Centro Universitário Unirb Bacharelado em Farmácia: Alice Francisca Dos Santos Neta Oliveira

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRB

BACHARELADO EM FARMÁCIA

ALICE FRANCISCA DOS SANTOS NETA OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NAS


DROGARIAS

Barreiras- Ba
2021
ALICE FRANCISCA DOS SANTOS NETA OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NAS


DROGARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao curso de Farmácia, Centro
Universitário regional do Brasil- UNIRB,
como requisito parcial para obtenção do
grau de Bacharel em Farmácia.

Professor de TCC II: Marcus Lessandro


Costa Dellazari
Professora Orientadora: Erika Souza Vieira

Barreiras- Ba
2021
ALICE FRANCISCA DOS SANTOS NETA OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NAS


DROGARIAS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do grau


deBacharelado em Farmácia, Centro Universitário Regional do Brasil.

Aprovado em 14 de dezembro de 2021.

Banca Examinadora

Erika Souza Vieira


Orientadora______________________________________________________
MSc. em Biotecnologia de Produtos Bioativos, pela Universidade Federal de Pernambuco
Centro Universitário Regional do Brasil - UNIRB

Mariene dos Santos Morais


Avaliadora ______________________________________________________
Esp. em Hematologia Banco de sangue, pela Universidade Paulista Campus Goiânia

Venosan Brasil

Rodrigo Anselmo Cazzaninga


Avaliador
Dr. em Genética, pela FMRP, USP
Centro Universitário Regional do Brasil - UNIRB
A Deus primeiramente, por ter me sustentado até aqui, dando-
me ânimo, força e entendimento para que eu pudesse concluir
essa importante etapa da minha vida. E é com grande
satisfação, alegria e muito amor que dedico também ao meu
Padrinho (Paulo Roberto), a minha voinha (Olga), as minhas
tias (Geane), (Eliane e Rejane) por tanto carinho, apoio e por
tanta confiança que em mim depositaram, desde já meu muito
obrigada. Dedico também ao meu irmão do coração (Lucas
Pinto), que sempre me apoiou, incentivou e me ajudou quando
mais precisei. Dedico a minha companheira (Wilma Lelis) por
tanto carinho, apoio e paciência nas crises de ansiedade e nos
piores momentos que não foram fáceis, sempre me dando
forças para continuar essa caminhada. Aos meus amigos que
sempre estiveram ao meu lado e acreditaram que um dia eu
chegaria até aqui. Deixo aqui minha eterna gratidão a todos
vocês, meu muito obrigada. Gratidão!
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por ter me dado força, garra e sabedoria, principalmente por ter me
proporcionado a oportunidade de concretizar mais este sonho em minha vida.
Aos meus pais (Edvaldo e Roseni) por todo carinho e dedicação, por terem proporcionado
a mim, grandes e inesquecíveis momentos de descontração durante a construção deste trabalho.
Sem dúvidas estes momentos fizeram toda diferença.
Agradeço também à Mariene Morais, por todos os ensinamentos a mim transmitidos, pois
contribuíram significativamente para minha formação profissional.
Às pessoas maravilhosas que sempre estiveram ao meu lado, em todos os momentos de
alegria, de tristeza, de dúvida e que com certeza contribuíram para que a caminhada não fosse
em vão. Membros de minha família pelo apoio direto ou indireto, próximo ou distante, porém
sempre presentes e quiseram o nosso bem ajudando nos maus momentos e compartilhando da
minha felicidade nos bons momentos.
A minha orientadora, Profa. Erika Souza Vieira, pelas suas contribuições e orientações,
por acreditar e apoiar a realização deste trabalho, por ser uma grande educadora.
Sou imensamente grata também, a todos os professores que fizeram parte da minha
formação proporcionando o conhecimento não apenas racional, mas a manifestação do caráter
e efetividade da educação no processo de formação profissional, por terem se dedicado não
somente a ensinar, mas também por terem proporcionado um significativo aprendizado.
A palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nomear terão
os meus eternos agradecimentos. A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para
minha formação, о meu muito obrigada!
RESUMO

Drogarias trata-se de estabelecimentos destinados à comercialização de drogas, medicamentos


e insumos farmacêuticos, podendo também ser definidas como estabelecimentos de saúde, onde
o profissional farmacêutico está à frente buscando sempre garantir o uso racional de
medicamentos. O objetivo do estudo é evidenciar a importância da assistência farmacêutica nas
drogarias e os impactos do cuidado quanto a prevenção e promoção da saúde à
população/usuários. A metodologia utilizada para desenvolvimento da pesquisa foi de cunho
exploratório-descritivo, onde foi desenvolvido um levantamento bibliográfico, através de
consultas na literatura em artigos científicos, revistas, livros e plataformas Scielo e Google
acadêmico. Conclui-se que a assistência farmacêutica é indispensável para a segurança na
utilização de forma racional dos medicamentos. A omissão da assistência e orientação pode
resultar no desconhecimento da população quanto ao potencial tóxico relacionado a qualquer
terapia medicamentosa, isso pode refletir em alarmantes e preocupantes índices de
automedicação e descarte incorreto.

Palavras-chave: Assistência. Drogarias. Farmácia. Medicamento.


ABSTRACT

Drugstores are establishments intended for the sale of drugs, medicines, pharmaceutical
supplies, and may also be defined as health establishments, where the pharmacist is at the
forefront, always seeking to guarantee the rational use of medicines. The aim of the study is to
highlight the importance of pharmaceutical assistance in drugstores and the impacts of care in
terms of prevention and health promotion for the population/users. The methodology used to
develop the research was of an exploratory-descriptive nature, as well as a bibliographic survey
developed through consultations in the literature, scientific articles, magazines, books and
platforms Scielo, academic google. It is concluded that pharmaceutical assistance is essential
for the safety of the rational use of medicines. The omission of assistance and guidance can
result in the population's ignorance about the toxic potential related to any drug therapy, which
can reflect in alarming and worrying rates of self-medication and incorrect disposal.

Keywords: Assistance. Drugstores. Medicine. Drugstore.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 11

2 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 13

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................................... 14

3.1 DROGARIAS .......................................................................................................................... 14


3.2 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS ........................................................................................... 14
3.3 ASSISTÊNCIA E ATENÇÃO PROFISSIONAL FARMACÊUTICA ................................... 17
3.3.1 Cuidados com o paciente .................................................................................................... 20
3.3.2 Validação da prescrição do medicamento ........................................................................ 21
3.3.3 Seleção .................................................................................................................................. 22
3.3.4 Programação ....................................................................................................................... 22
3.3.5 Aquisição.............................................................................................................................. 23
3.3.6 Armazenamento .................................................................................................................. 24
3.3.7 Dispensação ......................................................................................................................... 24
3.4 ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO ......................................................... 25
3.5 ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM DROGARIAS ................................................................. 26
3.5.1 Contextualizando medicamentos ....................................................................................... 29
3.5.2 Uso racional de medicamentos ........................................................................................... 29
3.5.3 Problemas Relacionados a Medicamentos ........................................................................ 32
3.5.4 Interações Medicamentosas ............................................................................................... 32
3.5.5 Automedicação .................................................................................................................... 33
3.6 ERROS QUANTO A DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS ........................................... 34
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................... 36

REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 37
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo da assistência farmacêutica ................................................................................ 20


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AM- Alteração Medicamentosa

ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária

AF- Assistência Farmacêutica

CFF- Conselho Federal de Farmácia

IMs- Interações Medicamentosas

OMS- Organização Mundial da Saúde

PANAF- Política Nacional de Assistência Farmacêutica

PRM- Problema Relacionado ao Medicamento

RAM - Reações Adversas ao Medicamento

RENAME- Relação Nacional de Medicamentos Essenciais


11

1 INTRODUÇÃO

A assistência farmacêutica trata-se de uma atividade multidisciplinar dinâmica que


