Apostila FE Secao1.1
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2022
Conteúdo
Índice 1
1 Conceitos Básicos 2
1.1 Apresentação do curso técnico em Eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Denições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Unidades de medida, algarismos signicativos e potência de 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.1 Unidades de medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.2 Algarismos signicativos e precisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.3 Arredondamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3.4 Potência de 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3.5 Notação Cientíca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.6 Prexos Métricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.7 Tutorial rápido de calculadora cientíca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Eletrostática e natureza da eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.5 Carga elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.5.1 Processos de eletrização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.6 Campo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.7 Eletrodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.7.1 Corrente Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.7.2 Tensão Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.7.3 Relação: Corrente, Resistência e Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
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Conceitos Básicos
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1.1 Apresentação do curso técnico em Eletrônica
O curso técnico em Eletrônica aborda conteúdos tecnológicos convencionais e de ponta, abrangendo, dentre
outras, as áreas de controle, automação, microprocessamento, equipamentos eletrônicos, biotecnologia e teleco-
municações.
Objetivo do curso
Capacitar o prossional para participar do desenvolvimento de projetos, executar instalação e manutenção
de equipamentos e sistemas eletrônicos, bem como lidar com procedimentos de gestão da produção no setor
eletroeletrônico industrial.
Perl do prossional
O técnico em Eletrônica presta serviços nas mais diversas áreas tecnológicas, apoiando engenheiros, pro-
jetistas e operadores de máquinas e equipamentos. Presta assistência técnica na comercialização, operação,
instalação e manutenção de dispositivos e equipamentos eletrônicos.
Campo de atuação
Empresas de informática, telecomunicações e de produtos eletrônicos;
Indústrias automobilística e de automação;
Indústrias de biotecnologia e eletromedicina;
Indústrias de mineração, metalurgia e siderurgia;
Laboratórios de eletrônica de potência e de sistemas digitais;
Laboratórios de controle, qualidade e de manutenção;
Órgãos governamentais e particulares na área de aeronáutica e da marinha.
1.2 Denições
O que é eletrônica?
É a ciência que estuda as formas de controlar a corrente elétrica que é responsável pelo funcionamento dos
equipamentos eletrônicos.
Mas o que é corrente elétrica?
É o uxo ordenado de elétrons em um condutor, como se fosse o uxo de água em um encanamento.
O que é eletricidade?
É o ramo da física responsável pelo estudo de quaisquer fenômenos que ocorram por causa de cargas elétricas.
1 https://www.cft.org.br/
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Exemplo: Um carro percorreu uma distância de 30km em 30 minutos. Qual foi a velocidade média do
carro em km/h?
∆s
Sabe-se que: Velocidade média (Vm ) =
∆t
O problema forneceu:
∆s = 30km (espaço percorrido)
∆t = 30min (intervalo de tempo)
30
Então: Vm = = 1km/h (ESTÁ INCORRETO!!!)
30
Neste caso, a unidade correta seria km/min.
Solução 2:
∆t = 30min = 0, 5h
30km
Então: Vm = = 60km/h (ESTÁ CORRETO!!!)
0, 5h
Assim, comprovamos a importância de se ter atenção, não só no valor da grandeza, mas também em sua
unidade de medida.
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mente em algumas situações. Para saber se um zero é signicativo em um número basta analisar os algarismos
que estão a sua esquerda, caso haja algum algum algarismo signicativo à esquerda do zero analisado, o mesmo
é considerado signicativo, caso contrário, tal zero não é considerado algarismo signicativo.
Exemplos:
4, 008 ⇒ os zeros são signicativos, pois à esquerda de ambos existe o algarismo 4 que é signicativo;
0, 0028 ⇒ os zeros não são signicativos, pois à esquerda dos mesmos não há nenhum algarismo signi-
cativo. Tais zeros são utilizados somente para denir a localização da vírgula, não inferem na precisão da
medida;
0, 30050 ⇒ o zero mais à esquerda não é signicativo, já os demais zeros são signicativos, pois existem
algarismos signicativos à esquerda dos mesmos.
Analise a gura a seguir e responda: qual instrumento (régua) fornece a medição mais precisa? Por quê?
