Civil VI

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FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS PIAUIENSE - FACAPI

Curso: Direito
Disciplina: Direito de Família
Professora: Esp. Josianne Maria da S. A. Pontes
Aluno(a): Anita Alves de Oliveira
Francisco Reginaldo Moreira Lima

ATIVIDADE EM DUPLA

CAMPO MAIOR, ABRIL/2024


ATIVIDADE EM DUPLA
01. O casamento irradia os seus múltiplos efeitos e consequências no ambiente social
e especialmente nas relações pessoais e econômicos dos cônjuges, e entre estes e
seus filhos, como atos de direito de família puros, gerando direitos e deveres que são
disciplinados por normas jurídicas. Conceitue efeitos jurídicos do matrimônio.
segundo Souza (2009): Efeitos jurídicos do casamento são consequências que se projetam
no ambiente social, nas relações pessoais e econômicas dos cônjuges, nas relações pessoais
e patrimoniais entre pais e filhos, dando origem a direito e deveres próprios e recíprocos,
disciplinados por normas jurídicas.

Maria Berenice Dias (2021, p. 467), dispõe que o casamento, além do ato de celebração,
também consiste na relação jurídica formada pelo matrimônio, que se expressa pela ideia de
comunhão de vidas, que, por sua vez, é o efeito por excelência do casamento. Segundo a
doutrinadora, o casamento deve ser entendido como um negócio jurídico bilateral que não
está afeto à teoria dos atos jurídicos, por ser regido pelo Direito das Famílias.
Paulo Lôbo (2021, p. 76), conceitua o casamento como sendo um ato jurídico negocial, em
que homem e mulher constituem família por livre manifestação de vontade, com o
reconhecimento do Estado.
Ainda que seu conceito e sua natureza jurídica sejam bastante discutidos, não se pode negar
que os indivíduos são livres para constituir casamento, porém, no que toca aos direitos e
deveres, ficam sujeitos aos efeitos jurídicos produzidos pelo vínculo conjugal, que, em sua
grande maioria, não dependem de suas vontades (DIAS, 2021, p. 470).

02. Como se classificam os Efeitos Jurídicos do Matrimônio?


Os efeitos jurídicos do casamento podem ser classificados em efeitos sociais, efeitos
pessoais e efeitos patrimoniais.

03. Comente sobre:


a) Efeitos sociais do matrimônio.
o matrimônio cria a família matrimonial, estabelece o vínculo de afinidade entre cada cônjuge
e os parentes do outro e emancipa o consorte de menor idade (CC, art. 5º, parágrafo único,
II).
O casamento produz efeitos sociais, tal qual, a constituição de uma entidade familiar. Trata-se
de um dos modelos múltiplos e possíveis de família e que conta com especial proteção do
estado. Nos termos do art. 5º, parágrafo único, II, do CC, o casamento do civilmente incapaz
produz a sua emancipação. Lembrando que só é possível o casamento daqueles em idade
núbil, ou seja, maiores de 16 anos. O casamento também produzirá o estabelecimento do
parentesco por afinidade entre um cônjuge e os parentes do outro cônjuge, conforme
determina o art. 1.595 do CC. Outro efeito social será a atribuição do estado de casado, com
a modificação do status personae anterior, ou seja, se antes o estado civil era solteiro,
divorciado ou viúvo, agora será casado. Após o casamento existente, válido e eficaz, perde-
se de forma irrecuperável o estado civil de solteiro, a partir daí, somente será possível ter o
estado civil de divorciado ou viúvo. O casamento ainda gera a presunção de paternidade dos
filhos nascidos na constância do casamento, conforme art. 1.597 do CC.
b) Efeitos pessoais do casamento.
Apresenta o rol dos direitos e deveres dos cônjuges e o dos pais em relação aos filhos. Os
efeitos pessoais dizem respeito aos cônjuges entre si, em suas relações uns com os outros, e
estão estampados no art. 1.565 e seguintes do Código Civil Brasileiro.
Entre eles, encontram-se deveres que são impostos a ambos os cônjuges, como a fidelidade
recíproca, a coabitação (vida em comum no domicílio do casal), a assistência e o respeito
mútuos, além do sustento, guarda e educação dos filhos.
Os efeitos de acepção social decorrem da eficácia erga omnes do casamento, ou seja, são os
que dizem respeito às implicações que prevalecerão em relação a terceiros.
A alteração do estado civil é um dos primeiros efeitos a serem observados quando da
celebração do casamento. A aquisição da condição de casado serve para dar publicidade à
qualificação pessoal e patrimonial do indivíduo, proporcionando segurança a terceiros frente
às relações jurídicas pactuadas (DIAS, 2021, p. 468).
A emancipação do cônjuge incapaz é outra repercussão que pode decorrer do casamento e,
eventual divórcio, antes do indivíduo completar 18 anos de idade, não tem o condão de
cessar a capacidade adquirida com o matrimônio. Por outro lado, a presunção relativa de
paternidade que se atribui ao consorte, em relação aos filhos nascidos na constância do
vínculo conjugal (CC 1.597), independentemente se a fertilização tenha ocorrido pelo contato
sexual ou mediante o método da reprodução assistida, é outra relevante eficácia de cunho
social, produzida com o casamento.

c) Efeitos patrimoniais do casamento.


