Questões Due Ii

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Quais as formas de decisão do Tribunal de Justiça da UE? e quais as suas diferenças?

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) toma suas decisões por meio de várias
formas, cada uma com suas características específicas. As principais formas de decisão do TJUE
são os Acórdãos e os despachos fundamentados, matéria regulada no regulamento do
processo da TJ e no TFUE.

Os acórdãos representam a forma mais comum de decisão do TJUE. São proferidos


em audiência Publica e têm força obrigatória desde o dia da sua prolação ( art.º 86, 88 e 91º
n.º1, assinado pelo presidente, juízes e secretario . Estando o seu conteúdo discriminado no
art.º 87. Os acórdãos são vinculativos para os tribunais nacionais e estabelecem precedentes
para casos futuros. O conteúdo pode ser anulatório, declaratório ou sancionatório.

Aos Acórdãos é atribuída força executiva nos termos do art. 280 e 299 do TFUE, cuja
regulação é feita nos termos da lei processual civil de do EM em que se efetuar. Quando se
trata de uma acção de incumprimento a força executiva pode ter duas vertentes
interpretativas: a restritiva em que funciona o artigo 299 TFUE pela sua globalidade e assim se
considera que não têm força executiva, ou na vertente mais ampla, em que remete apenas
para o 2º paragrafo do art299 que regula a execução! E desta leva Sim! São a forma mais
importante de decisão do TJUE e estabelecem precedentes vinculativos para casos futuros.
Eles são proferidos em resposta a questões prejudiciais e têm um impacto significativo na
interpretação e aplicação do direito da UE.

Os despachos também têm força obrigatória mas não susceptiveis de recurso , são assinados
pelo Presidente e pelo secretário e notificado às partes (tem força obrigatória a partir desta
notificação); São proferidos nas Medidas cautelares (art. 162.º Regulamento do Processo
TJUE), quando Tribunal é manifestamente incompetente ou o recurso é manifestamente
inadmissível – (art. 53.º Regulamento do Processo TJUE) ou quando existe uma Questão
prejudicial (art. 99.º Regulamento do Processo TJUE), ainda quando Idêntica a outra sobre a
qual o TJ já se pronunciou.

Resposta pode ser claramente deduzida da jurisprudência ou não se suscita dúvida razoável
Que tipos de medidas cautelares existem em DUE e quais as suas características?

No âmbito do Direito da União Europeia (DUE), as medidas cautelares são


instrumentos jurídicos utilizados para proteger os direitos das partes envolvidas em litígios
perante o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE). As medidas cautelares visam assegurar
que não haja prejuízo irreparável enquanto o processo principal está pendente.

O recurso para o TJUE não tem efeito suspensivo – art. 278.º, n.º1 do TFUE – ações
têm efeito devolutivo – p. ex. ação de anulação de uma decisão da Comissão não suspende os
seus efeitos.

O processo de medidas provisórias ou cautelares visa que o TJ ordene suspensão da


execução de um ato impugnado – art. 278.º, n.º2 do TFUE –; medidas provisorias quando a
suspensão da execução do ato impugnado não é adequada ou não é suficiente para impedir
dano grave e irreparável – p. ex. pedido de manutenção da vigência de um determinado
regime.

A medida cautelar tem como características: instrumentalidade – destina-se a


assegurar o efeito útil de uma decisão no processo principal –; provisoriedade – apenas vigora
até à decisão sobre o mérito da causa na ação principal e o seu decretamento não prejudica a
decisão sobre o fundo na ação principal.

As medidas cautelares têm condições necessárias a cumprir – art. 160.º do


Regulamento do Processo –, tais como:

ser interposto um recurso/ação a título principal – p. ex. uma ação de anulação –;


sendo que a ação no processo principal é procedente – fumus boni juris –;

o demandante tem de provar urgência devido à ameaça ou agravamento de um


prejuízo grave e irreparável – p. ex risco de insolvência –;

a medida terá que ser considerada necessária para salvaguardar o interesse da parte e
o interesse geral.

A decisão da medida cautelar – arts. 161.º e 162.º do Regulamento do Processo – é


proferida por despacho fundamentado, em regra pelo Presidente do Tribunal, não sendo
suscetível de recurso – em caso de indeferimento a parte pode fazer novo pedido, fundado em
factos novos –, sendo ainda que a decisão tem carácter provisório e não prejudica a decisão do
TJ no processo principal.
O que entende por encargo de efeito equivalente proibido pela EU?

