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T.E.T. SILVA; T.V. SOUSA; V.V. SILVA; T.G.

T.G. AMARAL REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol XX- nº X ( 2021)

Volume 19, N° 2, 2023 168 - 185


2

ESTUDO DO USO DAS FICHAS DE VERIFICAÇÃO DE SERVIÇO DIGITAL EM


EMPRESAS GOIANIENSES
Usage research of construction inspection sheet in Goiania companies
Larissa Eterna Taveira e Silva¹, Talyssa Viana de Sousa², Victor Venâncio da Silva³,
Tatiana Gondim do Amaral4

RESUMO: Nos últimos anos, especialmente no atual contexto de pandemia, observa-se


uma evolução no interesse sobre a utilização de tecnologias digitais em canteiros, a
exemplo do crescimento de ações voltadas à adoção do BIM, as iniciativas visando à
capacitação profissional para a realização de projetos e obras, e as discussões em torno
da utilização integrada das tecnologias digitais. A Ficha de Verificação de Serviço (FVS)
Digital é uma dessas tecnologias, sendo uma ferramenta de controle e gestão dos
serviços executados mais efetivamente se comparada com as fichas tradicionais. Assim, o
objetivo deste trabalho é estudar, por meio de entrevistas via Google meet e visitas nos
canteiros, o uso desta tecnologia por algumas empresas goianienses, levantando as
motivações, dificuldades, adaptabilidade e os ganhos que elas tiveram ao implantar a FVS
digital nos seus canteiros. Analisando as respostas dos entrevistados tanto nas reuniões
online quanto nas visitas nas obras, é notável que a FVS digital consegue resolver muitos
dos problemas de controle e gerenciamento dos serviços executados em obra, como a
PALAVRAS CHAVE: agilidade das inspeções, a facilidade de visualização e controle dos dados obtidos e a
diminuição no volume de papel gerado, mas ainda há alguns conflitos em relação à
Canteiros Digitais; tecnologias e seus usuários e o setor, como a problemas na assimilação da ferramenta
Tecnologias Digitais; por alguns usuários e o preenchimento das plataformas em si.
Controle de qualidade; ABSTRACT: In the last few years, especially in the current pandemic context, there has
been an evolution of interest in the use of digital technologies on construction sites, such
Indústria 4.0;
as the growth of actions aimed at the adoption of BIM, initiatives aimed at training
Produtividade. professionals to carry out projects and constructions, and discussions around the
integrated use of digital technologies. The Digital Construction Inspection Sheet (CIS) is
KEYWORDS: one of these technologies, being a tool to control and manage the services performed
more effectively when compared to traditional sheets. Thus, the objective of this work is
Digitals Constructions to study, through interviews via Google meet and site visits, the use of this technology by
Sites; some companies in Goiânia, surveying the motivations, difficulties, adaptability and the
Digital Technologies; gains they had by implementing digital CIS in their sites. By analyzing the answers of the
interviewees, both in online meetings and on site visits, it is notable that the digital VVS
Quality Inspection; can solve many of the problems of control and management of the services performed on
Industry 4.0; site, such as the agility of the inspections, the ease of viewing and controlling the data
obtained, and the reduction in the volume of paper generated, but there are still some
Productivity.
conflicts between the technology and its users and the sector, such as problems in the
assimilation of the tool by some users and the fulfillment of the platforms themselves.
* Contato com os autores: Publicado em 29 de dezembro de 2023
1 e-mail: [email protected] (SILVA T. E. T.)
Engenheira Civil, Graduada pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA/UFG)
2 e-mail: [email protected] (SOUSA T. V.)
Engenheira Civil, Graduada pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA/UFG)
3 e-mail: [email protected] (SILVA V. V.)
Engenheiro Civil pela Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA/UFG)
4 e-mail: [email protected]; (62) 9 8168-0902 (AMARAL T. G.)
Engenheira Civil, Doutora, Professora da Escola de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade Federal de Goiás (EECA/UFG)

ISSN: 2179-0612 DOI: 10.5216/reec.V19i2.71137 © 2023 REEC - Todos os direitos reservados.


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1. INTRODUÇÃO

A inovação, ciência e tecnologia são importantes em períodos de incertezas e recessões, e como