Utilizando a primeira régua para medir o objeto, conseguimos vericar que o comprimento do objeto está
entre 2, 7cm e 2, 8cm, porém mais próximo de 2, 8cm. Assim, podemos estimar o terceiro algarismo signicativo
da medição e dizer que o objeto apresenta 2, 78cm, ou seja, o valor medido apresenta três algarismos signi-
cativos, sendo o último dígito o algarismo duvidoso (neste caso o 8), pois foi estimado. Já na medição com
a segunda régua, conseguimos ter certeza que o comprimento do objeto está entre 2, 75cm e 2, 80, ou seja, o
objeto apresenta comprimento um pouco maior que 2, 75cm porém não alcança 2, 80cm. Analisando a gura,
podemos estimar o quarto algarismo da medição e dizer que o objeto mede 2, 756cm, fazendo com que a medição
apresente 4 algarismos signicativos, sendo o dígito 6 o algarismo duvidoso. A partir desta análise, é possível
concluir que a segunda régua é mais precisa pois ela permite fazer medições com um algarismo a mais que a
primeira régua.
1.3.3 Arredondamentos
Em diversos cálculos o resultado apresenta várias casas decimais e, para abreviar a quantidade de tais casas
decimais, costumamos utilizar o recurso de arredondamento, embora tenhamos que sacricar a precisão.Vejamos
a seguir, as regras que devem ser seguidas para realizar arredondamentos.
Se o primeiro algarismo a ser retirado for menor que 5, então o último algarismo a ser mantido não sofrerá
alteração.
Ex.: Arredondando os seguintes números a m de manter 3 algarismos signicativos:
3, 46338 ∼
= 3, 46
15, 7182 ∼
= 15, 7
0, 0038846 ∼
= 0, 0388
Se o primeiro algarismo a ser retirado for maior que 5, então o último algarismo a ser mantido deverá ser
acrescido de uma unidade.
Ex.: Arredondando os seguintes números a m de manter 3 algarismos signicativos:
3, 46638 ∼
= 3, 467
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15, 7982 ∼
= 15, 8
0, 0038886 ∼
= 0, 0389
Se o primeiro algarismo a ser retirado for igual a 5, então o último algarismo a ser mantido não sofrerá
alteração se o mesmo for par, caso seja ímpar, deverá ser acrescido de uma unidade.
3, 46538 ∼
= 3, 46
15, 7582 ∼
= 15, 8
0, 0038856 ∼
= 0, 0388
Obs.: Alguns livros adotam a regra inversa para o caso do dígito a ser removido ser igual a 5. O importante é
adotar um critério e segui-lo.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
1) Utilize as regras de arredondamentos e escreva as seguintes medidas com apenas três algarismos signi-
cativos:
a) 142,34cm d) 43,652mm g) 0,013455s
b) 6,338g e) 81,350001m h) 2,955km
c) 4,1560s f) 9,0150kg i) 0,010356g
2) Em uma pesquisa sobre o tempo, em minutos, gastos por alunos para resolver uma prova, observou-se
os seguintes tempos em minutos. Utilize as regras de arredondamento para representar os dados com quatro
algarismos signicativos:
a) 35,9423 f) 28,0932 k)48,0072
b) 39,5581 g) 49,9332 l) 39,8914
c) 40,0562 h) 40,5639 m) 46,6604
d) 48,8840 i) 50,0081 n) 56,0635
e) 36,0323 j) 37,6375 o) 47,7560
3) Refaça o exercício anterior utilizando as regras de arredondamento para representar os dados com três
algarismos signicativos.
1.3.4 Potência de 10
A potência de 10 é um recurso matemático utilizado para representar, de forma simplicada, quantidades
muito grandes ou muito pequenas por meio da multiplicação do algarismo signicativo pela base 10 elevada a
um expoente positivo ou negativo. A tabela a seguir mostra exemplos de potências de 10:
Regra 1: Quando desloca-se a vírgula para a esquerda, multiplica-se o número obtido por 10 elevado ao
número de casas decimais deslocadas para a esquerda (potência positiva).
Exemplos:
5000 = 5.103 = 50.102 = 500.10
478000 = 4, 78.105 = 47, 8.104
860, 5 = 86, 05.101 = 8, 605.102 = 0, 8605.103
Regra 2: Quando desloca-se a vírgula para a direita, multiplica-se o número obtido por 10 elevado ao
número de casas decimais deslocadas, porém negativo (potência negativa).
