Centro Universitário Unirb Bacharelado em Farmácia: Alice Francisca Dos Santos Neta Oliveira
Centro Universitário Unirb Bacharelado em Farmácia: Alice Francisca Dos Santos Neta Oliveira
Centro Universitário Unirb Bacharelado em Farmácia: Alice Francisca Dos Santos Neta Oliveira
BACHARELADO EM FARMÁCIA
Barreiras- Ba
2021
ALICE FRANCISCA DOS SANTOS NETA OLIVEIRA
Barreiras- Ba
2021
ALICE FRANCISCA DOS SANTOS NETA OLIVEIRA
Banca Examinadora
Venosan Brasil
Primeiramente a Deus, por ter me dado força, garra e sabedoria, principalmente por ter me
proporcionado a oportunidade de concretizar mais este sonho em minha vida.
Aos meus pais (Edvaldo e Roseni) por todo carinho e dedicação, por terem proporcionado
a mim, grandes e inesquecíveis momentos de descontração durante a construção deste trabalho.
Sem dúvidas estes momentos fizeram toda diferença.
Agradeço também à Mariene Morais, por todos os ensinamentos a mim transmitidos, pois
contribuíram significativamente para minha formação profissional.
Às pessoas maravilhosas que sempre estiveram ao meu lado, em todos os momentos de
alegria, de tristeza, de dúvida e que com certeza contribuíram para que a caminhada não fosse
em vão. Membros de minha família pelo apoio direto ou indireto, próximo ou distante, porém
sempre presentes e quiseram o nosso bem ajudando nos maus momentos e compartilhando da
minha felicidade nos bons momentos.
A minha orientadora, Profa. Erika Souza Vieira, pelas suas contribuições e orientações,
por acreditar e apoiar a realização deste trabalho, por ser uma grande educadora.
Sou imensamente grata também, a todos os professores que fizeram parte da minha
formação proporcionando o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter
e efetividade da educação no processo de formação profissional, por terem se dedicado não
somente a ensinar, mas também por terem proporcionado um significativo aprendizado.
A palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nomear terão
os meus eternos agradecimentos. A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para
minha formação, о meu muito obrigada!
RESUMO
Drugstores are establishments intended for the sale of drugs, medicines, pharmaceutical
supplies, and may also be defined as health establishments, where the pharmacist is at the
forefront, always seeking to guarantee the rational use of medicines. The aim of the study is to
highlight the importance of pharmaceutical assistance in drugstores and the impacts of care in
terms of prevention and health promotion for the population/users. The methodology used to
develop the research was of an exploratory-descriptive nature, as well as a bibliographic survey
developed through consultations in the literature, scientific articles, magazines, books and
platforms Scielo, academic google. It is concluded that pharmaceutical assistance is essential
for the safety of the rational use of medicines. The omission of assistance and guidance can
result in the population's ignorance about the toxic potential related to any drug therapy, which
can reflect in alarming and worrying rates of self-medication and incorrect disposal.
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 11
2 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 13
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 37
LISTA DE FIGURAS
1 INTRODUÇÃO
que aparenta ser, pode desencadear gravíssimas reações indesejáveis. Problemas são inerentes
a esses produtos. O que barra, ou diminui os riscos advindos do seu uso é a orientação
farmacêutica (SANCHES, 2017).
A pesquisa parte então da problemática: De que forma o profissional farmacêutico auxilia
para a promoção da saúde e bem-estar do paciente? quais são as principais práticas do exercício
profissional farmacêutico nas drogarias? A atuação do farmacêutico é essencial para que de fato
haja a avaliação das individualidades dos pacientes, tais como: prevenção e esclarecimento das
dúvidas, identificação, acompanhamento de terapia medicamentosa para que os resultados
obtidos sejam determinados, orientação quanto a terapia e uso correto da medicação. Com isso,
tendo em vista os cuidados e benefícios farmacêuticos, futuramente este profissional pode
expandir ainda mais seus horizontes de atuação passando a se envolver em intervenções mais
complexas que as drogarias.