objetiva garantir o acesso da população à medicamentos necessários e de qualidade,
estabelecendo dessa forma, uma utilização racional, promovendo a produção de conhecimento
estratégico para seu desenvolvimento, assim como, dos serviços e recursos humanos (COSTA,
2017).
Salienta-se que os termos assistência e atenção farmacêutica são conceitos geralmente
confundidos por conta da semelhança dos nomes. Para tanto, Assistência farmacêutica refere-
se ao conjunto de atividades vinculadas ao medicamento, onde o profissional atua em todas as
fases desde a pesquisa de um medicamento novo até sua chegada aos usuários. A Atenção
Farmacêutica trata-se de um conjunto de ações executadas por farmacêuticos com o objetivo de
orientar e acompanhar o paciente quanto a utilização correta dos medicamentos, revisão da
farmacoterapia, conciliação terapêutica, ações que promovem a saúde e prevenção de doenças
resultando em ações multiprofissionais (ARAÚJO, 2017).
Conforme estabelece a PNAF (Política Nacional de Assistência Farmacêutica) a Atenção
Farmacêutica é uma prática na qual agrega a interação diretamente com o usuário sendo essa
uma ação dentro da Assistência Farmacêutica, formado por um conjunto de práticas executadas
pelo farmacêutico direcionadas a apoiar as ações de saúde que uma comunidade precisa, em
prol de fornecer uma farmacoterapia eficaz e racional possibilitando a obtenção de resultados
clínicos concretos e definidos que possibilite importantes verificações para integralidade das
ações de saúde. Assim, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa prática é considerada
um serviço essencial e indispensável na relação paciente e medicamento na qual o farmacêutico
orienta, informa e educa acerca da utilização medicamentosa (OMS, 2000).
A maior prioridade e preocupação do conjunto de práticas e métodos aplicados pelos
farmacêuticos é de fato, o bem-estar do paciente. Neste contexto, o farmacêutico ocupa um
papel crucial, agregando os seus esforços e saberes a outros profissionais de saúde, para que
assim, aconteça a promoção da saúde, principalmente se tratando de sua atuação nas drogarias
pelo fato de serem estabelecimentos primordiais para a qualidade de vida e saúde da população
(CORRER, 2013).
Os farmacêuticos que atuam, nas drogarias, são os últimos profissionais da saúde a manter
contato com os pacientes. Os seus serviços são um muro de proteção à sociedade contra os
problemas advindos do uso dos medicamentos. Qualquer medicamento, por mais inofensivo
12

que aparenta ser, pode desencadear gravíssimas reações indesejáveis. Problemas são inerentes
a esses produtos. O que barra, ou diminui os riscos advindos do seu uso é a orientação
farmacêutica (SANCHES, 2017).
A pesquisa parte então da problemática: De que forma o profissional farmacêutico auxilia
para a promoção da saúde e bem-estar do paciente? quais são as principais práticas do exercício
profissional farmacêutico nas drogarias? A atuação do farmacêutico é essencial para que de fato
haja a avaliação das individualidades dos pacientes, tais como: prevenção e esclarecimento das
dúvidas, identificação, acompanhamento de terapia medicamentosa para que os resultados
obtidos sejam determinados, orientação quanto a terapia e uso correto da medicação. Com isso,
tendo em vista os cuidados e benefícios farmacêuticos, futuramente este profissional pode
expandir ainda mais seus horizontes de atuação passando a se envolver em intervenções mais
complexas que as drogarias.
Justifica-se pela importância do exercício profissional desempenhado pelo profissional
farmacêutico na sociedade e sua contribuição para a prevenção e manutenção da saúde. Vale
ressaltar que, o exercício profissional dos farmacêuticos agrega os serviços farmacêuticos
compreendidos como sendo um conjunto de ações, executadas pelo profissional de farmácia ou
sob a sua supervisão, desenvolvidas no decorrer das inúmeras atividades que integram o campo
da assistência farmacêutica, conseguindo suprir às necessidades e demandas dos usuários,
sustentadas nas políticas de saúde e em critérios técnico-científicos (CFF, 2013).
O cuidado farmacêutico compõe a ação integrada do farmacêutico em conjunto com a
equipe de saúde, onde o foco principal é a intervenção centrada na promoção da saúde e na
utilização de forma racional dos medicamentos, pelos usuários (CFF, 2016).
Desta forma, este estudo tem por objetivo geral, evidenciar a importância da assistência
farmacêutica nas drogarias e os impactos do cuidado quanto a prevenção e promoção da saúde
à população/usuários. Ademais tem-se como objetivos específicos: compreender a importância
da assistência individualizada do profissional farmacêutico ao paciente; identificar as atividades
desenvolvidas pelos farmacêuticos nas drogarias; descrever práticas farmacêuticas quanto a
orientação e dispersão de medicamentos; identificar as dificuldades para o desenvolvimento dos
serviços farmacêuticos.
13

2 METODOLOGIA

Para levantamento dos artigos foi realizado uma pesquisa bibliográfica online na Biblioteca
Virtual de Saúde (BVS), além de outras fontes de dados como: BIREME, LILACS, MEDLINE e
SciElo, Google acadêmico. Os critérios de seleção incluíram artigos que evidenciam a importância
da atuação e orientação do profissional farmacêutico em drogarias, além de um levantamento
bibliográfico, com busca de materiais em artigos, livros e documentos publicados pela
Organização Mundial da Saúde e Ministério da Saúde. A maior parte da busca de artigos foi
desenvolvida na Biblioteca Virtual em Saúde, com ênfase em publicações a partir de 2015,
completos e em língua portuguesa. O critério de exclusão foram artigos em outo idioma e que
fizeram fuga ao tema.
14

3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 DROGARIAS

Drogarias podem ser definidas como estabelecimentos de dispensação e comércio de


drogas, insumos farmacêuticos, medicamentos e correlatos todos dispostos em suas embalagens
originais (art. 4º, XI, Lei 5.991/73). Com isso há de certa forma uma confusão entre a definição
de farmácias e drogarias, mas é importante que haja a compreensão de que, a diferença é
significativa, principalmente pelo aspecto comercial que nas drogarias é predominante, na
prática, por exemplo, o fracionamento de medicamentos e a manipulação não são permitidos nas
drogarias (IDEC, 2021).
Mesmo ambos comercializando medicamentos, há diferença entre drogaria e farmácia.
Como disposto no Decreto nº 74.170/74, trata-se de estabelecimentos de dispensação e comércio
de drogas, insumos farmacêuticos, medicamentos e correlatos em embalagens originais (GUIA
DA FARMÁCIA, 2018). De acordo com a Lei nº 13.021/14 traz definição de cada um dos
estabelecimentos:

I - Farmácia sem manipulação ou drogaria: estabelecimento de dispensação e comércio


de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens
originais;
II - Farmácia com manipulação: estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais
e oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos,
compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de unidade hospitalar ou
de qualquer outra equivalente de assistência médica.

Com isso, diferente das farmácias, as drogarias não manipulam fórmulas oficinais e
magistrais. Neste caso, as drogarias podem somente, vender e dispensar produtos industrializados
em embalagens originais e prestar assistência de saúde à população por meio de pequenos
procedimentos (CFF, 2013).

3.2 SERVIÇOS FARMACÊUTICOS

A prática multidisciplinar tem sido o melhor método de assistência à saúde. Por meio de
práticas e do trabalho clínico, o farmacêutico adquire competências novas fortalecendo o
relacionamento com o paciente, na medida em que o profissional passa a ser um dos provedores
de cuidado a saúde agregando valor a uma equipe que é multiprofissional quanto ao atendimento
15

às necessidades dos pacientes (BRASIL, 2015).


Os serviços farmacêuticos definem-se como: Conjunto de atividades organizadas em um
processo de trabalho, que visa a contribuir para prevenção de doenças, promoção, a proteção e
recuperação da saúde, e para a melhoria da qualidade de vida das pessoas (BRASIL, 2016).
Sendo estes divididos em nove tipos:

Rastreamento em saúde: serviço que possibilita a identificação provável de doença ou