ferramentas para superar a grave crise que estamos vivendo (CNI, 2020). Segundo um relatório da CNI
(2020), a pandemia da Covid-19 tornou urgente a necessidade e demanda por tecnologias disruptivas,
próprias da Indústria 4.0, acelerando a modernização em vários setores, que incluem mais de 70% das
empresas de médio e grande porte, que buscam soluções práticas para retornar às atividades em
segurança.
A indústria 4.0 também conhecida como a quarta revolução industrial surgiu com o objetivo de
trazer transformação e melhoria nos processos produtivos de diversas áreas do conhecimento, inclusive na
construção civil, por meio do uso de: sistemas físicos cibernéticos (cyber physical systems), indústrias
conectadas e fábricas inteligentes, visando aproximar e conectar o mundo físico ao virtual (FIRJAN, 2016).
E, segundo Baltlett et al. (2020), não é diferente com a indústria de tecnologia da construção. De
fato, em curto ou a longo prazo, os maiores problemas na indústria da construção causados pela pandemia
apenas serão resolvidos com a aplicação de novas tecnologias. E levando o cenário atual em consideração,
é esperado que ele leve o setor AECO à uma efetiva aceleração na utilização de tecnologias que a
transformará de uma indústria altamente complexa, fragmentada e baseada em projetos para uma indústria
mais padronizada, consolidada e integrada.
Nas últimas décadas, a necessidade de se implementar novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TCI´s) cresceu gradualmente dentro da indústria da construção civil, visando a otimização de
etapas, o acesso à informações em tempo real e, consequentemente, ganhos na produtividade tanto dos
escritórios quanto dos canteiros de obra. A utilização de TCI´s passa a ser ainda mais relevante dentro do
cenário atual da pandemia de COVID-19, uma vez que atividades que dependem exclusivamente de ações
humanas são realizadas constantemente em regime reduzido, o que impulsiona ainda mais as discussões
sobre inovações tecnológicas no setor. Entretanto, existem barreiras de diversas naturezas que ainda
impedem a adoção generalizada dessas tecnologias (NASCIMENTO; SANTOS, 2002).
No ambiente goianiense em si, a utilização de novas tecnologias digitais que estão em ascensão
no setor nacional e internacional ainda é bastante reduzido, visto que muitas empresas, apesar da
disponibilidade tecnológica, ainda possuem canteiros de obras que não se abriram para essas tecnologias
ou não viram a necessidade de mudar as metodologias e tecnologias atualmente utilizadas por elas, se
reservando, em sua maioria, a utilizar métodos e ferramentas digitais mais comuns e básicas para o setor,
seja pelo desconhecimento do leque de opções tecnológicas inovadoras, ou a falta de visão da real
necessidade destas, que estão em discussão no setor da construção civil em contexto internacional (SILVA et
al. 2021).
De outro modo, ainda de acordo com Silva et al. (2021), das poucas ferramentas utilizadas, as
Fichas de Verificação de Serviço digital (FVS digital) é uma das mais utilizadas pelas empresas no setor
goianiense, sendo uma ferramenta que oferece informações padronizadas, garante maior autonomia de
planejamento e controle das obras e disponibiliza maior rastreabilidade das informações. Sendo uma
ferramenta importante para a inspeção dos serviços executados, garantindo a qualidade em obra de
acordo com o determinado em projeto, evitando posteriores retrabalhos, demolições e adaptações não
previstas que atrasam as obras e geram ainda mais custos.
Logo, de forma a descobrir as melhorias que a implementação de novas tecnologias digitais, tal
como a FVS digital em substituição às FVSs físicas, pode trazer para os canteiro de obra e para a indústria
da construção civil como em todo, tanto no acompanhamento das atividades como nos relatórios gerados e
no gerenciamento da obra como um todo, o objetivo deste estudo é investigar, por meio de estudos de
casos, o por quê de algumas empresas do setor da indústria da construção civil da cidade de Goiânia/GO
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tomaram a iniciativa de aplicar tal tecnologia em seus canteiros. Assim como também conhecer as
motivações que levaram as empresas a aplicarem essa tecnologia em específico, quais foram suas
dificuldades durante a fase de implementação, como as equipes reagiram às mudanças, quais foram os
ganhos gerados e como a aplicação desta tecnologia solucionou os problemas antes enfrentados e
ajudaram a empresa a crescer por meio da digitalização de um dos seus processos vitais na etapa de
construção do empreendimento.

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

A indústria da construção atualmente está passando por uma transformação de canteiros


