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1) Discuta esta proposição, “O indivíduo atua sobre o mundo de modo indireto, por meio de um sistema simbólico, adquirido
(apropriado) de sua cultura” Essa proposição destaca a importância da mediação simbólica na interação do indivíduo com o
mundo ao seu redor. Vamos analisar mais detalhadamente os principais pontos levantados por essa afirmação:1. Atuação indireta: A
proposição sugere que os seres humanos não interagem diretamente com o mundo físico, mas sim por meio de representações
simbólicas. Isso significa que nossa percepção e compreensão do mundo são mediadas por símbolos, linguagem e significados que
atribuímos às experiências.2. Sistema simbólico: Refere-se ao conjunto de símbolos, códigos e significados compartilhados por uma
determinada cultura. Esse sistema simbólico inclui a linguagem, normas sociais, valores, crenças e práticas que moldam a maneira
como os indivíduos interpretam e interagem com o mundo.3. Aquisição cultural: Destaca que os indivíduos adquirem esse sistema
simbólico por meio da socialização e da imersão na cultura em que estão inseridos. Ao longo de suas vidas, as pessoas internalizam
as normas, valores e significados culturais que influenciam sua forma de pensar, sentir e agir.4. Apropriação cultural:O termo
"apropriado" sugere que os indivíduos não apenas recebem passivamente o sistema simbólico de sua cultura, mas também o
reinterpretam, adaptam e incorporam em suas identidades pessoais. Nesse processo de apropriação, as pessoas negociam ativamente
significados culturais e constroem sua própria compreensão do mundo.Em resumo, essa proposição destaca como os seres humanos
são seres culturalmente situados, cuja interação com o mundo é mediada por sistemas simbólicos compartilhados. Ela ressalta a
importância da cultura na construção da realidade individual e coletiva, bem como na formação da identidade e da experiência
humana.
2) Em que sentido Vigotski compara a criação (e uso) de instrumentos (ferramentas) à criação (e uso) de signos (símbolos)?
Vygotsky comparava a criação e o uso de instrumentos (ferramentas) com a criação e o uso de signos (símbolos) no sentido de que
ambos desempenham um papel crucial na mediação do pensamento e no desenvolvimento cognitivo. Para ele, os instrumentos e os
signos culturais são formas externas que auxiliam na resolução de problemas e na representação de conceitos abstratos.Os
instrumentos, como ferramentas físicas, permitem que as pessoas manipulem objetos e realizem tarefas complexas de forma mais
eficiente. Da mesma forma, os signos, como palavras, números ou outros símbolos, servem como representações simbólicas de
conceitos e ideias abstratas, facilitando a comunicação e o pensamento.Assim, Vygotsky via tanto os instrumentos quanto os signos
como extensões da capacidade cognitiva humana, permitindo que as pessoas superem limitações perceptuais e alcancem um nível
mais avançado de desenvolvimento cognitivo por meio da mediação cultural.
3) O que Vigotski entende pelo termo mediação? O processo de mediação, por meio de instrumentos e signos, é fundamental para
o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, distinguindo o homem dos outros animais. A mediação é um processo
essencial para tornar possível as atividades psicológicas voluntárias, intencionais, controladas pelo próprio indivíduo
4) Nos experimentos de Wolfgang Köhler, em geral os chimpanzés não conseguiam resolver um problema quando um ou
mais elementos disponíveis e necessários para resolver esse problema estava fora de seu campo de visão. Como Vigotski
interpretou esses resultados? Vigotski interpretou que o uso de instrumentos pelos chimpanzés é independente da atividade
simbólica e que o comportamento dos animais não depende da fala ou de qualquer atividade que utilize signos. “(...) o uso de
instrumentos entre macacos é independente da atividade simbólica.” E “(...) independe da fala ou de qualquer atividade utilizadora
de signos.” (Vigotski, 1984, p. 19). Para ele, a capacidade de usar símbolos para comunicar e resolver problemas é uma característica
que difere o comportamento humano e que se desenvolve a partir da interação cultural e social.