condição de saúde, em pessoas assintomáticas ou sob risco de desenvolvê-las, pela
realização de procedimentos, exames ou aplicação de instrumentos de entrevista
validados, com subsequente orientação e encaminhamento do paciente a outro
profissional ou serviço de saúde para diagnóstico e tratamento.
●Educação em saúde: serviço que compreende diferentes estratégias educativas, as
quais integram os saberes popular e científico, de modo a contribuir para aumentar
conhecimentos, desenvolver habilidades e atitudes sobre os problemas de saúde e seus
tratamentos. Envolve, ainda, ações de mobilização da comunidade com o compromisso
pela cidadania.
●Dispensação: serviço proporcionado pelo farmacêutico, geralmente em cumprimento a
uma prescrição de profissional habilitado. Envolve a análise dos aspectos técnicos e legais
do receituário, a realização de intervenções, a entrega de medicamentos e de outros
produtos para a saúde ao paciente ou ao cuidador, a orientação sobre seu uso adequado e
seguro, seus benefícios, sua conservação e descarte, com o objetivo de garantir a
segurança do paciente, o acesso e a utilização adequados.
●Manejo de problema de saúde autolimitado: serviço pelo qual o farmacêutico acolhe
uma demanda relativa a problema de saúde autolimitado, identifica a necessidade de
saúde, prescreve e orienta quanto a medidas não farmacológicas, medicamentos e outros
produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica e,
quando necessário, encaminha o paciente a outro profissional ou serviço de saúde.
●Monitorização terapêutica de medicamentos: serviço que compreende a mensuração
e a interpretação dos níveis séricos de fármacos, com o objetivo de determinar as doses
individualizadas necessárias para a obtenção de concentrações plasmáticas efetivas e
seguras.
●Conciliação de medicamentos: serviço pelo qual o farmacêutico elabora uma lista
precisa de todos os medicamentos (nome ou formulação, concentração/dinamização,
forma farmacêutica, dose, via de administração e frequência de uso, duração do
tratamento) utilizados pelo paciente, conciliando as informações do prontuário, da
prescrição, do paciente, de cuidadores, entre outras.
●Revisão da farmacoterapia: serviço pelo qual o farmacêutico faz uma análise
estruturada e crítica sobre os medicamentos utilizados pelo paciente, com os objetivos de
minimizar a ocorrência de problemas relacionados à farmacoterapia, melhorar a adesão
ao tratamento e os resultados terapêuticos, bem como reduzir o desperdício de recursos.
●Gestão da condição de saúde: serviço pelo qual se realiza o gerenciamento de
determinada condição de saúde, já estabelecida, ou de fator de risco, por meio de um
conjunto de intervenções gerenciais, educacionais e no cuidado, com o objetivo de
alcançar bons resultados clínicos, reduzir riscos e contribuir para a melhoria da eficiência
e da qualidade da atenção à saúde.
●Acompanhamento farmacoterapêutico: serviço pelo qual o farmacêutico realiza o
gerenciamento da farmacoterapia, por meio da análise das condições de saúde, dos fatores
de risco e do tratamento do paciente, da implantação de um conjunto de intervenções
gerenciais, educacionais e do acompanhamento do paciente, com o objetivo principal de
prevenir e resolver problemas da farmacoterapia, a fim de alcançar bons resultados
clínicos, reduzir os riscos, e contribuir para a melhoria da eficiência e da qualidade da
atenção à saúde (CFF, 2016).
16

O farmacêutico é um profissional de saúde com elevada responsabilidade na cadeia da


automedicação, sendo o seu papel extremamente importante no novo modelo assistencial com foco
na atenção à saúde. Cabe-lhe a responsabilidade de proteger a sociedade dos efeitos indesejáveis
dos medicamentos que, quando usados sem a sua orientação, podem transformar-se em um tóxico
letal ou simplesmente não atingir o efeito desejável (CFF, 2016).
Para definir a área de atuação farmacêutica foram necessárias interferências legislativas
para expandir as atribuições técnicas além de aprimorar e valorizar a qualidade dos serviços
disponibilizados à população. O farmacêutico da atualidade tem sua atuação direcionada para o
cuidado direto ao paciente, a conscientização da utilização de forma racional de medicamentos e
estendem suas práticas às necessidades do paciente. No desenvolvimento das regulações, destaca-
se a Resolução nº 585/2013 que estipulou as atribuições clínicas do farmacêutico e que determina
os direitos e responsabilidades da categoria (CFF, 2013).

Art. 7º- São atribuições clínicas do farmacêutico relativas ao cuidado à saúde, nos âmbitos
individual e coletivo:
I. Estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente;
II. Desenvolver, em colaboração com os demais membros da equipe de saúde, ações para
a promoção, proteção e recuperação da saúde, e a prevenção de doenças e de outros
problemas de saúde;
III. Participar do planejamento e da avaliação da farmacoterapia, para que o paciente
utilize de forma segura os medicamentos de que necessita, nas doses, frequência, horários,
vias de administração e duração adequadas, contribuindo para que o mesmo tenha
condições de realizar o tratamento e alcançar os objetivos terapêuticos;
IV. Analisar a prescrição de medicamentos quanto aos aspectos legais e técnicos;
V. Realizar intervenções farmacêuticas e emitir parecer farmacêutico a outros membros
da equipe de saúde, com o propósito de auxiliar na seleção, adição, substituição, ajuste
ou interrupção da farmacoterapia do paciente;
VI. Participar e promover discussões de casos clínicos de forma integrada com os demais
membros da equipe de saúde;
VII. Prover a consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente
adequado, que garanta a privacidade do atendimento;
VIII. Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com o
propósito de prover cuidado ao paciente;
IX. Acessar e conhecer as informações constantes no prontuário do paciente;
X. Organizar, interpretar e, se necessário, resumir os dados do paciente, a fim de proceder
à avaliação farmacêutica;
XI. Avaliar resultados de exames clínico-laboratoriais do paciente, como instrumento
para individualização da farmacoterapia;
XII. Monitorar níveis terapêuticos de medicamentos, por meio de dados de
farmacocinética clínica;
XIII. Prevenir, identificar, avaliar e intervir nos incidentes relacionados aos
medicamentos e a outros problemas relacionados à farmacoterapia;
XIV. Identificar, avaliar e intervir nas interações medicamentosas indesejadas e
clinicamente significantes;
XV. Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente;
XVIII. Pactuar com o paciente e, se necessário, com outros profissionais da saúde, as
ações de seu plano de cuidado;
XVI. Realizar e registrar as intervenções farmacêuticas junto ao paciente, família,
cuidadores e sociedade (CFF, 2013).
17

Com o aumento da demanda por serviços, a assistência a saúde precisou ser modificada
isso acabou gerando a redefinição da bifurcação social das atividades executadas pelos
profissionais da saúde. Na assistência farmacêutica o profissional atua na diminuição e prevenção
da morbimortalidade vinculada a medicamentos, utilizando a farmacoterapia como aliada para
facilitar o uso racional do medicamento. Desta forma, o CFF estabeleceu e regulamentou a
prescrição farmacêutica que firma a missão de cuidar do bem-estar da população valorizando
sempre a ética do farmacêutico (BRASIL, 2015).

3.3 ASSISTÊNCIA E ATENÇÃO PROFISSIONAL FARMACÊUTICA

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a OMS, Ministério da Saúde (MS),


definem o termo de atenção farmacêutica no Brasil. Desta forma, o Conselho Brasileiro de Atenção
Farmacêutica de 2012 conceitua a atenção como:

Um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da Assistência


Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, comportamentos, habilidades,
compromissos e coresponsabilidade na prevenção de doenças, promoção e recuperação
da saúde, de forma integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico com
o usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e
mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade de vida. Esta interação também deve
envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades
biopsicossociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde”

Como parte da prática farmacêutica, a Atenção Farmacêutica pode estabelecer relações


com o paciente objetivando atender sempre as necessidades referentes aos fármacos. O foco
principal é o tratamento medicamentoso, destacando-se dois aspectos: responsabilidade conjunta
com o paciente, observando se o medicamento prescrito é realmente seguro e eficaz, a dosagem
correta, de modo a atingir os efeitos terapêuticos esperados. O profissional deve estar sempre
atento a quaisquer reações adversas causadas pelos medicamentos durante o período do tratamento
e caso ocorram mesmo que mínimas, devem ser rapidamente analisadas e solucionadas
(CIPOLLE, 2000).
Conforme descrito pela Agência Nacional de Vigilância sanitária - ANVISA, eventos
adversos aos medicamentos, refere-se as situações em que os usuários são suspeitos de sofrerem
danos após utilizarem um referido medicamento. Para a OMS, refere-se a qualquer evento médico
adverso que ocorre quando o paciente recebe um medicamento, mas não tem necessariamente uma
relação causal vinculada a este medicamento. Evento adverso é qualquer sinal desfavorável e
18

também não intencional, um exemplo são os achados laboratoriais, patologias temporariamente