tradicionais e hierarquicamente organizados para canteiros mais digitais e autônomos (SCHIA et al., 2019).
Até projetar e construir uma pequena edificação pode envolver níveis de organização, diálogo e
compartilhamento de informações na cadeia de suprimentos de uma obra (HARTY et al. 2016).
A tecnologia na construção pode ser definida como o estudo e aplicação de técnicas, métodos e
ferramentas utilizadas na indústria da construção civil (FIA, 2020). As Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) envolvem o acesso à informação, pessoas, serviços e tecnologias, mudando não apenas
o modo como as pessoas obtêm informações, como também muda tudo sobre o que uma pessoa sabe e a
disponibilidade dessas informações às pessoas todo o tempo. Pensando dessa forma, não são as TICs que
são inovadoras, mas sim a forma como as pessoas se utilizam dela para alcançar novos objetivos e
transformar o ambiente ao seu redor (DUTTON, 2001).
Ainda, Brynjolfsson e McAfee (2014), afirmam que não somente o uso de algumas tecnologias
permitirão um significativo avanço da indústria da construção civil, mas sim o uso simultâneo de várias, que
irão garantir um melhor controle e gerenciamento dos canteiros. Da mesma forma, segundo Gandome e
Haider (2014), é por meio de tecnologias de gestão e análise de dados que permitem às empresas
otimizarem seusprocessos produtivos e empresariais que se realmente se inova os setores.
Tentando entender este contexto são apresentadas algumas tecnologias que são utilizadas na
indústria de construção civil.
– BIM: segundo Masotti (2014), o BIM consiste em um processo otimizado para planejar,
projetar, construir, utilizar e manter uma construção durante todo seu ciclo de vida e abrange todas as
fases do empreendimento, desde a concepção, o projeto, a gestão, a comunicação, a execução e a
operação. De acordo com Crotty (2012), os objetivos finais do BIM são maior previsibilidade na capacidade
de gerenciar as diferentes partes de um projeto e lucratividade que está relacionada com a melhora da
compatibilizaçãoentre os projetos, processos de orçamento, produtividade e logística otimizados.
– Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs): são aeronaves de porte menor que 25 kg, também
conhecidos como drones, realizam os controles remotamente ou com coordenadas pré definidas,
possibilitando assim a realização de checagens de maneira mais fácil, rápida e segura. São utilizados na
construção civil na realização de medições e vistorias, na fase de canteiro e no pós-obra (IRIZARRY; COSTA,
2016).
– Inteligência artificial (IA): era categorizada como sendo um método computacional tentando
simular a capacidade de cognição da mente humana por meio da manipulação de símbolos e de bases de
conhecimento estruturadas simbolicamente para resolver problemas de engenharia que desafiam a solução
usando meios convencionais (SALEHI; BURGUEÑO, 2018).
– Realidade virtual (RV) e realidade aumentada (RA): é a simulação de um ambiente imersivo
que tem como objetivo proporcionar aos usuários uma visão do mundo real dentro de um ambiente
digitalmente controlado (LI et al., 2018). A RA íntegra objetos virtuais ao mundo real, por meio da inserção
de protótipos virtuais que criam cenas aumentadas e melhoram a percepção dos usuários (LI et al., 2018).
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– Sensores de varredura 3D: a modelagem 3D é um processo que se inicia com a aquisição de
dados de uma cena e termina em um modelo virtual 3D, convertendo pontos 3D em redes trianguladas
(malhas) ou superfícies texturizadas, que servem como base para a reconstrução virtual de cenas reais
(REMONDINO; EL-HAKIM, 2006). A associação das varreduras 3D com o uso do BIM possibilita que as
empresas trabalhem com dados mais confiáveis se comparado com outros métodos de levantamentos.
Atualmente, existem disponíveis no mercado diferentes sensores de luz estruturados por radiação
infravermelha que acoplados a tablets conseguem executar varreduras 3D para modelagem de maneira
descomplicada.
– Código de Barras ou QR-Code: os códigos de barras ou de QR-Codes são etiquetas que
armazenam informações decodificadas por meio de dispositivos específicos, porém bem acessíveis, que
podem ser utilizados no gerenciamento e controle de arquivos e materiais, armazenamento de
informações de manutenção, solicitações de serviços, entre outros (MOREIRA, 2017). O que permite, a um
baixo custo, a decodificação e armazenamento e transferência e compartilhamento de dados de uma
maneira mais simples e dinâmica.
– Ficha de verificação de serviço (FVS) digital: assegura de maneira evolutiva, que os materiais
controlados, os produtos dos serviços de execução controlados e a obra a ser entregue ao cliente, que não
estejam de acordo com os requisitos definidos, sejam identificados e controlados para evitar seu uso,
liberação ou entrega não intencional (MCID, 2017).
– Identificação por radiofrequência (RFID): é uma tecnologia que usa ondas de rádio
eletromagnéticas como forma de captar informações contidas em dispositivos eletrônicos, por meio de
equipamentos de leitura chamados de leitores RFID (MONTALVÃO, 2016). Essa tecnologia pode ser usada de
forma complementar ao código de barras para a aplicação nas construções e é capaz de fornecer não
apenas uma ligação entre as informações e os materiais, mas também proporciona uma saída em formato
eletrônico de forma imediatamente usada para identificações únicas ou como um hiperlink para uma base
de dados (WING, 2006; SEBRAE, 2017).
– Acompanhamento instantâneo de imagens (AII): a classificação de uma imagem, de forma
sucinta, significa defini-la dentro de uma categoria pré-estabelecida. O aprendizado de máquinas, ou
machine learning, é uma das áreas mais estudadas da Inteligência Artificial para a classificação de imagens,
na qual permite ensinar uma máquina a reconhecer padrões com base em casos e experiências anteriores
(SANTOS et al., 2019). Esse conceito, que engloba não somente o machine learning, mas também o deep
learning, quando aplicado em uma obra, de preferência analisando situações em tempo real, possibilita
identificar funcionários em situações de riscos ou de irregularidades (ANVERSA, 2020).
– Aprendizado de máquinas (AM): é considerado um ramo da inteligência artificial por ser capaz
de extração de padrões significativos a partir de outros exemplos, que é considerado um componente da
inteligência humana (ERICKSON et al. 2017). Na construção civil, segundo Tixier et al. (2016) em um estudo
com modelos de machine learning, por meio da alta capacidade de previsão alcançada por três de quatro
modelos mostrou que lesões em obras apresentam padrões e tendências capazes de serem descobertas e
detectadas via aprendizado estatístico quando em conjunto com uma base de dados grande o suficiente.
O que podemos perceber é que, inovações tecnológicas como IA, RA e RV são tecnologias que não
surgiram no setor da construção, mas são utilizadas como forma de renovação e otimização do
planejamento e gerenciamento. Ferramentas como o VANT, Sensor de varredura 3D, Código de Barras e
QR-Code e RFIDs são tecnologias que também não surgiram no setor da construção mas são utilizadas por
ele principalmente para o monitoramento e acompanhamento do andamento das obras. Diferentemente
das Fichas de Verificação de Serviço Digital, que surgiram como forma de modernizar e otimizar o processo
de acompanhamento de alguns serviços do setor da construção e foi desenvolvido necessariamente para o
setor da construção. O BIM também surgiu dentro do setor da construção, mas não é uma ferramenta ou
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uma tecnologia, mas sim um processo otimizado. Outros processos surgiram fora do setor da construção
mas estão sendo adaptados para dentro do setor, e podemos dizer que também são inovações tecnológicas,
que é o Acompanhamento Instantâneo de Imagens e o Aprendizado de Máquinas.
Dentre estas destaca-se as FVS, que tem o objetivo de controlar os serviços que estão em
execução no empreendimento, com o objetivo de assegurar, de maneira evolutiva, que os materiais
controlados, os produtos dos serviços de execução controlados e a obra a ser entregue ao cliente que não
estejam de acordo com os requisitos definidos sejam identificados e controlados para evitar seu uso,
liberação ou entrega não intencional (MCID, 2017, p. 84).
A FVS digital por ser preenchida diretamente no sistema da empresa, permite um maior controle
e facilidade de acesso às informações, sendo essa uma de suas vantagens sobre a FVS tradicional
preenchida em fichas de papel. Sendo ainda uma ferramenta que oferece informações padronizadas,
garante maior autonomia de planejamento e controle das obras e disponibiliza maior rastreabilidade das
informações (SILVA et al. 2021).

3. MÉTODO

Na fase inicial do trabalho, a pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva ao apenas