Exemplos:
0, 0004 = 0, 004.10−1 = 0, 04.10−2 = 0, 4.10−3 = 4.10−4
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Regra 3: A soma ou subtração de números na forma de potência de 10, deverá ser realizada somente
quando os expoentes da potência de 10 forem iguais. Assim, soma-se ou subtrai-se os números que
antecedem a potência (chamados de coecientes) e mantém-se a potência de 10. Caso os expoentes sejam
diferentes, deve-se utilizar as regras 1 e 2 para reescrever os números com a mesma potência de 10, antes
de realizar a operação de soma ou subtração.
Exemplos:
35.10−5 + 8, 62.10−3 = 0, 35.10−3 + 8, 62.10−3 = (0, 35 + 8, 62).10−3 = 8, 97.10−3
754.104 − 2, 8.105 = 75, 4.105 − 2, 8.105 = (75, 4 − 2, 8).105 = 72, 6.105
Regra 4 (Multiplicação): Multiplica-se os coecientes, repete-se a potência de 10 e soma-se os expo-
entes.
Exemplos:
2, 7.102 × 4.103 = (2, 7 × 4).10(2+3) = 10, 8.105
1, 5.10−6 × 5, 6.10−2 = 8, 4.10−8
Regra 5 (Divisão): Divide-se os coecientes, repete-se a potência de 10 e subtrai-se os expoentes.
Exemplos:
2, 7 × 102 2, 7 (2−3)
= .10 = 0, 675 × 10−1
4 × 103 4
1, 5 × 10−6
= 0, 268 × 10−4
5, 6 × 10−2
Regra 6 (Potenciação): Efetua-se a potência dos coecientes e também da potência de base 10.
Exemplos:
(2, 7.102 )2 = 2, 72 .(102 )2 = 7, 29.104
(3, 3.10−3 )4 = 118, 59.10−12
Exemplos:
74251 = 7, 4251.104
0, 0002356 = 2, 356.10−4
Muitas vezes, será necessário representar um número utilizando potência de 10, porém o expoente deverá ser
múltiplo de 3 para poder utilizar os prexos métricos. Tal representação é chamada de 'notação de engenharia'
e nela, o coeciente poderá ter mais de um dígito antes da vírgula e também é permitido apenas o zero. Nestes
casos, o número estará em notação de engenharia mas não em notação cientíca.
Exemplos:
74251 = 74, 251.103
0, 0002356 = 0, 2356.10−3 = 235, 6.10−6
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Exemplos:
Notação cientíca:
1) 30000m = 3 × 104 m
2) 23500000m = 2, 35 × 107 m
3) 0, 01234m = 1, 234 × 10−2 m
4) 0, 000088m = 8, 8 × 10−5 m
Notação de engenharia:
1) 30000m = 30 × 103 m = 30km
2) 23500000m = 23, 5 × 106 m = 23, 5M m
3) 0, 01234m = 12, 34 × 10−3 m = 12, 34mm
4) 0, 000088m = 88 × 10−6 m = 88µm
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
1) Efetue as operações a seguir:
a) 1, 987.106 − 8, 61.105 d) (5, 2.10−3 )2
b) 52.10 + 4, 63.10
−8 −6
e) 4, 05.10−12 × 0, 03 × 200000
5, 4 × 0, 00006 × 10 3
0, 00018 × 10−5 × 23000 × 400 × 102
c) −2
f)
20000 × 10 × 0.05 × 10 4 15000 × 103 × 0, 075 × 10−3
2) Escreva os números as seguir em notação cientíca:
a) 0,0000000263 c) 15230000000 e) 0,041028
b) 0,0001065 d) 825000 f) 230500
3) Considerando que a unidade de medida dos números do exercício 2 é o metro, reescreva os números uti-
lizando os prexos métricos.
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Exercício 1: Congure a calculadora para mostrar os resultados com 3 casas decimais, no modo Fix. Faça as
seguintes operações e anote os resultados.
a) 1/3 b) 2/8 c) 5/7 d) 16/6 e) 73/7
f) 75/13 g) 2 × 6 h) 3+5 i) 5 − 3, 2 j) 2, 5 × (−3)
Exercício 2: Congure a calculadora para mostrar os resultados com 9 casas decimais. Repita as opera-
ções do exercício 1 e anote os resultados.
