Trabalho Psicossociais
Trabalho Psicossociais
Trabalho Psicossociais
PSICOSSOCIAIS II
Contatos:
[email protected]
[email protected]
No livro lugar de fala de Djamila Ribeiro ela fala “O falar não se restringe ao ato de
emitir palavras, mas de poder existir. Pensamos lugar de fala como refutar a
historiografia tradicional e a hierarquização de saberes consequente da hierarquia
social”.
“Quando falamos de direito à existência digna, à voz, estamos falando de locus social, de
como esse lugar imposto dificulta a possibilidade de transcendência. Absolutamente não
tem a ver com uma visão essencialista de que somente o negro pode falar sobre
racismo”.
A teoria da perspectiva feminista e o conceito de lugar de representação desafiam
noções de identidades universais, como feminina e negra, e entendem que as pessoas
têm experiências diferentes com base no status social, gênero, raça e outras
características.Isso fica evidente na fala da autoral Djamila Ribeiro.
“A teoria do ponto de vista feminista e lugar de fala nos faz refutar uma visão universal de
mulher e de negritude, e outras identidades, assim como faz com que homens brancos,
que se pensam universais, se racializem, entendam o que significa ser branco como
metáfora do poder, como nos ensina Kilomba. Com isso, pretende-se também refutar
uma pretensa universalidade. Ao promover uma multiplicidade de vozes o que se quer,
acima de tudo, é quebrar com o discurso autorizado e único, que se pretende universal.
Busca-se aqui, sobretudo, lutar para romper com o regime de autorização discursiva.”
A autora também cita Rosane Borges, Como disse Rosane Borges, para a matéria O que
é lugar de fala e como ele é aplicado no debate público,51 pensar lugar de fala é uma
postura ética, pois “saber o lugar de onde falamos é fundamental para pensarmos as
hierarquias, as questões de desigualdade, pobreza, racismo e sexismo”.bem classificada
por Derrida como violenta.
Há pessoas que dizem que o importante é a causa, ou uma possível “voz de ninguém”,
como se não fôssemos corporificados, marcados e deslegitimados pela norma
colonizadora. Mas, comumente, só fala na voz de ninguém quem sempre teve voz e
nunca precisou reivindicar sua humanidade. Não à toa, iniciamos esse livro com uma
citação de Lélia Gonzalez: “o lixo vai falar, e numa boa”.
O tema do discurso pode ser visto desde o início do documentário , “De gravata e unha
vermelha”.Onde o jornal enfatiza “O mundo está chocado com a mudança de gênero”.
Todos estão compartilhando suas experiências, incluindo mulheres trans, homens
expressivos femininos, homens gays, entre outros . Uma garota trans descreve como
atrai olhares zombeteiros e desdenhosos e como se sente alvo de usá-lo. Outra garota
trans enfatiza a satisfação do sentimento desejado, mas também revela o bullying que
enfrenta na rua. Um menino trans relembra que sua família rejeitou sua identidade de
gênero desde a infância, enquanto Letícia compartilha sua frustração por ser forçada a
brincar com eles em uma identidade de gênero conflituosa. Várias histórias revelam
pressões sociais para se conformarem às normas de género, como a história de uma
pessoa trans cuja identidade é questionada na escola, e as lutas de drag queens e
homens gays desde a infância até à idade adulta. Laís, que toma secretamente os
hormônios da mãe, e uma menina trans que hesita em fazer a transição devido aos
estereótipos profissionais, mas é incentivada pela mãe a seguir seus sonhos.
oportunidades profissionais após a transição, como evidenciado pela história de Letícia, e
a representação das pessoas trans como doentes mentais no sistema de saúde. Estas
histórias destacam a importância de um lugar onde as vozes das pessoas trans possam
ser ouvidas e compreendidas em toda a sua complexidade e diversidade.