Justifica-se pela importância do exercício profissional desempenhado pelo profissional
farmacêutico na sociedade e sua contribuição para a prevenção e manutenção da saúde. Vale
ressaltar que, o exercício profissional dos farmacêuticos agrega os serviços farmacêuticos
compreendidos como sendo um conjunto de ações, executadas pelo profissional de farmácia ou
sob a sua supervisão, desenvolvidas no decorrer das inúmeras atividades que integram o campo
da assistência farmacêutica, conseguindo suprir às necessidades e demandas dos usuários,
sustentadas nas políticas de saúde e em critérios técnico-científicos (CFF, 2013).
O cuidado farmacêutico compõe a ação integrada do farmacêutico em conjunto com a
equipe de saúde, onde o foco principal é a intervenção centrada na promoção da saúde e na
utilização de forma racional dos medicamentos, pelos usuários (CFF, 2016).
Desta forma, este estudo tem por objetivo geral, evidenciar a importância da assistência
farmacêutica nas drogarias e os impactos do cuidado quanto a prevenção e promoção da saúde
à população/usuários. Ademais tem-se como objetivos específicos: compreender a importância
da assistência individualizada do profissional farmacêutico ao paciente; identificar as atividades
desenvolvidas pelos farmacêuticos nas drogarias; descrever práticas farmacêuticas quanto a
orientação e dispersão de medicamentos; identificar as dificuldades para o desenvolvimento dos
serviços farmacêuticos.
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2 METODOLOGIA
Para levantamento dos artigos foi realizado uma pesquisa bibliográfica online na Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS), além de outras fontes de dados como: BIREME, LILACS, MEDLINE e
SciElo, Google acadêmico. Os critérios de seleção incluíram artigos que evidenciam a importância
da atuação e orientação do profissional farmacêutico em drogarias, além de um levantamento
bibliográfico, com busca de materiais em artigos, livros e documentos publicados pela
Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde. A maior parte da busca de artigos foi
desenvolvida na Biblioteca Virtual em Saúde, com ênfase em publicações a partir de 2015,
completos e em língua portuguesa. O critério de exclusão foram artigos em outo idioma e que
fizeram fuga ao tema.
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3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1 DROGARIAS
Com isso, diferente das farmácias, as drogarias não manipulam fórmulas oficinais e
magistrais. Neste caso, as drogarias podem somente, vender e dispensar produtos industrializados
em embalagens originais e prestar assistência de saúde à população por meio de pequenos
procedimentos (CFF, 2013).
A prática multidisciplinar tem sido o melhor método de assistência à saúde. Por meio de
práticas e do trabalho clínico, o farmacêutico adquire competências novas fortalecendo o
relacionamento com o paciente, na medida em que o profissional passa a ser um dos provedores
de cuidado a saúde agregando valor a uma equipe que é multiprofissional quanto ao atendimento
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Art. 7º- São atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado à saúde, nos âmbitos
individual e coletivo:
I. Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente;
II. Desenvolver, em colaboração com os demais membros da equipe de saúde, ações para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a prevenção de doenças e de outros
problemas de saúde;
III. Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente
utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, nas doses, frequência, horários,
vias de administração e duração adequadas, contribuindo para que o mesmo tenha
condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos;
IV. Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos;
V. Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros
da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste
ou interrupção da farmacoterapia do paciente;
VI. Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais
membros da equipe de saúde;
VII. Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente
adequado, que garanta a privacidade do atendimento;
VIII. Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com o
propósito de prover cuidado ao paciente;
IX. Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente;
X. Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a fim de proceder
à avaliação farmacêutica;
XI. Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como instrumento
para individualização da farmacoterapia;
XII. Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de
farmacocinética clínica;
XIII. Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos
medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia;
XIV. Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e
clinicamente significantes;
XV. Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente;
XVIII. Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da saúde, as
ações de seu plano de cuidado;
XVI. Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, família,
cuidadores e sociedade (CFF, 2013).
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Com o aumento da demanda por serviços, a assistência a saúde precisou ser modificada
isso acabou gerando a redefinição da bifurcação social das atividades executadas pelos
profissionais da saúde. Na assistência farmacêutica o profissional atua na diminuição e prevenção
da morbimortalidade vinculada a medicamentos, utilizando a farmacoterapia como aliada para
facilitar o uso racional do medicamento. Desta forma, o CFF estabeleceu e regulamentou a
prescrição farmacêutica que firma a missão de cuidar do bem-estar da população valorizando
sempre a ética do farmacêutico (BRASIL, 2015).
