EXERCÍCIOS REVISAO T1 POR2 - Carol - 2023 - 2 - GAB

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EXERCÍCIOS DE REVISÃO- Tipos de argumentos

Identifique o(s) tipo(s) de argumento(s) utilizado nos trechos abaixo.

1) Ou você ou a cobaia
Corre o mundo uma campanha em defesa do direito dos animais, pregando o fim de seu uso em
testes de laboratório. A imagem que se quer passar é a de que os cientistas são indivíduos
sádicos, que usam e matam cobaias inocentes. (...)
Nenhuma das pesquisas que deram origem às vacinas seria possível sem o uso de animais de
laboratório. Até hoje, a vacina contra raiva é testada em ratos para ver se não restou nela
nenhum vírus (...).
Há 40.000 anos os homens viviam, em média, 28 anos. Hoje vivem mais de 70. Devemos isso às
pesquisas que utilizam animais. (...)
É bem provável que os defensores dos direitos dos animais acreditem que é uma arrogância do
homem moderno colocar-se no centro do universo – pessoas que, como Pasteur, priorizam a vida
humana diante da vida de outros animais. Para mim, essa arrogância tem outro nome:
humanismo
(Isaías Raw , Superinteressante, no. 5, maio 2001)
Resposta: Contraste de ideias.

2) Quem cria lobos.…

“Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?”


Jamais esquecerei a cena que vi, na TV francesa, de uma menina da Costa do Marfim falando
com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. Era uma criança linda,
de quatro anos, a face da inocência martirizada e que em seu sofrimento não conseguia imaginar
a extensão do mal que lhe haviam feito. Não entendia e ainda tinha esperanças.
E não era caso isolado. Milhares de crianças daquele país foram selvagemente mutiladas por ....
(como qualificar quem fez isso?) em conseqüência de mais uma guerra, resultado tardio do
colonialismo, ao criar na África países inviáveis abrigando etnias rivais, exacerbadas pelos
colonizadores e massacrando-se com armas que sua gente não produz, vendidas por americanos,
russos, europeus, israelenses e outros “civilizados” de boa consciência e que avaliam seus lucros
em lugares como o World Trade Center (...)
Justifica-se um atentato terrorista como o de Nova Iorque ? Jamais ! Temos visto,
repetidamente, dia após dia, pela TV, cenas da destruição, de tristeza e desespero(...) Estamos
todos tristes, mas tristeza e indignação são grandes porque os atentados ocorreram em Nova
Iorque (....)
Mas veja uma foto de Cabul, a capital desse Afeganistão mártir de guerras que não são suas e
vítima do mais terrível fanatismo religioso. É uma ruína só. (...) Mas como em Cabul não há
Quinta Avenida nem Central Parque, e como ninguém vai lá comprar tênis, videogames ou dar
uma esticada depois de passear na Disney, ninguém se lixa para os milhões de mortos que quase
30 anos de guerras infringiram àquele triste lugar.
A verdade verdadeira é que não somos todos iguais. Uma bomba em Nova Iorque (...) desperta a
dor do mundo. Mas quando tutsis e utus se trucidam em Ruanda, e morrem 1 milhão de africanos
numa guerra, o assunto é pé de página dos jornais e os negócios das indústrias de armas
continuam de vento em popa.
(Fritz Utzeri, JB, 17 de setembro de 2001)
Resposta: Regra de justiça; exemplificação (1º§)

