Direito Das Obrigações - Aula 06 - Pagamento - 18.03.21
Direito Das Obrigações - Aula 06 - Pagamento - 18.03.21
Direito Das Obrigações - Aula 06 - Pagamento - 18.03.21
AULA 06 – 18/03/2021
2. PAGAMENTO
I – Pagamento Direto
II – Pagamento Indireto e Formas Especiais de Pagamento: pagamento em consignação; sub-
rogação legal; sub-rogação convencional, imputação do pagamento; dação em pagamento;
novação; compensação; confusão; remissão; transação; compromisso.
[...]
Questão 01 (CONSULPLAN – 2017): José deve a João a importância de R$100,00 (cem reais).
Pedro, pai de José, procura João e paga o referido débito. Considerando que todos são maiores
e capazes, marque a alternativa correta:
a) José continua devedor de João, pois Pedro é terceiro não interessado.
b) João não poderia receber o pagamento de Pedro.
c) José não é mais devedor de João.
d) Pedro, como terceiro não interessado, não poderia pagar a dívida.
Tema: De Quem Deve Pagar (Arts. 304 a 307 do CC); Do Objeto do Pagamento e Sua Prova
(Arts. 313 a 326 do CC); Do Lugar do Pagamento (Arts. 327 a 330 do CC)
Questão 02 (CESPE – 2017): Assinale a opção correta no que se refere ao adimplemento das
obrigações.
a) O pagamento feito por terceiro ao credor não obriga o reembolso pelo devedor, se este
tiver ciência da prescrição da pretensão do credor e se opuser ao adimplemento.
b) Caso haja dúvida quanto ao fato de o terceiro ter efetuado pagamento em nome próprio
ou do devedor, presume-se que o tenha feito em nome do devedor.
c) Embora a quitação seja um direito subjetivo do devedor, ele não pode reter o pagamento
como forma de compelir o credor a fornecer-lhe o recibo.
d) Caso sejam designados dois ou mais lugares para o pagamento, a escolha do local para
efetuá-lo caberá ao devedor, em exceção à regra geral de que o pagamento seja efetuado no
domicílio do credor.
e) O terceiro não interessado que paga a dívida, em nome próprio, se sub-roga nos direitos
do credor.
Questão 07: De acordo com o Código Civil, o credor pode cobrar a dívida antes de vencido o
prazo contratual ou legal nas seguintes hipóteses, exceto:
a) no caso de falência do devedor.
b) se os bens, hipotecados ou empenhados, forem penhorados em execução por outro
credor.
c) se lhe for mais conveniente, independentemente de prova.
d) se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, as garantias do débito, fidejussórias, ou
reais, e o devedor, intimado, se negar a reforçá-las.
a. Contexto fático: o devedor quer efetuar o pagamento mas não consegue (por exemplo,
por que o credor não quer receber ou porque acontece algo no dia do pagamento que o impede
de efetuá-lo como ajustado inicialmente).
Obs: o pagamento em consignação só tem cabimento em obrigações de dar, podendo ser coisa
móvel ou imóvel. Não pode ser objeto de pagamento em consignação, portanto, obrigação de
fazer e de não fazer.
d. Hipóteses legais
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na
devida forma;
Ex: credor está doente, hospitalizado e impossibilitado de receber o pagamento.
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
Ex: No dia do vencimento o credor não comparece ao lugar ajustado e não avisa ao devedor,
que por sua vez não consegue contactá-lo para efetuar o pagamento.
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar
incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
Ex: O credor vem a falecer e o devedor não sabe exatamente quem são seus herdeiros.
Obs: o rol do artigo 335 e exemplificativo, de modo que é possível haver consignação em
pagamento em outras hipóteses fáticas. Por exemplo, a jurisprudência já admite este instituto
para casos de desentendimento entre as partes que obstam o pagamento direto em local
inicialmente estabelecido.
e.1 Requisitos subjetivos: existência de solvens e accipiens, dentro do que foi estudado no
pagamento direto.
e.2 Requisitos objetivos: atendimento aos aspectos quanto ao objeto do pagamento e sua prova,
tempo do pagamento e lugar do pagamento
Art. 539. Nos casos previstos em lei, poderá o devedor ou terceiro requerer, com efeito de
pagamento, a consignação da quantia ou da coisa devida.
§ 1º Tratando-se de obrigação em dinheiro, poderá o valor ser depositado em estabelecimento
bancário, oficial onde houver, situado no lugar do pagamento, cientificando-se o credor por
carta com aviso de recebimento, assinado o prazo de 10 (dez) dias para a manifestação de
recusa.
§ 2º Decorrido o prazo do § 1º, contado do retorno do aviso de recebimento, sem a manifestação
de recusa, considerar-se-á o devedor liberado da obrigação, ficando à disposição do credor a
quantia depositada.
§ 3º Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento bancário, poderá ser
proposta, dentro de 1 (um) mês, a ação de consignação, instruindo-se a inicial com a prova do
depósito e da recusa.
§ 4º Não proposta a ação no prazo do § 3º, ficará sem efeito o depósito, podendo levantá-lo o
depositante.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor,
e, no caso contrário, à conta do devedor.
i.1: Se o pedido for julgado procedente, o devedor será o vencedor e o credor, enquanto vencido,
arcará com as despesas do depósito.
Art. 546. CPC: Julgado procedente o pedido, o juiz declarará extinta a obrigação e condenará o
réu ao pagamento de custas e honorários advocatícios.
Parágrafo único. Proceder-se-á do mesmo modo se o credor receber e der quitação.
i.2: Se o pedido for julgado improcedente, o credor será o vencedor e o devedor, enquanto
vencido, arcará com as despesas do depósito.
a. Conceito de sub-rogação: é a substituição de uma coisa por outra, com os mesmos ônus
e atributos, ou de uma pessoa por outra, que terá os mesmos direitos e ações daquela, hipótese
em que se configura a sub-rogação pessoal de que trata o Código Civil.
b. Modalidades de sub-rogação:
c. Efeitos da sub-rogação
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor,
senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
Questão: O artigo menciona apenas a sub-rogação legal. Isso significa que a sub-rogação
convencional pode ser onerosa?
a. Contexto fático: credor e devedor têm vários débitos em comum, da mesma natureza, e
o devedor teme que o credor tenha dúvida sobre a qual dos débitos se referirá o pagamento que
ele pretende efetuar.
Ex: A é devedor de B em relação às referidas quantias em dinheiro: R$1.000,00, R$2.000,00 e
R$5.000,00.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem
o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
c. Requisitos
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar
o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação
feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
O silêncio do devedor que paga sem imputar o pagamento importa renúncia à referida
imputação. Assim, quem fará a imputação (atribuição) da quantia paga é o credor.
e. Capital e juros
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e
depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do
capital.
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
b. Consentimento do credor
A dação em pagamento só tem cabimento se o credor anuir, pois ele não é obrigado a receber
prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa (art. 313, CC).
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-
se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
d. Modalidades de obrigação
A dação em pagamento pode ocorrer no contexto de obrigação de dar (bem móvel ou imóvel),
fazer ou não fazer.