Como um profissional a área da saúde, o farmacêutico tem por compromisso executar todas
as atividades correspondentes à sua profissão, contribuindo para a salvaguarda da saúde e, ainda,
desenvolvimento de educação dirigidas à coletividade em prol da promoção da saúde (BRASIL,
2015).
Depois da revolução industrial, a sociedade passou a ver esse profissional apenas como um
mero dispensador de medicamento, distanciando a reflexão sobre esta profissão, do cuidado ao
paciente. Com o surgimento dos medicamentos industrializados e a elevada diversidade de
produtos farmacêuticos, deu-se início a necessidade desse profissional ser responsável pela
farmacoterapia do paciente, por conta da prática da automedicação ter aumentado
consideravelmente, a utilização de medicamentos sem necessidade e o uso de fármacos em
situações sem indicação ou prescrição médica, práticas estas que se tornaram frequentes e que
acarretam riscos para a ocorrência de inúmeras reações e efeitos colaterais, internações,
intoxicação medicamentosa, interações medicamentosas e até óbito (IVAMA, 2013).
É importante com isso, salientar que este profissional é, portanto, o último elo existente
entre a prescrição e a administração do medicamento, ressaltando ainda mais a importância do seu
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papel mediante atuação clínica juntamente com outros profissionais da saúde, proporcionando uma
contribuição melhor na farmacoterapia com consequente obtenção de resultados clínicos,
econômicos satisfatórios e humanísticos (TAULOIS, 2011).
E tais resultados podem ser alcançados por meio de sua formação sólida em medicamentos,
e isso acaba sendo conferido ao farmacêutico pelo fato de ser o profissional de saúde com um
conhecimento maior sobre os medicamentos e seus possíveis efeitos. Assim, o conhecimento deste
profissional proporciona maior discernimento quanto a detecção dos problemas relacionados aos
medicamentos, sobretudo na educação e orientação dos pacientes (autocuidado), objetivando à
adesão e eficiência do tratamento medicamentoso, com uma recuperação progressiva e contínua,
a redução dos efeitos indesejáveis e possíveis incômodos durante o uso dos medicamentos
(LOPES, 2017).
O diálogo entre profissional e paciente é de extrema importância e é por isso que a presença
ativa deste profissional nas drogarias é uma condição primordial sendo a comunicação um
importante e indispensável instrumento para seu trabalho de promoção da saúde, pois a mesma lhe
possibilita compreender a realidade de cada paciente para que assim possa identificar os problemas
que afligem os mesmos (TAULOIS, 2011). Com isso, o profissional pode então, auxiliar por meio
da elaboração de hipóteses com possíveis soluções dos problemas identificados, estabelecendo um
plano de cuidados com base em fundamentações teóricas eficazes (LOPES, 2017).
3.3.3 Seleção
3.3.4 Programação
3.3.5 Aquisição
3.3.6 Armazenamento
3.3.7 Dispensação
A partir de dezembro de 2019, o cenário passa por uma imensa transformação no âmbito
da saúde mundial. Na China, foram identificados casos de uma nova doença respiratória aguda
provocada por um novo coronavírus (2019-nCoV), que foi denominada como Covid-19
(coronavírus disease 2019). Em um primeiro momento ela se tornou uma epidemia, mas, em março
de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 já havia se tornado
uma pandemia global. Desde então, os profissionais farmacêuticos de todo o mundo vêm buscando
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formas de responder, agir e se adaptar para manter a continuidade das atividades relacionadas a
AF e a qualidade dos serviços (SILVA, 2020).
As drogarias e farmácias geralmente são os primeiros locais onde o cuidado à saúde da
população é iniciado, estando responsável pela análise e identificação de risco dos pacientes
potencialmente contaminados e pelo direcionamento do cuidado que se baseiam nos resultados da
avaliação deles, além do acompanhamento dos casos considerados leves. É competência também
do farmacêutico orientar sobre a utilização daqueles medicamentos que realmente são baseados
em evidências científicas, e que a automedicação é extremamente arriscada, desta forma o
profissional promoverá seu uso seguro e racional (CFF, 2020).