3) Só ler os clássicos / Cuidado com o terror científico: tudo faz mal

Espero que, entre vocês, haja pessoas como eu que vieram de tempo mais simples e hoje se
sentem cada vez mais sitiadas. Não me refiro a assaltos, drogas e coisas assim, que afetam a
todos, não só os coroas. Refiro-me ao impiedoso terrorismo científico estatístico que nos
bombardeia de cada jornal, revista ou mesmo bate-papo. Tudo faz mal, geralmente provocando
câncer ou horripilantes moléstias neurológicas, em que o padecente fica tremendo, babando e
quadriplégico (...)
A comida, além disso, está toda inconsumível. (...) As verduras estão todas contaminadas por
cólera, esquistossomose, tifo e disenterias sinistras, além é claro, de agrotóxicos tão mortíferos
que oferecer a alguém uma salada de agrião, alface e tomate deveria ser considerado tentativa de
homicídio. (...)
Cedo minha experiência àqueles que sofrem como eu : não leio nada, só os clássicos. (...) Ler
outras coisas, como tudo mais, faz mal horrível. Inclusive, é claro, esta página.
(João Ubaldo Ribeiro, O Globo, julho de 2003)
Resposta: Ridículo.

4) A audácia

Um tal chefe de Estado tomando Romanée-Conti... Ora, faça-me o favor. Que coisa grotesca.
Que coisa ridícula. Que acinte. Que escândalo. E que desperdício. Vai ver ele não sabe nem
pronunciar o nome, quanto mais apreciar o sabor. Vai ver derramou um pouco pro santo, na
toalha. Romanée-Conti não é pra gentinha, não. As coisas boas da vida são para as pessoas finas
do mundo, não pra pé rapado que bota gravata e acha que é doutor. Muito menos pra pé-rapado
brasileiro. (...)
Um tal chefe de Estado tomando Romanée-Conti... É o cúmulo. É uma inversão completa de
valores sob os quais nos criamos, segundo os quais se Deus quisesse que os pobres tomassem
vinho de rico, daria uma ajuda de custo. É o fim de qualquer hierarquia social, portanto o caos.
Ainda bem que existem patriotas alertas para denunciar o acinte, o escândalo, e chamar o Chefe
de Estado de volta à humildade. Para mandar o Presidente se enxergar.
Sim, porque hoje é Romanée-Conti e amanhã pode ser até a presidência da República. Gentinha
que não conhece o seu lugar é capaz de tudo.
(Veríssimo, O Globo, 15 de outubro de 2003.Adaptado)

Resposta: Ridículo.

5) Bastante comuns estão se tornando os casos de filhos já adultos que prolongam sua adolescência
morando com os pais. Os chamados filhos-canguru são aqueles que, devido às comodidades e
ao afeto encontrados em casa, resistem em abandonar a família, mesmo sendo capazes de
obter seu próprio sustento. Essa situação é preocupante, pois pode levar a formação de pessoas
irresponsáveis.
Resposta: Definição Normativa.

6) Apesar de algumas drogas serem liberadas, como tabaco e álcool, que geram muitos impostos
para o país, não seria favorável a liberação das drogas mais pesadas, porque, embora ocorresse
arrecadação de impostos, os gastos com a saúde e segurança seriam bem maiores.
Resposta: Retorsão.

7) Cada um, tanto homossexuais como heterossexuais, precisa ter individualidade e ter os mesmos
direitos, até na hora de ter filhos…
Resposta: Regra de justiça.

8) Concordo com o que o juiz Sírio Darlan, da 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro,
falou: “É 200.000 vezes melhor uma criança amada por um pai gay do que vivendo na melhor
instituição ou abrigo do Estado”.
Resposta: Citação de autoridade.

9) É inegável que a Internet propicia aos seus usuários um poder fantástico. Pode-se conhecer as
diversas culturas do mundo, utilizar seus serviços, fazer compras, sem falar das disputadas salas de
bate-papo. Porém, é preciso discernir seus sites, o que uma criança e até mesmo um adolescente, em
sua maioria, não é capaz (…).
Resposta: Pragmático; contraste de ideias.

10) Segundo a antropóloga F. Chinelli, a ênfase na união e na camaradagem é característica


conhecida da instituição militar. Nesse universo a proeminência da coletividade é intencionalmente
promovida, define a dinâmica da caserna, é considerada fundamental para o seu bom
funcionamento e até extrapola os aspectos profissionais e penetra na vida doméstica.

NOBRE, Erica Barreto, CMG(RM1-T). Revista de Villegagnon. Rio de Janeiro: Escola Naval, 2011 (Texto
adaptado)
Resposta: Citação de autoridade; pragmático.