fazer uso de pesquisas sobre o uso ou não uso de determinadas tecnologias pelo setor. Segundo Zikmund
et al. (2009), a pesquisa exploratória não tem a intenção de fornecer uma evidência conclusiva das quais se
possa determinar uma linha de ação particular, mas sim um estudo e um parâmetro que podem ser
ampliados por pesquisas futuras. Ainda segundo Selltiz et al. (1965), a pesquisa descritiva, como sugerido,
busca descrever um fenômeno ou situação em detalhe, especialmente o que está ocorrendo, permitindo
abranger, com exatidão, as características de um indivíduo, uma situação, ou um grupo, bem como
desvendar a relação entre os eventos.
A primeira parte do estudo também possui natureza qualitativa que, de acordo com Gil (1999),
garante uma abordagem propicia o aprofundamento da investigação das questões relacionadas ao
fenômeno em estudo e das suas relações, mediante a máxima valorização do contato direto com a situação
estudada, buscando-se o que era comum, mas permanecendo, entretanto, aberta para perceber a
individualidade e os significados múltiplos.
Tendo os conceitos estabelecidos, na primeira fase, para a construção da pesquisa, utilizou-se o
Google Forms, uma ferramenta digital de criação e gerenciamento de pesquisas personalizadas de forma
gratuita que ainda reúne e fornece as respostas no Google Sheets, ou Planilhas Google.
As entrevistas buscaram levantar o perfil profissional do entrevistado, caracterizar, tipologias e
padrões de acabamento de cada empreendimento, levantar o conhecimento e uso das tecnologias nos
canteiros.
Segundo o estudo bibliográfico realizado anteriormente, há algumas tecnologias que estão em
maiores discussões, sendo realizados estudos de suas aplicações nas empresas e canteiros. Assim, de forma
a estudar a aplicação dessas novas tecnologias no setor goianiense, nos meses de abril e maio de 2021, foi
realizado diagnóstico quanto ao uso de algumas tecnologias nos canteiros de obras, sendo elas: BIM;
Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT); Inteligência Artificial; Realidade Aumentada; Realidade Virtual; Sensor
de Varredura 3D; Código de Barras ou QR-Code; Ficha de Verificação de Serviço Digital; Identificação por
Radiofrequência; Acompanhamento Instantâneo de Imagens; e Aprendizagem de Máquinas.
Para os entrevistados que conheciam e faziam uso da tecnologia abordada, foi elaborada uma
seleção de características que poderiam ser atribuídas àquela tecnologia que são considerados fatores de
decisão para a sua utilização. Essa seleção baseou-se nas motivações de uso apontadas por Pedó et al.
(2020), utilizadas para análise do uso de ferramentas digitais de gestão visual na gestão de design, que são:
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— Possuir uma funcionalidade simples;
— Oferecer informações padronizadas;
— Garantir maior autonomia de planejamento e controle;
— Disponibilizar uma certa quantidade de informações conectadas, sem excesso de informações;
— As informações disponibilizadas serem de fácil acessibilidade;
— Ser uma ferramenta flexível;
— Ser uma ferramenta que disponibiliza rastreabilidade das informações.
Aos entrevistados que conheciam a ferramenta, mas não a utilizavam na obra, foi questionado o
porquê de não utilizarem tal tecnologia na obra. E por fim, àqueles que não conheciam a tecnologia em
questão, eramdirecionados a uma pergunta sobre a próxima tecnologia de interesse na pesquisa.
Os participantes foram convidados a participar da pesquisa, por meio de um link do formulário gerado e
enviados por e-mail, por mensagens diretas para profissionais da área conhecidos ou por grupos de
engenheiros e outros profissionais da área.
Após discussão e análise dos resultados da primeira fase, foi determinada uma tecnologia que seria
foco das pesquisas posteriores, realizadas nos meses de setembro e outubro de 2021. A segunda fase,
caracterizada como exploratória, buscou entender os processos de produção e os processos de controle de
qualidade dentro da empresa.
Na segunda fase, 4 empresas foram convidadas para a realização de uma entrevista de forma
remota, por meio da ferramenta Google Meet. As perguntas foram elaboradas de forma a entender a
relação da empresa com a tecnologia em discussão, a FVS digital, e as razões pelas quais levaram a empresa
a aplicar tal tecnologia, como os processos eram realizados antes da tecnologia ser aplicada, como essa
aplicação impactou processos, custos, resultados, pessoas, os canteiros de obra e a empresa como um
todo, e por fim, quais as percepções pessoais do entrevistado em relação à mudança do antigo processo
produtivo para o novo processo produtivo. Buscou-se caracterizar as motivações que levaram as empresas a
aplicarem essa tecnologia em específico, quais foram suas dificuldades durante a fase de implementação,
como as equipes reagiram às mudanças e quais foram os ganhos gerados e como a aplicação desta
tecnologia.
A terceira fase ocorreu de forma presencial em um dos canteiros de obra da empresa com o
objetivo de compreender a aplicação da tecnologia na prática, como os vários profissionais do canteiro de
obras interagiam com a tecnologia, como era aplicada de forma prática e como o canteiro, o tipo de
empreendimento executado poderia influenciar a aplicação da tecnologia em si.
Das 4 empresas convidadas que já utilizavam FVS´s digitais ou estavam em processo de
implementação para participar de um estudo mais focado, e dessas 3 aceitaram participar. Os
entrevistados estavam ligados diretamente à aplicação dessa tecnologia e ao Sistema de Gestão da
Qualidade (SGQ) da empresa.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS E PARTICIPANTES DA PESQUISA - 1ª FASE


Na primeira fase, a divulgação do formulário ocorreu no primeiro semestre de 2021 e foram
convidados a participar da pesquisa mais de 80 profissionais da AECO. Apesar do foco da pesquisa ser o
mercado goiano, o formulário também foi disponibilizado para profissionais de outros Estados brasileiros
com o intuito de conhecer minimamente a relação de outros estados em relação com a aplicação de novas
tecnologias. Com isso, obteve-se respostas de 28 profissionais, representando cada um deles uma empresa,
caracterizadas inicialmente de acordo com os dados apresentados na Tabela 1.
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TABELA 1: Caracterização das empresas
Em relação à regionalidade Em relação à tipologia Em relação ao padrão de
acabamento

Local Quantidade Tipo Quantidade Padrão Quantidade


Condomínios verticais 13
Espírito Santo 1
Condomínios horizontais 6 Alto padrão 15
Goiás 23 Obras públicas 5
Rio Grande do Sul 1 Edifício comercial 1
Médio padrão 9
São Paulo 1 Indústria 1
Construção Civil pesada 1
Tocantins 2 Habitação popular 4
Condomínio Logístico 1
FONTE: SILVA et al. (2021).

Ainda, dentre todos os participantes da pesquisa, foi especificado sua área de formação e
especialização, atuação no mercado e tempo de atuação no mercado (Figura 1).

FIGURA 1: Formação acadêmica e atuação no mercado.


FONTE:SILVA et. al. (2021).

