Apostila FE Secao1.1

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APOSTILA DE FUNDAMENTOS DA ELETRÔNICA

Autoras: Profª Danielle Okamoto e Profª Luciana Nicacio


Departamento de Eletrônica e Biomédica
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
CEFET-MG/Belo Horizonte

2022
Conteúdo

Índice 1
1 Conceitos Básicos 2
1.1 Apresentação do curso técnico em Eletrônica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Denições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.3 Unidades de medida, algarismos signicativos e potência de 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.1 Unidades de medida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.2 Algarismos signicativos e precisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3.3 Arredondamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3.4 Potência de 10 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.3.5 Notação Cientíca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.6 Prexos Métricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.3.7 Tutorial rápido de calculadora cientíca . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
1.4 Eletrostática e natureza da eletricidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.5 Carga elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.5.1 Processos de eletrização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
1.6 Campo elétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
1.7 Eletrodinâmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.7.1 Corrente Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
1.7.2 Tensão Elétrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.7.3 Relação: Corrente, Resistência e Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

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Conceitos Básicos
1
1.1 Apresentação do curso técnico em Eletrônica
O curso técnico em Eletrônica aborda conteúdos tecnológicos convencionais e de ponta, abrangendo, dentre
outras, as áreas de controle, automação, microprocessamento, equipamentos eletrônicos, biotecnologia e teleco-
municações.

Objetivo do curso
Capacitar o prossional para participar do desenvolvimento de projetos, executar instalação e manutenção
de equipamentos e sistemas eletrônicos, bem como lidar com procedimentos de gestão da produção no setor
eletroeletrônico industrial.

Perl do prossional
O técnico em Eletrônica presta serviços nas mais diversas áreas tecnológicas, apoiando engenheiros, pro-
jetistas e operadores de máquinas e equipamentos. Presta assistência técnica na comercialização, operação,
instalação e manutenção de dispositivos e equipamentos eletrônicos.

Campo de atuação
ˆ Empresas de informática, telecomunicações e de produtos eletrônicos;
ˆ Indústrias automobilística e de automação;
ˆ Indústrias de biotecnologia e eletromedicina;
ˆ Indústrias de mineração, metalurgia e siderurgia;
ˆ Laboratórios de eletrônica de potência e de sistemas digitais;
ˆ Laboratórios de controle, qualidade e de manutenção;
ˆ Órgãos governamentais e particulares na área de aeronáutica e da marinha.

Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT)


Atualmente, a maioria dos técnicos industriais de nível médio não mais se credencia ao CONFEA/CREA e
sim ao sistema CFT/CRT 1 . Esta alteração aconteceu em setembro de 2018. Alguns técnicos continuam fazendo
parte do Sistema CONFEA/CREA, mas não é o caso do técnico em Eletrônica. Para mais informações, como
o valor da anuidade, acesse: http://www.crea-mg.org.br/index.php?id=746.

1.2 Denições
O que é eletrônica?
É a ciência que estuda as formas de controlar a corrente elétrica que é responsável pelo funcionamento dos
equipamentos eletrônicos.
Mas o que é corrente elétrica?
É o uxo ordenado de elétrons em um condutor, como se fosse o uxo de água em um encanamento.
O que é eletricidade?
É o ramo da física responsável pelo estudo de quaisquer fenômenos que ocorram por causa de cargas elétricas.
1 https://www.cft.org.br/

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1.3 Unidades de medida, algarismos signicativos e potência de 10


1.3.1 Unidades de medida
O que é medir?
"Medir é comparar uma grandeza física uma grandeza física, direta ou indiretamente, com uma grandeza
física unitária de mesma natureza realizada por um padrão"[6].
Ter um padrão de medida envolve a denição de uma unidade de medida para cada grandeza física.
Se você fosse solicitado a medir o comprimento de um objeto, qual instrumento você deveria usar? Você
conseguiria realizar a medição se lhe fosse dado uma balança ou um termômetro? Obviamente, a resposta é
não, pois para medir comprimento usa-se como referência o metro padrão (régua, trena, etc). Assim, para cada
tipo de grandeza física a medir, é necessário ter uma unidade de medida adequada, e o conjunto destas unidades
forma um sistema de unidades de medida [6].
Em eletricidade, usa-se o sistema métrico internacional de unidades (SI), que é conhecido como uma lingua-
gem de medição internacional e foi adotado pela Conferência Geral de Pesos e Medidas em 1960. A tabela a
seguir mostra as unidades fundamentais do SI.

Tabela 1.1: As sete unidades fundamentais do SI.