vinculadas a utilização de medicamentos ou somente algum sintoma (BRASIL, 2012).
Atenção Farmacêutica é uma parte integrante, mais precisamente, uma ramificação do
sistema de Farmacovigilância, pois identifica e avalia problemas e riscos referentes à eficácia,
segurança e sinuosidades da qualidade do fármaco por meio de um detalhado acompanhamento
farmacoterapêuticos. Este processo inclui documentação e a avaliação das conclusões, e a partir
deste, possibilita a criação de notificações e dados novos para que assim seja enriquecido o sistema
de vigilância (IVAMA, 2013).
No ano de 1998, o Ministério da Saúde estabeleceu a Portaria n°3.916, que define a Política
Nacional de Medicamentos, com o objetivo de garantir segurança, qualidade e eficácia dos
medicamentos, promovendo a utilização de forma racional e garantindo que a população tenha
acesso àqueles considerados essenciais. No que diz respeito a diminuição de gastos
governamentais com a saúde pública, a Atenção Farmacêutica desempenha um papel fundamental,
balanceando assistência médica e acarretando melhorias e entendimento quanto ao uso correto dos
fármacos pelos pacientes.
O processo de acreditação nas organizações de saúde teve originou-se nos Estados Unidos
e ao passar dos anos foi se, estendendo para outros países, até que no ano de 1998, chegou ao
Brasil, tornando-se conhecido por meio do Programa Brasileiro de Acreditação e a 1ª edição do
Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar. A partir daí as instituições seguiram em busca de
melhorias na qualidade e segurança para com o cuidado prestado ao paciente, garantindo um
ambiente laboral mais seguro, para que assim fossem reduzidos os riscos aos pacientes e também
aos profissionais (CIPRIANO, 2004).
A Assistência Farmacêutica (AF) pode ser definida como um conjunto de ações,
estabelecidas pelo profissional farmacêutico juntamente com outros profissionais da área da saúde
com foco no medicamento, desde seleção até a dispensação, direcionada à promoção, proteção e
recuperação da saúde do paciente. As ações de assistência visam principalmente, à promoção do
uso racional de medicamentos por meio do acompanhamento farmacoterapêutico e elevação da
efetividade do tratamento medicamentoso (LOPES, 2017).
A atuação do farmacêutico no processo de Atenção Farmacêutica é fundamental para
prevenir os danos causados pelo uso irracional de medicamentos, já que seu uso adequado não
depende apenas de uma prescrição de qualidade, mas também de uma dispensação responsável
que possibilite o acompanhamento sistemático da farmacoterapia aplicada, avaliando e garantindo
a necessidade, segurança e efetividade no processo de utilização de medicamentos, além de ajudá-
19

lo a obter melhores resultados durante o tratamento medicamentoso (MESSIAS, 2015).


Por meio da atenção farmacêutica, a orientação do farmacêutico proporciona diversas
vantagens, entre elas estão: a redução da necessidade de assistência médica, economia tanto para
o sistema público quanto para o privado de saúde com medicamentos e atendimentos médicos,
resolução e diminuição de problemas referentes aos medicamentos, maior segurança para o
paciente, melhor qualidade e adesão ao tratamento medicamentoso, manutenção de objetivos
terapêuticos e promoção do autocuidado para melhorar a qualidade de vida da população usuária,
detecção de reações adversas , além é claro, da promoção do uso racional dos medicamentos
(IVAMA, 2013).
Com base nos fundamentos da atenção farmacêutica é de extrema importância que haja um
acordo entre o paciente e o farmacêutico. É interessante que que o profissional esteja sempre atento
a fornecer ao paciente compromisso e competência de suas funções farmacêuticas durante o
tratamento, desenvolvendo um vínculo ao tratamento, vínculo este que sustentará a relação
terapêutica, possibilitando que funções comuns sejam identificadas, as responsabilidades do
profissional e do paciente, além da importância da participação de forma ativa (LOPES, 2017).
Evidencia-se ser importante que todas as atividades relacionadas à atenção farmacêutica
sejam documentadas de maneira sistemática e contínua, com a autorização do usuário, e desta
forma possibilitará que os resultados obtidos sejam avaliados. O profissional deve atentar-se e nos
registros devem conter informações do paciente, como por exemplo, nome, telefone e endereço.
Informações sobre o profissional que está executando o serviço também devem ser registradas,
como por exemplo, nome e registro de inscrição no Conselho Regional de Farmácia – CRF
(BRASIL, 2019).
Para realizar a coleta de dados do paciente, é necessário que o profissional desenvolva a
anamnese farmacêutica, sendo este um “procedimento de coleta de dados sobre o paciente,
realizada pelo farmacêutico por meio de entrevista, com a finalidade de conhecer sua história de
saúde, elaborar o perfil farmacoterapêutico e identificar suas necessidades relacionadas à saúde”
(CFF, 2013). Na Figura 1, encontra-se ilustrado o ciclo da assistência farmacêutica ofertada nas
drogarias.
20

Figura 1: Ciclo da assistência farmacêutica

Fonte: ACURCIO, 2003

3.3.1 Cuidados com o paciente

Como um profissional a área da saúde, o farmacêutico tem por compromisso executar todas
as atividades correspondentes à sua profissão, contribuindo para a salvaguarda da saúde e, ainda,
desenvolvimento de educação dirigidas à coletividade em prol da promoção da saúde (BRASIL,
2015).
Depois da revolução industrial, a sociedade passou a ver esse profissional apenas como um
mero dispensador de medicamento, distanciando a reflexão sobre esta profissão, do cuidado ao
paciente. Com o surgimento dos medicamentos industrializados e a elevada diversidade de
produtos farmacêuticos, deu-se início a necessidade desse profissional ser responsável pela
farmacoterapia do paciente, por conta da prática da automedicação ter aumentado
consideravelmente, a utilização de medicamentos sem necessidade e o uso de fármacos em
situações sem indicação ou prescrição médica, práticas estas que se tornaram frequentes e que
acarretam riscos para a ocorrência de inúmeras reações e efeitos colaterais, internações,
intoxicação medicamentosa, interações medicamentosas e até óbito (IVAMA, 2013).
É importante com isso, salientar que este profissional é, portanto, o último elo existente
entre a prescrição e a administração do medicamento, ressaltando ainda mais a importância do seu
21

papel mediante atuação clínica juntamente com outros profissionais da saúde, proporcionando uma
contribuição melhor na farmacoterapia com consequente obtenção de resultados clínicos,
econômicos satisfatórios e humanísticos (TAULOIS, 2011).
E tais resultados podem ser alcançados por meio de sua formação sólida em medicamentos,
e isso acaba sendo conferido ao farmacêutico pelo fato de ser o profissional de saúde com um
conhecimento maior sobre os medicamentos e seus possíveis efeitos. Assim, o conhecimento deste
profissional proporciona maior discernimento quanto a detecção dos problemas relacionados aos
medicamentos, sobretudo na educação e orientação dos pacientes (autocuidado), objetivando à
adesão e eficiência do tratamento medicamentoso, com uma recuperação progressiva e contínua,
a redução dos efeitos indesejáveis e possíveis incômodos durante o uso dos medicamentos
(LOPES, 2017).
O diálogo entre profissional e paciente é de extrema importância e é por isso que a presença
ativa deste profissional nas drogarias é uma condição primordial sendo a comunicação um
importante e indispensável instrumento para seu trabalho de promoção da saúde, pois a mesma lhe
possibilita compreender a realidade de cada paciente para que assim possa identificar os problemas
que afligem os mesmos (TAULOIS, 2011). Com isso, o profissional pode então, auxiliar por meio
da elaboração de hipóteses com possíveis soluções dos problemas identificados, estabelecendo um
plano de cuidados com base em fundamentações teóricas eficazes (LOPES, 2017).

3.3.2 Validação da prescrição do medicamento

A implantação da validação farmacêutica foi um método eficiente estabelecido em prol de


detectar possíveis erros de medicação, e esta prática tema capacidade de melhorar a qualidade da
saúde dos pacientes. Esta validação supõe a execução de algumas comprovações que possam
assegurar que o tratamento prescrito é ideal em todos os níveis, servindo então como um tipo de
medida para controle de qualidade (FABIÁ, 2005).
A análise da prescrição possibilitará que sejam identificados, solucionados e também
prevenidos o surgimento de eventuais problemas que tenham relação com medicamentos (PRM)
e desfechos negativos vinculados à farmacoterapia. Além de possibilitar que sejam avaliadas as
escolhas dos diluentes, dosagem e vias de administração. Pois, independente de uma solicitação
médica trata-se de uma forma de prevenção fundamental para garantia de conveniência e precisão
do tratamento medicamentoso (CARDINAL, 2014).
Ademais, as principais causas de ocorrência dos efeitos adversos estão relacionadas aos
22

erros de prescrição e tal situação pode prolongar a internação, acarretando consideráveis e


irreversíveis danos ou até mesmo causar a morte do paciente. O uso de forma irracional dos
medicamentos ainda hoje é um preocupante problema de saúde pública, não somente no Brasil,
mas em todo o mundo, causando um impacto extremo nos resultados clínicos, humanistas e
econômicos. Acredita-se que uma prescrição incorreta pode resultar em um aumento dos gastos
de 50 a 70% dos recursos governamentais designados à aquisição dos medicamentos (FABIÁ,
2005).