Quando há epidemias de doenças contagiosas, os profissionais são a classe que
permanecem mais expostas aos riscos de contaminação se comparado a população em geral. Nessa
situação, o farmacêutico exerce papel de extrema importância, pois deve agir sempre em prol do
controle da transmissão patológica e na atenção às necessidades da população durante o período
de crise, espalhando informações referentes a patologia, além de monitorar reações pertinentes a
utilização de medicamentos (CAGNAZZO; CHIARI-ANDRÉO, 2020).
A pandemia da Covid-19, exigiu que o farmacêutico se organizasse, tendo que adaptar e
aprimorar ainda mais suas atividades e ações de forma colaborativa, dando suporte às unidades de
urgência e emergência, em prol de contribuir no enfrentamento, evitando a sobrecarga e colapso
do sistema de saúde. Geralmente nesse período, as farmácias têm representado o primeiro acesso
ao cuidado e à saúde, isso contribui de forma significativa para a diminuição dos riscos de
contaminação dos pacientes que procuram o serviço e orientações, além de manter ativa a atenção
farmacêutica no que se refere ao controle e monitoramento dos agravos à saúde, com o foco
direcionado principalmente para os grupos de risco (CFF, 2020).
Pelo fato de as drogarias serem estabelecimentos de saúde de fácil acesso à comunidade,
sendo muita das vezes, o primeiro local em que as pessoas buscam informações referente a
medicamentos e doenças e, diante do cenário de pandemia essa busca da população por
informações confiáveis e cuidados aumentou significativamente e é neste contexto que percebe-se
a enorme responsabilidade do farmacêutico sendo um profissional fundamental para superar a
transmissão do vírus e evitar o crescimento da doença. É importante que esse profissional com o
apoio de todos os colaboradores esteja atento e priorize as práticas internas de medidas
preventivas. Em meio a pandemia, a atuação dos farmacêuticos nas drogarias serve como exemplo
à população, pois possuem uma elevada responsabilidade no que diz respeito a proteção da
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sociedade, que reconhece e confia nas medidas e nas orientações repassadas por esses
profissionais, e em todo este processo a figura do farmacêutico torna-se central (AMORIM, 2020).
Nesse período em que o fluxo de pessoas nas drogarias tem se elevado, acabou acarretando
uma maior suscetibilidade de contaminação, por conta dos casos assintomáticos. Por esse motivo,
que nestes estabelecimentos principalmente, houve a necessidade da adoção de medidas
preventivas, para isso implementa-se treinamentos para melhor conscientização da aplicação das
medidas preventivas como: distanciamento, cuidados com a higiene para a rotina de trabalho, além
das modificações na forma de atendimento ao público (BRASIL, 2020).
Um dos aspectos importantes para a profissão farmacêutica tem sido a disponibilidade dos
testes rápidos que podem realizados nas farmácias e drogarias que desejarem aderir a esse método.
É importante salientar que não é obrigatório, mas se aderido, deve seguir os protocolos, orientações
e diretrizes que são estabelecidos pela Anvisa. Os testes rápidos têm o objetivo de identificar uma
possível contaminação pelo Coronavírus e é feito por anticorpos, servindo então como um
importante auxílio no diagnóstico, por ser de fácil execução, mas de limitada sensibilidade. Com
isso, torna-se uma ferramenta de diagnóstico indicada para ser usada na fase de convalescença da
patologia e o profissional farmacêutico, legalmente treinado, é o indicado e responsável por
executá-lo na população (PINTO, 2020).
É importante evidenciar que, a manipulação de medicamentos é atividade privativa do
profissional farmacêutico sendo que mais uma vez, esta importante profissão da área da saúde,
ficou em evidência pela elevação da demanda, tanto pelo preparo de álcool fornecido pelas
farmácias de manipulação, quanto pela necessidade da prestação da atenção farmacêutica nesses
locais no que se refere aos corretos cuidados e formas a serem empregadas para evitar a
transmissão viral (CFF, 2010).
Quando o farmacêutico disponibiliza os medicamentos ao usuário o mesmo desempenha
inúmeras atividades, tais como: avaliação do ato prescritório, proporciona adequada orientação
sobre como os medicamentos devem ser usados, disponibiliza orientações que previnem e
resolvem problemas relacionados a medicações, educa os usuários quanto a adesão ao tratamento
prestando-lhes informações acerca do autocuidado (PINTO, 2020).