Grandeza Unidade Símbolo
Comprimento metro m
Massa quilograma kg
Tempo segundo s
Corrente elétrica ampère A
Temperatura termodinâmica kelvin K
Intensidade luminosa candela cd
Quantidade de matéria mol mol

Apartir das unidades fundamentais do SI,


 outras unidades são derivadas. Ex.: carga elétrica (C = A.s),
kg.m2
 
kg.m
força N = , potência W = , entre outras.
s2 s3
A compreensão do valor das unidades de medida é de suma importância no ramo da ciência e tecnologia.
Os efeitos de substituições, em fórmulas básicas, de números sem unidades, ou com unidades incompatíveis,
são muitas vezes ignorados, o que conduz a erros grosseiros. Assim, o valor numérico de um dado substituído
em uma equação deve estar na unidade de medida adequada para obtermos a respostas nas unidades especi-
cadas pelo problema. Portanto, a unidade de medida nunca deve ser ignorada. Veja o exemplo a seguir.

Exemplo: Um carro percorreu uma distância de 30km em 30 minutos. Qual foi a velocidade média do
carro em km/h?
∆s
Sabe-se que: Velocidade média (Vm ) =
∆t
O problema forneceu:
∆s = 30km (espaço percorrido)
∆t = 30min (intervalo de tempo)
30
Então: Vm = = 1km/h (ESTÁ INCORRETO!!!)
30
Neste caso, a unidade correta seria km/min.

Solução 2:
∆t = 30min = 0, 5h
30km
Então: Vm = = 60km/h (ESTÁ CORRETO!!!)
0, 5h
Assim, comprovamos a importância de se ter atenção, não só no valor da grandeza, mas também em sua
unidade de medida.

1.3.2 Algarismos signicativos e precisão


A precisão de uma medida pode ser determinada pelo número de algarismos (dígitos) signicativos presentes
no resultado. Todos os algarismos diferentes de zero são signicativos, enquanto os zeros são signicativos so-

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mente em algumas situações. Para saber se um zero é signicativo em um número basta analisar os algarismos
que estão a sua esquerda, caso haja algum algum algarismo signicativo à esquerda do zero analisado, o mesmo
é considerado signicativo, caso contrário, tal zero não é considerado algarismo signicativo.

Exemplos:
ˆ 4, 008 ⇒ os zeros são signicativos, pois à esquerda de ambos existe o algarismo 4 que é signicativo;

ˆ 0, 0028 ⇒ os zeros não são signicativos, pois à esquerda dos mesmos não há nenhum algarismo signi-
cativo. Tais zeros são utilizados somente para denir a localização da vírgula, não inferem na precisão da
medida;

ˆ 0, 30050 ⇒ o zero mais à esquerda não é signicativo, já os demais zeros são signicativos, pois existem
algarismos signicativos à esquerda dos mesmos.

Analise a gura a seguir e responda: qual instrumento (régua) fornece a medição mais precisa? Por quê?

Figura 1.1: Precisão de um instrumento. Fonte: modicado de [4].

Utilizando a primeira régua para medir o objeto, conseguimos vericar que o comprimento do objeto está
entre 2, 7cm e 2, 8cm, porém mais próximo de 2, 8cm. Assim, podemos estimar o terceiro algarismo signicativo
da medição e dizer que o objeto apresenta 2, 78cm, ou seja, o valor medido apresenta três algarismos signi-
cativos, sendo o último dígito o algarismo duvidoso (neste caso o 8), pois foi estimado. Já na medição com
a segunda régua, conseguimos ter certeza que o comprimento do objeto está entre 2, 75cm e 2, 80, ou seja, o
objeto apresenta comprimento um pouco maior que 2, 75cm porém não alcança 2, 80cm. Analisando a gura,
podemos estimar o quarto algarismo da medição e dizer que o objeto mede 2, 756cm, fazendo com que a medição
apresente 4 algarismos signicativos, sendo o dígito 6 o algarismo duvidoso. A partir desta análise, é possível
concluir que a segunda régua é mais precisa pois ela permite fazer medições com um algarismo a mais que a
primeira régua.

1.3.3 Arredondamentos
Em diversos cálculos o resultado apresenta várias casas decimais e, para abreviar a quantidade de tais casas
decimais, costumamos utilizar o recurso de arredondamento, embora tenhamos que sacricar a precisão.Vejamos
a seguir, as regras que devem ser seguidas para realizar arredondamentos.