3.3.3 Seleção

A seleção de medicamentos pode ser compreendida como o processo em que se escolhe os


fármacos mais seguros e eficazes, sendo esta etapa imprescindíveis ao atendimento das
necessidades da população, baseado em critérios fármaco-epidemiológicos e fármaco-econômicos
pré-definidos, assim como na estrutura dos serviços de saúde, objetivando a qualidade e segurança
de uma terapêutica medicamentosa nos mais diversos níveis da atenção em saúde, tornando a
Relação Nacional de Medicamentos Essenciais (RENAME) um documento oficial e de referência
nacional (ALENCAR, NASCIMENTO, 2011).
Desta forma, para o bom andamento dos processos é essencial que as listas de
medicamentos sejam atualizadas periodicamente tendo em vista o acompanhamento das variações
de determinantes tais como, perfil epidemiológico da população, dinamização da indústria
farmacêutica referente a introdução e modificação de fármacos novos, além do mais, os avanços
tecnológicos e terapêuticos são justificativos plausíveis para que se realizem constantes revisões.
Com isso, é essencial que as esferas do governo, assim como os serviços de saúde nomeiem uma
Comissão de Farmácia e Terapêutica - CFT, sendo esta uma instância colegiada, de caráter
consultivo e deliberativo responsável por garantir um caráter dinâmico e multidisciplinar ao
processo de seleção dos medicamentos (BARRETO, GUIMARÃES, 2010).

3.3.4 Programação

A programação objetiva garantir a disponibilidade dos medicamentos antes selecionados


nas quantidades correta e no tempo certo para que assim, atendam às necessidades da população.
Faz-se necessário que a programação seja ascendente, considerando sempre as necessidades locais
de cada serviço de saúde (BRASIL, 2006). Alguns dos requisitos para programação são: ter os
23

dados da demanda e do consumo de cada produto, incluir estoques e sazonalidades existentes,


devem ser considerados os períodos de descontinuidade, deve ser averiguado o sistema de
informação e também os estoques eficientes, perfil epidemiológico da localidade, dados
populacionais, conhecimento sobre a rede de saúde local;, recursos financeiros para que sejam
definidas prioridades e assim seja executada a programação, métodos de controle e
acompanhamento (ALENCAR, NASCIMENTO, 2011).
Neste sentido, esta prática associa-se ao planejamento que precisa da contribuição dos
diferentes sujeitos, através dos diversos saberes, conhecimentos e metodologias que, em conjunto
a uma perspectiva coletiva, torna possível a efetivação de ações que assegurem e promovam o
direito à saúde. Assim, uma das atividades geralmente utilizada nesta etapa são as planilhas
desenvolvidas em prol do acompanhamento da demanda atendida, consumo médio, demanda
reprimida, dentre outros. Entretanto, a programação e planejamento estão bem além desta simples
observação, pelo fato de ser um processo dinâmico em que o objeto de trabalho deve ser
criticamente avaliado pelos diversos sujeitos (BARRETO, GUIMARÃES, 2010).
Conforme Marin (2003), a ausência do farmacêutico no processo de programação, pode
resultar em inúmeros problemas principalmente para a gestão da assistência farmacêutica fazendo
com que predomine a improvisação e a não observância das recomendações técnicas necessárias.

3.3.5 Aquisição

De acordo com o Ministério da Saúde, a aquisição deve abranger:

[...] um conjunto de procedimentos articulados pelas quais se efetiva o processo de


compra de medicamentos estabelecidos pela programação, de forma a garantir o
suprimento das unidades de saúde em quantidade, qualidade e menor custo/efetividade,
com a finalidade de manter a regularidade e o funcionamento do sistema (ALENCAR,
NASCIMENTO, 2011).

Nos últimos anos, o desenvolvimento, da política de financiamento da assistência


farmacêutica vem facilitando o processo de disponibilização de recursos destinados à obtenção
dos medicamentos essenciais. Entretanto, alguns dados fornecidos pelo sistema informatizado
direcionado à prestação de contas dos recursos financeiros referentes ao Programa de Incentivo a
Assistência Farmacêutica Básica mostram que a aplicação dos recursos não está sendo executada
em sua totalidade, resultando na falta de medicamentos para atenção básica. Desta forma, a
deficiência na informação e orientação do pessoal envolvido no processo de aquisição reflete em
24

aberrações administrativas, um exemplo disso é a quantidade de medicamentos da atenção básica


que são comprados com verbas destinadas para outros fins, o que reflete também na falta de
aplicação da contrapartida federal para tal finalidade (BARRETO, GUIMARÃES, 2010).

3.3.6 Armazenamento

Conforme Freitas e Nobre (2011) o armazenamento de medicamentos deve ser realizado


obedecendo sempre as boas práticas para estocagem, devem ser seguidas as condições técnicas
ideais de temperatura, luminosidade e umidade, em prol de sempre assegurar a conservação das
características físico-químicas, toxicológicas, microbiológicas e terapêuticas destes fármacos.
Assim, armazenamento pode ser compreendido como um conjunto de procedimentos
administrativos e técnicos que agrega as atividades de recebimento, segurança, estocagem e
conservação dos fármacos, assim como, ações de controle deste estoque (BRASIL, 2006).

3.3.7 Dispensação

O término de todo o ciclo da assistência inclui a dispensação do medicamento, sendo este


um método utilizado pelo farmacêutico para aviar os medicamentos requeridos pelo prescritor,
orientando e informando ao paciente sobre questões referentes ao seu da maneira adequada. Assim,
a dispensação representa o momento ímpar sendo essencial que o que o profissional demostre seu
diferencial em promover o uso correto dos medicamentos sendo também uma das últimas
oportunidades de, ainda dentro do sistema de saúde de identificar, corrigir ou diminuir possíveis
riscos relacionados à terapêutica medicamentosa (ALENCAR, NASCIMENTO, 2011).
Nesta etapa da assistência, a comunicação direta com o paciente terá como finalidade
principal aconselhar e educar quanto a utilização e aos cuidados certos que devem ser tomados
com os medicamento e também quanto aos procedimentos que otimizam a terapêutica e a adesão
ao tratamento medicamentoso, proporcionando melhoria quanto a eficiência do tratamento e
diminuição dos riscos, constituindo um importante ato profissional, envolvendo questões técnicas,
éticas e humanas, que de certa forma na atual realidade social, nem sempre haverão profissional
farmacêutico para a totalidade dos atendimentos (SCHUINDT, 2015).
25

3.4 ACOMPANHAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO

O termo Acompanhamento Farmacoterapêutico, conhecido também como Seguimento


Farmacoterapêutico ou até mesmo Monitoramento Farmacoterapêutico, trata-se de uma definição
estabelecida pelo Pharmaceutical Care Consensus Document do Ministry of Health and
Consumption no ano de 2001 e este foi adaptado pelo Terceiro Consenso de Granada (2007), sendo
descrito como:

A prática profissional em que o farmacêutico é responsável pelas necessidades do


paciente relacionadas com os medicamentos. Esta prática é realizada mediante a detecção
de problemas relacionados com medicamentos (PRM) para a prevenção e resolução de
resultados negativos associados com a medicação (RNM). Este serviço implica em um
compromisso, que deve ser ofertado de forma continuada, de uma maneira sistematizada
e documentada. Tal processo deve ser realizado com a colaboração do próprio paciente e
com os demais profissionais do sistema de saúde, com o objetivo de alcançar resultados
específicos que melhorem a qualidade de vida do paciente .

No ano de 1998, o Ministério da Saúde em sua Portaria 3.916 incluiu o acompanhamento


e avaliação do uso de medicamentos como parte integrante das atribuições da Assistência
Farmacêutica, destacando essas atividades como cruciais para a promoção, proteção e recuperação
da saúde do indivíduo. Assim, tal portaria foi extremamente importante pelo fato de ter
regulamentado a Política Nacional de Medicamentos, que teve como uma de suas diretrizes
principais a reorientação e reorganização da assistência farmacêutica Brasil, objetivando a garantia
da segurança, qualidade e eficácia dos fármacos além da promoção do uso racional dos mesmos.
Depois de quatro anos, o Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica criou uma proposta de
consenso definindo os elementos que constituem a prática da Atenção Farmacêutica (SCHUINDT,
2015).
Salienta-se, portanto, que a Atenção Farmacêutica agregou como macro componentes a
Educação em Saúde e isso inclui a constante promoção da utilização correta dos medicamentos,
orientação farmacêutica, dispensação, atendimento farmacêutico, monitoramento
farmacoterapêutico, registro de forma sistemática da atividades e a mensuração e avaliação dos
resultados obtidos com o tratamento medicamentoso. Desta forma, o acompanhamento
farmacoterapêutico foi introduzido no escopo de atividades desenvolvidas pelo farmacêutico
durante a realização de suas competências (IVAMA, 2013).
A monitorização da terapia medicamentosa é um processo de identificação e resolução de
problemas que estejam relacionados com os medicamentos. Nesta etapa, são avaliados alguns, tais
26

como, a precisão do tratamento farmacoterapêutico, método e via de administração, interação do