5) Qual a relação entre substantivos comuns e conceitos? Os substantivos comuns são palavras que se referem a pessoas, lugares,
coisas ou ideias de forma genérica, sem especificar um indivíduo particular. Por outro lado, os conceitos são representações mentais
abstratas que associamos a esses substantivos comuns para entender o mundo ao nosso redor. A relação entre substantivos comuns
e conceitos está na linguagem e no pensamento humano. Aqui estão algumas maneiras de como os substantivos comuns e os
conceitos estão interligados: Representação mental: Quando ouvimos ou lemos um substantivo comum, como “cachorro”, em nossa
mente formamos um conceito ou representação mental desse objeto, incluindo suas características, comportamentos típicos e
associações. 2.Categorização:Os substantivos comuns nos permitem categorizar e agrupar objetos ou ideias semelhantes sob o
mesmo conceito. Por exemplo, quando ouvimos “animais”, temos um conceito abrangente que inclui diferentes tipos de criaturas
vivas.3. Comunicação: os substantivos comuns são essenciais para a comunicação eficaz, pois nos permitem compartilhar conceitos
e ideias com outras pessoas. Ao usar substantivos comuns, transmitimos nossos conceitos para que os outros possam entender e
compartilhar nossa visão de mundo. 4. Pensamento abstrato: os substantivos comuns nos ajudam a pensar de forma abstrata sobre
conceitos complexos. Por exemplo, quando falamos sobre “justiça” ou “liberdade”, estamos lidando com conceitos abstratos
representados por meio de substantivos comuns. Em resumo, os substantivos comuns são as palavras que usamos para nomear
entidades do mundo real ou abstrato, enquanto os conceitos são as representações mentais que associamos a esses substantivos para
compreender e interagir com o ambiente. A interação entre substantivos comuns e conceitos é fundamental para a linguagem, o
pensamento e a comunicação humanos.
Comportamento Governado por Regras. TEXTO 2- ABREU-RODRIGUES, RIBEIRO- regras e autoregras
6) O que significa “discrepância entre regra e contingência”? São as distinções entre comportamentos modelados por
contingências e comportamentos governados por regras, sendo: comportamento modelado por contingências é aquele modelado e
mantido diretamente por consequências relativamente imediatas. Já o comportamento governado por regras depende do
comportamento verbal de outra pessoa (o falante), ou seja, está sob controle de antecedentes verbais que descrevem contingências
7) Qual a importância do conceito de comportamento governado por regras para a clínica comportamental (cognitivo-
comportamental)?A terapia comportamental tem tido amplos reconhecimento e aceitação, especialmente com casos difíceis de
transtornos psiquiátricos, essa característica do comportamento governado por regras parece especialmente necessária quando as
consequências produzidas pelo comportamento são muito atrasadas ou escassas, tornando-se, portanto, ineficazes na modificação
de comportamentos; ou ainda quando os comportamentos que seriam modelados pelas contingências em vigor são indesejáveis. As
vantagens do controle por regras são justamente sua eficácia, rapidez com que se instala.
Formação de Conceitos - TEXTO 3- De Rose (1993)- Classes de Estímulos- Implicações para uma análise comportamental
da cognição
8) Discuta a frase “Pensar é esquecer diferenças, generalizar, abstrair” A frase destaca como a capacidade de esquecer
diferenças e generalizar informações é importante para o pensamento humano e para a formação de conceitos. Ela está relacionada
à visão apresentada por Borges em “Funes, o Memorioso”. Nesse conto, Funes é descrito como alguém capaz de lembrar-se de cada
detalhe de cada experiência que já teve. No entanto, essa memória perfeita torna difícil formar conceitos gerais ou abstrair
informações, já que funes está tão imerso nos detalhes de cada experiência. A ideia é que o processo de pensamento envolve, em
parte, o esquecimento das diferenças individuais entre experiências similares para poder generalizar e abstrair informações
9) Discuta o conceito de classe funcional. No texto de Rose, a classe funcional é abordada como parte da análise comportamental
da cognição. Ela se refere a um conjunto de estímulos que evocam uma mesma resposta devido a uma relação funcional estabelecida
entre eles, mesmo que sejam fisicamente diferentes e não compartilhem atributos comuns. A formação de uma classe funcional não
depende da similaridade física dos estímulos, mas sim da relação entre a resposta do organismo e os estímulos presentes. Por
exemplo, objetos como uma bola de futebol, uma boneca e um trem elétrico de brinquedo podem todos ser considerados membros
da classe funcional de “brinquedos” porque evocam uma resposta comum de brincar. A confirmação de que estímulos pertencem à
mesma classe funcional é demonstrada quando intervenções diretas em um estímulo têm efeitos semelhantes nos demais estímulos
da classe. Por exemplo, se uma punição aplicada em resposta ao desrespeito ao gesto de um guarda de trânsito aumenta a
probabilidade de parar diante do gesto do guarda, essa mesma punição deveria aumentar a probabilidade de parar diante de uma
placa de pare, indicando que ambos os estímulos estão na mesma classe funcional. Assim, a classe funcional destaca como o
comportamento é influenciado por relações arbitrariamente estabelecidas entre estímulos distintos, demonstrando a importância das
relações entre estímulos e respostas na formação de conceitos e na organização cognitiva.