O encargo de efeito equivalente, proibido pela União Europeia, refere-se a qualquer


encargo pecuniário mesmo que mínimo, que seja imposto uniteralmente sob qualquer forma,
que impõe encargos adicionais sobre mercadorias provenientes de outros países membros da
UE ou estados 3ºs, encargos esses que criam um obstáculo ao livre comércio europeu. Esta
medida surge de forma a impossibilitar os estados de criar barreiras quantitativas à
comercialização de produtos de uma forma equivalente ás barreiras tributárias.

De acordo com o direito da União Europeia, os Estados-Membros são proibidos de


impor restrições ao livre comércio entre si., seja qualquer medida que tenha o efeito de
discriminar produtos de outros Estados-Membros ou de países terceiros,

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) é responsável por interpretar e aplicar


as leis da UE, incluindo a determinação se determinadas medidas constituem encargos de
efeito equivalente proibidos. Quando um Estado-Membro da UE ou uma entidade privada
impõe medidas que possam constituir um encargo de efeito equivalente, o assunto pode ser
levado ao TJUE para decisão.

Caracteriza as diferentes fases do processo junto do TJ?

O processo junto do TJ comporta 4 fases essenciais, mas que em certa medida não são
obrigatórias, ou comtemplam execeções.

1.ª fase - Escrita art.ª 57 ss do Regulamento do processo

Consiste na exposição dos factos, fundamentos e argumentos e pedidos, através das


diversas peças processuais (Petição - Princípio do pedido: a petição delimita o objeto do
processo, contestação, e , se requerido, réplica e tréplica, e o Contraditório)

EXCEÇÃO DO CONTRADITORIO: Na Fase escrita do reenvio prejudicial: não há


contraditório (não é uma ação ou recurso em sentido estrito; não tem natureza contenciosa)

Partes: os EM, a COM ou a Instituição que adotou o ato cuja validade/interpretação é


contestada podem apresentar observações.

Tribunal pode pedir esclarecimentos adicionais ,Relatório com base nas peças escritas

EXCEÇÃO DESTA FASE : Pode ser dispensada nos processos urgentes relativos ao ELSJ

2.ª fase: Oral - art.ª 76 ss do Regulamento do processo

Audiência de julgamento conduzida pelo Tribunal (se considerar necessário)

Audição dos agentes, consultores, advogados, testemunhas e peritos (se necessário) e do


advogado-geral (conclusões podem ser dispensadas, se não existirem questões jurídicas
novas).

3.ª fase: Prolação do acórdão - art.ª 86 ss do Regulamento do processo


Proferido em audiência publica e tem força obrigatória desde do dia da prolação;

De conteúdo: anulatório, declarativo ou sancionatorio

Força executiva dependendo da interpretação mais ou menos extensa do 280 e 299º art. TFUE

Quais os objectivos do Espaço Liberdade, Segurança e Justiça e as suas vertentes?

Artigo 3.º, n.º 2, do Tratado da União Europeia (TUE). Este artigo, que define os objetivos
fundamentais da UE, confere maior importância à criação de um espaço de liberdade, de
segurança e de justiça (ELSJ) do que o precedente Tratado de Nice, uma vez que, doravante,
este objetivo é citado ainda antes da concretização de um mercado interno.

TFUE — artigos 67.º a 89.º — é consagrado ao ELSJ. Para além das


disposições gerais, este título contém capítulos específicos sobre:

políticas relativas aos controlos nas fronteiras, ao asilo e à imigração;


cooperação judiciária em matéria civil; cooperação judiciária em matéria
penal;

Os objetivos do ELSJ são precisados no artigo 67.º do TFUE:


V OU F

1. Os particulares podem impugnar junto do TJUE qualquer ato da UE?


Falso.
Os particulares intentam ações junto do Tribunal Geral. Os particulares não podem
impugnar qualquer ato da UE, só podem impugnar atos que sejam juridicamente
vinculativos, aqueles que estão desprovidos de qualquer desenho jurídico não são
impugnáveis, nos termos do artigo 263º, 1º parágrafo do TFUE. Nos termos do 4º
parágrafo do mesmo artigo, apenas podem intentar ações de anulação contra atos
juridicamente vinculativos se forem destinatários do mesmo ou, não sendo
destinatário do mesmo, tem que lhe dizer direta e individualmente respeito ou, se
forem normas de natureza regulamentar que não necessitem de medidas de
execução também têm que lhes dizer diretamente respeito.
2. Na ação de incumprimento, que pode ser intentada por qualquer pessoa junto do
Tribunal Geral, avalia-se o Estado estava ou não a desrespeitar o DUE no momento
da prolação do acórdão.
Falso.
A ação de incumprimento não pode ser intentada por qualquer pessoa. Esta pode ser
intentada pela COM, nos termos do artigo 258º ou por um EM, nos termos do artigo
259º. Esta ação não é intentada junto do Tribunal Geral, mas sim do TJUE, o Tribunal
Geral não tem competência para a ação de incumprimento. O TJUE irá avaliar se o
Estado está a desrespeitar ou não o DUE no momento em que é intentada a ação e
não no momento da prolação do acórdão.

