Medida Protetiva Ao Idoso

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AO DOUTO JUÍZO DA VARA CIVEL DA COMARCA DE xxxxx

PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO
Pessoa Idosa (Lei nº 10.741/2003)

xxxxxxx, brasileiro, maior, viuvo, aposentado CPF nº xxxxxx com endereço à Rua
xxxxxxxcom fulcro no artigo 43 incisos I e II e 44 da Lei 10.741/03 vem perante
respeitosamente a Vossa Excelência, propor à presente:
MEDIDA PROTETIVA AO IDOSO COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Em desfavor de xxxxxxx brasileiro, maior, solteiro, vendedor, CPF nº xxxxxxx com
endereço xxxxxxxx pelos motivos de fato e de direito que passa a expor:
i. DA CONCESSÃO DOS BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
O requerente, é idoso, e pobre na acepçã o jurídica da expressã o conforme declaraçã o (doc.
anexo), onde informa nã o poder demandar em Juízo sem prejuízo de seu pró prio sustento.
Contudo, o idoso é aposentado, tendo em vista, tratar-se de uma pessoa com diversos
problemas de saú de e o salá rio mínimo que recebe, pouco consegue arcar com seus
pró prios remédios.
Sendo assim, requer digne-se Vossa Excelência conceder-lhes os benefícios da Justiça
Gratuita, nos termos da Lei 1.060/50.
i. SÍNTESE FÁTICA
O idoso é TIO do requerido e que, atualmente é maior de idade (43 anos) residindo
pró ximo do idoso. É certo que o sobrinho , sempre tratou com indiferença o tio idoso,
porém, a partir da abertura do processo de inventá rio, o sobrinho mudou energicamente
suas atitudes e passou a violentar o idoso, juntamente com seus irmã os, tanto com
agressõ es físicas quanto agressõ es verbais.
É certo também MMª, que o idoso é portador de diversos problemas de saú de bem como de
pressã o alta e artrite, além de possuir idade avançada, ou seja, 70 anos de idade, e com as
agressõ es físicas e verbais, do sobrinho e seus irmã os também sobrinhos do idoso, o
quadro só vem agravando.
V. Exc.ª., o idoso reside sozinho em uma humildade casa de madeira aos fundos da casa de
sua falecida mã e, certidã o de ó bito anexo, sendo o idoso quem cuidou da falecida mã e até o
dia o de sua morte.
Abriu-se entã o, o inventá rio do imó vel processo nº xxxxxxxx, se tronando assim, o idoso
inventariante da referida açã o, e residindo até os dias atuais no imó vel dos fundos, contudo
MMª, cuidando e mantendo o imó vel que fora de seus pais, sendo de TOTAL contra gosto
dos sobrinhos saqui mencionados.
Os sobrinhos do idoso, cogitam a retirada do tio do imó vel que está sendo inventariado,
desta feita, ficariam, os sobrinhos como se donos fossem, do referido imó vel.
Contudo V. Exc.ª., as constantes brigas, violência física, violência verbal, sã o por conta das
constantes retiradas de pertences da falecida, mã e do idoso, de dentro do imó vel
inventariado sem a autorizaçã o da mesma, por parte do sobrinho e seus irmã os, causando
grande tristeza, pâ nico e medo frequente ao idoso , pois fica evidenciado a disparidade
entre as partes.
Inobstante, o sobrinho, trata-se de pessoa muito agressivo, nervoso e exasperado, sendo
que quando pode, insulta o idoso, e pratica violência verbal e física contra o mesmo,
conforme Boletim de Ocorrências (anexo).
Outrossim, é certo que o requerido , bem como seus outros irmã os sobrinhos do idoso, nã o
tratam com o devido respeito o tio idoso sendo que sempre que podem, o insultam com
palavras ofensivas e ameaças, justamente com o intuito de levarem os pertences de pessoa
já falecia, a mã e do idoso, tentando com essa atitude violenta, fazer com que o idoso
abandone o imó vel inventariado.