ˆ Se o primeiro algarismo a ser retirado for menor que 5, então o último algarismo a ser mantido não sofrerá
alteração.
Ex.: Arredondando os seguintes números a m de manter 3 algarismos signicativos:
3, 46338 ∼
= 3, 46
15, 7182 ∼
= 15, 7
0, 0038846 ∼
= 0, 0388

ˆ Se o primeiro algarismo a ser retirado for maior que 5, então o último algarismo a ser mantido deverá ser
acrescido de uma unidade.
Ex.: Arredondando os seguintes números a m de manter 3 algarismos signicativos:
3, 46638 ∼
= 3, 467

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15, 7982 ∼
= 15, 8
0, 0038886 ∼
= 0, 0389

ˆ Se o primeiro algarismo a ser retirado for igual a 5, então o último algarismo a ser mantido não sofrerá
alteração se o mesmo for par, caso seja ímpar, deverá ser acrescido de uma unidade.
3, 46538 ∼
= 3, 46
15, 7582 ∼
= 15, 8
0, 0038856 ∼
= 0, 0388

Obs.: Alguns livros adotam a regra inversa para o caso do dígito a ser removido ser igual a 5. O importante é
adotar um critério e segui-lo.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
1) Utilize as regras de arredondamentos e escreva as seguintes medidas com apenas três algarismos signi-
cativos:
a) 142,34cm d) 43,652mm g) 0,013455s
b) 6,338g e) 81,350001m h) 2,955km
c) 4,1560s f) 9,0150kg i) 0,010356g
2) Em uma pesquisa sobre o tempo, em minutos, gastos por alunos para resolver uma prova, observou-se
os seguintes tempos em minutos. Utilize as regras de arredondamento para representar os dados com quatro
algarismos signicativos:
a) 35,9423 f) 28,0932 k)48,0072
b) 39,5581 g) 49,9332 l) 39,8914
c) 40,0562 h) 40,5639 m) 46,6604
d) 48,8840 i) 50,0081 n) 56,0635
e) 36,0323 j) 37,6375 o) 47,7560
3) Refaça o exercício anterior utilizando as regras de arredondamento para representar os dados com três
algarismos signicativos.

1.3.4 Potência de 10
A potência de 10 é um recurso matemático utilizado para representar, de forma simplicada, quantidades
muito grandes ou muito pequenas por meio da multiplicação do algarismo signicativo pela base 10 elevada a
um expoente positivo ou negativo. A tabela a seguir mostra exemplos de potências de 10:

Tabela 1.2: Potências de 10.


Número Potência de 10 Número Potência de 10
0, 0001 10−4 10 101
0, 001 10−3 100 102
0, 01 10−2 1000 103
0, 1 10−1 10000 104
1 100 100000 105

Para representar um número na forma de potência de 10 deve-se utilizar as seguintes regras:

ˆ Regra 1: Quando desloca-se a vírgula para a esquerda, multiplica-se o número obtido por 10 elevado ao
número de casas decimais deslocadas para a esquerda (potência positiva).
Exemplos:
5000 = 5.103 = 50.102 = 500.10
478000 = 4, 78.105 = 47, 8.104
860, 5 = 86, 05.101 = 8, 605.102 = 0, 8605.103

ˆ Regra 2: Quando desloca-se a vírgula para a direita, multiplica-se o número obtido por 10 elevado ao
número de casas decimais deslocadas, porém negativo (potência negativa).
Exemplos:
0, 0004 = 0, 004.10−1 = 0, 04.10−2 = 0, 4.10−3 = 4.10−4

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0, 00815 = 0, 0815.10−1 = 0, 815.10−2 = 8, 15.10−3


0, 00001523 = 0, 001523.10−2 = 1, 523.10−5

ˆ Regra 3: A soma ou subtração de números na forma de potência de 10, deverá ser realizada somente
quando os expoentes da potência de 10 forem iguais. Assim, soma-se ou subtrai-se os números que
antecedem a potência (chamados de coecientes) e mantém-se a potência de 10. Caso os expoentes sejam
diferentes, deve-se utilizar as regras 1 e 2 para reescrever os números com a mesma potência de 10, antes
de realizar a operação de soma ou subtração.
Exemplos:
35.10−5 + 8, 62.10−3 = 0, 35.10−3 + 8, 62.10−3 = (0, 35 + 8, 62).10−3 = 8, 97.10−3
754.104 − 2, 8.105 = 75, 4.105 − 2, 8.105 = (75, 4 − 2, 8).105 = 72, 6.105
ˆ Regra 4 (Multiplicação): Multiplica-se os coecientes, repete-se a potência de 10 e soma-se os expo-
entes.
Exemplos:
2, 7.102 × 4.103 = (2, 7 × 4).10(2+3) = 10, 8.105
1, 5.10−6 × 5, 6.10−2 = 8, 4.10−8
ˆ Regra 5 (Divisão): Divide-se os coecientes, repete-se a potência de 10 e subtrai-se os expoentes.
Exemplos:
2, 7 × 102 2, 7 (2−3)
= .10 = 0, 675 × 10−1
4 × 103 4
1, 5 × 10−6
= 0, 268 × 10−4
5, 6 × 10−2
ˆ Regra 6 (Potenciação): Efetua-se a potência dos coecientes e também da potência de base 10.
Exemplos:
(2, 7.102 )2 = 2, 72 .(102 )2 = 7, 29.104
(3, 3.10−3 )4 = 118, 59.10−12

1.3.5 Notação Cientíca


Em notação cientíca, o coeciente da potência de 10 é sempre expresso com um algarismo à esquerda da
vírgula, seguida da potência de 10 adequada. Porém, este algarismo à esquerda da vírgula deverá estar entre 1
e 9, ou seja, não pode ser zero.

