Análise Do Filme Alexandria

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Análise do filme Alexandria

Contexto histórico
Conta a história de Hipátia que foi uma filósofa e astróloga que viveu em
Alexandria uma cidade do Egito sob comando de Roma, no final do século IV
d.C. e no começo do século V em uma época que o cristianismo começava a se
expandir.

O filme mostra que a administração política e militar é frágil e instável, mostrada


de forma complexa e conflituosa, já que naquele período o Império Romano
estava enfraquecendo e o Egito que era uma província romana foi afetado tanto
por isso e tanto pelos conflitos internos pelas tensões dos grupos religiosos que
tentavam ter algum poder e influência na sociedade. O governador romano de
Alexandria é Orestes que tenta manter a paz e a ordem na cidade, mas mostra
como o bispo Cirilo se opõe a ele e tenta enfraquecer o poder de Orestes.

A economia é apresentada de forma indireta mostrando a desigualdade social da


época entre as classes sociais como os ricos que viviam em palácios e tinham
acesso a ciência e a cultura e os pobres e escravos viviam de forma precária com
fome e na miséria e são explorados pelo sistema. No filme também mostra o
impacto das guerras e conflitos na economia a tornando mais instável. O foco
principal do filme não é a economia, mas ainda é possível ver por alguns
elementos revelando as condições sociais.

A situação religiosa é retratada em um cenário de conflito, intolerância e


violência entre as diferentes religiões que tentavam disputar pelo poder na
sociedade. No início haviam os pagãos, cristãos e judeus e cada religião viviam
entre suas crenças e costumes. Com o passar do tempo o cristianismo começou a
predominar de forma brutal e perseguiam os pagãos e judeus atacando e matando
todos que saiam do seus princípios. É marcada como extremista, fanática e
violenta causando muitas mortes e o verdadeiro caos na vida das pessoas.
Também mostra como a fé naquela época deixava as pessoas cegas e irracionais,
fugindo da moralidade.

A ciência e a filosofia foram representadas pela personagem Hipátia era uma


mulher à frente de seu tempo buscando entender os mistérios do universo e da
natureza. Ela era uma defensora do método cientifico que consta em observar,
experimentar, medir e testar hipóteses para chegar em uma conclusão e também
valorizava o conhecimento, a razão e a espiritualidade. Questiona muito na
questão do modelo geocêntrico de Ptolomeu e considera muitas vezes o modelo
heliocêntrico de Aristarco. O filme mostra como forma de conhecimento que
buscam a verdade do universo, mas acabam sofrendo com a intolerância
religiosa.

As mulheres são retratadas como submissas, obedientes e silenciosas, seguem a


religião do cristianismo que as mantem em um papel inferior e devoto. Não tem
acesso à educação, cultura e ciência. Não tem voz na sociedade, são vistas como
objetos ou propriedades dos homens. Tudo isso retratou muito bem como as
mulheres eram tratadas antigamente e é até possível ver resquícios desse passado
no nosso presente.

A escravidão é mostrada como uma realidade cruel e injusta, afetando a vida de


muitas pessoas. São comprados, vendidos, trocados, maltratados e explorados
pelos seus senhores. Mostra a escravidão como uma forma de opressão e
violação dos direitos humanos além de afetar as relações entre as pessoas,
gerando conflitos e traições.

Problemas colocados pelo filme


A relação entre a política e a religião é um dos temas centrais da obra, que retrata
o conflito entre diferentes grupos sociais e ideológicos. Com o crescimento do
poder e da influência dos cristãos, que eram perseguidos anteriormente, houve
uma inversão de papéis, e os cristãos passaram a perseguir e atacar os outros
grupos, especialmente os pagãos, que eram vistos como idólatras e hereges.
Também é mostrada que a política era influenciada pela religião e a religião era
uma forma de dominação e violência na época, era contraditória em como
pregava o amor e depois criavam conflitos, matavam e mantinham o caos de
forma brutal. O filme mostra como a política e a religião se misturam e se
influenciam na história da humanidade, e como as diferenças ideológicas podem
gerar violência e intolerância.