Data Vênia V. Exc.ª, vale ressaltar, que o requerente é idoso como já informado, e
legalmente titulado o inventariante de um processo truculento de inventá rio, com diversas
contendas, regado a violentas ameaças pelos sobrinhos, sendo assim, nã o poderá o idoso,
ficar a merecer da sorte sem nenhuma proteçã o judicial.
Desta feita, fica evidenciado que o idoso está exposto a riscos com relaçã o a sua integridade
física e psíquica, inclusive corre risco de morte, sendo assim, parece ser imprescindível o
afastamento do sobrinho e seus irmã os sob pena de continuidade de grave infringência
aos direitos fundamentais do idoso, os quais hodiernamente são tutelados pela Lei
nº 10.741/03.
i. DO DIREITO
O Decreto Federal nº 1.948, de 3 de julho de 1996, regulamenta a lei sobre a Política
Nacional do Idoso. Além dessas diretrizes, o legislador sabiamente aprovou o Estatuto do
Idoso, sendo que a Lei nº 10.471/2003, traz artigos de grande amplitude em relaçã o aos
direitos dos idosos, vejamos:
Artigo 2º- O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes a pessoa humana, sem
prejuízo da proteçã o integral de que trata esta Lei, assegurando-lhe, por lei ou por outros
meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservaçã o de sua saú de física e mental
e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condiçõ es de liberdade e
dignidade.
Artigo 3º - É obrigaçã o da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Pú blico
assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivaçã o do direito `a vida, à saú de, à
alimentaçã o, `a educaçã o, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à
liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitá ria.
Artigo 4º - Nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência, discriminação,
violência, crueldade ou opressão, e todo atentado aos seus direitos, por ação ou
omissão, será punido na forma da lei. (Lei 10.471/03).
Parece evidente que as atitudes do sobrinho , vem atentado contra o espírito da legislaçã o
acima especificada, visto que a mesma agride o idoso fisicamente e psicologicamente
sempre que pode.
MMª, nã o podemos olvidar que tais atitudes também atingem à dignidade humana do
idoso, a qual é obrigado a suportar a humilhaçã o e a violência dos sobrinhos.
Nã o é preciso grande esforço para que se conclua acerca da gravidade dos fatos, bastando
referir que o idoso deixou declarado no Boletim de Ocorrências a violência e “além de
declarar temer os resultados que podem decorrer dos conflitos, afirma considerar
necessá ria o afastamento URGENTE dos sobrinhos xxxxxxxx
O afastamento dos sobrinhos da residência do idoso é possível com base no art. 43, inc. II,
c/c o caput do art. 45, ambos do Estatuto do Idoso.
Verificada qualquer das situaçõ es previstas no art. 43 do Estatuto do Idoso, é possibilitada
a adoçã o de medida emergencial, as quais nã o se restringem à s hipó teses dos incisos do art.
45 do mesmo diploma, conforme claramente se percebe do dispositivo, in verbis:
"Art. 45. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 43, o Ministério Público
ou o Poder Judiciário, a requerimento daquele, poderá determinar, dentre outras, as
seguintes medidas:(...)." – grifei
Neste mesmo diapasã o, existe a legitimidade, é tanto do idoso ofendido quanto do
Ministério Pú blico postular em juízo, a devida medida de proteçã o ao idoso, é o claro
entendimento do Tribunal de Justiça, senã o vejamos:
FAMÍLIA. MEDIDA DE PROTEÇÃO A IDOSO. DEMANDA VISANDO GARANTIR O BEM
ESTAR DE IDOSO, EM SITUAÇÃO DE RISCO. LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO
PARA POSTULAR EM JUÍZO COMO SUBSTITUTO PROCESSUAL (ART. 74, III, LEI Nº
10.741/03). SENTENÇA DESCONSTITUÍDA. APELAÇÃO PROVIDA. (Apelaçã o Cível nº
70038946117, Oitava Câ mara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Luiz Ari Azambuja
Ramos, Julgado em 09/12/2010) (grifei).
