Crase, Datas, Porque, Horas

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Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição

“a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o
pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada
por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à.

Como saber se devo empregar a crase? Uma dica é substituir a crase por “ao” e o
substantivo feminino por um masculino, caso essa preposição seja aceita sem prejuízo
de sentido, então com certeza há crase.

Veja alguns exemplos: Fui à farmácia, substituindo o “à” por “ao” ficaria Fui ao
supermercado. Logo, o uso da crase está correto.

Outro exemplo: Assisti à peça que está em cartaz, substituindo o “à” por “ao” ficaria
Assisti ao jogo de vôlei da seleção brasileira.

É importante lembrar dos casos em que a crase é empregada, obrigatoriamente: nas


expressões que indicam horas ou nas locuções à medida que, às vezes, à noite, dentre
outras, e ainda na expressão “à moda”. Veja:

Exemplos: Sairei às duas horas da tarde.


À medida que o tempo passa, fico mais feliz por você estar no Brasil.
Quero uma pizza à moda italiana.

Importante: A crase não ocorre: antes de palavras masculinas; antes de verbos, de


pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra
casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo
e de expressões com palavras repetidas (dia a dia).

Por Sabrina Vilarinho


Graduada em Letras
Alguns recursos nos servem de subsídios para que possamos confirmar a
ocorrência ou não da crase. Eis alguns deles:

a) Substitui-se a palavra feminina por uma masculina equivalente. Caso ocorra a


combinação a+o(s), a crase está confirmada.
Exemplos:

As informações foram solicitadas à diretora.


As informações foram solicitadas ao diretor.

b) No caso de nomes próprios geográficos, substitui-se o verbo da frase pelo verbo


voltar. Caso resulte na expressão “voltar da”, há a confirmação da crase.
Exemplos:

Faremos uma visita à Bahia.


Faz dois dias que voltamos da Bahia. (crase confirmada)

Não me esqueço da viagem a Roma.


Ao voltar de Roma, relembrarei os belos momentos jamais vividos.

Atenção:

Nas situações em que o nome geográfico apresentar-se modificado por um adjunto


adnominal, a crase está confirmada.
Exemplos:

Atendo-me à bela Fortaleza, senti saudades de suas praias.

# A letra “a” dos pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s) e aquilo receberão


o acento grave se o temo regente exigir complemento regido da preposição “a”.
Exemplos:

Entregamos a encomenda àquela menina.


(preposição + pronome demonstrativo)

Iremos àquela reunião.


(preposição + pronome demonstrativo)

Sua história é semelhante às que eu ouvia quando criança. (àquelas que eu ouvia quando
criança)
(preposição + pronome demonstrativo)

# A letra “a” que acompanha locuções femininas (adverbiais, prepositivas e


conjuntivas) recebe o acento grave:
Exemplos:

* locuções adverbiais: às vezes, à tarde, à noite, às pressas, à vontade...


* locuções prepositivas: à frente, à espera de, à procura de...
* Locuções conjuntivas: à proporção que, à medida que.
Casos passíveis de nota:

* Em virtude da heterogênea posição entre autores, o uso da crase torna-se


optativo quando se referir a locuções adverbiais que representem meio ou
instrumento.
Exemplos:

O marginal foi morto a bala pelos policiais. (Poderíamos dizer que ele foi morto a tiro)
Marcela redige todos os seus trabalhos a máquina. (Poderia ser a lápis)

* Constata-se o uso da crase se as locuções prepositivas à moda de, à maneira de


apresentarem-se implícitas, mesmo diante de nomes masculinos.
Exemplos:

Tenho compulsão por comprar sapatos à Luis XV. (à moda de Luís XV)

* Não se efetiva o uso da crase diante da locução adverbial “a distância”.

Na praia de Copacabana, observamos a queima de fogos a distância.

Entretanto, se o referido termo se constituir de forma determinada, teremos uma


locução prepositiva. Mediante tal ocorrência, a crase está confirmada.
Exemplo:

O pedestre foi arremessado à distância de cem metros.

- De modo a evitar o duplo sentido, faz-se necessário o emprego da crase.


Exemplo:

Ensino à distância.
Ensino a distância.

# Em locuções adverbiais formadas por palavras repetidas, não há ocorrência da


crase.
Exemplo:

Ela ficou frente a frente com o agressor.

Os sete pecados mortais da crase

Do meu eterno mestre Édison de Oliveira, em Todo mundo tem dúvida, inclusive você.

