Direito Penal - Meu Curso

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Direito Penal

24.08.21
1. Do Crime: Fato Típico; Iter Criminis:
Para ter crime, é necessário:
Fato típico + antijurídico + culpabilidade
Fato Típico Antijurídico Culpabilidade
Conduta
Resultado
Nexo Causal
Tipicidade

Observação 1: para se ter o fato típico, é necessário ter os 4 itens que se encontram
na tabela.
 Iter Criminis: é o caminho percorrido pelo crime. Todo crime passará,
necessariamente por essa trajetória.
Elementos formados:
a. Cogitação – fase interna. Está dentro da cabeça do agente. Pensando em praticar
o crime. Possui 3 etapas, sendo elas:
 Idealização: pessoa está literalmente pensando.
 Deliberação: fase aonde a pessoa pondera; pós e contras.
 Resolução: decide fazer, mas ainda está no pensamento.
Observação: a fase da cogitatio não é punível.
b. Preparação – fase externa. Elas aparecem no mundo físico.
Observação: fase da conatus remotus. Em regra, não se considera crime, não sendo
punível. Mas se constituírem de crimes autônomos, será considerado punível
(associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo, receptação)
c. Execução - fase externa. Elas aparecem no mundo físico.
Observação: fase da conatus proximus. Entra na fase da execução quando se
pratica o verbo núcleo do tipo.
 Não admite tentativa:
 Crimes culposos;
 Contravenções penais;
 Habituais;
 Omissivos próprios;
 Unissubsistente;
 Preterdolosos;
 Crimes de atentado (de empreendimento).
 Classificação da tentativa:
 Branca (incruenta):
 Vermelha (cruenta):
Observação: não se pode ter a tentativa branca e vermelha para a mesma pessoa.
 Perfeita (acabada): ligada ao modo operandis – ligada ao que tem para efetivar o
crime.
 Imperfeita (inacabada): ligada ao modo operandis – ligada ao que tem para
efetivar o crime.
Observação: não se pode ter tentativa perfeita e imperfeita para a mesma pessoa.
 Tentativa abandonada/desistência voluntária e arrependimento eficaz. Sendo
assim: se está entre o inicio da execução e o término, é desistência. Mas se ele está
depois do término, mas não deixou consumar, é arrependimento eficaz (palavra usada
na prova – sabia ou não sabia ser eficiente).
d. Consumação (crime material) - fase externa. Elas aparecem no mundo físico.
 Os crimes contra a consumação têm diálogos diferentes, sendo eles:
 Materiais;
 Formais;
 Mera conduta;
 Qualificados pelo resultado;
 De perigo concreto;
 De perigo abstrato;
 Permanentes;
 Habituais.
Observação 1: arrependimento posterior – nos crimes sem violência ou grave
ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a
dois terços.
Observação 2: Crime impossível – não se pune a tentativa quando, for ineficácia
absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível
consumar-se o crime. Nesse caso, refere-se a ineficácia absoluta do meio ou se o
meio é eficaz, impropriedade absoluta do objeto.
e. Exaurimento do crime – crime formal: ele não é um quinto elemento/fase.
Nesse ponto, se distingue os crimes formais dos crimes materiais.
O crime formal tem dois momentos consumativos.
 Diferença entre Erro de Tipo e Erro de Proibição:
Erro de Tipo Erro de Proibição
Recai sobre o fato Recai sobre o erro de direito
O agente não sabe o que faz O agente sabe o que faz, mas acha que é
certo
Atinge a tipicidade Atinge a culpabilidade
Se inevitável afasta dolo e culpa, se Se inevitável isenta o agente de pena, se
evitável afasta o dolo e pune pela culpa se evitável diminui a pena de 1/6 à 1/3
há previsão legal

 Erro de tipo:
 Erro de tipo essencial: o agente não consegue enxergar que aquilo que ele está
fazendo é ilícito.
 Erro de tipo essencial escusável/invencível/inevitável: quando não pode ser
evitado pelo cuidado objetivo do agente, ou seja, qualquer pessoa, na situação em que se
encontrava o agente, incidiria em erro.
Exemplo: caçador que, em selva densa, à noite, avista vulto vindo em sua direção e
dispara sua arma em direção ao que supunha ser um animal bravo, matando outro
caçador que passava pelo local.
 Erro de tipo essencial inescusável/evitável/vencível: quando pode ser evitado
pela observância do cuidado objetivo pelo agente, ocorrendo o resultado por
imprudência ou negligência.