Exercício 3: Congure a calculadora para apresentar os resultados em notação cientíca com duas casas
decimais. Repita o exercício 1 e anote os resultados.
Ao pressionar a tecla mode 4 vezes seguida, surgirá apenas a opção DISP (1). Selecionado esta opção, e
pressionando a tecla . (seta para direita), teremos duas opções:
1-Dot: usa o ponto como separador decimal (padrão americano);
2-Comma: usa a vírgula como separador decimal (padrão brasileiro).
2 - Tecla x2
Esta tecla é utilizada para elevar qualquer número ao quadrado. Exemplo, a pressionar a tecla do nº 2 e
depois a tecla x2 , estaremos realizando a operação 22 . O número que for digitado antes da tecla x2 , assumirá o
lugar do x. Esta tecla também é válida para operações. Ex.: Para resolver a expressão (2 + 5)2 , basta digitar
(2 + 5), entre parênteses e depois pressionar a tecla x2 . Observe que se os parênteses não forem utilizados, a
calculadora irá realizar a operação 2 + 52 . Lembre-se da ordem de prioridade das operações matemáticas para
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4 - Tecla Ans
A tecla ANS memoriza o resultado da operação anterior. Ex.: Você precisa realizar a operação (34 − 77)2 + 6.
Você pode digitar toda esta operação na calculadora (3 ∧ 4 − 77) ∧ 2 + 6. Ou resolver por partes: 3 ∧ 4 e apertar
a tecla =, assim o resultado da operação cará armazenado na tecla Ans. Basta pressioná-la e continuar a
expressão: −77, pressionar a tecla = novamente, o novo resultado será armazenado na tecla Ans. Assim, basta
pressiona: Ans x2 =. Depois novamente Ans+6, que resultará em 22.
Obs.: No caso acima, nem há necessidade de pressionar a tecla Ans, basta seguir os passos: 3 ∧ 4 = −77 =
⇒ ∧2 = ⇒ +6 =, que resultará em 22. Pois quando você inicia uma expressão com qualquer operação (+, -,
x, /, ∧), a calculadora entende que você está realizando a operação com o valor calculado anteriormente.
5 - Tecla ENG
Esta tecla converte o resultado para notação em engenharia, ou seja, apresenta os resultados utilizando po-
tências de 10 com expoentes múltiplos de 3 para que se posso utilizar os prexos métricos (quilo, mega, mili,
micro, etc). Ex.: Digite o número 5000, pressione a tecla = depois a tecla ENG, a calculadora irá apresentar o
número na forma 5 × 103 . Testando o número 0.00002 teremos como resultado 20 × 10−6 .
6 - Tecla EXP
Esta tecla é utilizada para representar potências de 10. Ex.: Para digitar o número 2.5 × 104 você pode
digitar 2.5 × 10 ∧ 4, ou simplesmente 2.5 tecla EXP 4, que aparecerá na calculadora 2.5E4, a letra E representa
a potência de 10 elevado ao número que segue a letra, no caso o 4.
Figura 1.2: Modelos atômicos (Crovador, Álvaro. Título: Eletricidade e eletrônica básica. Curitiba: Conten-
tus,2020).
Em condições estáveis, um átomo apresenta-se eletricamente neutro, ou seja, o número de prótons é igual ao
número de elétrons. Porém, alguns átomos têm a capacidade de ceder elétrons, enquanto outros têm a capacidade
de receber elétrons. Este elétrons que são transferidos de um átomo para outro, são denominados elétrons livres.
Eles cam na última camada dos átomos e têm pouca atração com o núcleo, podendo circular de um átomo
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para outro. Tais elétrons livres encontram-se em abundância nos materiais chamados bons condutores (prata,
cobre, ouro, etc) e praticamente não existem nos materiais isolantes, também chamados de dielétricos (vidro,
madeira, borracha, etc). Existem também os materiais chamados de semicondutores, que são intermediários
entre os condutores e isolantes, como o silício e germânio.
Q = N.|e|
em que N = Np − Ne . Assim, se Np > Ne o corpo terá carga elétrica positiva, caso contrário, terá carga elétrica
negativa.
Exercícios:
1) Um determinado material possui 12, 5 × 108 elétrons a mais que prótons. Qual é a sua carga em Coulomb?