3.2 CARACTERIZAÇÃO DAS EMPRESAS E PARTICIPANTES DA PESQUISA - 3ª FASE


Os entrevistados foram convidados e escolhidos sobre os critérios de estar aplicando a
tecnologia escolhida para estudo e permitir e compartilhamento das informações das entrevistas como
estudo de caso do setor AECO. Os resultados das pesquisas e entrevistas foram compilados em quadros
comparativos para uma melhor análise e avaliação dos parâmetros de comparação. Além das entrevistas,
realizou-se também uma breve caracterização das participantes e dos seus canteiros, com informações
disponibilizadas pelas mesmas e apresentadas nos Quadros 1 e 2, respectivamente. Não foi possível ter
acesso ao canteiro de obra da empresa 3 em tempo hábil para fechamento do estudo, por este motivo as
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visitas foram realizadas somente aos canteiros das empresas 1 e 2, ou seja, das 3 visitas planejadas, apenas
2 delas, uma em cada canteiro, foram realizadas.

Quadro 1: Caracterização das empresas


Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3
Tempo de atuação 38 anos 35 anos 16 anos
Tipologia das obras Obras públicas e residenciais Residenciais Residenciais
Área construída Mais de 1.000.000m² Mais de 1.000.000m² -
Empreendimentos Entregues - 54 empreendimentos 5 empreendimentos
Obras em andamento 3 6 1
Certificações ISO 9001 e PBQP-h nível A ISO 9001 e PBQP-h nível A -
Nº de funcionários que
2 funcionários 2 funcionários 2 funcionários
trabalham com SGQ
FONTE: Os Autores (2021).

Quadro 2: Caracterização dos empreendimentos


Empresa 1 Empresa 2
Tipologia do empreendimento Edifício residencial Edifício residencial
Área construída 31.801,08m² 23.604,25m²
Torre única, composta por térreo, 3 Torre única, composta por térreo, 1
subsolos, 1 pavimento garagem, 1 pavimento garagem, 1 pavimento
Características arquitetônicas
pavimento garagem/lazer, 28 pavimentos garagem/lazer, 23 pavimentos tipo e
tipo e penthouse cobertura
Nº de apartamentos 230 apartamentos tipo 184 apartamentos tipo
Porcentagem da obra concluída 66% 66,02%
Estágio da obra quando a FVS Iniciou com a obra em execução na fase de
Início da obra
digital foi implementada reboco no primeiro pavimento tipo.
FONTE: Os Autores (2021).

4. DISCUSSÃO DE RESULTADOS E ANÁLISES

Com o intuito de se obter panorama da cidade de Goiânia em relação ao uso das tecnologias
estudadas na primeira fase da pesquisa, em um primeiro momento optou-se pela análise exclusiva das
respostas referentes às obras goianas, que das 28 respostas recebidas é representada por 23 destas.
Ressalta-se que a contribuição dos demais Estados foi relevante e enriqueceu a coleta de dados realizada
neste trabalho e que poderão ser exploradas posteriormente em novas pesquisas. Vale ainda dizer que das
23 respostas referentes ao Estado de Goiás, todas se concentram em empreendimentos da cidade de
Goiânia/GO, por esse motivo, todas as respostas referentes ao estudo se converte para o estudo da
aplicação da tecnologia pelo setor goianiense.
A seguir são apresentadas todas as tecnologias investigadas, no ambiente goianiense, como
exibido na Figura 2, e posteriormente as motivações dos entrevistados para a utilização de tais tecnologias
ou a justificativa para a não utilização nos empreendimentos, no Quadro 3.
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FIGURA 2: Uso e não uso de tecnologias no setor AECO goianiense.


FONTE: SILVA et. al. (2021).
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Quadro 3: Uso e não uso das tecnologias.
Tecnologia Motivação para uso Justificativa para a não utilização
- Falta de mão de obra e de recursos;
- Oferecer informações padronizadas;
- Além de destacarem que é necessário uma
BIM - Garantir maior autonomia de
mudança nas etapas anteriores, como a elaboração
planejamento e controle.
de projetos no modelo BIM.
- Disponibilidade e flexibilidade de
VANT - Análise da relação custo x benefício não favorável.
informações coletadas.
- O país não possui maturidade e desenvolvimento
- Disponibilidade de informações essenciais
IA no setor de construção civil;
coletadas.
- Não acreditam na necessidade de seu uso.
- Não acreditam na necessidade de sua utilização;
- Disponibilidade, flexibilidade e
RA - Utilizam outras ferramentas em substituição a essa
acessibilidade de informações coletadas.
tecnologia.
- Não acreditam na necessidade de sua utilização;
- Disponibilidade, flexibilidade e
RV - Utilizam outras ferramentas em substituição a essa
acessibilidade de informações coletadas.
tecnologia.
- Funcionamento simples; - Acreditam que não seja necessária a utilização
Sensor de - Acesso à informações padronizadas; desta tecnologia;
varredura 3D - Garantia de maior autonomia no - Não enxergam a viabilidade econômica para sua
planejamento e controle. aplicação.
- Simplicidade de acesso e coleta de
Leitura de Código - Acreditam que esta tecnologia não é necessária até
informações;
de Barras e o momento;
- Disponibiliza rastreabilidade das
QR-Code - Estão se preparando para sua aplicação.
informações.
- Oferecem informações padronizadas;
- Garantem uma maior autonomia de
- Não a utilizarem em decorrência do uso de
FVS Digital planejamento e controle das obras;
formulários impressos.
- É uma ferramenta que possibilita a
rastreabilidade das informações.
- Funcionamento simples; - Relataram que esta tecnologia não é necessária até
RFID
- Oferta de informações padronizadas. o momento.

Acompanhamento - Garantia de uma maior autonomia de - Não acreditarem que esta seja necessária;
Instantâneo de planejamento e controle das obras; - O custo benefício não justifica a sua aplicação;
Imagens - Rastreabilidade das informações. - A viabilidade não foi avaliada.

- Oferece informações padronizadas;


Aprendizado de - Garante uma maior autonomia de
- Acreditam que não seja necessária para a empresa.
Máquinas planejamento e controle das obras;
- É uma ferramenta flexível.
FONTE: SILVA et al. (2021).

