O documento trata de um recurso especial interposto por José Moacir Fornareli contra decisão que negou seguimento ao recurso especial. O relator nega provimento ao agravo regimental, afirmando que a alteração das conclusões firmadas pelo Tribunal de origem importaria em revolvimento de questões fáticas, o que é vedado pela Súmula 7/STJ.
O documento trata de um recurso especial interposto por José Moacir Fornareli contra decisão que negou seguimento ao recurso especial. O relator nega provimento ao agravo regimental, afirmando que a alteração das conclusões firmadas pelo Tribunal de origem importaria em revolvimento de questões fáticas, o que é vedado pela Súmula 7/STJ.
O documento trata de um recurso especial interposto por José Moacir Fornareli contra decisão que negou seguimento ao recurso especial. O relator nega provimento ao agravo regimental, afirmando que a alteração das conclusões firmadas pelo Tribunal de origem importaria em revolvimento de questões fáticas, o que é vedado pela Súmula 7/STJ.
O documento trata de um recurso especial interposto por José Moacir Fornareli contra decisão que negou seguimento ao recurso especial. O relator nega provimento ao agravo regimental, afirmando que a alteração das conclusões firmadas pelo Tribunal de origem importaria em revolvimento de questões fáticas, o que é vedado pela Súmula 7/STJ.
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Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.216.562 - SP (2010/0184640-3)
AGRAVANTE : JOSÉ MOACIR FORNAROLI
ADVOGADO : WAGNER ALCÂNTARA DUARTE BARROS AGRAVADO : AUTO POSTO E RESTAURANTE CASTELO LTDA ADVOGADO : FLÁVIA ALMEIDA GIL E OUTRO(S)
RELATÓRIO
O EXMO. SR. MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO:
Trata-se de agravo regimental interposto por JOSÉ MOACIR FORNAROLI em face de decisão pela qual neguei seguimento ao recurso especial por incidência do Enunciado n. 7/STJ e por adequação do acórdão recorrido ao entendimento desta Corte Superior (fls. 325/329). A agravante, irresignada, infirma os fundamentos da decisão agravada (fls. 333/344). É o relatório.
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Superior Tribunal de Justiça AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.216.562 - SP (2010/0184640-3)
VOTO
O EXMO. SR. MINISTRO PAULO DE TARSO SANSEVERINO
(Relator): Eminentes colegas, o agravo regimental não merece prosperar. Efetivamente, em conformidade com a jurisprudência do STJ, a inversão do ônus da prova deve ser determinada pelo juiz da causa, à luz dos elementos do caso concreto, que determinam a efetiva necessidade da medida. A propósito:
AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO
BANCÁRIO. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. INCIDÊNCIA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. VEROSSIMILHANÇA DAS ALEGAÇÕES. HIPOSSUFICIÊNCIA. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 7/STJ. 1. "O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras" (Súmula 297/STJ). 2. "Em se tratando de produção de provas, a inversão, em caso de relação de consumo, não é automática, cabendo ao magistrado a apreciação dos aspectos de verossimilhança da alegação do consumidor ou de sua hipossuficiência, conforme estabelece o art. 6, VIII, do referido diploma legal. Configurados tais requisitos, rever tal apreciação é inviável em face da Súmula 07" (AgRg no Ag 1263401/RS, Rel. Min. VASCO DELLA GIUSTINA (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RS), TERCEIRA TURMA, julgado em 15/04/2010, DJe 23/04/2010). 3. Agravo regimental desprovido. (AgRg no REsp 728.303/SP, de minha Relatoria, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/10/2010, DJe 28/10/2010)
DIREITO DO CONSUMIDOR. RECURSO ESPECIAL. APRECIAÇÃO
DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE. COBRANÇA DO VALOR INTEGRAL DE MENSALIDADE DE ENSINO, MESMO QUANDO O CONSUMIDOR CURSA POUCAS DISCIPLINAS. IMPOSSIBILIDADE. DEVOLUÇÃO EM DOBRO DO VALOR PAGO. NECESSIDADE DE CARACTERIZAÇÃO DA MÁ-FÉ. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. APRECIAÇÃO PELO JUIZ ACERCA DA Documento: 24113286 - RELATÓRIO E VOTO - Site certificado Página 2 de 5 Superior Tribunal de Justiça NECESSIDADE. 1. A jurisprudência do STJ não admite cobrança de mensalidade de serviço educacional pelo sistema de valor fixo, independentemente do número de disciplinas cursadas. Notadamente no caso em julgamento, em que o aluno cursou novamente apenas as disciplinas em que reprovou, bem como houve cobrança integral da mensalidade, mesmo quando era dispensado de matérias cumpridas em faculdade anterior. 2. Com efeito, a previsão contratual e/ou regimental que imponha o pagamento integral da mensalidade, independentemente do número de disciplinas que o aluno cursar, mostra-se abusiva, por ferir o equilíbrio e a boa-fé objetiva. 3. Não é cabível a devolução em dobro do valor cobrado indevidamente, pois a jurisprudência desta Corte entende ser imprescindível a demonstração da má-fé por parte de quem realizou a cobrança, o que não foi constatado pelas instâncias ordinárias. 4. A inversão do ônus da prova, prevista no artigo 6º, VIII, do CDC exige apreciação acerca da sua necessidade pelo juiz que, de forma prudente e fundamentada, deve avaliar, no caso concreto, a necessidade da redistribuição da carga probatória. 5. Recurso especial parcialmente provido para reconhecer o direito do consumidor ao abatimento proporcional das mensalidades pagas. (REsp 927.457/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 13/12/2011, DJe 01/02/2012)
PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.