Neste âmbito destaca-se a autonomia e atribuição somente deste profissional para dispensar
os medicamentos controlados ou os que tenham algum tipo de controle especial, pois trata-se de
substâncias específicas cujo mecanismo de ação se dá no sistema nervoso central podendo trazer
dependência ao usuário tanto física como química, razão esta para que haja sobre os mesmos um
controle ainda mais rígido do que para as substâncias comuns (BRASIL, 2019).
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É essencial que haja a utilização de forma racional dos fármacos, pois a crescente cultura
popular da idéia de que os medicamentos sem prescrição são produtos que não oferecem risco à
saúde, tem acarretado a elevação do uso irracional dessa categoria de medicamentos, sendo
necessário que sejam adotadas medidas que promovam à racionalização (BRASIL, 2010). Assim,
a RDC 585/2013 do CFF estabelece o uso racional de medicamento como:
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Medicamento é um produto tecnológico, ou seja, obtido por meio de tecnologia, e tem por
finalidade ser obtido para fins terapêuticos paliativos, e preventivos (ANVISA, 2019). O uso
dessas drogas pela sociedade envolve um sistema complexo, no qual vários fatores afetam sua
correta aplicabilidade. Esses produtos desempenham um papel fundamental quando se tratando de
prevenção, na solução ou na manutenção de patologias, no entanto, sua pouca racionabilidade tem
acarretado inúmeros danos à saúde das pessoas (AIZENSTEIN, 2016).
Desta forma, a prescrição de medicamentos tem por finalidade as características
mencionadas acima. E quando os objetivos de tal finalidade não são atingidos, resultam em um
efeito diferente do esperado, causando então uma situação mais conhecida como Problema
Relacionado ao Medicamento (PRM) (WATANABE, 2018). Essa situação indesejada pode ser
proveniente de qualquer fase correspondente ao tratamento medicamentoso, sendo as mais comuns
durante a prescrição, transcrição e dispensação dos fármacos (LEÃO; MOURA; MEDEIROS,
2014).
Os PRMs elevam gastos dos serviços de tornando-se um considerável problema de saúde
pública. As resoluções desses eventos para melhoras do bem-estar do paciente estão diretamente
associadas, com a introdução de um novo medicamento no esquema terapêutico e os danos
provocados por esse fato resultam em números estimados de 276 mil óbitos ao ano e U$526
milhões de dólares de gastos em 2018 com essa problemática (WATANABE, 2018).
As interações medicamentosas (IMs) são definidas como um fenômeno que pode acontecer
entre dois medicamentos, um medicamento e um alimento ou com qualquer substância química,
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em que o efeito medicamentoso não acontece, passando então a ser sinérgica ou, por vias
metabólicas, havendo a elevação de sua toxicidade (LEÃO; MOURA; MEDEIROS, 2014).
Em geral, há quatro tipo de interações medicamentosas, sendo então: físico-químicas,
farmacodinâmicas, farmacocinéticas e aquelas causadas com alimentos. As físico-químicas
desencadeia-se por conta das características moleculares dos fármacos; já as farmacodinâmicas
desenvolvem consistência nos efeitos agonistas ou antagonistas de um respectivo fármacos; as
interações que interferem nos processos de absorção, metabolização, distribuição e excreção dos
compostos são denominadas como interações farmacocinéticas; e pra finalizar, as alimentares, que
ocorrem nessas estruturas, na presença de alimentos, que tem sua cinética de absorção ou seu efeito
alterado (LIMA; CASSIANI, 2009).
Além das características já mencionadas, outras variáveis tem potencial para interferir na
gravidade e na quantidade de IMs que podem acontecer com um paciente. Condições patológicas,
a questão socieconômica do paciente e ausência de conhecimento clínico referente aos benefícios
e possíveis malefícios dos medicamentos a serem usados são variáveis que elevam a quantidade
de IMs (FARIA; CASSIANI, 2011).
3.5.5 Automedicação
A área científica tem despertado interesse em estudar a automedicação (AM), pelo fato de
ter se tornado um problema de saúde que em pouco tempo tem se elevado. Várias definições têm
sido empregadas na Literatura para definir esse termo, mas o ponto principal, concordado por
grande parte dos autores, é que a automedicação é uma prática executada pelo paciente, onde o
mesmo utiliza medicamentos sem nenhuma orientação do profissional de saúde responsável, para
tratar enfermidades ou até mesmo patologias, as quais eles, supostamente, diagnosticam
(MORTAZAVI, 2017).