Os cristãos tentam impor sua visão de mundo baseada na revelação divina, na


autoridade da Bíblia e na salvação pela fé. Eles rejeitam e condenam as ideias e
as descobertas de Hipátia, que contrariam seus dogmas e sua cosmovisão. Os
cristãos mostram ser intolerantes em relação a ciência e as

As religiões são apresentadas no filme de Alexandria de forma conflituosa e


violenta, mostrando como o fanatismo religioso pode levar à intolerância e à
destruição da cultura e da ciência. O filme retrata o confronto entre três grupos
principais: os cristãos, os judeus e os pagãos. Os cristãos são mostrados como um
grupo perseguido pelo Império Romano, que se torna cada vez mais poderoso e
influente. Os judeus são mostrados como um grupo minoritário e oprimido, que
tenta resistir aos ataques dos cristãos, mas que também entra em conflito com os
pagãos. Os pagãos são mostrados como um grupo que representa a cultura greco-
romana, que valoriza a filosofia, a arte e a ciência, e que convive com outras
religiões e comunidades. A tensão entre esses grupos é evidente em várias cenas
do filme, como a destruição da biblioteca de Alexandria pelos cristãos, o
massacre dos judeus pelos cristãos, a rebelião dos judeus contra os romanos, o
cerco dos cristãos ao Serapeu (templo pagão), e o assassinato de Hipátia pelos
monges cristãos.

Análise cinematográfica
Os personagens principais do filme são:

 Hipátia: a protagonista do filme, uma mulher sábia e independente, que


ensina astronomia, matemática e filosofia na escola de Alexandria. Ela é
respeitada por seus alunos e admirada por dois deles: Orestes e Davus. Ela
busca entender o movimento dos planetas e questiona as crenças religiosas.
Ela é perseguida pelos cristãos, que a consideram uma pagã e uma herege.
 Davus: um escravo de Hipátia, que é apaixonado por ela, mas não é
correspondido. Ele se converte ao cristianismo e se junta aos parabolanos,
um grupo de fanáticos que atacam os judeus e os pagãos. Ele se arrepende
de suas ações e tenta proteger Hipátia dos cristãos que querem matá-la.
 Orestes: um aluno de Hipátia, que também é apaixonado por ela, mas é
rejeitado. Ele se torna um político influente e é nomeado prefeito de
Alexandria pelo imperador romano. Ele tenta manter a paz entre os cristãos
e os pagãos, mas entra em conflito com o bispo Cirilo, que quer impor o
cristianismo como a única religião da cidade.
 Cirilo: o bispo de Alexandria, que sucede seu tio Teófilo. Ele é um líder
religioso autoritário e intolerante, que incita os cristãos a atacarem os
judeus e os pagãos. Ele considera Hipátia uma ameaça à fé cristã e ordena
sua execução.

A caracterização dos personagens do filme Alexandria é baseada em alguns


dados históricos, mas também em muitas liberdades criativas do diretor
Alejandro Amenábar. O filme não pretende ser um retrato fiel da realidade, mas
sim uma interpretação artística e dramática dos eventos que envolveram a vida e
a morte de Hipátia, a filósofa, matemática e astrônoma que viveu em Alexandria
no século IV. O filme Alexandria é uma obra de ficção, que usa a história como
pano de fundo para explorar temas como o fanatismo, a intolerância, a ciência e a
filosofia. Ele não deve ser visto como uma fonte confiável de informação, mas
sim como uma forma de entretenimento e reflexão.
Quando tentamos interpretar o passado a partir do olhar do presente, podemos
encontrar algumas dificuldades e desafios, como: a distância temporal entre o
passado e o presente, que pode dificultar o acesso às fontes históricas e a
compreensão das mentalidades, dos valores e das culturas de outras épocas por
exemplo. Por outro lado, interpretar o passado a partir do olhar do presente
também pode trazer algumas vantagens e oportunidades, como: a possibilidade
de ampliar nosso conhecimento sobre o passado.