3. Numa 1ª ação de incumprimento, o TJUE pode anular atos de direito nacional


contrários ao DUE, mas nunca pode aplicar sanções pecuniárias.
Falso.
O TJUE não é competente para anular atos, sendo que objeto de uma 1ª ação de
incumprimento consiste no incumprimento, por parte de um EM, das obrigações
decorrentes do DUE, pelo que o TJUE adota uma postura meramente declarativa ao
declarar esse mesmo incumprimento. Nos termos do artigo 263º, nº3, numa 1ª ação
de incumprimento, é possível aplicar sanções pecuniárias, quando está em causa a não
transposição de uma direta, sendo esta a causa da violação do DUE. A regra é de que n
1ª ação não há condenação ao pagamento de uma sanção pecuniária, mas existe esta
exceção do nº3, quando está em causa a não transposição de uma diretiva.
4. A exceção de ilegalidade é uma ação judicial autónoma que permite a qualquer
pessoa invocar nos Tribunais nacionais a ilegalidade de qualquer ato da UE.
Falso.
A exceção de ilegalidade não é uma ação, é um incidente processual dentro de outra
ação. Nos termos do artigo 277º não é de qualquer ato, é apenas relativamente aos
atos de alcance geral.
5. Na ação de omissão, um particular pode obter a condenação de uma instituição
europeia à adoção de um parecer.
Falso.
Os particulares só podem intentar uma ação de omissão quando esta consiste na não
adoção de um ato juridicamente vinculativo. Se for um ato desprovido de efeito
jurídico não pode, nos termos do artigo 265º, 3º parágrafo. Em segundo lugar, a ação
de omissão não é uma ação condenatória, é uma ação declarativa.
6. Qualquer entidade administrativa pode, em reenvio prejudicial, dirigir-se ao TJUE
para formular uma questão de validade ou interpretação dos atos adotados pelas
instituições da UE.
Falso.
O reenvio prejudicial é um mecanismo de cooperação judiciária entre os Tribunais
nacionais e o TJUE, nos termos do artigo 267º, 2º e 3º parágrafos, e não está aberto a
qualquer outra entidade que não seja jurisdicional. Nos termos do 1º parágrafo, alínea
a) do mesmo artigo, o reenvio pode incidir também sobre a interpretação dos Tratados
e não apenas de atos adotados pelas instituições da UE.
7. O reenvio prejudicial é um meio facultativo para os Tribunais nacionais que tenham
dúvidas sobre a validade das normas do direito primário da UE.
Falso.
O direito primário da UE não pode ser objeto de reenvio prejudicial sobre questões de
validade, ao abrigo da alínea a) do 1º parágrafo do artigo 267º. Relativamente aos
Tribunais nacionais de 1ª instância, quando estejam em causa questões de validade do
direito secundário da UE, de modo a assegurar o cumprimento do Princípio da
segurança jurídica, o Tribunal nacional é sempre obrigado a reenviar prejudicialmente
para o TJUE, dado que não é competente para conhecer dessa invalidade.
8. O STJ, quando aplica o DUE, é sempre obrigado a colocar a questão ao TJUE em
reenvio prejudicial.
Falso.
Segundo a teoria do ato claro, nos termos do artigo 267º, nº3, embora a letra do
artigo, por uma questão de elementar lógica jurídica, o reenvio prejudicial existe como
mecanismo apenas quanto à necessidade de uma resposta. Quando há uma dúvida
razoável tem que ser esclarecida. Quando a questão não é pertinente ou quando já foi
objeto de uma decisão, jurisprudencial, não há necessidade de um Tribunal superior,
cujas decisões não caibam recurso, de fazer o reenvio.
CASO PRÁTICO