Quando utilizada de forma racional e apropriada, a AM pode acarretar certos benefícios
para o paciente, considerando que promove o autocuidado, e isso pode reduz a quantidade de
atendimento nas unidades de saúde. Mas deve ser salientado que os riscos são maiores
(CONNORS; HALLIGAN, 2015).
demostram elevados índices de problemas para a saúde do paciente sendo muita das vezes fatais
(LEE; CHANG; HSU, 2017).
A prática da automedicação é desencadeada por vários fatores tais como, nível educacional,
fatores socioeconômicos, idade, sentimentos e crenças, que influenciam de forma direta quanto ao
entendimento da patologia e seus sintomas. Uma pequena parte dos sintomas clínicos é levada
para uma consulta médica, seja por falta de como explicar ou por conta da automedicação prévia
(CONNORS; HALLIGAN, 2015).
Nos últimos anos as taxas de AM elevaram-se e, por isso, tem despertado o interesse de
pesquisadores de inúmeros do mundo, que objetivam estudar os impactos positivos e negativos
nos sistemas de saúde provocados por esta prática (LEE; CHANG; HSU, 2017).
O problema da AM estende-se principalmente por questões relacionadas ao psicológico,
ou seja, na crença no potencial terapêutico de um devido medicamento, fato colabora de forma
significativa para o uso irracional o acaba acarretando inúmeros PRMs e efeitos colaterais para os
pacientes, prejudicando sua saúde (CONNORS; HALLIGAN, 2015).
É preciso que o profissional esteja sempre atento, para que não cometa erros, pois isso pode
gerar sérios problemas, para ambas as partes. O erro de dispensação trata-se da discrepância do
que está prescrito na receita pelo médico e o cumprimento de tal ordem. Os erros de dispensação
estão classificados em erros de conteúdo, documentação e rotulagem. O erro de conteúdo é
referente ao conteúdo da dispensação: 1) medicamento incorreto; 2) medicamentos que contém
erros de concentração; 3) forma farmacêutica incorreta; 4) erro na dosagem; 5) omissão de
medicamento; 6) medicamento com desvio de qualidade (MOURA, 2016).
O erro de documentação refere-se a falta de documentações de registro do processo de
dispensação como a ausência da solicitação de medicamentos controlados, inexistência da data de
prescrição, ausência da assinatura do profissional que prescreveu. E os erros de rotulagem são
referentes aos rótulos, sendo que estes podem conter erros que acarretem dúvidas referentes a sua
administração, os quais podem ser: tamanho da letra, que quando desproporcional pode prejudicar
a identificação e a leitura, grafia ilegível que pode ocasionar na escolha ou o uso errado da
medicação (CALDAS, 2016).
É necessário que o que foi recomendado seja realmente seguido, em prol de prevenir os
erros e garantir que a distribuição da medicação seja efetuada com segurança. É de suma
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importância que seja realizada o check point, uma checagem nova, do farmacêutico nas receitas
antes da concretização da dispensação dos medicamentos. Quaisquer ordens que estejam
incompletas, ilegíveis ou dúvidas relacionadas a prescrição devem ter seu esclarecimento realizado
e o registro deve ser feito por escrito. Reduzir a distração, proporcionar ambientes mais seguros
para a execução da dispensação, temperaturas e luzes corretas no ambiente de trabalho, baixo nível
de ruído e livre de distrações (chamadas telefônicas, interrupções) além de mobiliário ergonômico
são importantes para a correta execução de seus serviços (MOURA, 2016).
Outras ações importantes para reduzir os erros são: proceder o armazenamento ajustando
os medicamentos para que haja a fácil distinção de um para o outro; realizar uma comparação do
conteúdo do remédio com o rótulo do produto; manter o remédio junto e à receita em prol de evitar
que um medicamento prescrito para um paciente seja dispensado para outro; orientar e aconselhar
o paciente; realizar treinamento inicial e contínuo para toda a equipe isso fará com que todos
tenham conhecimento sobre os padrões e práticas seguras que devem ser seguidos e executados
referentes a dispensação e pra finalizar, deve-se executar a conferência da prescrição no momento
final, usando a automação como código de barras (REZENDE, 2017).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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