Exemplo: caçador que, percebendo movimento atrás de um arbusto, dispara sua arma de
fogo sem qualquer cautela, não verificando trata-se de homem ou de fera, matando
outro caçador que lá se encontrava. Nesse caso, tivesse o agente empregado ordinária
diligencia, teria facilmente constatado que, em vez de animal bravo, havia um homem
atrás do arbusto.
 Erro de tipo acidental: ele sabe que é crime.
Dividido em 5 formas:
 Error in re – erro sobre o objeto : neste o agente visa atentar contra
determinado objeto iniciando a empreitada criminosa, mas, por conta de um erro acaba
acertando objeto diverso, ou seja, aquele que não pretendia.
 Error in persona – erro sobre a pessoa : ocorre quando há erro de
representação. O agente, atuando erroneamente, atinge uma pessoa supondo tratar-se da
que pretendia ofender. Entretanto, o erro sobre a pessoa não exclui o crime (não isenta
de pena), pois a norma penal não tutela pessoa determinada, mas todas as pessoas. O
agente responderá penalmente como se tivesse praticado o crime contra a pessoa
pretendida, ainda que a vítima efetiva seja outra.
O que rege o crime é a intenção do agente.
 Aberratio ictus – erro na execução: aqui o agente atinge outra pessoa, e não a
pretendida, por errar o alvo, ocorre um erro na execução do crime, no aberratio ictus, o
agente sabe que A é A, mas acaba atingindo o B, por erro na execução. Assim como no
error in persona, o agente no aberratio ictus, responde pelo pretendido.
O aberratio ictus com unidade simples, ou resultado único; aberratio icuts com unidade
complexa, ou resultado duplo.
 Aberratio criminis – resultado diverso do pretendido: o resultado diverso do
pretendido, conhecido como aberratio criminis ou aberratio delicti, espécie de crime
aberrante, também ocorre no mecanismo de ação, na fase da execução do delito, quando
o agente, pretendendo um bem jurídico, atinge outro diverso. O aberratio criminis com
unidade simples, ou com resultado único; aberratio criminis com unidade complexa, ou
resultado duplo.
 Aberratio causae – erro quanto ao nexo causal: neste a aberração se dá na
causa do resultado do crime, o erro incide sobre o curso causal. Inclui-se também a
aberratio causae, as situações em que ocorre o chamado dolo geral, em que o agente
acreditando que o crime já havia se consumado (resultado pretendido), pratica um outro
ato, sendo este o responsável pela real consumação do crime.

31.08.21
2. Antijuricidade – Ilicitude:
 Conceito:
Antijuridicidade ou ilicitude é definido como a contrariedade de um comportamento
praticado por determinado agente e aquilo que o ordenamento jurídico preceitua a título
de proibição.
 Relação de tipicidade com a antijuridicidade:
A tipicidade é indiciária da antijuridicidade, ou seja, todo fato típico e antijurídico, salvo
se presentes excludentes de antijuridicidade.
Não se esqueça! O fato pode ser típico... Porém, não haverá CRIME por conta de falta
de ilicitude.
As causas excludentes de ilicitude se dividem em “Legais” e “Supra Legais”
Das excludentes de ilicitude legais (previstas no Art. 23, I, II e III do Código Penal):
a. Estado de necessidade: Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia
de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não
era razoável exigir-se.
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o
perigo.
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser
reduzida de um a dois terços.
Requisitos para ter o Estado de Necessidade:
 Ameaça a direito próprio ou alheio;
 Existência de perigo atual;
 Conhecimento da situação de fato justificante;
 Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo;
 Situação não causada voluntariamente pelo sujeito;
 Inexigibilidade de sacrifício do interesse ameaçado.
No Estado de Necessidade existem duas teorias, sendo elas:
 Teoria Unitária: segundo a qual não importa o valor do bem jurídico protegido
em relação ao bem jurídico que está sofrendo a ofensa. Segundo essa teoria, portanto,
não se faz qualquer ponderação de bens, ou seja, não se analisa a natureza dos bens
jurídicos em conflito. Essa é a teoria adotada pelo nosso Código Penal, que, no artigo
24, não estabelece qualquer diferenciação entre o estado de necessidade justificante e o
estado de necessidade exculpante. O estado de necessidade é sempre causa excludente
de ilicitude.
 Teoria Diferenciada: segundo a qual é necessário considerar o valor dos bens
jurídicos envolvidos na situação de perigo, trançando-se a ponderação de bens.
 Estado de Necessidade justificante: que ocorre quando o bem jurídico
sacrificado for o menor valor que o bem jurídico salvo da situação de perigo.
(excludente de ilicitude).
