Cadeira de Metodologia de Investigação Científica - 084630
Cadeira de Metodologia de Investigação Científica - 084630
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Investigação Científica
Docente: Nelson Soquessa
Metodologia e método: conceitos
Segundo Barros e Lehfeld (2007, p. 8), os objectivos específicos da Metodologia Científica são:
1. Análise das características essenciais que permitem distinguir ciência de outras formas de
conhecer, enfatizando o método científico e não o resultado;
2. Análise das condições em que o conhecimento é cientificamente construído, abordando os
significados de postulados e atitudes da ciência hoje;
3. Criação de oportunidades especiais para o aluno comportar-se cientificamente, levantando e
formulando problemas, colectando dados para responder aos questionamentos, analisando,
interpretando e comunicando resultados;
4. Capacitação do aluno para que ele leia criticamente a realidade e produza conhecimentos;
5. Criação de vector de informações e referenciais para a montagem formal e substantiva de
trabalhos científicos: resenhas, monografias, artigos científicos, etc.
Divisão da disciplina de metodologia científica
refere-se ao estudo crítico
Epistemolo dos métodos científicos,
gia pressupostos, limites, etc.,
além da própria concepção,
historicamente
determinada, de ciência
organização lógica do
Divisão da raciocínio tanto na
disciplina lógica prática de investigação
quanto na apresentação
dos resultados
1. Deve estar na sala de aula no horário 1. Nos cursos universitários não se exige
exacto e não pode ausentar-se antes de o semelhante rigor; quem não chegar a tempo
professor sair; pode assistir às aulas seguintes;
2. O estudante levar para a casa tarefas 2. Não há tarefas diárias na faculdade;
diárias; 3. Na universidade as salas de aulas são amplas
3. Os alunos andam uniformizados, não e hereogêneas. Ao lado de um jovem de 18
podem fumar no recinto da escola; As anos senta-se um director de escola ou
classes são bastante homogêneas; gerente de uma empresa.
4. Os professores e os directores dão ordens e 4. Na faculdade todos são tratados como adultos
fiscalizam seu cumprimento. e responsáveis.
Que pensar do académico que não se preocupa com a pontualidade porque o
professor respeita o seu direito de chagar com algum atraso? O que
acontecerá com o académico que não organiza o seu tempo de estudo
particular para preparar aulas, para fazer revisões, só porque o professor não
estabeleceu o controlo das tarefas diárias?
Quem acaba de entrar na universidade percebe que muita coisa mudou e
deve perceber que também ele deve mudar, especialmente na
responsabilidade, na autodisciplina e na maneira de conduzir sua vida de
estudos, para tirar o maior proveito possível da excelente oportunidade de
crescimento cultural que a faculdade lhe ofereceu.
Fazer um curso superior não é ouvir aulas para conseguir adivinhar testes,
mas instrumentalizar-se para o trabalho científico. Mais vale esta
instrumentalização do que o conhecimento de uma série de problemas ou o
aumento de informações acumuladas assistematicamente. Mais vale uma
cabeça bem feita do que uma cabeça bem cheia (de informações ou
erudição).
Quem não preparou suas aulas não pode distribuir convenientemente a
intensidade de sua atenção e pode não fazer perguntas, porque nem sabe que
não entendeu.
O Grande tempo de todo estudantes
O grande tempo de todo o estudante são as aulas;
O aluno que, depois de um dia de trabalho, ao invés de ir para a sua casa,
toma rumo da faculdade, às vezes, mesmo sem tempo para uma refeição, e
não aproveita as aulas, é um incoerente;
O aluno que paga uma faculdade para adquirir o direito a uma carteira dura,
onde possa perder tempo durante as aulas, está a clamar aos quatro ventos
que lhe falta algo na sua caixa craniana;
O aluno que não aproveita o tempo das aulas com empenho já está julgado:
não leva a sério sua vida de estudo.
Pesquisa científica
Existem diversas espécie de pesquisa científica. Quando um probelama é pouco
conhecido, , ou seja, quando as hipósteses ainda não foram claramente
definidas, estamos diante de uma pesquisa exploratória. Seu objectivo consiste
numa caracterização inicial do problema, de sua classificação e da sua recta
definição. Constitue, pois, o primeiro estágio de toda a pesquisa científica, não
tem por objectivo resolver de imediato o problema, mas tão-somente apanhá-lo
e caracterizá-lo.
A pesquisa teórica tem por objectivo ampliar generalizações, definir leis mais
amplas, estruturar sistemas e modelos teóricos, relacionar e levantar hipóstes
numa visão mais unitárias do universo e gerar novas hipóteses por forças de
dedução lógica. Além disso, supõe grande capacidade de reflexão e de síntese, a
par do espírito de criatividade.
A pesquisa aplicada toma certas leis ou teorias mais amplas como ponto de
partida, e tem por objectivo investigar, comprovar ou rejeitar hípóteses
sugeridas pelos modelos teóricos.
Tipos de pesquisa
1.Pequisa de campo
É um tipo de pesquisa muito usada em Sociologia, Psicologia, Política, Economia,
Antropologia, etc. Não é experimental no sentido de não produzir ou de não
reproduzir os factos que estuda. A pesquisa de campo consiste na observação dos
factos tal como ocorrem, na colecta de dados e no registo de variáveis
presumivelmente relevantes para ulteriores análises. Esta espécie de pesquisa
não permite o isolamento e o controlo das variáveis supostamente relevantes,
mas permite o estabelecimento de relações constantes entre determinadas
condições – variáveis independentes- e determinados eventos – variáveis
dependentes -, observadas e comprovadas.
