Peabody Developmental Motor Scale-2 PDMS-2 Definic
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Resumo
As escalas PDMS-2 (Folio & Fewell, 2000) são um dos instrumentos mais
utilizados no âmbito da avaliação motora infantil. Trata-se de um instrumento
recentemente revisto e que permite avaliar a execução das habilidades
motoras finas e grosseiras de crianças até aos 71 meses. Com o presente
artigo, pretendemos efectuar uma breve apresentação do instrumento no
que diz respeito à sua utilidade, estrutura e validade. Finalmente, serão apre-
sentados os principais domínios de investigação em que tem sido utilizado.
Como síntese, podemos afirmar que as PDMS-2 são um instrumento útil no
contexto clínico, educativo, e amplamente utilizado como instrumento de
medida em numerosos estudos de carácter empírico.
Palavra-chave
Desenvolvimento motor; PDMS-2 (Peabody Developmental Motor Scale-2);
criança; avaliação motora
PDMS-2 (Folio & Fewell, 2000) descreve no seu manual várias potencialidades e van-
tagens do instrumento que possibilitam especificamente: i) avaliar a competência motora
ii) identificar défices motores e desequilíbrios entre as componentes motoras finas e
grosseiras; iii) avaliar o progresso da criança; iv) determinar a necessidade/elegibili-
dade para programas de intervenção clínica; v) planear e avaliar programas de inter-
venção no contexto educativo e clínico; vi) e, por último, a sua utilização como um
instrumento de medida na investigação científica. Para além destas vantagens, os
autores do instrumento propõem também um programa de intervenção motora, uma
ferramenta útil no contexto educativo e clínico.
A administração das PDMS-2 é individual e demora cerca de 45 a 60 minutos.
As PDMS-2 apresentam a mesma base teórica das PDMS, no entanto representam
uma melhoria significativa da versão original, no que diz respeito à representatividade
das suas normas e às suas propriedades psicométricas.
A estrutura compósita das PDMS-2 inclui seis testes, distribuídos por duas com-
ponentes ou sub-escalas motoras: as habilidades motoras grosseiras e as habilida-
des motoras finas (Figura1).
Reflexos
(8 itens)
Posturais
(30 itens) Quociente Motor
Grosseiro
Locomoção
(89 itens)
Manipulação fina
(26 itens)
Quociente
Motor Fino
Integração visuo-motora
(72 itens)
dois factores latentes (QMG e QMF), definidos respectivamente por três (PO, LO, MO)
e dois (VM, MF) testes marcadores.
No que diz respeito à validade empírica, as autoras das escalas concluem que
as PDMS-2 apresentam elevada validade concorrencial com a versão original (QMG
0.84 QMF 0.91) e com as escalas Mullen Scales of Early Learning: AGS Edition (Mullen,
1995) (QMG 0.86, QMF 0.80). Num outro estudo, Bean et al. (2004), ao avaliarem
crianças em risco de desenvolvimento com idades compreendidas entre os 2 e 15
meses, registaram correlações elevadas (0.90 - 0.97) entre os resultados de três tes-
tes (reflexos, locomoção e posturais) da escala de motricidade grosseira do PDMS-2
e o quociente motor total da Alberta Infant Motor Scale (AIMS).
Relativamente à sensibilidade das PDMS-2, Wang e seus colaboradores (2006),
ao examinarem a competência motora de 32 crianças entre os 2 e 5 anos com parali-
sia cerebral, concluem que as PDMS-2 foram sensíveis às mudanças no desenvolvi-
mento motor ocorridas num espaço de três meses. Esta parece ser uma melhoria
importante desta versão já que Palisano, Kolobe, Haley, Lowes e Jones (1995) ha-
viam referido que a escala das habilidades motoras grosseiras da versão original das
PDMS não foi capaz de detectar mudanças no desenvolvimento motor grosseiro de
crianças com paralisia cerebral num intervalo de 6 meses.
Apesar das excelentes propriedades psicométricas da recente versão, alguns
estudos têm vindo a questionar a sua sensibilidade e particularmente os seus valores
de corte para discriminar certos grupos clínicos. Van Hartingsveldt et al. (2005) com-
pararam os resultados obtidos na escala de motricidade fina das PDMS-2 e os da
componente fina da bateria Movement ABC (Movement Assessment Battery for
Children) na avaliação de 18 crianças com idades compreendidas entre os 4 e 5 anos,
que apresentavam ligeiros problemas motores finos. Tendo como referência os valo-
res de corte de cada instrumento para a detecção de problemas na motricidade fina, a
bateria Movement ABC identificou 50% (normas USA) ou 78% (normas Holanda) das
crianças com problemas motores finos e a escala PDMS-2 identificou apenas 39%.
Perante estes resultados, os autores concluem que a escala de motricidade fina das
PDMS-2 não apresenta sensibilidade para discriminar crianças com problemas moto-
res finos ligeiros.
Provost et al. (2004) procuraram analisar a validade concorrente entre as PDMS-
-2 e as Escalas Bayley (BSID II) com 110 crianças dos 3 aos 41 meses que evidencia-
vam sinais de atrasos no desenvolvimento. A validade concorrente foi avaliada atra-
vés da comparação dos valores estandardizados e dos valores relacionados à idade,
bem como da correlação e do acordo do diagnóstico clínico entre os resultados dos
dois testes. Os resultados do estudo concluem que a validade concorrente entre as
duas escalas é apenas evidente nos valores referenciados à idade e especificamente
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