APELAÇÃ O CÍVEL. AÇÃ O CIVIL PÚ BLICA. MEDIDA PROTETIVA. ABRIGO E TRATAMENTO.
LEI FEDERAL Nº 10.741/2003 - ESTATUTO DO IDOSO. DETÉ M LEGITIMIDADE O
MINISTÉ RIO PÚ BLICO PARA POSTULAR EM JUÍZO MEDIDAS PROTETIVAS EM FAVOR DE
IDOSOS. PREVISÃ O EM DISPOSIÇÕ ES CONSTITUCIONAIS E LEGAIS, EM ESPECIAL A LEI Nº
10.741/03. DESCONSTITUÍDA A SENTENÇA DE INDEFERIMENTO DA INICIAL. APELAÇÃ O
PROVIDA. (APELAÇÃ O CÍVEL Nº 70043410992, SEGUNDA CÂ MARA CÍVEL, TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DO RS, RELATOR: ALMIR PORTO DA ROCHA FILHO, JULGADO EM 10/08/2011).
GRIFEI.
E por fim MMª quaisquer manejos processuais sã o bem-vindos para a proteçã o da pessoa
idosa, conforme anela o artigo 82 da Lei 10.741/2003:
“Para defesa dos interesses e direitos protegidos por esta Lei, são admissíveis todas
as espécies de ação pertinentes”.
i. DA TUTELA ANTECIPADA
A concessã o da tutela antecipada constitui-se em ferramenta de extrema necessidade neste
pleito, exigindo para tanto, a presença de dois requisitos essenciais: prova inequívoca do
alegado e verossimilhança da alegaçã o.
Para a agilizaçã o da entrega da prestaçã o jurisdicional, nã o subsiste qualquer dú vida
quanto à existência, mais do que prová vel na espécie do direito alegado, consoante se
infere dos argumentos e dispositivos legais mencionados.
Ademais, tal afirmativa parte do reconhecimento de que prova inequívoca nã o é aquela
utilizada para o acolhimento final da pretensã o, mas apenas o conjunto de dados de
convencimento capazes de, antecipadamente, através de cogniçã o sumá ria, permitir a
verificaçã o da probabilidade de a parte requerente ver antecipados os efeitos da sentença
de mérito.
Na hipó tese vertente, a prova material inequívoca pode ser inferida por meio de toda a
documentaçã o coligida e acostada ao presente petitó rio, e pelas razõ es de direito supra
invocadas.
Quanto à verossimilhança do direito pleiteado, entendida como um juízo de probabilidade
que, conjugada à necessidade de prova inequívoca, conduz-nos à ideia de que se trata, em
verdade, de uma probabilidade em grau má ximo destaque-se, nã o uma certeza, embora, in
casu, pelo material probató rio coligido, se pudesse dizer que ela existe, é possível concluir
através do Boletim de Ocorrências acostados aos autos.
Com efeito, se a tutela pretendida for postergada para o final da lide, quando da prolaçã o da
sentença, o dano à vida do idoso poderá ser irreversível, há risco de morte em funçã o das
ameaças, as agressõ es físicas e psíquicas que ocorrem dentro e fora da residência da idosa.
Ao persistir essa situação, viola-se o direito fundamental do homem, que é o direito à
vida.
Desta feita, é clara a necessidade da concessã o da tutela antecipada dentro de um prazo
reduzido, porque quando se trata da vida de um ser humano, o tempo é algo fundamental.