Exemplos:
74251 = 7, 4251.104
0, 0002356 = 2, 356.10−4

Muitas vezes, será necessário representar um número utilizando potência de 10, porém o expoente deverá ser
múltiplo de 3 para poder utilizar os prexos métricos. Tal representação é chamada de 'notação de engenharia'
e nela, o coeciente poderá ter mais de um dígito antes da vírgula e também é permitido apenas o zero. Nestes
casos, o número estará em notação de engenharia mas não em notação cientíca.

Exemplos:
74251 = 74, 251.103
0, 0002356 = 0, 2356.10−3 = 235, 6.10−6

1.3.6 Prexos Métricos


Um prexo métrico é um nome que precede uma unidade de medida para indicar um múltiplo ou submúltiplo
da unidade. Cada prexo tem um símbolo único que é colocado à frente do símbolo da unidade, como mostra
a tabela a seguir.

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Tabela 1.3: Principais prexos métricos: submúltiplos e múltiplos.


Submúltiplos Múltiplos
Nome Símbolo Potência de 10 Nome Símbolo Potência de 10
deci d 10−1 deca da 101
centi c 10−2 hecto h 102
mili m 10−3 quilo k 103
micro µ 10−6 mega M 106
nano η 10−9 giga G 109
pico p 10−12 tera T 1012

Exemplos:
Notação cientíca:
1) 30000m = 3 × 104 m
2) 23500000m = 2, 35 × 107 m
3) 0, 01234m = 1, 234 × 10−2 m
4) 0, 000088m = 8, 8 × 10−5 m
Notação de engenharia:
1) 30000m = 30 × 103 m = 30km
2) 23500000m = 23, 5 × 106 m = 23, 5M m
3) 0, 01234m = 12, 34 × 10−3 m = 12, 34mm
4) 0, 000088m = 88 × 10−6 m = 88µm
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:
1) Efetue as operações a seguir:
a) 1, 987.106 − 8, 61.105 d) (5, 2.10−3 )2
b) 52.10 + 4, 63.10
−8 −6
e) 4, 05.10−12 × 0, 03 × 200000
5, 4 × 0, 00006 × 10 3
0, 00018 × 10−5 × 23000 × 400 × 102
c) −2
f)
20000 × 10 × 0.05 × 10 4 15000 × 103 × 0, 075 × 10−3
2) Escreva os números as seguir em notação cientíca:
a) 0,0000000263 c) 15230000000 e) 0,041028
b) 0,0001065 d) 825000 f) 230500
3) Considerando que a unidade de medida dos números do exercício 2 é o metro, reescreva os números uti-
lizando os prexos métricos.

1.3.7 Tutorial rápido de calculadora cientíca


A seguir temos um modelo de calculadora cientíca da marca CASIO, porém todas calculadoras cientícas
têm as teclas citadas a seguir.
1 - Tecla MODE
Pressionando a tecla mode uma vez, aparecerá três opções:
1-COMP: Para cálculos aritméticos básicos;
2-SD: Para cálculos estatísticos usando desvio padrão;
3-REG: Para cálculos estatísticos usando regressão;
Selecione a opção COMP pressionando a tecla do nº 1.
Pressionando a tecla mode duas vezes, aparecerá as opções:
1-Deg: unidade angular = graus;
2-Rad: unidade angular = radianos;
3-Gra: unidade angular = grados.
Selecione a opção Deg pressionando a tecla do nº 1.
Pressionando a tecla mode pela terceira vez seguida, aparecerá as opções:
1-Fix (notação xa): xa o número de casas decimais do resultado. Ao pressionar a tecla nº 1 para selecionar
o modo Fix, aparecerá a opção 0 ∼ 9 e você deverá escolher o número de casas decimais desejados, entre 0 e 9,

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para que a calculadora apresente os resultados;


2-Sci (notação cientíca): apresenta o resultado em notação cientíca, com x algarismos signicativos, sendo
0 6 x 6 9 e x = 0 ⇒ 10 algarismos signicativos;
3-Norm (notação exponencial): modo normal.
* Norm 1 (conguração padrão): notação exponencial automática para números inteiros com mais de 10 dígitos
e números decimais com mais de duas casas decimais (Ex.: 0.0001 = 1 × 10−4 ), 0.25 = 0.25, 25600000000 =
2.56 × 1010 )
* Norm 2: notação exponencial automática para números inteiros com mais de 10 dígitos e números decimais
com mais de nove casas decimais (Ex.: 0.0001 = 0.0001, 0.25 = 0.25, 25600000000 = 2.56 × 1010 )
Para carregar as congurações padrões da calculadora e apagar a memória, pressione as teclas na sequência:
SHIFT, MODE(CLR), 3, =. Congurações: Modo de cálculo (COMP), Unidade angular (Deg), Formato de
exibição exponencial (Norm 1) e separador decimal (Dot = ponto).