10) Discuta o conceito de classes de equivalência.
O conceito de classes de equivalência é fundamental na análise comportamental da cognição, como abordado no texto de Rose.
Classes de equivalência referem-se a conjuntos de estímulos que, embora fisicamente diferentes e sem atributos comuns
perceptíveis, são tratados de maneira semelhante pelo organismo devido a relações estabelecidas por contingências de reforço. Em
outras palavras, estímulos que estão em uma classe de equivalência podem evocar respostas equivalentes, mesmo que não tenham
semelhanças físicas óbvias ou atributos comuns. Isso ocorre porque esses estímulos foram associados a um mesmo reforço, o que
os torna funcionalmente equivalentes aos olhos do organismo. Um exemplo comum usado para ilustrar classes de equivalência é o
pareamento arbitrário com modelo (arbitrary matching to sample). Nesse procedimento experimental, um sujeito é ensinado a
relacionar estímulos de comparação (por exemplo, palavras ou imagens) com um estímulo modelo (por exemplo, uma palavra ou
imagem padrão). Após o treinamento, o sujeito é capaz de fazer correspondências corretas entre estímulos mesmo que não haja
semelhanças físicas ou atributos comuns entre eles. A confirmação da existência de uma classe de equivalência ocorre quando uma
intervenção direta em um estímulo da classe tem efeitos similares nos demais estímulos da classe, sem a necessidade de treino
adicional. Isso demonstra que os estímulos foram tratados como equivalentes pelo organismo. As classes de equivalência têm
implicações importantes para a compreensão da aprendizagem, da formação de conceitos e da generalização do comportamento.
Elas destacam a capacidade do organismo de estabelecer relações entre estímulos de maneira arbitrária e como essas relações
influenciam o comportamento cognitivo e perceptual.
Consciência e autoconhecimento TEXTO 4 - De Rose (1982)- Consciência e Propósito no Behaviorismo Radical
11) Como pode ser definido o conceito de consciência a partir da perspectiva do Behaviorismo Radical? A consciência é
reinterpretada como ações da pessoa e relações entre a ação e o ambiente, incluindo tanto estímulos internos quanto externos.
Segundo Skinner, a experiência consciente, como ver ou ouvir, é o resultado do aprendizado discriminativo, onde o indivíduo
aprende a responder de maneira diferenciada aos padrões de estimulação externa. Essas respostas são reforçadas pela comunidade
verbal e pelo ambiente físico. Portanto, ao invés de ser considerada como um fenômeno mental separado, a consciência é vista como
parte integrante do comportamento, sendo moldada por contingências de reforço e influenciada pelas interações sociais e culturais.
12) A partir dessa teoria, como pode ser definido autoconhecimento? O autoconhecimento pode ser definido como a capacidade
de uma pessoa descrever e relatar seu próprio comportamento, incluindo tanto comportamentos manifestos quanto encobertos, como
o motivo de estar fazendo algo, planos para o futuro e até mesmo sentimentos e sensações. Esse conhecimento sobre si mesmo é
moldado pelas contingências de reforço estabelecidas pela comunidade verbal e cultural na qual a pessoa está inserida. Assim, o
autoconhecimento envolve a sensibilidade às variáveis que influenciam o comportamento individual, permitindo a descrição e
compreensão dos motivos e intenções por trás das ações.
13) Com base no texto, discuta a possibilidade de haver alguma forma de consciência em animais de outra espécie. Embora
a consciência em animais possa ser diferente da consciência humana em termos de complexidade e grau de autoconhecimento, o
behaviorismo radical permite a consideração de formas mais simples de consciência em outras espécies, baseadas em suas interações
com o ambiente e sua capacidade de aprender e se adaptar, como a capacidade de aprender com a experiência, tomar decisões com
base em informações do ambiente e até mesmo exibir formas simples de autoconsciência em alguns casos, como reconhecimento
de si mesmos em espelhos. Esses comportamentos podem ser interpretados dentro do quadro do behaviorismo radical como
respostas adaptativas a contingências de reforço presentes no ambiente.