Curricular do Novo Ensino

Médio, tendo por alicerce o Documento Curricular do Estado do

Pará (DCE-PA), inseriu o Sistema de Organização Modular de

Ensino (SOME) em uma nova estrutura educacional que, tendo por eixo basal: a perspectiva sócio-

histórica, protagonismo juvenil, formação humana integral dos estudantes, formação para o mundo

do trabalho, interdisciplinaridade, bem como a formação de professores.

Nesse bojo, as multiplicidades identitárias que tonalizam o SOME, por meio dos processos

culturais, econômicos e sócio-históricos das comunidades atendidas, serão considerados nos

percursos de ensino-aprendizagem.

A educação, neste Novo Ensino Médio Modular (NEMM) buscará, em sua relação

pedagógica, por intermédio histórico, promover reflexão e intervenção no mundo/comunidades, a

partir do (re)conhecimento de sujeitos coletivos populares, suas produções de saberes, culturas,

modos de pensar e histórias, situadas nas diversidades da região Norte.

Sob essa perspectiva é que professoras e professores, que atuam no Sistema Modular,

construirão como atividade do currículo flexível, junto com alunas e alunos, Projetos Integrados

Educacionais (PIE), Campos de Saberes e Práticas Eletivas (CS) e Projetos de Vida (PV) voltados à

realidade amazônica, às experiências dos sujeitos comunitários, com o intuito de contribuir para a

formação de lideranças engajadas na transformação social, promovendo ao final de cada módulo

uma culminância, onde serão apresentados os resultados práticos do currículo flexível.

Neste sentido, a organização do SOME, a partir da nova matriz curricular, promove

reorganização dos blocos de disciplinas e a continuidade da matriz curricular vigente para as turmas

de 2ª e 3ª séries, até sua terminalidade em 2023, considerando que a implementação do NEMM

acontecerá de forma gradativa, iniciando com a 1ª série do ensino médio, no ano letivo de 2022.

A nova matriz curricular do SOME apresenta quatro blocos (módulos do SOME), cada um

contemplando duas Nucleações (Formação Geral Básica e Formação para o Mundo do Trabalho). No

campo das áreas de conhecimento estão elencadas as Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e

suas Tecnologias, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas. A matriz também

engloba os Campos de Saberes e Práticas.

48
As Itinerâncias formadas por Projetos Integrados de Ensino, Campos de Saberes e Práticas

Eletivas e Projetos de Vida, são transversalidades das áreas de conhecimento e dos campos de

saberes e práticas, onde buscam atuar na formação do alunado para o mundo do trabalho.

Segue abaixo a estrutura dos blocos de componentes curriculares, organizados por

Formação Geral Básica e Formação para o Mundo do Trabalho, com suas respectivas cargas horárias:

BLOCO I (Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Artes e Língua Espanhola)

BLOCO II (Matemática e Física)

49
BLOCO III (Química, Biologia e Educação Física)

BLOCO IV (História, Geografia, Sociologia e Filosofia)

50
Diante da nova configuração curricular, a necessidade de organizar novos horários de aula
é premente, portanto, objetivando colaborar para a compreensão do Novo Ensino Médio Modular
na composição do horário de aula.

Exemplos dessa estrutura:

51
37
FORMAÇÃO GERAL
BÁSICA

www.seduc.pa.gov.br

2022

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