As únicas tecnologias que são usadas na maioria das empresas (mais de 50%) relacionadas na
pesquisa são: FVS digital e BIM. As tecnologias menos utilizadas (menos que 20%) nos canteiros são:
inteligência artificial; sensores de varredura 3D; identificação por radiofrequência; aprendizado de
máquinas; realidade virtual e acompanhamento instantâneo de imagens. Tendo ainda 5 tecnologias que
são desconhecidas por mais de 20% dos entrevistados.
T.E.T.SILVA; T.V.SOUSA; V.V.SILVA; T.G.AMARAL REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 19 - nº 2 (2023)
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O que se extrai desses resultados é uma possível falha de comunicação e integração entre o setor
AECO dentro do Estado de Goiás e até em outros estados, visto que alguns conhecem certas tecnologias
mas outros empreendimentos não.
As empresas goianas não se arriscam muito na utilização das tecnologias disponíveis no mercado,
ou parecem não ter interesse em investir nessa área. Um comportamento que não surpreende, dado o fato
do baixo número de respostas obtidas nos formulários, antes mesmo da análise completa dos dados. O que
transparece uma baixa maturidade digital dessas empresas que não fazem uso de várias dessas tecnologias
e, consequentemente, do setor observável pela pesquisa realizada. Contudo, apesar de muitas não estarem
utilizando determinadas tecnologias, algumas afirmaram que estão em processo de estudo para a aplicação
de algumas ou que pretendem aplicar alguma delas em um futuro próximo, mostrando que aos poucos o
setor está evoluindo digitalmente e se modernizando. Destaca-se como um ponto positivo o fato de todas
as tecnologias serem aplicadas em pelo menos um dos empreendimentos goianos, o que dá a perspectiva
de que essas tecnologias irão se expandir mais para outras obras e outras empresas do setor.
É ainda desse estudo que foi escolhida uma tecnologia de todas as estudadas para se ter um foco
de investigação e entender melhor sobre as vantagens, desvantagens e mudanças nos processos envolvidos
com a aplicação dessa. Por meio da Figura 2, é possível observar que a FVS Digital é a tecnologia mais
utilizada dentro do setor, com 73,91%, que representa 17 entrevistados dos 23 totais dentro dessa
investigação, sendo a tecnologia mais disponível para aprofundamento dentro do ambiente goiano. Os
resultados das pesquisas e entrevistas acerca desta tecnologia estão descritas no próximo tópico.
As perguntas feitas na primeira entrevista se relacionavam com as funções do SGQ, como eram
executados os serviços de verificação antes da aplicação de uma plataforma digital, os custos e os desafios
da implantação, as expectativas e os reais benefícios e os critérios que levaram à essa mudança. As
respostas dos entrevistados foram transcritas no Quadro 4, em que são evidenciadas as vantagens e
desvantagens do método tradicional e do método digital, sendo o primeiro relacionado ao uso de fichas de
papel, e os segundo por meio de fichas digitais.
Já nas visitas realizadas aos canteiros das obras, os pontos levantados com os entrevistados se
centraram em investigar como ocorreu a implementação e a utilização da tecnologia na rotina do canteiro.
Buscou-se identificar as melhorias advindas do uso da mesma, as dificuldades enfrentadas no processo,
quem são os trabalhadores que manuseiam a tecnologia e as lacunas no processo de gerenciamento da
obra não sanadas por ela. O compilado das respostas obtidas para esses pontos também foi transcrito e
apresentadono Quadro 5.
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Quadro 4: Entrevista com o gestor responsável pelo SGQ da empresa

Empresa 1 Empresa 2 Empresa 3


Metodologia tradicional (uso de papel) FVS Digital FVS Digital FVS Digital
Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens Vantagens Desvantagens

Não necessita investimento financeiro Necessita de investimento financeiro Necessita de investimento financeiro Necessita de investimento financeiro
direto para implementação e manutenção para implementação e manutenção para implementação e manutenção
Investimento
Necessita conhecimento básico à Necessita conhecimento básico à Necessita conhecimento básico à
Não necessita maiores capacitações
respeito da plataforma ou de respeito da plataforma ou de respeito da plataforma ou de
específicas
informática básica informática básica informática básica

Processo conhecido e consolidado na Processo pouco conhecido pela Processo pouco conhecido pela Processo pouco conhecido pela
indústria e na empresa empresa empresa empresa
Método tradicional, intuitivo e de fácil Método inovador e pouco difundido na Método inovador e pouco difundido na Método inovador e pouco difundido na
uso indústria. indústria. indústria.
O preenchimento é imediatamente O preenchimento é imediatamente O preenchimento do documento é
Necessário transcrever as informações digital e armazenada em um sistema digital e armazenada em um sistema realizado e armazenado diretamente
do papel para uma planilha eletrônica eletrônico eletrônico em um sistema

Não há risco de danificar e necessidade Não há risco de danificar e necessidade Não há risco de danos físicos e
Necessário recuperar FVS danificadas
de recuperar FVS por danos ao papel de recuperar FVS por danos ao papel necessidade de recuperar a FVS
Processos durante as inspeções
Necessita de uma grande quantidade de Não necessita grande quantidade de Necessário pouco mão de obra para o
mão de obra por conta do lento mão de obra pois não há mais tanto - preenchimento e controle dos
processo retrabalho documentos e informações coletadas

Não há risco de perda de documentos Não há risco de perda ou esquecimento


Risco de perda de documentos ao longo -
pois eles são digitais do documento
do processo
Fácil controle dentro da plataforma Facilita a gestão e levantamento de Facilidade e simplicidade no
Dificuldade no controle dos documentos utilizada para as inspeções dados levantamento, controle dos dados
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Velocidade reduzida pela