Os efeitos patrimoniais giram em torno dos regimes de bens, da administração e preservação
patrimonial, bem como dos direitos sucessórios. Fixa o dever de sustento da família, a
obrigação alimentar e o termo inicial da vigência do regime de bens, dispõe sobre a
instituição do bem de família e sobre os atos que não podem ser praticados por um
dos cônjuges sem a anuência do outro, dentre outros efeitos.
Esses efeitos relacionam-se com o regime de bens determinado pelo casal na celebração do
casamento. O regime de bens, por sua vez, pode ser caracterizado pelo regramento
patrimonial que regerá a sociedade conjugal, cujo principal objetivo é solucionar questões
relativas à comunicabilidade, verificando no caso concreto se determinado bem integrará o
patrimônio do outro cônjuge (DIAS, 2021, p. 466).

As sequelas de ordem patrimonial são significativas, pois dependendo do regramento


adotado, poderá ocorrer a comunicabilidade inclusive no que se refere ao patrimônio
particular, como acontece no regime da Comunhão Universal de bens. No regramento da
Comunhão Universal, os bens adquiridos antes e durante o casamento comunicam-se entre
os respectivos cônjuges, inclusive doações e heranças, formando um patrimônio comum ao
casal. Na Comunhão Parcial de bens, o patrimônio adquirido antes do casamento compõe o
acervo particular e não se comunica entre os cônjuges, assim como as heranças, e as
doações anteriores à constituição do vínculo conjugal, ou posteriores, quando gravadas de
cláusula de incomunicabilidade. Por outro lado, é garantida a meação do que for adquirido
durante o casamento, ainda que exclusivamente por um dos consortes, uma vez que a lei,
nesse caso, presume o esforço comum para a aquisição.

Segundo o Código Civil (1.687 e 1.688), os nubentes podem optar, por meio do instrumento
do pacto antenupcial, pela incomunicabilidade total de seus bens, de tal forma que o
casamento não repercutirá na esfera patrimonial dos cônjuges, podendo cada um livremente
alienar e gravar de ônus real seus bens (DIAS, 2021, p. 711). Não haverá nenhuma
comunicação entre o acervo patrimonial, nem durante o casamento ou sequer com a sua
dissolução. Este regramento diz respeito ao regime da Separação Consensual de bens.
Conforme visto, a depender do regramento adotado pelo casal, os consortes perdem a
titularidade exclusiva do seu patrimônio, de modo que, com exceção do regime da Separação
Convencional, em todos os demais, o acervo que for adquirido por qualquer dos cônjuges,
durante o matrimônio, não lhes pertencerá com exclusividade, o que se denomina de
“mancomunhão” (DIAS, 2021, p. 468).

04. Cite os deveres recíprocos dos cônjuges à luz do art. 1.566 do CC.
De acordo com o artigo 1.566 do Código Civil, ambos os cônjuges têm o dever de fidelidade
recíproca, vida em comum no domicílio conjugal, mútua assistência, sustento, guarda e
educação dos filhos e respeito e consideração mútuos.
05. Cite e comente os principais aspectos dos Regimes de bens entre os cônjuges.
Os regimes de bens entre os cônjuges são definidos no Código Civil brasileiro, e podem ser:
• Comunhão parcial de bens: é o regime legal, que se aplica aos casamentos celebrados
sem que os noivos tenham feito um pacto antenupcial. Nesse regime, todos os bens
adquiridos durante o casamento são comuns aos cônjuges, com exceção dos bens que cada
um deles possuía antes do casamento, ou que recebeu por herança ou doação.
• Comunhão universal de bens: nesse regime, todos os bens do casal, anteriores e
posteriores ao casamento, são comuns.
• Separação total de bens: nesse regime, cada cônjuge mantém a propriedade exclusiva
de seus bens, e não há comunicação entre eles, nem mesmo em relação aos bens adquiridos
durante o casamento.
• Participação final nos aquestos: nesse regime, os bens adquiridos durante o casamento
são considerados comuns, mas cada cônjuge tem o direito de retirar, ao final do casamento, a
metade do valor que ele investiu nos bens comuns.
O regime de bens escolhido pelos cônjuges no momento do casamento pode ser modificado
posteriormente, por meio de um pacto antenupcial ou de uma escritura pública

06. Como se dá a Dissolução da Sociedade e do Vínculo Conjugal? (vide art. 1.571, CC)
Conforme art. 1571 CC, a Sociedade Conjugal termina:
I - Com a morte de um dos cônjuges
II – Pela nulidade ou anulação do casamento
III – Pela separação Judicial
IV - Pelo Divórcio
Conforme o § 1º do Art. 1.571 CC estabelece que o casamento válido somente pode ser
dissolvido pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio.
A presunção a que o texto se refere é a de morte presumida, prevista no artigo 7º do Código
Civil brasileiro. Este artigo estabelece que a ausência prolongada e sem notícias de uma
pessoa por dois anos implica a sua declaração de morte presumida.
Assim, se um dos cônjuges estiver ausente por dois anos ou mais, sem dar notícias, o outro
cônjuge poderá requerer a declaração de morte presumida e, consequentemente, a
dissolução do casamento.
É importante ressaltar que a morte presumida não é o mesmo que a morte real. Se o cônjuge
ausente retornar após a declaração de morte presumida, o casamento poderá ser
restabelecido, desde que não tenha havido novo casamento.

07. Quais os motivos que podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida?


(vide art. 1.573, CC)
I – Adultério
II – Tentativa de morte
III – Sevícia ou injuria grave
IV – Abandono voluntário do lar conjugal, durante 1 ano contínuo
V – Condenação por crime infame
V – Conduta desonrosa

REFERÊNCIAS:

https://direitoreal.com.br/artigos/direito-de-familia-casamento-e-seus-efeitos
https://trilhante.com.br/curso/casamento-e-uniao-estavel-1/aula/efeitos-juridicos-decorrentes-
do-casamento-1
https://www.passeidireto.com/arquivo/34897771/efeitos-juridicos-e-patrimoniais-do-
casamento.

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