ACÓRDÃO QUE DETERMINA A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO. ACÓRDÃO EM SINTONIA COM ENTENDIMENTO DO STJ. 1. Apesar da relação jurídica existente entre o contratante e a instituição financeira ser disciplinada pelo Código de Defesa do Consumidor, a análise da necessidade, ou não, da inversão do ônus da prova, nos termos do art. 6º, VIII, do CDC, é tarefa afeita às instâncias ordinárias, responsáveis pela análise quanto às condições de verossimilhança da alegação e de hipossuficiência, segundo as regras ordinárias da experiência e dependente do exame fático-probatório dos autos. Rever a conclusão do Tribunal de origem demandaria o reexame de provas, conduta vedada ante o óbice da Súmula 7/STJ. 2. Agravo regimental não provido, com aplicação de multa. (AgRg no Ag 1406869/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2011, DJe 26/10/2011)
Assim, a alteração das conclusões firmadas pelo Tribunal de origem
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Superior Tribunal de Justiça importaria o revolvimento do conteúdo fático dos autos, o que é vedado a esta Corte, por óbice da Súmula 7/STJ. Vale ressaltar, ademais, que é entendimento pacífico nesta Corte que o boletim de ocorrência policial, isoladamente apresentado, desacompanhado de outros elementos probatórios, não é suficiente para embasar as alegações da parte. Nesse sentido, confira-se:
AGRAVO INTERNO - RECURSO ESPECIAL – FURTO DE VEÍCULO
– SEGURADORA – AÇÃO REGRESSIVA – BOLETIM DE OCORRÊNCIA – PROVA INSUFICIENTE – PRECEDENTES. Tratando-se de furto de veículo em estacionamento da ré e de ação regressiva da seguradora, não basta apenas, como prova, o boletim de ocorrência. A presunção 'juris tantum', como prova, de que gozam os documentos públicos, há de ser considerada em relação às condições em que constituído o seu teor. Precedentes da Corte. Agravo interno improvido. (AgRg no REsp 281.580/RJ, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 09/08/2007, DJ 10/09/2007)
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. BOLETIM DE
OCORRÊNCIA POLICIAL. AUSÊNCIA DE PRESUNÇÃO IURIS TANTUM. APLICAÇÃO DA SÚMULA 7/STJ. EXTRAVIO DE CHEQUE. PREJUÍZO NÃO COMPROVADO. AUSÊNCIA DE DANO MORAL. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. O registro de boletim de ocorrência policial não constitui prova dos fatos nele relatados, mas somente declaração unilateral. 2. Considerar válidas as declarações do boletim de ocorrência policial, demandaria reanálise da matéria fática carreada nos autos. Incidência da Súmula 7/STJ. 3. O extravio de cheque, por si só, não gera dano moral a ser indenizado. O dano somente surge quando o extravio é acompanhado de algum prejuízo financeiro ou de ordem moral, como a inscrição em cadastro negativo de crédito, o protesto de um cheque extraviado ou o recebimento de cartas de cobrança. 4. Agravo regimental improvido. (AgRg no REsp 623.711/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 17/12/2009, DJe 08/02/2010)
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Superior Tribunal de Justiça Ante o exposto, nego provimento ao agravo regimental. É o voto.
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