Exercício 1: Congure a calculadora para mostrar os resultados com 3 casas decimais, no modo Fix. Faça as
seguintes operações e anote os resultados.
a) 1/3 b) 2/8 c) 5/7 d) 16/6 e) 73/7
f) 75/13 g) 2 × 6 h) 3+5 i) 5 − 3, 2 j) 2, 5 × (−3)
Exercício 2: Congure a calculadora para mostrar os resultados com 9 casas decimais. Repita as opera-
ções do exercício 1 e anote os resultados.

Exercício 3: Congure a calculadora para apresentar os resultados em notação cientíca com duas casas
decimais. Repita o exercício 1 e anote os resultados.

Ao pressionar a tecla mode 4 vezes seguida, surgirá apenas a opção DISP (1). Selecionado esta opção, e
pressionando a tecla . (seta para direita), teremos duas opções:
1-Dot: usa o ponto como separador decimal (padrão americano);
2-Comma: usa a vírgula como separador decimal (padrão brasileiro).

2 - Tecla x2
Esta tecla é utilizada para elevar qualquer número ao quadrado. Exemplo, a pressionar a tecla do nº 2 e
depois a tecla x2 , estaremos realizando a operação 22 . O número que for digitado antes da tecla x2 , assumirá o
lugar do x. Esta tecla também é válida para operações. Ex.: Para resolver a expressão (2 + 5)2 , basta digitar
(2 + 5), entre parênteses e depois pressionar a tecla x2 . Observe que se os parênteses não forem utilizados, a
calculadora irá realizar a operação 2 + 52 . Lembre-se da ordem de prioridade das operações matemáticas para

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o caso da inexistência de parênteses: 1º potenciação/radiação, 2º multiplicação/divisão e 3º soma/subtração.


Obs.: A tecla x3 funciona de forma similar, elevando qualquer número ou expressão ao cubo.
3 - Tecla ∧
Esta tecla é utilizada para realizar operações de potenciação. Vimos anteriormente que para elevar um nú-
mero ao quadrado ou ao cubo, basta utilizarmos as teclas x2 e x3 , respectivamente. Mas se desejarmos elevar
um número à quinta potência? ou a 100? Para isto, utilizamos a tecla ∧. Ex.: Para resolver a expressão
25 , é só pressionar a tecla 2, a tecla ∧ e a tecla 5 ⇒ 2 ∧ 5 = 32. E para resolver a expressão (2 + 3)4 ⇒
(2 + 3) ∧4 = 5 ∧ 4 = 625. Não se esqueçam dos parênteses, se não, a calculadora irá realizar a operação
2 + 34 = 2 + 81 = 83.

4 - Tecla Ans
A tecla ANS memoriza o resultado da operação anterior. Ex.: Você precisa realizar a operação (34 − 77)2 + 6.
Você pode digitar toda esta operação na calculadora (3 ∧ 4 − 77) ∧ 2 + 6. Ou resolver por partes: 3 ∧ 4 e apertar
a tecla =, assim o resultado da operação cará armazenado na tecla Ans. Basta pressioná-la e continuar a
expressão: −77, pressionar a tecla = novamente, o novo resultado será armazenado na tecla Ans. Assim, basta
pressiona: Ans x2 =. Depois novamente Ans+6, que resultará em 22.
Obs.: No caso acima, nem há necessidade de pressionar a tecla Ans, basta seguir os passos: 3 ∧ 4 = −77 =
⇒ ∧2 = ⇒ +6 =, que resultará em 22. Pois quando você inicia uma expressão com qualquer operação (+, -,
x, /, ∧), a calculadora entende que você está realizando a operação com o valor calculado anteriormente.

5 - Tecla ENG
Esta tecla converte o resultado para notação em engenharia, ou seja, apresenta os resultados utilizando po-
tências de 10 com expoentes múltiplos de 3 para que se posso utilizar os prexos métricos (quilo, mega, mili,
micro, etc). Ex.: Digite o número 5000, pressione a tecla = depois a tecla ENG, a calculadora irá apresentar o
número na forma 5 × 103 . Testando o número 0.00002 teremos como resultado 20 × 10−6 .