1.1. Fases da pesquisa de campo
1.2.1. Entrevista
Consite no diálogo com o objectivo de colher, de determinada fonte, de
determinada pessoa ou informante, dados relevantes para a pesquisa em
andamento. Portanto, não só os quesitos da pesquisa devem ser muito bem
elaboradas, mas também o informante deve ser criteriosamente seleccionado.
O entrevistador deve ser discreto, deve evitar ser importuno; precisa deixar
muito à vontade o informante. O entrevistador precisa ser habilidoso e elegante
ao evitar que o diálogo se desvie dos propósitos da sua pesquisa. É importante
lembrar que o entrevistador deve apenas colectar os dados e não discuti-lo com o
entrevistado. Disso se conclui que o entrevistador deve falar pouco e ouvir
muito.
1.2.2. Questionário
Na entrevista, o informante fala; na técnica de questionário, o informante escreve ou
responde por escrito a um elenco de questões cuidadosamente elaboradas. Tem a
vantagem de poder ser aplicado simultaneamente a um grande número de informantes.
Seu anonimato pode representar uma segunda vantagem muito apreciável sobre a
entrevista. Deve apresentar todos os seus itens com a maior clareza de tal sorte que o
informante possa responder com precisão, sem ambuguidade.
1.2.3. Formulário
É uma espécie de questionário que o próprio pesquisador preenche de acordo com as
respostas do informante. Tem a vantagem de permitir questionamento verbais adicionais
às questões de entendimento mais difíceis, e pode ser aplicado em informantes
analfabetos.
1.2.4. Análise dos dados
Após a colecta de dados, resta o trabalho de tabulação, de elaboração de gráficos,
quadros, mapas, estatísticas para as análises, interpretações e conclusões de caráctter
indutivo.
2. Pequisa de laboratório
A pesquisa científica pode ser experimental e não experimental. As pesquisas
bibliográficas e de campo não são esperimentais; são de simples observação
controlada, pois o pesquisador não manipula as variáveis, não as isola, não
provoca eventos, mas observa-os e regista-os.
A pesquisa de laboratório, ao contrário, permite que o pesquisador reitere,
provoque e produza fenómenos em condições de controlo. Experimentar, ou
realizar experimentos, significa exercer positivo controlo sobre as condições
presumivelmente relevantes, relativamente a determinado evento; significa
reproduzir, repetir fenómenos dentro de um plano de modificações sistemáticas
das variáveis independentes, relativamente a determinado evento, com
objectivo de descobrir as condições antecedentes responsáveis pelo evento
subsequente, ou efeito, ou variável dependente assumida como objecto da
pesquisa.
2.1. Fases da pesquisa de laboratório
O peimeiro passo da pesquisa de laboratório será também a pesquisa
bibliográfica prévia, pelas razões já apontadas anteriormente.
A pesquisa de laboratório, como qualquer espécie de pesquisa científica, não se
realiza em um acto, mas desenvolve-se ao longo de um processo ordenado, que
percorre etapas bem definidas. Como o método experimental constitui o método-
padrão da pesquisa científica, vamos caracterizar cada um dos seus passos, fases
ou etapas, a saber: a observação, a hipótese, a experimentação, a indução ou a
ampliação da conclusão que permite previsões e domínio da natureza.
2.1.1. Observação
Observar é aplicar atenção a um fenómeno ou problema, captá-lo, retratá-lo tal
como se manifesta. Situa-se a observação na fase inicial da pesquisa, mas
perdura durante todo o processo, alternando-se com a aexperimentação, pois é
necessário observar os resultados das manipulações das variáveis ou
experimentos.
2.1.2. Hipóteses
Hipótese é o enunciado da solução estabelecida provisoriamente como
explicativa de um problema qualquer. Toda hipótese deve ser anunciada em
proposição verificável, para que seja científica e não puramente metafísica. A
hipótese científica representa a opinião do pesquisador à procura de evidências
posteriores e observáveis que a sustentem e comprovem.
A hipótese tem a função muito importante no complexo de toda a pesquisa
científica. É ela que fixa uma diretriz capaz de impor ordem e finalidade a todo o
processo da experimentação. O cientista não trabalha ao sabor do acaso, mas
possui metas, elementos, ideias, pontos definidos aos quais pretende chegar. O
cientista caminha em suas pesquisas guiado por hipóteses.
2.1.3. Experimentações
As hipóteses devem ser postas à prova, verificadas e aprovadas ou reprovadas
pelos factos. Ao trabalho orientado no sentido de verificar hipóteses, no caso de
pesquisa de laboratório, denomina-se experimentação. Fazer experimento
significa reproduzir fenómenos em condições de rigoroso controlo das variáveis,
com o objectivo de identificar os factos antecedentes responsáveis por
determinado evento subsequente.
2.1.4. Indução
Confirmada a relação constante entre determinação variável independente e
determinado evento, através da experimentação, será lícito ampliar-se esta
relação para fenómenos em que as mesmas variáveis ocorram nas mesmas
circunstâncias. Nisso consiste a indução científica. Ela é ampliadora e a
expressão dessa ampliação chama-se lei.
Fontes de assuntos
Polêmicas
Reflexão