2) Em um corpo eletrizado com carga inicial de +1pC , foram inseridos 1 milhão de elétrons. Qual é a carga
nal do corpo?
3) De um corpo eletrizado com carga inicial de −12µC , foram retirados n elétrons, de forma que sua carga
passou a ser +2µC . Quantos elétrons foram retirados desse corpo?
4) Quantos elétrons devem ser retirados de um corpo neutro para que ele que com uma carga elétrica de 0, 1C ?
5) Uma esfera metálica tem carga elétrica negativa igual a 3, 2 × 10−4 C . Determine o número de elétrons
em excesso.
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Figura 1.7: Analogia entre campo gravitacional e campo elétrico. Fonte da gura
https://djnsica3.blogspot.com/2019/02/
1.7 Eletrodinâmica
Eletrodinâmica é o ramo da física que estuda o movimento das cargas elétricas.
A corrente elétrica consiste no uxo ordenado de elétrons, como indica a Figura 1.9. Os materiais que
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permitem o uxo de elétrons, ou seja, a passagem de corrente elétrica, são os materiais condutores (possuem
excesso de elétrons livres). Porém, para que exista corrente elétrica, é necessário que exista uma diferença de
potencial (ddp) entre dois pontos. Esta ddp recebe o nome de tensão elétrica, cuja unidade de medida é o Volt
(V).
Na Figura 1.10 têm-se dois corpos carregados com cargas elétricas opostas, portanto, há uma diferença de
potencial elétrico entre eles. Ao estabelecer contato entre estes corpos através de um meio condutor, haverá
transferência de elétrons, e este uxo cessará assim que for estabelecido o equilíbrio de cargas.
Figura 1.10: Transferência de elétrons entre dois corpos com cargas elétricas diferentes [3].
A intensidade da corrente elétrica (I), dada em Ampéres (A), pode ser calculada por:
∆Q
I=
∆t
Exercícios:
1) Se uma corrente de 2A passar através de um medidor durante 1 minuto, quantos Coulombs passarão pelo
medidor? E qual é o número de elétrons correspondente a esta carga elétrica?
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2) Determine a corrente necessária para carregar um dielétrico para que ele acumule uma carga de 20C após
4s.
3) A cada 64ms, 0, 16C atravessam a seção reta de um condutor. Determine a corrente elétrica que per-
corre neste condutor.
4) Determine o tempo necessário para que 4 × 1016 elétrons atravessem a seção reta de um condutor se a
corrente for de 5mA.
5) Pela seção transversal de um condutor passou uma corrente de 2A durante 45s. Quantos elétrons atra-
vessaram esta seção neste intervalo de tempo?
6) Calcule a corrente elétrica que percorre um condutor quando 21, 847 × 1018 elétrons o atravessarem em
7s.
9) Uma lâmpada permanece acesa durante 5 minutos por efeito de uma corrente de 2A, fornecida por uma
bateria. Determine a carga total, em Coulombs, bem como o número de elétrons liberados pela bateria.
Sabemos que uma corrente/uxo de água passaria a existir entre os tanques. Mas qual seria o sentido do
uxo de água? De A para B ou de B para A? A gura a seguir responde a esta pergunta.
O sentido do uxo de água seria do tanque de maior potencial para o de menor potencial. Mas o uxo de
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água se manterá innitamente? Obviamente, a resposta é não, pois o uxo de água cessará quando os potenciais
se igualarem, ou seja, quando a diferença de potencial for nula ⇒ ddp = 0, como podemos ver na gura seguinte.
Agora já podemos responder à pergunta inicial: Como se cria corrente elétrica? A resposta é para existir
corrente elétrica é necessário que haja diferença de potencial,mas somente isso não é necessário, pois
além da ddp é necessário que que exista também um caminho para a corrente entre os pontos com diferença de
potencial, o qual chamamos de circuito elétrico.
A Figura 1.7.2 mostra um circuito elétrico básico. O sentido da corrente elétrica é oposto ao sentido dos
elétrons, por isso, fala-se em sentido convencional, pois não se trata do sentido real dos elétrons;
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Bibliograa
[2] Ce pinto lima - resumo das aulas, 2016. Disponível em: http://professorbiriba.com.br/boilerplate/html/colegio/terceiroano
terceiroano.html. Acessado: 19/03/2018.
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