6 - Tecla EXP
Esta tecla é utilizada para representar potências de 10. Ex.: Para digitar o número 2.5 × 104 você pode
digitar 2.5 × 10 ∧ 4, ou simplesmente 2.5 tecla EXP 4, que aparecerá na calculadora 2.5E4, a letra E representa
a potência de 10 elevado ao número que segue a letra, no caso o 4.

1.4 Eletrostática e natureza da eletricidade


A eletricidade é uma forma de energia associada a cargas elétricas em repouso ou movimento. Estas cargas
elétricas são as partículas (prótons, elétrons e nêutrons) que formam os átomos, como mostrado na Figura 1.2.

Figura 1.2: Modelos atômicos (Crovador, Álvaro. Título: Eletricidade e eletrônica básica. Curitiba: Conten-
tus,2020).

Em condições estáveis, um átomo apresenta-se eletricamente neutro, ou seja, o número de prótons é igual ao
número de elétrons. Porém, alguns átomos têm a capacidade de ceder elétrons, enquanto outros têm a capacidade
de receber elétrons. Este elétrons que são transferidos de um átomo para outro, são denominados elétrons livres.
Eles cam na última camada dos átomos e têm pouca atração com o núcleo, podendo circular de um átomo

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para outro. Tais elétrons livres encontram-se em abundância nos materiais chamados bons condutores (prata,
cobre, ouro, etc) e praticamente não existem nos materiais isolantes, também chamados de dielétricos (vidro,
madeira, borracha, etc). Existem também os materiais chamados de semicondutores, que são intermediários
entre os condutores e isolantes, como o silício e germânio.

1.5 Carga elétrica


Prótons e elétrons possuem uma propriedade denominada carga elétrica, cuja unidade de medida é o Cou-
lomb (C). As cargas dessas partículas têm a mesma intensidade, porém sinais contrários. A carga elétrica de
um elétron vale e = −1.6 × 10−19 C , enquanto a carga elétrica do próton vale e = +1.6 × 10−19 C . A carga
elétrica (Q) de um corpo qualquer é determinada pela diferença entre o número de prótons (Np ) e o número de
elétrons (Ne ) e pode ser calculada como:

Q = N.|e|
em que N = Np − Ne . Assim, se Np > Ne o corpo terá carga elétrica positiva, caso contrário, terá carga elétrica
negativa.

Exercícios:
1) Um determinado material possui 12, 5 × 108 elétrons a mais que prótons. Qual é a sua carga em Coulomb?

2) Em um corpo eletrizado com carga inicial de +1pC , foram inseridos 1 milhão de elétrons. Qual é a carga
nal do corpo?

3) De um corpo eletrizado com carga inicial de −12µC , foram retirados n elétrons, de forma que sua carga
passou a ser +2µC . Quantos elétrons foram retirados desse corpo?

4) Quantos elétrons devem ser retirados de um corpo neutro para que ele que com uma carga elétrica de 0, 1C ?
5) Uma esfera metálica tem carga elétrica negativa igual a 3, 2 × 10−4 C . Determine o número de elétrons
em excesso.

6) Calcule a carga elétrica de um corpo que possui:


a) 25 × 106 prótons em excesso;
b) 8.25 × 1010 elétrons e 25 × 108 prótons;
c) 5 × 1011 elétrons a menos;
d) 40 × 106 prótons e 107 elétrons.

1.5.1 Processos de eletrização


Devido à capacidade dos átomos em ceder e receber elétrons, é possível transferir elétrons de um corpo
para outro. Quando há transferência de elétrons, os corpos cam eletrizados, pois seus átomos ganharam ou
perderam elétrons, através de um dos seguintes processos de eletrização:

Eletrização por atrito


Ao atritar dois corpos de materiais isolantes, gera-se calor suciente para transferir elétrons de um material
para o outro. Assim, ambos os corpos cam eletrizados, porém com cargas opostas, pois um cedeu elétrons
enquanto o outro recebeu estes elétrons.

Eletrização por contato


Quando um corpo neutro entra em contato com um corpo eletrizado, como indicado na Figura 1.4, há
transferência de elétrons a m de atingir o equilíbrio eletrostático. Neste caso, a carga nal dos corpos terão o
mesmo sinal, ambos positivo ou negativo. Se os corpos forem idênticos, ou seja, de mesmo material e mesma
dimensão, a carga elétrica nal será a mesma.

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Figura 1.3: Eletrização por atrito[5].