medicamento com outros fármacos, aceitação do tratamento prescrito pelo paciente, efeitos
adversos ou toxicológicos, dados clínicos e estatísticos para analise da eficácia, efeitos adversos
ou toxicológicos (SCHUINDT, 2015).
Por meio deste processo não há como monitorar todos os pacientes, então para facilitar,
este são divididos em dois grandes grupos. Um deles é por características individuais, sendo então
avaliada a faixa etária e patologia. O segundo grupo é definido pelas características dos
medicamentos que estão sendo utilizados onde pode-se considerar a quantidade de medicamentos
em uso, pacientes que usam fármacos de risco toxicológico elevado e pacientes que fazem uso de
mais de um fármaco para uma mesma patologia (IVAMA, 2013).
Assim, todo o acompanhamento farmacoterapêutico é executado por meio de avaliações
das possíveis interações medicamentosas, interações existentes entre os medicamentos e os
alimentos, interações entre os medicamentos e relacionados as comorbidades, posologia, efeitos
colaterais e possíveis vias para administração (SCHUINDT, 2015).
Nos Estados Unidos, realizou-se o primeiro estudo importante referente ao impacto das
ações de atenção farmacêutica. Seus resultados demostraram uma elevação crescente na
quantidade de pacientes que depois de um ano com o acompanhamento do farmacêutico,
obtiveram um resultado positivo na terapia. A resolução da problemática associada aos
medicamentos diminuiu a complexidade da demanda farmacoterapêutica e reduzindo também a
relação custo-benefício (AMORIM, 2020).
Neste contexto, Weber (2011) expressa que a intervenção farmacêutica executada no
tratamento com antibióticos tem a capacidade de diminuir a duração da terapia, além de
proporcionarem um custo menor e uma maior efetividade e segurança aos pacientes.

3.5 ATUAÇÃO PROFISSIONAL EM DROGARIAS

A partir de dezembro de 2019, o cenário passa por uma imensa transformação no âmbito
da saúde mundial. Na China, foram identificados casos de uma nova doença respiratória aguda
provocada por um novo coronavírus (2019-nCoV), que foi denominada como Covid-19
(coronavírus disease 2019). Em um primeiro momento ela se tornou uma epidemia, mas, em março
de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que a Covid-19 já havia se tornado
uma pandemia global. Desde então, os profissionais farmacêuticos de todo o mundo vêm buscando
27

formas de responder, agir e se adaptar para manter a continuidade das atividades relacionadas a
AF e a qualidade dos serviços (SILVA, 2020).
As drogarias e farmácias geralmente são os primeiros locais onde o cuidado à saúde da
população é iniciado, estando responsável pela análise e identificação de risco dos pacientes
potencialmente contaminados e pelo direcionamento do cuidado que se baseiam nos resultados da
avaliação deles, além do acompanhamento dos casos considerados leves. É competência também
do farmacêutico orientar sobre a utilização daqueles medicamentos que realmente são baseados
em evidências científicas, e que a automedicação é extremamente arriscada, desta forma o
profissional promoverá seu uso seguro e racional (CFF, 2020).
Quando há epidemias de doenças contagiosas, os profissionais são a classe que
permanecem mais expostas aos riscos de contaminação se comparado a população em geral. Nessa
situação, o farmacêutico exerce papel de extrema importância, pois deve agir sempre em prol do
controle da transmissão patológica e na atenção às necessidades da população durante o período
de crise, espalhando informações referentes a patologia, além de monitorar reações pertinentes a
utilização de medicamentos (CAGNAZZO; CHIARI-ANDRÉO, 2020).
A pandemia da Covid-19, exigiu que o farmacêutico se organizasse, tendo que adaptar e
aprimorar ainda mais suas atividades e ações de forma colaborativa, dando suporte às unidades de
urgência e emergência, em prol de contribuir no enfrentamento, evitando a sobrecarga e colapso
do sistema de saúde. Geralmente nesse período, as farmácias têm representado o primeiro acesso
ao cuidado e à saúde, isso contribui de forma significativa para a diminuição dos riscos de
contaminação dos pacientes que procuram o serviço e orientações, além de manter ativa a atenção
farmacêutica no que se refere ao controle e monitoramento dos agravos à saúde, com o foco
direcionado principalmente para os grupos de risco (CFF, 2020).
Pelo fato de as drogarias serem estabelecimentos de saúde de fácil acesso à comunidade,
sendo muita das vezes, o primeiro local em que as pessoas buscam informações referente a
medicamentos e doenças e, diante do cenário de pandemia essa busca da população por
informações confiáveis e cuidados aumentou significativamente e é neste contexto que percebe-se
a enorme responsabilidade do farmacêutico sendo um profissional fundamental para superar a
transmissão do vírus e evitar o crescimento da doença. É importante que esse profissional com o
apoio de todos os colaboradores esteja atento e priorize as práticas internas de medidas
preventivas. Em meio a pandemia, a atuação dos farmacêuticos nas drogarias serve como exemplo
à população, pois possuem uma elevada responsabilidade no que diz respeito a proteção da
28

sociedade, que reconhece e confia nas medidas e nas orientações repassadas por esses
profissionais, e em todo este processo a figura do farmacêutico torna-se central (AMORIM, 2020).
Nesse período em que o fluxo de pessoas nas drogarias tem se elevado, acabou acarretando
uma maior suscetibilidade de contaminação, por conta dos casos assintomáticos. Por esse motivo,
que nestes estabelecimentos principalmente, houve a necessidade da adoção de medidas
preventivas, para isso implementa-se treinamentos para melhor conscientização da aplicação das
medidas preventivas como: distanciamento, cuidados com a higiene para a rotina de trabalho, além
das modificações na forma de atendimento ao público (BRASIL, 2020).
Um dos aspectos importantes para a profissão farmacêutica tem sido a disponibilidade dos
testes rápidos que podem realizados nas farmácias e drogarias que desejarem aderir a esse método.
É importante salientar que não é obrigatório, mas se aderido, deve seguir os protocolos, orientações
e diretrizes que são estabelecidos pela Anvisa. Os testes rápidos têm o objetivo de identificar uma
possível contaminação pelo Coronavírus e é feito por anticorpos, servindo então como um
importante auxílio no diagnóstico, por ser de fácil execução, mas de limitada sensibilidade. Com
isso, torna-se uma ferramenta de diagnóstico indicada para ser usada na fase de convalescença da
patologia e o profissional farmacêutico, legalmente treinado, é o indicado e responsável por
executá-lo na população (PINTO, 2020).
É importante evidenciar que, a manipulação de medicamentos é atividade privativa do
profissional farmacêutico sendo que mais uma vez, esta importante profissão da área da saúde,
ficou em evidência pela elevação da demanda, tanto pelo preparo de álcool fornecido pelas
farmácias de manipulação, quanto pela necessidade da prestação da atenção farmacêutica nesses
locais no que se refere aos corretos cuidados e formas a serem empregadas para evitar a
transmissão viral (CFF, 2010).
Quando o farmacêutico disponibiliza os medicamentos ao usuário o mesmo desempenha
inúmeras atividades, tais como: avaliação do ato prescritório, proporciona adequada orientação
sobre como os medicamentos devem ser usados, disponibiliza orientações que previnem e
resolvem problemas relacionados a medicações, educa os usuários quanto a adesão ao tratamento
prestando-lhes informações acerca do autocuidado (PINTO, 2020).
Neste âmbito destaca-se a autonomia e atribuição somente deste profissional para dispensar
os medicamentos controlados ou os que tenham algum tipo de controle especial, pois trata-se de
substâncias específicas cujo mecanismo de ação se dá no sistema nervoso central podendo trazer
dependência ao usuário tanto física como química, razão esta para que haja sobre os mesmos um
controle ainda mais rígido do que para as substâncias comuns (BRASIL, 2019).
29

3.5.1 Contextualizando medicamentos

Baseando-se na definição estabelecida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária


(ANVISA), medicamento é um produto farmacêutico que em sua composição tem a presença do
fármaco, geralmente associado a adjuvantes farmacotécnicos, desenvolvidos com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou também para fins de diagnóstico. Salienta-se que, a prática
vinculada ao consumo de medicamentos, sem que haja prescrição ou orientação médica,
denomina-se como automedicação (OLIVEIRA; CORRADI, 2018).
Sabe-se que a administração simultânea de múltiplos medicamentos por um mesmo
indivíduo pode ocasionar interações entre os fármacos, interações fármaco-alimento e reações
adversas que podem causar piora no estado clínico ou até mesmo a morte do paciente, caso sejam
utilizados de forma incorreta ou sem orientação (BATISTA, 2020).
Com isso, as RAM - Reações Adversas ao Medicamento, definem-se como reações
maléficas e não intencionais, que podem acontecer em doses utilizadas nos seres humanos com
objetivos profiláticos, de diagnóstico ou com intuito de mudanças nas funções fisiológicas
(MODESTO, 2016).
Devido a essas possíveis reações adversas, é de fundamental importância a criação de
estratégias terapêuticas eficazes, com o intuito de interferir e racionalizar o uso de medicamentos.
Essas práticas devem ser realizadas de forma constante entre a população, com o objetivo de
reduzir possíveis problemas relacionados ao uso inadequado de medicamentos, refletindo, assim,
na melhoria da qualidade da saúde e de vida destas pessoas. E, é no intuito de melhorar a qualidade
de vida das pessoas que surge a Assistência Farmacêutica (AF), composta por um conjunto de
procedimentos dirigidos de forma coletiva ou individual aos usuários de todos os serviços de
saúde, incluindo aqueles relacionados à atenção primária (OLIVEIRA; CORRADI, 2018).