Relacionando essas questões ao filme Alexandria, podemos dizer que ele é uma
obra de ficção que usa a história como pano de fundo para explorar temas como o
fanatismo, a intolerância, a ciência e a filosofia. O filme não pretende ser um
retrato fiel da realidade, mas sim uma interpretação artística e dramática dos
eventos que envolveram a vida e a morte de Hipátia, a filósofa, matemática e
astrônoma que viveu em Alexandria no século IV.

Os recursos cinematográficos do filme Alexandria podem indicar algumas


intenções dos produtores e diretores, como por exemplo:

 A escolha de um elenco internacional, com atores de diferentes


nacionalidades e etnias, pode indicar uma tentativa de representar a
diversidade cultural e religiosa de Alexandria no século IV, uma cidade
cosmopolita e conflituosa, onde conviviam cristãos, judeus, pagãos e
romanos.
 A utilização de efeitos especiais, como as imagens aéreas da cidade e do
planeta Terra, pode indicar uma intenção de mostrar a grandiosidade e a
importância de Alexandria como um centro de conhecimento e civilização,
mas também a sua fragilidade e vulnerabilidade diante das ameaças
externas e internas.
 A construção de cenários e figurinos detalhados e realistas pode indicar
uma preocupação em recriar o ambiente histórico da época, com suas
construções, suas roupas, seus objetos e seus costumes. O filme se baseou
em pesquisas arqueológicas e históricas para reproduzir a aparência da
cidade e de seus habitantes.
 A narrativa, que mistura fatos históricos com ficção, pode indicar uma
intenção de contar a história de Hipátia sob uma perspectiva moderna e
crítica, destacando o seu papel como mulher, como cientista e como
filósofa. O filme também explora temas atuais, como o conflito entre
religião e ciência, entre fé e razão, entre dogmatismo e liberdade.

Como fonte histórica, o cinema pode fornecer informações sobre o contexto


social, cultural e político em que os filmes foram produzidos e exibidos,
revelando as mentalidades, os valores e os interesses de uma época. O cinema
pode aproximar o espectador da experiência histórica, despertando emoções e
sensações. Por exemplo, o filme Alexandria mostra a grandiosidade e a beleza da
cidade antiga, mas também a violência e o fanatismo que a destruíram. O filme
pode emocionar e impressionar o espectador com as imagens e os sons do
passado. Como agente histórico, o cinema pode interferir no processo histórico,
influenciando a opinião pública, a memória coletiva e a identidade cultural. O
cinema pode divulgar ou ocultar fatos históricos, valorizar ou criticar
personagens históricos, elogiar ou denunciar ideologias históricas. Por exemplo,
o filme Alexandria pode contribuir para a divulgação e a valorização da figura de
Hipátia, uma mulher sábia e corajosa que defendeu a ciência e a liberdade. O
filme pode inspirar e motivar o espectador a conhecer mais sobre ela. Portanto, o
cinema contribui para a compreensão da história do filme Alexandria, mas
também exige uma análise crítica e comparativa com outras fontes históricas. O
cinema não pode substituir a história, mas pode complementá-la e enriquecê-la
com novas perspectivas e possibilidades.

Conclusão
Gostei muito do filme Alexandria por que gosto de filme que mistura drama,
aventura, romance e história.

O filme mostra uma bela e emocionante história de amor, amizade e resistência


em meio a um contexto histórico fascinante; mostrou diversos acontecimentos
importantes, como a cultura, religião e política, mostrando o quanto as pessoas
daquela época eram fascinada por política e religião, e como mostrou o quanto
que Hipátia sofreu por ser cientista e filósofa, mostrando também o sofrimento da
mulher nos tempos antigos e sua submissão aos homens.

Sem contar que mostra de uma forma didática e cativante os acontecimentos tão
importantes da época e por meio do filme podemos entender melhor nosso
passado e ver as influências que afetam nosso cotidiano e o impacto que a
religião e politica a muito tempo ainda nos percorre.

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