Figura 1.4: Eletrização por contato [5]

Eletrização por indução


Acontece quando um corpo eletrizado positivamente se aproxima (sem encostar) de um corpo neutro, fa-
zendo com que os elétrons livres do corpo neutro se desloquem para a região mais próxima do corpo eletrizado
positivamente. Assim como mostrado na Figura 1.5. Ao manter o corpo positivo próximo à extremidade ne-
gativa corpo neutro, e conectando-se a extremidade positiva à Terra, haverá uxo de elétrons da Terra para o
corpo neutro. Em seguida, a conexão do corpo inicialmente neutro com a Terra é desfeita e o corpo positivo
é então afastado. Com isso, os elétrons se redistribuirão por todo corpo fazendo com que o mesmo que com
carga total negativa.

Figura 1.5: Eletrização por indução [5].

1.6 Campo elétrico


Toda carga elétrica produz um campo elétrico em torno de si e este campo elétrico é similar ao campo
gravitacional da Terra, como mostra a gura a seguir.
As setas representam o conjunto de linhas imaginárias dos campos, chamadas de linhas de força ou linhas
de campo. Da mesma forma que um corpo imerso em um campo gravitacional sofrerá a atuação de uma força
gravitacional (atrativa) proporcional à sua massa, um corpo carregado imerso em um campo elétrico sofrerá a
atuação de uma força elétrica (atrativa ou repulsiva) proporcional à sua carga elétrica. A força será atrativa
se as cargas elétricas possuírem sinais opostos, assim dizemos que cargas elétricas com sinais opostos se atraem
enquanto cargas elétricas com mesmo sinal se repelem.

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Figura 1.6: Campo gravitacional × Campo elétrico.

Figura 1.7: Analogia entre campo gravitacional e campo elétrico. Fonte da gura
https://djnsica3.blogspot.com/2019/02/

1.7 Eletrodinâmica
Eletrodinâmica é o ramo da física que estuda o movimento das cargas elétricas.

1.7.1 Corrente Elétrica


Um material condutor possui um vasto número de elétrons livres em movimento desordenado. Quando o
movimento destes elétrons livres é ordenado, diz-se que se tem uma corrente elétrica, como mostra a Figura 1.8.

Figura 1.8: Elétrons livres em movimento desordenado e ordenado. Fonte da gura


https://www.mundodaeletrica.com.br/principais-caracteristicas-da-corrente-eletrica/
.

A corrente elétrica consiste no uxo ordenado de elétrons, como indica a Figura 1.9. Os materiais que

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permitem o uxo de elétrons, ou seja, a passagem de corrente elétrica, são os materiais condutores (possuem
excesso de elétrons livres). Porém, para que exista corrente elétrica, é necessário que exista uma diferença de
potencial (ddp) entre dois pontos. Esta ddp recebe o nome de tensão elétrica, cuja unidade de medida é o Volt
(V).

Figura 1.9: Fluxo ordenado de elétrons [1].

Na Figura 1.10 têm-se dois corpos carregados com cargas elétricas opostas, portanto, há uma diferença de
potencial elétrico entre eles. Ao estabelecer contato entre estes corpos através de um meio condutor, haverá
transferência de elétrons, e este uxo cessará assim que for estabelecido o equilíbrio de cargas.

Figura 1.10: Transferência de elétrons entre dois corpos com cargas elétricas diferentes [3].

No entanto, se o equilíbrio não for alcançado, a transferência de elétrons continuará indenidamente a m


de se estabelecer o equilíbrio.
A intensidade da corrente elétrica é calculada pela razão entre a variação de carga elétrica (∆Q), em Coumlob,
e o intervalo de tempo, em segundos, que passa por uma seção reta (ou transversal) do condutor, como mostra
a 1.11.

Figura 1.11: Elétrons atravessando a seção reta de um condutor [2].

A intensidade da corrente elétrica (I), dada em Ampéres (A), pode ser calculada por:
∆Q
I=
∆t
Exercícios:
1) Se uma corrente de 2A passar através de um medidor durante 1 minuto, quantos Coulombs passarão pelo
medidor? E qual é o número de elétrons correspondente a esta carga elétrica?

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2) Determine a corrente necessária para carregar um dielétrico para que ele acumule uma carga de 20C após
4s.

3) A cada 64ms, 0, 16C atravessam a seção reta de um condutor. Determine a corrente elétrica que per-
corre neste condutor.

4) Determine o tempo necessário para que 4 × 1016 elétrons atravessem a seção reta de um condutor se a
corrente for de 5mA.

5) Pela seção transversal de um condutor passou uma corrente de 2A durante 45s. Quantos elétrons atra-
vessaram esta seção neste intervalo de tempo?

6) Calcule a corrente elétrica que percorre um condutor quando 21, 847 × 1018 elétrons o atravessarem em
7s.