3.5.2 Uso racional de medicamentos

É essencial que haja a utilização de forma racional dos fármacos, pois a crescente cultura
popular da idéia de que os medicamentos sem prescrição são produtos que não oferecem risco à
saúde, tem acarretado a elevação do uso irracional dessa categoria de medicamentos, sendo
necessário que sejam adotadas medidas que promovam à racionalização (BRASIL, 2010). Assim,
a RDC 585/2013 do CFF estabelece o uso racional de medicamento como:
30

Processo pelo qual os pacientes recebem medicamentos apropriados para suas


necessidades clínicas, em doses adequadas às suas características individuais, pelo
período de tempo adequado e ao menor custo possível, para si e para a sociedade
(BRASIL, 2013).

Os medicamentos selecionados racionalmente para serem usados, promovem benefícios


individuais, institucionais e nacionais:

Para o usuário: eficácia e segurança terapêutica a menor custo, contribuindo para a


integralidade do cuidado à saúde; Para a instituição: melhoria no padrão de atendimento,
maior resolubilidade do sistema e significativa redução de gastos; Para a nação:
consequências positivas sobre mortalidade, morbidade e qualidade de vida da população,
aumentando a confiança do usuário na atenção pública à saúde (BRASIL, 2012).

No que diz respeito ao consumo excessivo de medicamentos, os meios de comunicação


atuais tem exercido grande influência, sendo que tal prática está ligada a modalidade mercantilista
que favorece à formação de estoques. A publicidade propicia a elevação das vendas, a propaganda
massiva vinculada ao acesso fácil dos medicamentos transmite a idéia de que são produtos que não
oferecem riscos desfavorecendo o uso prudente de medicamentos (CALDAS, 2016).
Atualmente são dispensados vários medicamentos de maneira imprópria ou até mesmo
vendidos inadequadamente, a ausência de orientação eleva ainda mais a probabilidade de
desenvolvimento de problemas de saúde, pois a automedicação não orientada trata-se de uma
conduta irresponsável e comum dos usuários. E é por esse e por outros motivos que a presença dos
farmacêuticos é essencial para que este cenário seja modificado (CHAUD, 2016).
Para a maioria da população, os medicamentos representam um importante papel.
Entretanto, muitas pessoas acabam utilizando de forma incorreta os tratamentos e, muitas vezes, o
fazem pelo fato de não terem informação e orientação profissional (CALDAS, 2016).

[...] As pessoas, em grande número, estão conscientes quanto ao controle ou tratamento


de certos tipos de doenças, sem auxílio de médico ou de farmacêutico. De qualquer
forma, o farmacêutico tem o papel chave em auxiliar o usuário a fazer a escolha correta,
com respeito aos autocuidados, fornecendo e interpretando informações adequadas. Isso
requer grande atenção no controle de doenças e na preservação da saúde. É necessário
ressaltar que nem sempre é necessário a administração de fármacos nos autocuidados,
mas se for necessário, o farmacêutico deve aconselhar e indicar produtos farmacêuticos
que obedeçam a padrões de qualidade (ZUBIOLI, 2004).

O Ministério da Saúde (MS) tem disponibilizado algumas ferramentas, as quais os


profissionais e gestores podem se especializar em relação à qualificação dos serviços
farmacêuticos, um bom exemplo de ferramenta é a do Sistema Nacional de Gestão da Assistência
31

Farmacêutica (HÓRUS) que objetiva o aperfeiçoamento do gerenciamento da assistência


farmacêutica, possibilitando que sejam feitas melhorias nas ações de planejamento, avaliação e
monitoramento. Além do mais, na atenção primária, contribui de forma significativa para a
promoção do uso racional de medicamentos (WANNMACHER, 2012).
Neste contexto, existe o HÓRUS, que trata de um sistema de gestão que tem informações
sobre a utilização de medicamentos, dispensação, processos de prescrição, monitoramento e
também administração. São informações importantes que fundamentam a seleção e indicação de
fármacos essenciais que atendam às necessidades e prioridades das pessoas quanto a atenção
primária em saúde pública (BRASIL, 2010).
E para melhorias na qualidade de vida da população usuária de medicamentos, é essencial
a informação e a educação em saúde sobre tais produtos, benefícios e também possíveis efeitos
colaterais decorrentes de uma má utilização. É preciso que haja também, maior controle na venda
com ou sem prescrição médica, acesso aos serviços de saúde, retirada do mercado daquelas
especialidades farmacêuticas que não apresentam eficácia ou segurança e incentivo à adoção de
práticas terapêuticas que não necessitam de intervenção medicamentosa (MEDEIROS, 2011).
É imperativo salientar acerca do importante papel do farmacêutico nas drogarias,
considerando que a atuação desse profissional fortaleceu as ações direcionadas a utilização
racional de medicamentos, educando, orientando e instruindo a população usuária sobre todos os
aspectos vinculados ao medicamento, e é por isso que o mesmo, possui importante atuação na
atenção à saúde, tornando-se então, corresponsável pela qualidade de vida dos usuários
(WANNMACHER, 2012).
Vale evidenciar a importância da aprovação da RDC nº 44 pela ANVISA ocorrida no ano
de 2009 que, além de direcionar as ações e atuação do farmacêutico relacionada aos medicamentos
isentos de prescrição médica, determinou também ações que objetivam a diminuição da
automedicação e que evitem o uso de forma irracional dos medicamentos. (BARBERATO;
SCHERER; LACOURT, 2019).
Somente reforçando o que já está contido no Código de ética dos profissionais
farmacêuticos, o mesmo autoriza que os profissionais realizem a prescrição, a este também foi
atribuído o poder da decisão terapêutica em prol da saúde do paciente. Entretanto, ressalva que, a
prescrição somente terá eficácia e será permitida se os profissionais tiverem habilitação e estejam
desenvolvendo um serviço de qualidade (MEDEIROS, 2011).
A assistência farmacêutica agrega inúmeras atividades objetivando a promoção do acesso
e utilização de maneira racional de medicamentos fundamentais à população. Entretanto, não se
32

limita apenas às fases da logística de medicamentos, mas de forma a adequar ferramentas


complementares às ações de saúde. Atualmente, já há propostas de concepção da AF, em que o
processo de cuidado foi integrado ao ciclo clássico, ou seja, abarca a utilização do medicamento
pelo paciente e leva em consideração o acompanhamento terapêutico e a continuidade do cuidado,
possibilitando assim, a obtenção de dados da evolução do mesmo referente ao modelo utilizado
tradicionalmente (SOARES; BRITO; GALATO, 2020).

3.5.3 Problemas Relacionados a Medicamentos

Medicamento é um produto tecnológico, ou seja, obtido por meio de tecnologia, e tem por
finalidade ser obtido para fins terapêuticos paliativos, e preventivos (ANVISA, 2019). O uso
dessas drogas pela sociedade envolve um sistema complexo, no qual vários fatores afetam sua
correta aplicabilidade. Esses produtos desempenham um papel fundamental quando se tratando de
prevenção, na solução ou na manutenção de patologias, no entanto, sua pouca racionabilidade tem
acarretado inúmeros danos à saúde das pessoas (AIZENSTEIN, 2016).
Desta forma, a prescrição de medicamentos tem por finalidade as características
mencionadas acima. E quando os objetivos de tal finalidade não são atingidos, resultam em um
efeito diferente do esperado, causando então uma situação mais conhecida como Problema
Relacionado ao Medicamento (PRM) (WATANABE, 2018). Essa situação indesejada pode ser
proveniente de qualquer fase correspondente ao tratamento medicamentoso, sendo as mais comuns
durante a prescrição, transcrição e dispensação dos fármacos (LEÃO; MOURA; MEDEIROS,
2014).
Os PRMs elevam gastos dos serviços de tornando-se um considerável problema de saúde
pública. As resoluções desses eventos para melhoras do bem-estar do paciente estão diretamente
associadas, com a introdução de um novo medicamento no esquema terapêutico e os danos
provocados por esse fato resultam em números estimados de 276 mil óbitos ao ano e U$526
milhões de dólares de gastos em 2018 com essa problemática (WATANABE, 2018).