Muito tempo gasto para realizar o automatização e digitalização do - -
controle de forma manual processo
É capaz de gerar os indicadores É capaz de gerar os indicadores É capaz de gerar os indicadores
Não gera indicadores automaticamente
requisitados automaticamente requisitados automaticamente requisitados automaticamente
Não requer conexão com a internet se Não necessita de internet para o
Não necessita conexão com internet
o aplicativo estiver instalado no - preenchimento do documento quando
para preenchimento da FVS
dispositivo móvel do colaborador em obra.
Requer necessidade de internet para a
Não necessita de conexão com a Requer conexão com a internet para a
Mobilidade atualização do sistema e da atualização
internet para a emissão de relatórios e emissão de relatórios e gestão dos -
dos documentos e informações
gestão dos documentos documentos
coletadas
Grande volume de documentos para Carregar apenas o dispositivo móvel Carregar apenas o dispositivo móvel Carregar apenas o dispositivo móvel
carregar pelo canteiro responsável pelo preenchimento responsável pelo preenchimento responsável pelo preenchimento
Adesão e entusiasmo por parte dos Sem maiores dificuldades ou problemas Adesão e entusiasmo por parte dos
Fácil adesão e compreensão por parte
colaboradores na implantação e em relação à adesão por parte dos colaboradores na implantação e
dos responsáveis pela FVS
compreensão do software colaboradores compreensão do software
Pessoas
Há problemas em relação à Há dificuldades em relação à Ainda é necessário continuar investindo Há uma dificuldade quanto à
padronização dos documentos durante padronização de algumas não em treinamento e reciclagem de padronização do modo a ser realizada a
seu preenchimento conformidades treinamento. verificação
Atualmente é utilizado em todas as Atualmente é utilizado em todas as
Empresa Utilizada em toda a empresa Utilizada em toda a empresa
obras obras
Necessita grandes espaços para o O armazenamento é feito por vias O armazenamento é feito por vias O armazenamento é realizado por vias
armazenamento dos documentos físicos digitais digitais digitais
Meio
ambiente Geração de um grande volume de papel Não há grandes volumes de papel Redução da documentação física na Grande redução no volume de papel
na obra e pós obra gerado no processo digital obra e volume de arquivo de pós obra gerado em obra

FONTE: Os Autores (2021).


T.E.T. SILVA; T.V. SOUSA; V.V. SILVA; T.G. AMARAL REEC – Revista Eletrônica de Engenharia Civil Vol 19 - nº2 (2023)

Quadro 5: Entrevista realizada no canteiro de obra


Empresa 1 Empresa 2
Houve participação da obra no processo de implantação da tecnologia? Sim
Adesão
Quais as principais dificuldades enfrentadas com o uso da tecnologia? Capacitar os trabalhadores do setor de produção que utilizam a tecnologia
Quais são os funcionários que utilizam a tecnologia no canteiro? Engenheiros, estagiários e encarregados e mestres de obra
Processos Existe um procedimento padrão para a utilização da tecnologia? Sim
Quais são os dispositivos utilizados para acesso à tecnologia? Smartphones, notebooks e computadores fixos
A tecnologia é personalizada para as necessidades específicas da Sim, as funcionalidades da tecnologia são personalizadas para atender as demandas da
empresa/obra? empresa e são realizadas atualizações no sistema
Melhor rastreabilidade dos serviços Melhor rastreabilidade dos serviços e registro de
e registro de não conformidades, não conformidades, acesso às informações em
Benefícios Quais foram os principais ganhos com a utilização da tecnologia?
acesso às informações em tempo tempo real e avaliação de fornecedores geradas
real automaticamente
É possível mensurar por meio de indicadores o impacto do uso da Não, apesar da tecnologia se mostrar versátil na perspectiva de quem a utiliza, não
tecnologia no planejamento e controle da obra? existem indicadores capazes de expressar numericamente o seu desempenho
A padronização de algumas informações ainda é um
Pontos de A padronização de algumas
Quais são as lacunas que a tecnologia não conseguiu sanar? desafio, principalmente as que estão relacionadas
melhoria informações ainda é um desafio
com a descrição de não conformidades
Sim, os esforços realizados para tornar os canteiros
Os entrevistados consideram importante a utilização dessa e de outras Sim, pois é muito mais rápido o mais digitalizados são válidos, uma vez que
tecnologias no canteiro? acesso à informação melhoram o controle das diversas frentes de serviço
Relevância existentes em uma obra
Sim, está em discussão para as
Sim, ferramentas que utilizam a metodologia BIM,
Existem outras tecnologias em processo de implantação no canteiro? próximas obras o uso de QR-code
como por exemplo, o software Naviswork
para digitalização dos projetos
FONTE: Os Autores (2021)
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De acordo com Böes et al. (2016), há uma concordância ao fato dos métodos tradicionais de
coleta de informação das FVS estão ultrapassados e que não têm mais confiança e segurança em relação às
suas informações. O que se dá pelo fato das fichas físicas serem preenchidas por várias pessoas, e estas
possuírem diferentes métodos para o preenchimento, o que causa uma divergência e falta de padronização,
que acaba por se tornar outro problema relacionado ao controle das informações geradas.
As entrevistas mostraram que a aplicação da FVS digital seria inevitável, o que vai ao encontro da
afirmação do Gestor do SGQ da empresa 1: “Com o volume de serviços e inspeções aumentando, acabaria
ficando insustentável continuar com o controle de forma manuscrita”.
Assim, além de ser uma forma de digitalização e otimização do canteiro de obras, a FVS digital se
tornou uma necessidade que acompanha o crescimento da própria empresa. E que respondeu às
expectativas da empresa, na agilidade das atividades de verificação, e depois, para compilar, organizar e
interpretar esses documentos, como relatado pelo Gestor da empresa 1 ao descrever o processo de
fechamento do mês nos canteiros de obra: “Era realizada durante uma semana, no fechamento do mês,
todos os 48 serviços do empreendimento ocupando muita mão de obra para realizar esse processo,
coletando as fichas em cada umdos pavimentos, que era onde elas ficavam”.
Com a implementação da FVS digital, esses processos se tornaram mais automatizados e digitais,
melhorando a gestão da obra. Logo, implementado inicialmente como teste em um dos canteiros de obra
da empresa, após a constatação de sua eficácia e utilidade, a ferramenta foi aplicada em todos os demais
canteiros de obra da mesma.
O que não foi percebido de forma tão evidente, pela empresa 2, relatado por meio da afirmação:
“O controle existente era satisfatório. A migração para o digital foi feita visando reduzir documentos físicos
durante a obra e no arquivo da empresa, pós obra.” Logo, as dificuldades e problemas de gerenciamento da
empresa 1 não se aplicam da mesma maneira.Além da geração de papel, o Gestor do SGQ da empresa 2
afirma que a gestão e o levantamento de dados do acompanhamento do preenchimento das fichas de
acordo com a execução in loco foi outra questão levada em conta na decisão de migrar para um sistema
digital. A digitalização da empresa já existia em nível de controle de gestão e dados, e que apenas foi
expandida às FVS após o uso de Tablets e Smartphones.
Porém, ainda há dificuldades encontradas em relação ao preenchimento correto dos
documentos, desencadeando investimentos em treinamentos dos colaboradores e acompanhamentos
quanto a abertura e preenchimento das fichas, permitindo observar onde ainda existem falhas no processo.
Assim, similar à empresa 1, a empresa 2 aplica FVS digital na grande maioria dos seus empreendimentos
em construção atualmente.
Os critérios decisivos que levaram à aplicação da tecnologia na terceira empresa foram a
necessidade de maior praticidade e facilidade em relação ao preenchimento da FVS para a equipe de
produção, em contraponto à utilização de documentos físicos, que exigiam mais atenção, controle e
representavam um volume grande para se levar para o campo, como relatado pelo gerente do SGQ da
empresa 3: “Para quem preenche o documento é mais simples também, [...] Com o sistema, tudo está na
palma da mão”.
No entanto, apesar do aplicativo ter atendido a todos os critérios propostos inicialmente, algumas
dificuldades ainda são encontradas, sendo a maior delas relacionada com a padronização da verificação dos
serviços. De acordo com a sistemática da empresa, não é possível cadastrar vários itens em uma única FVS,
assim, caso seja necessário verificar 10 pilares em um único andar é preciso também abrir 10 FVS
diferentes.
No fim, ainda é possível notar que o ambiente goianiense e o brasileiro ainda sub utilizam as
tecnologias disponíveis no setor da construção, não pelo baixo número de respostas obtidas, mas por ser
baixo o número de empresas que afirmaram usar algumas tecnologias, mesmo as mais essenciais e básicas
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para o setor AECO hoje, que é o BIM.