11) Conheci uma senhora que se vangloriava de não precisar de amigos: "Tenho meu marido e meus
filhos, e isso me basta". O marido morreu, os filhos seguiram sua vida, e ela ficou num deserto sem
oásis, injuriada como se o destino tivesse lhe pregado uma peça. Mais de uma vez se queixou, e
nunca tive coragem de lhe dizer, àquela altura, que a vida é uma construção, também a vida afetiva.
E que amigos não nascem do nada como frutos do acaso: são cultivados com... amizade. Sem
esforço, sem adubos especiais, sem método nem aflição: crescendo como crescem as árvores e as
crianças quando não lhes faltam nem luz nem espaço nem afeto.
[...]
Lya Luft. VEJA. 26 de junho de 2006.(adaptado)
Resposta: Justificativa; definição expressiva; analogia.

12) O medo é a coisa de que mais medo tenho no mundo. Ele ultrapassa, pelos incidentes agudos
que provoca, qualquer outra espécie de acidente. Que aflição será mais penosa e justificável do que
a dos amigos de Pompeu, testemunhas em seu próprio navio de horrível massacre? No entanto, o
medo que lhes causou a aproximação das velas egípcias abafou neles esse sentimento, a tal ponto
que se observou terem pensado apenas em instar os marinheiros para que à força de remos lhes
facilitassem a fuga até que, chegados a Tyr e já sem receios, tiveram o lazer de meditar sobre a
perda sofrida e dar livre curso aos lamentos e às lágrimas que o medo, mais forte do que a dor,
paralisara: “o pavor expulsa então de meu coração toda sabedoria.”

MONTAIGNE, Michel de. Ensaios. Trad. Sérgio Milliet. São Paulo: Editora Nova Cultural Ltda.
Resposta: Exemplificação; contraste de ideias; pragmático.

13) A excelência do corpo é a saúde, ou seja, um estado que nos permite, enquanto livres das
doenças, empregar nossos corpos; de fato, muitas pessoas são sadias do modo que, segundo nos
dizem, o era Heródico, a quem ninguém consideraria feliz em matéria de saúde, uma vez que, [para
a manter] tinha de se abster de todos ou quase todos os prazeres humanos.

ARISTÓTELES. Retórica. Trad. Edson Bini. São Paulo: Edipro. 2011.


Resposta: Definição normativa; exemplificação; justificativa.

14) Bem quisera eu que o que hoje determino pregar chegara a todos os reis, e mais ainda aos
estrangeiros que aos nossos. Todos devem imitar ao Rei dos reis, e todos têm muito que aprender
nesta última ação de sua vida. Pediu o Bom Ladrão a Cristo que se lembrasse dele no seu reino. E a
lembrança que o Senhor teve dele foi que ambos se vissem juntos no Paraíso. Esta é a lembrança
que devem ter todos os reis, e a que eu quisera lhes persuadissem os que são ouvidos de mais perto.
Que se lembrem não só de levar os ladrões ao Paraíso, senão de os levar consigo. Nem os reis
podem ir ao paraíso sem levar consigo os ladrões, nem os ladrões podem ir ao inferno sem levar
consigo os reis. Isto é o que hei de pregar. Ave Maria.
[...]
O que só digo e sei, por ser teologia certa, é que em qualquer parte do mundo se pode verificar o
que Isaías diz dos príncipes de Jerusalém: Os teus príncipes são companheiros dos ladrões. — E por
quê? São companheiros dos ladrões, porque os dissimulam; são companheiros dos ladrões, porque
os consentem; são companheiros dos ladrões, porque lhes dão os postos e os poderes; são
companheiros dos ladrões porque talvez os defendam, e são, finalmente, seus companheiros, porque
os acompanham e hão de acompanhar ao inferno, onde os mesmos ladrões os levam consigo.

Pe. Antônio Vieira, Sermão do Bom Ladrão (1655).dominiopublico.gov.br


Resposta: Modelo; retorsão; justificativa.

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