1. A Legumes Perfeitos, Lda decidiu encetar uma política de preços baixos, no mercado
português e espanhol, de modo a afastar atuais e potenciais concorrentes. Para fazer
face ao rápido aumento de encomendas importou ervilhas da Tunísia que entraram
pela alfândega de Lisboa. Em Espanha, as autoridades cobraram à empresa uma taxa
de importação de ervilhas.
a. A Legumes Perfeitos, Lda : pode a alfândega espanhola impor esta taxa às
ervilhas tunisinas que, entraram no mercado europeu, através da alfândega de
Lisboa?
R: Em primeiro lugar, nos termos do nº2 do artigo 28º, está aqui em causa a livre
circulação de mercadorias. artigo 30º. Esta proibição abrange, nos termos do 2º
parágrafo do nº2 do artigo 28º, não apenas os produtos originários de Portugal
(EM) como de país terceiro desde que se encontrem em livre prática, nos termos
do artigo 29º. Esta é uma norma de efeito direto, o artigo 30º dá direito à
empresa que transporta ervilhas possa vendê-las em Espanha ou onde quer que
seja, desde que sejam cobrados direitos aduaneiros. Neste caso, há uma violação
clara do artigo 30º.
O que é que pode ou deve fazer o juiz nacional? Se fosse uma questão de
validade de um regulamento europeu, o juiz pode fazer uma questão de reenvio
prejudicial. Se estivesse em causa a validade de uma norma de um regulamento da
UE, o juiz nacional é obrigado a colocar a questão ao TJUE.
b. A COM investigou a conduta no mercado adotada pela Legumes Perfeitos, Lda e
concluiu que esta infringiu normas do direito europeu da concorrência, pelo que
lhe aplicou uma sanção. A Legumes Perfeitos, Lda decide reagir desta sanção,
pois entende que a mesma viola as regras do regulamento aplicado e não foi
devidamente fundamentada.
Pode reagir judicialmente contra esta decisão? Estamos perante um ato de uma
instituição europeia que tem efeitos jurídicos. É um ato impugnável
Qual a ação? Pode ser intentada uma ação de anulação
Qual o Tribunal a que se deve dirigir? Estamos perante um ato que tem efeitos
jurídicos, a empresa tem legitimidade ativa, nos termos do artigo 263º, 4º
parágrafo, uma vez que é destinatário desta ação da COM, no Tribunal Geral
Qual o prazo? tem 2 meses, desde a notificação, mais 10 dias correspondentes à
dilação, nos termos do 6º parágrafo do artigo 263º
E qual o fundamento? previstos no 2º parágrafo do mesmo artigo, sendo que se
verifica o fundamento da violação da Lei, ou seja, dos Tratados. o Tribunal Geral
pode anular a decisão da COM,
Tb poderia Intentar uma medida cautelar para suspender o efeito, cumprindo
com todos os seus requisitos. Ao intentar esta ação de anulação, não se suspende
o efeito jurídico da decisão, nos termos do artigo 278º, nenhum recurso tem efeito
suspensivo.
2. A Super Bock e a Sagres têm em Portugal uma quota de mercado de 38% e 29%,
respetivamente. A empresa VanX, holandesa, está a tentar comercializar no mercado
português a sua cerveja. No entanto, deparou-se com um problema: a legislação
nacional proíbe a venda de cerveja com uma graduação alcoólica superior a 6%, com
consequente apreensão dos produtos e aplicação de coimas, como medida para evitar
o alcoolismo e os acidentes de viação. a. Esta empresa está inconformada, uma vez
que a sua cerveja tem uma graduação alcoólica de 6,8%. Como e que esta empresa
holandesa se pode defender?
Estamos perante a matéria das medidas de efeito equivalente (MEE), pelo que era
necessário ver se os seus requisitos se encontram preenchidos. Esta é uma medida de
regulamentação que tem como efeito restringir o comércio, o Tribunal considera que
não viola o artigo 34º, ou seja, que não é uma MEE. - É indistintamente aplicável; - O
objetivo é legitimo, se considerarmos a proteção da saúde das pessoas, etc; -
Relativamente à proporcionalidade é que se encontra o cerne da questão. Esta
medida não se revela proporcional ao restringir a venda de uma cerveja com 6,8% de
graduação alcoólica, uma vez que há a venda livre do vinho, por exemplo. Há medidas
menos restritivas na livre circulação de mercadorias que podem atingir o mesmo
objetivo, pelo que esta medida não é necessária, nem proporcional. Portanto, é uma
MEE proibida pelo artigo 34º. Quanto ao artigo 36º, embora o objetivo até possa estar
assegurado por este artigo, a proteção da saúde, é uma restrição dissimulada, logo os
requisitos cumulativos do artigo 36º não se encontram preenchidos.

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