Questões Due Ii
Questões Due Ii
Questões Due Ii
O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) toma suas decisões por meio de várias
formas, cada uma com suas características específicas. As principais formas de decisão do TJUE
são os Acórdãos e os despachos fundamentados, matéria regulada no regulamento do
processo da TJ e no TFUE.
Aos Acórdãos é atribuída força executiva nos termos do art. 280 e 299 do TFUE, cuja
regulação é feita nos termos da lei processual civil de do EM em que se efetuar. Quando se
trata de uma acção de incumprimento a força executiva pode ter duas vertentes
interpretativas: a restritiva em que funciona o artigo 299 TFUE pela sua globalidade e assim se
considera que não têm força executiva, ou na vertente mais ampla, em que remete apenas
para o 2º paragrafo do art299 que regula a execução! E desta leva Sim! São a forma mais
importante de decisão do TJUE e estabelecem precedentes vinculativos para casos futuros.
Eles são proferidos em resposta a questões prejudiciais e têm um impacto significativo na
interpretação e aplicação do direito da UE.
Os despachos também têm força obrigatória mas não susceptiveis de recurso , são assinados
pelo Presidente e pelo secretário e notificado às partes (tem força obrigatória a partir desta
notificação); São proferidos nas Medidas cautelares (art. 162.º Regulamento do Processo
TJUE), quando Tribunal é manifestamente incompetente ou o recurso é manifestamente
inadmissível – (art. 53.º Regulamento do Processo TJUE) ou quando existe uma Questão
prejudicial (art. 99.º Regulamento do Processo TJUE), ainda quando Idêntica a outra sobre a
qual o TJ já se pronunciou.
Resposta pode ser claramente deduzida da jurisprudência ou não se suscita dúvida razoável
Que tipos de medidas cautelares existem em DUE e quais as suas características?
O recurso para o TJUE não tem efeito suspensivo – art. 278.º, n.º1 do TFUE – ações
têm efeito devolutivo – p. ex. ação de anulação de uma decisão da Comissão não suspende os
seus efeitos.
a medida terá que ser considerada necessária para salvaguardar o interesse da parte e
o interesse geral.
O processo junto do TJ comporta 4 fases essenciais, mas que em certa medida não são
obrigatórias, ou comtemplam execeções.
Tribunal pode pedir esclarecimentos adicionais ,Relatório com base nas peças escritas
EXCEÇÃO DESTA FASE : Pode ser dispensada nos processos urgentes relativos ao ELSJ
Força executiva dependendo da interpretação mais ou menos extensa do 280 e 299º art. TFUE
Artigo 3.º, n.º 2, do Tratado da União Europeia (TUE). Este artigo, que define os objetivos
fundamentais da UE, confere maior importância à criação de um espaço de liberdade, de
segurança e de justiça (ELSJ) do que o precedente Tratado de Nice, uma vez que, doravante,
este objetivo é citado ainda antes da concretização de um mercado interno.
1. A Legumes Perfeitos, Lda decidiu encetar uma política de preços baixos, no mercado
português e espanhol, de modo a afastar atuais e potenciais concorrentes. Para fazer
face ao rápido aumento de encomendas importou ervilhas da Tunísia que entraram
pela alfândega de Lisboa. Em Espanha, as autoridades cobraram à empresa uma taxa
de importação de ervilhas.
a. A Legumes Perfeitos, Lda : pode a alfândega espanhola impor esta taxa às
ervilhas tunisinas que, entraram no mercado europeu, através da alfândega de
Lisboa?
R: Em primeiro lugar, nos termos do nº2 do artigo 28º, está aqui em causa a livre
circulação de mercadorias. artigo 30º. Esta proibição abrange, nos termos do 2º
parágrafo do nº2 do artigo 28º, não apenas os produtos originários de Portugal
(EM) como de país terceiro desde que se encontrem em livre prática, nos termos
do artigo 29º. Esta é uma norma de efeito direto, o artigo 30º dá direito à
empresa que transporta ervilhas possa vendê-las em Espanha ou onde quer que
seja, desde que sejam cobrados direitos aduaneiros. Neste caso, há uma violação
clara do artigo 30º.
O que é que pode ou deve fazer o juiz nacional? Se fosse uma questão de
validade de um regulamento europeu, o juiz pode fazer uma questão de reenvio
prejudicial. Se estivesse em causa a validade de uma norma de um regulamento da
UE, o juiz nacional é obrigado a colocar a questão ao TJUE.
b. A COM investigou a conduta no mercado adotada pela Legumes Perfeitos, Lda e
concluiu que esta infringiu normas do direito europeu da concorrência, pelo que
lhe aplicou uma sanção. A Legumes Perfeitos, Lda decide reagir desta sanção,
pois entende que a mesma viola as regras do regulamento aplicado e não foi
devidamente fundamentada.
Pode reagir judicialmente contra esta decisão? Estamos perante um ato de uma
instituição europeia que tem efeitos jurídicos. É um ato impugnável
Qual a ação? Pode ser intentada uma ação de anulação
Qual o Tribunal a que se deve dirigir? Estamos perante um ato que tem efeitos
jurídicos, a empresa tem legitimidade ativa, nos termos do artigo 263º, 4º
parágrafo, uma vez que é destinatário desta ação da COM, no Tribunal Geral
Qual o prazo? tem 2 meses, desde a notificação, mais 10 dias correspondentes à
dilação, nos termos do 6º parágrafo do artigo 263º
E qual o fundamento? previstos no 2º parágrafo do mesmo artigo, sendo que se
verifica o fundamento da violação da Lei, ou seja, dos Tratados. o Tribunal Geral
pode anular a decisão da COM,
Tb poderia Intentar uma medida cautelar para suspender o efeito, cumprindo
com todos os seus requisitos. Ao intentar esta ação de anulação, não se suspende
o efeito jurídico da decisão, nos termos do artigo 278º, nenhum recurso tem efeito
suspensivo.
2. A Super Bock e a Sagres têm em Portugal uma quota de mercado de 38% e 29%,
respetivamente. A empresa VanX, holandesa, está a tentar comercializar no mercado
português a sua cerveja. No entanto, deparou-se com um problema: a legislação
nacional proíbe a venda de cerveja com uma graduação alcoólica superior a 6%, com
consequente apreensão dos produtos e aplicação de coimas, como medida para evitar
o alcoolismo e os acidentes de viação. a. Esta empresa está inconformada, uma vez
que a sua cerveja tem uma graduação alcoólica de 6,8%. Como e que esta empresa
holandesa se pode defender?
Estamos perante a matéria das medidas de efeito equivalente (MEE), pelo que era
necessário ver se os seus requisitos se encontram preenchidos. Esta é uma medida de
regulamentação que tem como efeito restringir o comércio, o Tribunal considera que
não viola o artigo 34º, ou seja, que não é uma MEE. - É indistintamente aplicável; - O
objetivo é legitimo, se considerarmos a proteção da saúde das pessoas, etc; -
Relativamente à proporcionalidade é que se encontra o cerne da questão. Esta
medida não se revela proporcional ao restringir a venda de uma cerveja com 6,8% de
graduação alcoólica, uma vez que há a venda livre do vinho, por exemplo. Há medidas
menos restritivas na livre circulação de mercadorias que podem atingir o mesmo
objetivo, pelo que esta medida não é necessária, nem proporcional. Portanto, é uma
MEE proibida pelo artigo 34º. Quanto ao artigo 36º, embora o objetivo até possa estar
assegurado por este artigo, a proteção da saúde, é uma restrição dissimulada, logo os
requisitos cumulativos do artigo 36º não se encontram preenchidos.