Sendo assim, presentes os requisitos necessá rios, requer ao D. Juízo, que seja concedida a
medida liminar, determinando a antecipaçã o dos efeitos da sentença de mérito para que o
sobrinho e seus irmã os sejam todos afastados do idoso , conforme artigo 22, II, da Lei
11.340/06 c/c o artigo 888, VI, do Có digo de Processo Civil, além de haver ordem de
proibiçã o de aproximaçã o de xxxxxxx e seus irmã os, da ofendida a uma distância mínima
de 300 (trezentos) metros, conforme preceitua o artigo 22, III, a, da Lei 11.340/06, bem
como ordem de proibiçã o de contato com o idoso, por qualquer meio de comunicaçã o, com
previsã o no art. 22, III, b, da Lei 11.340/06, até decisã o final, sob pena de desobediência e
de decretação de prisão preventiva nos termos do art. 42 da Lei 11.340/06 c/c art.
313, VI, do CPP, por tornar inexequível a medida protetiva decretada.
i. DOS PEDIDOS
Pelas razões de fato e de direito requer-se:
i. concessão dos Benefícios da assistência Judiciária Gratuita, EM FAVOR DO
IDOSO, por ser pessoa carente, nos termos da Lei Federal nº 1.060/50;
ii. a concessã o da tutela antecipada, inaudita altera parte, de ordem de afastamento
do idoso , o suposto agressor xxxxxxxxx com previsã o no art. 22, II, da Lei
11.340/06 c/c o artigo 888, VI, do CPC, bem como ordem de proibição de
aproximação Do idoso a uma distância mínima de 300 (trezentos) metros, com
previsão no artigo 22, III, a, da Lei 11.340/06, além da ordem de proibição de
contato com o idoso por qualquer meio de comunicação, com previsã o no art. 22,
III, b, da Lei 11.340/06, até decisã o final, sob pena de desobediência e de
decretação de prisão preventiva nos termos do art. 42 da Lei 11.340/06 c/c art.
313, VI, do CPP, por tornar inexequível a medida protetiva decretada, expedindo-
se para tanto mandado a ser cumprido nos termos do artigo 172, § 2o, do CPC, sob
pena de ineficá cia da medida;
iii. que do mandado de afastamento do suposto agressor, do lar do idoso, conste
expressamente autorizaçã o judicial para que o oficial de justiça ingresse na residência,
se necessá rio for utilizando-se, inclusive, de força policial, e da forma prevista no art.
172, § 2o, do Có digo de Processo Civil;
iv. sejam oficiados o Ministério Pú blico e a Secretaria Municipal de Assistência Social para
que providencie a realizaçã o de estudo social, bem como monitore a situaçã o do idoso,
remetendo fiéis relató rios a esse juízo;
v. seja dada prioridade na tramitaçã o deste procedimento, haja vista o disposto no art.
71 do Estatuto do Idoso;
vi. a produçã o de todas as provas admitidas em direito, especialmente inquiriçã o de
testemunhas, juntada de documentos e outras que se fizerem necessá rias;
vii. seja, ao final, julgado totalmente procedente o pedido, confirmando-se a liminar
concedida e ordem de afastamento do lar os suposto agressores e sobrinhos , com
previsã o no art. 22, II, da Lei 11.340/06 c/c o artigo 888, VI, do CPC, bem como ordem
de proibiçã o de aproximaçã o do idoso do ofendido a uma distâ ncia mínima de 300
(trezentos) metros, com previsã o no artigo 22, III, a, da Lei 11.340/06, além da ordem
de proibiçã o de contato com o ofendido por qualquer meio de comunicaçã o, com
previsã o no art. 22, III, b, da Lei 11.340/06, até decisã o final, sob pena de
desobediência e de decretaçã o de prisã o preventiva nos termos do art. 42 da Lei
11.340/06 c/c art. 313, VI, do CPP, por tornar inexequível a medida protetiva
decretada;
Dá -se à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais), ainda que inestimá vel o objeto tutelado,
apenas para fins de alçada.
Nestes termos,
Pede deferimento.
Data/
P/p. Dr. xxxxx
OAB/xxxxxx

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