Em relação ao uso das tecnologia em estudo nota-se que a avaliação da mesma se deu por pontos
mais subjetivos que objetivos de fato, como a observação do que seria melhor para a otimização ao
invés de apenas não achar que seria necessário seu uso dentro dos canteiros de obras e das empresas,
reafirmando o fato analisado por Schia et al. (2019), onde se nota que algumas pessoas, as mais
conservadores segundo
o que pode-se retirar das entrevistas, não querem ou não veem a necessidade de digitalizar as
empresas, continuando com um ciclo de ineficiência no processo produtivo das mesmas.
A digitalização dos canteiros é inevitável, os processos se modernizam e os velhos hábitos são
substituídos por métodos e tecnologias mais eficientes. O setor continua evoluindo, e esta evolução é
conjunta às empresas para tornaremos os processos mais rápidos, eficientes e fáceis de se gerenciar,
controlando e analisando, e não apenas com o uso de uma tecnologia, mas em uma real transformação nos
processos, desde os projetos até a execução em obra.
Logo, para que essa mudança aconteça é necessário não somente investir em modernização, mas
também permitir que as pessoas se modernizem. Ainda há trabalhadores mais conservadores que rejeitam
fortemente, ou não conseguem assimilar com tanta facilidade a digitalização dos canteiros, seja por
desconfiança, descrença, comodismo ou outro fator comportamental. A diferença de gerações colaborando
em um mesmo canteiro é uma realidade e é importante e delicado lidar com essas diferenças. Como líderes
dessa transformação, é papel das empresas se empenharem em aproximar àqueles menos confortáveis e
inserí-los e integrá-los às mudanças e novas tecnologias, pois essa questão não somente é benéfica para as
empresas em si, mas também para o setor da construção como um todo, pois eleva o nível de qualificação
da mão de obra, fator que foi limitante para o uso de algumas tecnologias, conforme visto nos resultados
dessa pesquisa.

5. CONCLUSÕES

Este trabalho contou com o objetivo do estudo do uso e aplicação das FVS´s digitais em canteiros
de obras goianos. Como resultado foi possível extrair informações diferentes em relação a como cada
empresa aplica a tecnologia e faz uso da mesma. Porém as motivações se assemelham para todas na busca
por um maior controle no gerenciamento das fichas, maior facilidade, agilidade e automatização no
preenchimento e diminuir o volume de papel gerado nos canteiros e armazenados nas empresas. Apesar da
grande mudança que é passar de um sistema físico para um sistema digital, as dificuldades não foram muito
grandes, concentrando-se apenas no treinamento dos colaboradores que menos se adaptaram com a nova
metodologia. Entretanto, os que se adaptaram rapidamente mostraram grande entusiasmo em usar a nova
ferramenta.
Com a aplicação da FVS digital muitos dos processos que antes demoravam semanas de
monitoramento, agora são realizado de forma digital à medida que o documento é preenchido no cotidiano
da obra, ocupando pouca retrabalho e tempo dos gestores, além da diminuição considerável de papel
gerado, já que o sistema é digital e não há necessidade da impressão de fichas.
É necessário dizer que devido ao contexto atual de pandemia, o tempo para a realização da
pesquisa foi reduzido, além do fator de isolamento social que impossibilitou uma maior amostragem de
visitas na segunda fase da pesquisa, sendo fator limitante para a realização mais ampla do estudo. Destaca-
se que as conclusões deste trabalho retratam o contexto da amostragem.
Também é válido ressaltar que a pesquisa relacionada ao tema de FVSs digitais é um campo novo
nas pesquisas tanto em ambiente goianiense quanto no Brasil, em relação ao estudo bibliográfico.
É recomendado para pesquisas futuras que busquem por mais bibliografias na área para realizar
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estudos semelhantes. Tornar as perguntas dos formulários mais objetivas no caso do não uso delas pode
trazer resultados mais assertivos, formar uma amostragem, realizar mais visitas em campo e com um
tempo de monitoramento maior pode fornecer um contexto mais condizente com a realidade do seu
ambiente de estudo. Também é recomendado o estudo da aplicação de uma tecnologias em fases
diferentes de implantação, a busca da necessidade do uso e a busca de outros contextos de utilização,
como deixar de usar certa tecnologia, por exemplo.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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