É impossível haver crase:

1º) antes de palavra masculina: “Ele está no Rio a serviço”;

2º) antes de artigo indefinido: “Chegamos a uma boa conclusão”;

3º) antes de verbo: “Fomos obrigados a trabalhar”;


4º) antes de expressão de tratamento: “Trouxe uma mensagem a Vossa Majestade”;

5º) antes de pronomes pessoais, indefinidos e demonstrativos: “Nada revelarei a ela, a


qualquer pessoa ou a esta pessoa”;

6º) quando o “a” está no singular, e a palavra seguinte está no plural: “Referimo-nos a
moças bonitas”;

7º) quando, antes do “a”, existir preposição: “Compareceram perante a Justiça”.

Estamos “a sua disposição” ou “à sua disposição”?

É um caso facultativo. Antes dos pronomes possessivos (minha, tua, sua nossa…), o uso
dos artigos definidos é facultativo: “Este é o meu carro” ou “Este é meu carro”; “Aquela
é a minha sala” ou “Aquela é minha sala”.

Assim sendo, quando houver a preposição “a” antes de um pronome possessivo


feminino singular, restará a dúvida cruel: existe ou não o artigo feminino singular “a” e,
consequentemente, a crase? Como o uso do artigo antes do pronome possessivo é
facultativo, o uso do acento da crase também o será: “Estamos à sua disposição” ou
“Estamos a sua disposição”.

Podemos comprovar tudo isso comparando com a forma masculina: “Estamos ao (=


preposição “a” + artigo masculino “o”) seu dispor” ou “Estamos a (= só preposição) seu
dispor”.
Caso 1 – PORQUE, POR QUE, PORQUÊ ou POR QUÊ?

1) PORQUE é conjunção causal ou explicativa:

“Ele viajou, porque foi chamado para assinar contrato.”

“Ele não foi, porque estava doente.”

“Abra a janela porque o calor está insuportável.”

“Ele deve estar em casa porque a luz está acesa.”

2) PORQUÊ é a forma substantivada (=antecedida de determinativo: artigos “o”,


“um” ou pronomes “este”, “aquele”…):

“Quero saber o porquê da sua decisão.”

“A professora quer um porquê para tudo isso.”

“Ninguém entendeu aquele porquê.”

3) POR QUÊ = antes de pausa, no fim de frase:

“Parou por quê?”

“Ele não viajou por quê?”

“Se ele mentiu, eu queria saber por quê.”

“Eu não sei por quê, mas a verdade é que eles se separaram.”

“Quero saber por quê, onde e quando?”

4) POR QUE

a) em frases interrogativas diretas ou indiretas:

“Por que você não foi?” (=pergunta direta)

“Gostaria de saber por que você não foi.” (=pergunta indireta)


b) quando for substituível por POR QUAL, PELO QUAL, PELA QUAL, PELOS
QUAIS, PELAS QUAIS:

“Só eu sei as esquinas por que passei.” (=pelas quais)

“É um drama por que muitos estão passando.” (=pelo qual)

“Desconheço as razões por que ela não veio.” (=pelas quais)

c) quando houver a palavra MOTIVO antes, depois ou subentendida:

“Desconheço os motivos por que a viagem foi adiada.” (=pelos quais)

“Não sei por que motivo ele não veio.” (=por qual)

“Não sei por que ele não veio.” (=por que motivo – por qual motivo).
Na ementa, no preâmbulo, na prime
ira remissão e na cláusula de
revogação a data do ato normativo de
ve ser grafada por extenso. Exemplo:
Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de
1990. Nas demais remissões, a citação
deve ser feita de forma reduzi
da. Exemplo: Lei nº 8112, de 1990.

2. Dias, horas, crase e paralelismo

Escreva assim:

De segunda a sexta-feira
De terça a quinta-feira

ou

Da segunda à sexta-feira
Da terça à quinta-feira

Não escreva assim:

De segunda à sexta-feira
De terça à quinta-feira

Escreva assim:

De 9h a 11h
De 8h30min a 11h30min

ou

Das 9h às 11h
Das 8h30min às 11h30min

Não escreva assim::

De 9h à 11h
De 8h30min à 11h30min
9h às 11h
8h30min às 11h30min

uanto à segunda pergunta, o plural das siglas deve ser indicado com “s” minúsculo: as
ONGs, as OTNs, as CPIs, e assim por diante. Abraço. Moreno
• Existem três possibilidades para abreviar a grafia de datas:

com traço: 28-12-1945


• com barra: 12/11/2002
• com ponto: 21.10.2004

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