7) Em qual das opções abaixo se ganharia mais dinheiro?


a) Ganhar um centavo por cada elétron que atravessa um condutor em cada 0, 01µs, sendo a corrente de 2mA,
ou
b) Ganhar um real para cada elétron que percorre um o em cada 1, 5ηs, sendo a corrente de 100µA.
8) Se uma corrente de 3A atravessa um amperímetro em 1 minuto, quantos Coulombs passam pelo medi-
dor neste intervalo de tempo? Qual seria o número de elétrons?

9) Uma lâmpada permanece acesa durante 5 minutos por efeito de uma corrente de 2A, fornecida por uma
bateria. Determine a carga total, em Coulombs, bem como o número de elétrons liberados pela bateria.

1.7.2 Tensão Elétrica


Sabemos que o movimento ordenado dos elétrons livres em um material condutor não ocorre naturalmente,
então, pergunta-se: O que deve ser feito para que os elétrons livres se movimentarem de forma ordenada? Ou
seja, como se cria corrente elétrica? Para respondermos esta pergunta, precisamos entender o que é diferença
de potencial elétrico, também chamado de tensão elétrica.
Para entender diferença de potencial (ddp) vamos fazer uma analogia com dois tanques de água. Considere
que os tanques A e B possuem dimensões iguais e que a torneira entre eles está fechada. O que aconteceria com
a água se a torneira fosse aberta?

Sabemos que uma corrente/uxo de água passaria a existir entre os tanques. Mas qual seria o sentido do
uxo de água? De A para B ou de B para A? A gura a seguir responde a esta pergunta.

O sentido do uxo de água seria do tanque de maior potencial para o de menor potencial. Mas o uxo de

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água se manterá innitamente? Obviamente, a resposta é não, pois o uxo de água cessará quando os potenciais
se igualarem, ou seja, quando a diferença de potencial for nula ⇒ ddp = 0, como podemos ver na gura seguinte.

Neste caso, podemos dizer que o sistema se tornou estático.


Se quisermos que a água entre os tanques se mantenha innitamente, devemos garantir que haja sempre
diferença de potencial entre os tanques. Isso poderia ser realizado através de uma bomba.

Agora já podemos responder à pergunta inicial: Como se cria corrente elétrica? A resposta é para existir
corrente elétrica é necessário que haja diferença de potencial,mas somente isso não é necessário, pois
além da ddp é necessário que que exista também um caminho para a corrente entre os pontos com diferença de
potencial, o qual chamamos de circuito elétrico.
A Figura 1.7.2 mostra um circuito elétrico básico. O sentido da corrente elétrica é oposto ao sentido dos
elétrons, por isso, fala-se em sentido convencional, pois não se trata do sentido real dos elétrons;

Fazendo analogia com o sistema hidráulico, temos:

ˆ Fluxo de água ⇒ corrente elétrica (I) no sentido convencional;

ˆ Tanques e bomba d'água ⇒ Fonte de tensão (E);

ˆ Torneira ⇒ resistência elétrica (R);

ˆ Tubulação ⇒ os/cabos condutores.

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1.7.3 Relação: Corrente, Resistência e Tensão


De forma geral, podemos dizer que para deslocar os elétrons, é necessário realizar algum trabalho ou transferir
energia para os mesmos. Este trabalho é realizado por uma força eletromotriz (FEM) também conhecida como
tensão elétrica ou ddp, cuja unidade de medida é o volt (V).
A realização deste trabalho é necessária devido a existência da resistência elétrica, que pode ser denida
como oposição à passagem da corrente elétrica. A unidade de resistência elétrica o ohm (Ω). A gura a seguir
representa bem a relação entre as três grandezas elétricas: corrente, resistência e tensão.

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Bibliograa

[1] Basic electricity  what is an amp? Disponível em:http://afrotechmods.com/tutorials/2011/11/29/basic-


electricity-amps/. Acessado: 19/03/2018.

[2] Ce pinto lima - resumo das aulas, 2016. Disponível em: http://professorbiriba.com.br/boilerplate/html/colegio/terceiroano
terceiroano.html. Acessado: 19/03/2018.

[3] E. Elétrica. Componentes eletrônicos e unidades de medidas. Disponível em:


http://www.ensinandoeletrica.com.br/2016/08/componentes-eletronicos-e-unidades-de.html. Acessado:
19/03/2018.

[4] E. C. A. Fonseca. Medidas e algarismos signicativos, 2015. Disponível em:


http://pt.slideshare.net/EDMUSIC/medidas-e-algarismos-signicativos. Acessado: 24/02/2016.

[5] Mesoatomic. Eletrização. Disponível em: http://www.mesoatomic.com/pt-


br/sica/eletromagnetismo/eletrostatica/eletrizacao. Acessado: 20/03/2018.

[6] P. K. Souza and M. D. Sobrinho. Instrumentos de Medida e Sistemas de Instrumentação. 2005.

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