 Estado de Necessidade exculpante: que ocorre quando o bem jurídico
sacrificado for o valor igual ou superior ao do bem jurídico salvo da situação de perigo.
(excludente de culpabilidade)
As formas de Estado de Necessidade são:
 Estado de Necessidade próprio ou Estado de Necessidade de terceiro;
 Estado de necessidade real e Estado de necessidade putativo;
 Estado de necessidade agressivo e Estado de necessidade defensivo.
b. Legítima defesa: Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando
moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a
direito seu ou de outrem.
É necessário que o sujeito esteja reagindo à injusta agressão, atual ou iminente, contra
direito próprio ou de terceiros, utilizando de meios necessários de forma moderada.
Agressão – é o ato lesivo humano. Toda agressão e a princípio injusta, salvo se
acobertada por uma excludente da antijuridicidade. Atual – é a agressão que está
acontecendo.
Requisitos para se ter a Legitima Defesa:
 Agressão injusta;
 Atual ou iminente;
 Direito próprio ou de terceiro;
 Utilização dos meios necessários;
 Utilização moderada de tais meios;
 Conhecimento da situação de fato justificante.
As formas de Legitima Defesa são:
 Legitima defesa real (autêntica) ou legitima defesa putativa (imaginária)
 Legitima defesa própria ou Legítima defesa de terceiro;
 Legítima defesa ofensiva e Legítima defesa defensiva.
c. Estrito cumprimento do dever legal: Art. 23 - Não há crime quando o agente
pratica o fato: [...]
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Ocorre o estrito cumprimento do dever legal quando a lei, determinados casos, impõe o
agente um comportamento. Neste caso, embora típica a conduta, não é ilícita.
Requisitos – somente ocorre a excludente quando existe:
 Um dever imposto pelo Direito (seja em regulamento, decreto ou qualquer ato
emanado do Poder Público);
 Ato que tenha caráter geral, seja em lei, penal ou extrapenal;
 Exige-se que o sujeito tenha conhecimento de que está praticando o fato em face
de um dever imposto pela lei.
É de destacar que estão excluídas da proteção legal as obrigações morais, sociais,
religiosas, etc.
d. Exercício regular de direito: Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o
fato: [...]
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
O exercício regular de um direito também é
Requisitos – somente ocorre a excludente quando existe:
 O agente deve obedecer estritamente, rigorosamente, aos limites do direito
exercido, sob pena de abuso;
 Elemento subjetivo, quer dizer consciência que está em seu direito.
Intervenções médicas e cirúrgicas; violência esportiva desde que haja à obediência
irrestrita às regras do jogo, os seus autores não respondem por crime.
 Das excludentes de ilicitude Supra legais:
 São requisitos do consentimento:
a. A capacidade do ofendido em consentir;
b. Que o bem jurídico sobre o qual recaia a conduta do agente seja disponível.
 Ofendículos: mecanismos de defesa previamente instalados para a proteção de
bens jurídicos, seja pela utilização de animais (cães ferozes, por exemplo), seja pela
utilização de aparelhos ou artefatos feitos pelo homem (arame farpado, cacos de vidro
sobre o muro e cerca eletrificada, por exemplo).

3. Culpabilidade – Imputabilidade:
 Conceito:
Culpabilidade é juízo de reprovação social. Para a Teoria Finalista Bipartida, funciona
como pressuposto de aplicação da pena. Para a Teoria Finalista Tripartida constitui
elemento do crime. Na culpabilidade, existe reprovação pessoal contra o autor devido à
realização de um fato contrário ao Direito, embora, nas circunstâncias, tivesse podido
atuar de maneira diferente de como o fez.
 Elementos e Requisitos que integram a culpabilidade:
São eles:
a. Imputabilidade;
b. Potencial consciência da ilicitude;
c. Exigibilidade de conduta diversa.
Os elementos acima são cumulativos. Em outras palavras, se algum deles estiver
ausente, ao agente não se poderá impor pena.
As situações em que os elementos da culpabilidade serão afetados (causas excludentes
da culpabilidade) estão logo a seguir.
 Imputabilidade Penal – Sistema de aferição da imputabilidade:
a. Biológico;
b. Psicológico;
c. Biopsicológico.
 Causas excludentes da imputabilidade:
Possuem 4 causas que excluem a imputabilidade:
a. Doença mental;
b. Desenvolvimento mental incompleto;
c. Desenvolvimento mental retardado;
d. Embriaguez completa de caso fortuito ou força maior.
 Teoria da Actio Libera in Causa:
 Embriaguez Não acidental: dolosa ou involuntária; culposa; preponderada.