3.5.4 Interações Medicamentosas

As interações medicamentosas (IMs) são definidas como um fenômeno que pode acontecer
entre dois medicamentos, um medicamento e um alimento ou com qualquer substância química,
33

em que o efeito medicamentoso não acontece, passando então a ser sinérgica ou, por vias
metabólicas, havendo a elevação de sua toxicidade (LEÃO; MOURA; MEDEIROS, 2014).
Em geral, há quatro tipo de interações medicamentosas, sendo então: físico-químicas,
farmacodinâmicas, farmacocinéticas e aquelas causadas com alimentos. As físico-químicas
desencadeia-se por conta das características moleculares dos fármacos; já as farmacodinâmicas
desenvolvem consistência nos efeitos agonistas ou antagonistas de um respectivo fármacos; as
interações que interferem nos processos de absorção, metabolização, distribuição e excreção dos
compostos são denominadas como interações farmacocinéticas; e pra finalizar, as alimentares, que
ocorrem nessas estruturas, na presença de alimentos, que tem sua cinética de absorção ou seu efeito
alterado (LIMA; CASSIANI, 2009).
Além das características já mencionadas, outras variáveis tem potencial para interferir na
gravidade e na quantidade de IMs que podem acontecer com um paciente. Condições patológicas,
a questão socieconômica do paciente e ausência de conhecimento clínico referente aos benefícios
e possíveis malefícios dos medicamentos a serem usados são variáveis que elevam a quantidade
de IMs (FARIA; CASSIANI, 2011).

3.5.5 Automedicação

A área científica tem despertado interesse em estudar a automedicação (AM), pelo fato de
ter se tornado um problema de saúde que em pouco tempo tem se elevado. Várias definições têm
sido empregadas na Literatura para definir esse termo, mas o ponto principal, concordado por
grande parte dos autores, é que a automedicação é uma prática executada pelo paciente, onde o
mesmo utiliza medicamentos sem nenhuma orientação do profissional de saúde responsável, para
tratar enfermidades ou até mesmo patologias, as quais eles, supostamente, diagnosticam
(MORTAZAVI, 2017).
Quando utilizada de forma racional e apropriada, a AM pode acarretar certos benefícios
para o paciente, considerando que promove o autocuidado, e isso pode reduz a quantidade de
atendimento nas unidades de saúde. Mas deve ser salientado que os riscos são maiores
(CONNORS; HALLIGAN, 2015).

A AM, ou seja, o uso inapropriado de medicamentos acarreta vários e consideráveis riscos


à saúde e ao bem-estar do paciente, dentre os diversos os mais comuns de acontecer são: utilização
de elevadas doses de medicamentos, uso abusivo, uso por tempo prolongado, polifarmácia e graves
interações medicamentosas (RUIZ, 2010). Alguns estudos com o uso da automedicação
34

demostram elevados índices de problemas para a saúde do paciente sendo muita das vezes fatais
(LEE; CHANG; HSU, 2017).
A prática da automedicação é desencadeada por vários fatores tais como, nível educacional,
fatores socioeconômicos, idade, sentimentos e crenças, que influenciam de forma direta quanto ao
entendimento da patologia e seus sintomas. Uma pequena parte dos sintomas clínicos é levada
para uma consulta médica, seja por falta de como explicar ou por conta da automedicação prévia
(CONNORS; HALLIGAN, 2015).
Nos últimos anos as taxas de AM elevaram-se e, por isso, tem despertado o interesse de
pesquisadores de inúmeros do mundo, que objetivam estudar os impactos positivos e negativos
nos sistemas de saúde provocados por esta prática (LEE; CHANG; HSU, 2017).
O problema da AM estende-se principalmente por questões relacionadas ao psicológico,
ou seja, na crença no potencial terapêutico de um devido medicamento, fato colabora de forma
significativa para o uso irracional o acaba acarretando inúmeros PRMs e efeitos colaterais para os
pacientes, prejudicando sua saúde (CONNORS; HALLIGAN, 2015).

3.6 ERROS QUANTO A DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS

É preciso que o profissional esteja sempre atento, para que não cometa erros, pois isso pode
gerar sérios problemas, para ambas as partes. O erro de dispensação trata-se da discrepância do
que está prescrito na receita pelo médico e o cumprimento de tal ordem. Os erros de dispensação
estão classificados em erros de conteúdo, documentação e rotulagem. O erro de conteúdo é
referente ao conteúdo da dispensação: 1) medicamento incorreto; 2) medicamentos que contém
erros de concentração; 3) forma farmacêutica incorreta; 4) erro na dosagem; 5) omissão de
medicamento; 6) medicamento com desvio de qualidade (MOURA, 2016).
O erro de documentação refere-se a falta de documentações de registro do processo de
dispensação como a ausência da solicitação de medicamentos controlados, inexistência da data de
prescrição, ausência da assinatura do profissional que prescreveu. E os erros de rotulagem são
referentes aos rótulos, sendo que estes podem conter erros que acarretem dúvidas referentes a sua
administração, os quais podem ser: tamanho da letra, que quando desproporcional pode prejudicar
a identificação e a leitura, grafia ilegível que pode ocasionar na escolha ou o uso errado da
medicação (CALDAS, 2016).
É necessário que o que foi recomendado seja realmente seguido, em prol de prevenir os
erros e garantir que a distribuição da medicação seja efetuada com segurança. É de suma
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importância que seja realizada o check point, uma checagem nova, do farmacêutico nas receitas
antes da concretização da dispensação dos medicamentos. Quaisquer ordens que estejam
incompletas, ilegíveis ou dúvidas relacionadas a prescrição devem ter seu esclarecimento realizado
e o registro deve ser feito por escrito. Reduzir a distração, proporcionar ambientes mais seguros
para a execução da dispensação, temperaturas e luzes corretas no ambiente de trabalho, baixo nível
de ruído e livre de distrações (chamadas telefônicas, interrupções) além de mobiliário ergonômico
são importantes para a correta execução de seus serviços (MOURA, 2016).
Outras ações importantes para reduzir os erros são: proceder o armazenamento ajustando
os medicamentos para que haja a fácil distinção de um para o outro; realizar uma comparação do
conteúdo do remédio com o rótulo do produto; manter o remédio junto e à receita em prol de evitar
que um medicamento prescrito para um paciente seja dispensado para outro; orientar e aconselhar
o paciente; realizar treinamento inicial e contínuo para toda a equipe isso fará com que todos
tenham conhecimento sobre os padrões e práticas seguras que devem ser seguidos e executados
referentes a dispensação e pra finalizar, deve-se executar a conferência da prescrição no momento
final, usando a automação como código de barras (REZENDE, 2017).

3.7 EXIGÊNCIA LEGAL DA PRESENÇA DO FARMACÊUTICO DURANTE TODO O


HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO DA DROGARIA

Está disposto no artigo 15 da Lei n° 5.991, de 17/12/73, que farmácias e drogarias


obrigatoriamente terão que possuir, a assistência de um profissional da área de farmácia, inscrito
no CRF, sendo a presença do mesmo, obrigatória durante todo o período de funcionamento do
estabelecimento, e mais, as drogarias poderão manter um técnico substituto, responsável para
casos de ausência do farmacêutico (SILVA, 2020).
Simultaneamente, o artigo 17 da mesma lei mencionada, dispõe que as drogarias têm um
prazo máximo de 30 dias, para funcionar sem a atuação do farmacêutico responsável, sendo que
neste período de ausência do profissional é contra lei a venda de medicamentos sujeitos a controle
especial (BRASIL, 2014).
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que a assistência farmacêutica é indispensável para a segurança na utilização


de forma racional dos medicamentos. A omissão da assistência e orientação pode resultar no
desconhecimento da população quanto ao potencial tóxico relacionado a qualquer terapia
medicamentosa, isso pode refletir em preocupantes índices de automedicação e descarte incorreto.
As farmácias devem adequar-se ao nível estrutural, e de profissionais para que consigam
atender as crescentes necessidades da população, considerando que necessitam e buscam por
serviços de qualidade diferenciada. Por esse motivo, é importante que o ambiente de atendimento
ao paciente seja de alta qualidade e confortável para gerar nele um sentimento de confiança.
A presença do farmacêutico neste estabelecimento é imprescindível, pois ele é um dos
responsáveis pela saúde do paciente, portanto deve prestar serviços de qualidade e sempre com
responsabilidade, capacitando-se para adquirir conhecimentos novos sobre o setor em que está
atuando, desta maneira, contribuirá com atividades de desenvolvimento, ajudando a reduzir gastos
públicos, contribuindo com o sistema de saúde e ajudando a melhorar a qualidade de vida das
pessoas.
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