 Embriaguez Acidental: completa por caso fortuito ou força maior; incompleta
por caso fortuito ou força maior.
 Semi-imputabilidade: art. 26, § único, CP; art. 98, CP.
 Não exclui a imputabilidade: emoção e paixão.
 Causa especial de diminuição de pena: art. 121, § 1º do CP;
 Circunstância atenuante: art. 65, III, alínea “c”, CP.
02.09.21
4. Culpabilidade:
 Potencial Consciência da Ilicitude:
Culpabilidade é juízo de reprovação social. Para a Teoria Finalista Bipartida, funciona
como pressuposto de aplicação da pena. Para a Teoria Finalista Tripartida constitui
elemento do crime. Na culpabilidade, existe reprovação pessoal contra o autor devido à
realização de um fato contrário ao Direito, embora, nas circunstâncias, tivesse podido
atuar de maneira diferente de como o fez.
 Elementos e requisitos que integram a culpabilidade:
A culpabilidade é formada pelos seguintes elementos e requisitos:
a. Imputabilidade;
b. Potencial consciência da ilicitude;
c. Exigibilidade de conta diversa.
Os elementos acima são cumulativos. Em outras palavras, se algum deles estiver
ausente, ao agente não se poderá impor pena.
As situações em que os elementos da culpabilidade serão afetados (causas excludentes
da culpabilidade) estão logo a seguir.
A potencial consciência da ilicitude é outro elemento da culpabilidade, é outro
elemento integrativo da culpabilidade. Esta determina ser somente possível a punição do
agente que, diante das condições fáticas nas quais estava inserido, tinha a possibilidade
de atingir o entendimento sobre o caráter criminoso de sua conduta.
A potencial consciência da ilicitude é outro elemento da culpabilidade. Esta determina
ser somente possível a punição do agente que, diante das condições fáticas na quais
estava inserido, tinha a possibilidade de atingir o entendimento sobre o caráter
criminoso de sua conduta.
Contudo esse potencial consciência da ilicitude pode ser afastada! Quando presente no
caso o chamado Erro de proibição!
 Causa que exclui a potencial consciência da ilicitude:
Erro sobre a ilicitude do fato;
Artigo 21, caput, CP;
Ar. 21, § único do CP.
 Exigibilidade de Conduta Diversa:
Consiste na expectativa social de um comportamento diferente daquele que foi adotado
pelo agente. Somente haverá exigibilidade de conduta diversa quando a coletividade
podia esperar do sujeito que tivesse atuado de outra forma.
 Causas que excluem a exigibilidade de conduta diversa – Inexigibilidade de
conduta diversa:
É prevista na legislação brasileira em dois casos:
Obediência a ordem hierárquica não manifestamente ilegal e coação moral irresistível
(art. 22 do CP).
Na coação moral irresistível, o sujeito é forçado, mediante violência moral, a praticar
um ato ilícito, sendo inexigível que não ceda à coação.
Na obediência a ordem hierárquica não manifestamente ilegal, é necessário que haja
ordem não manifestamente ilegal de superior para inferior hierárquico, com vinculo
público, e obedecendo a tal um fato típico. Assim, se o subordinado receber ordem do
superior hierárquico e cumpri-la, ficará isento de pena caso sua execução redunde na
prática de um crime. Caso contrário, se cumprir ordem ilegal, responderá por sua ação
ou omissão.
Coação moral irresistível (art. 22 do CP)
Na coação irresistível, o sujeito e forçado, mediante violência moral, a praticar um ato
ilícito, sendo inexigível que não ceda à coação.
 Outras questões sobre a exigibilidade de conduta conforme o direito:
Art. 65, III, c, primeira parte, CP;
Art. 348, § 2º, CP;
Art. 13, § único da lei nº 12. 850/13.
5. Concurso de Pessoas:
 Conceito:
É a participação ciente e voluntária de duas ou mais pessoas na mesma infração penal.
Ocorre quando dois ou mais indivíduos concorrem para a prática de um mesmo crime.
Todos devem concorrer para aquele resultado.
Lembre-se que em regra, a forma mais simples de conduta delituosa consiste na
intervenção de uma só pessoa por meio de uma conduta positiva ou negativa.
 Teorias quanto ao concurso de pessoas:
Existem basicamente três teorias sobre o concurso de pessoas:
a. Teoria Pluralista;
b. Teoria Dualista;
c. Teoria Unitária.
 Concurso necessário e eventual:
Quanto ao número de pessoas, os crimes podem ser classificados em:
a. Monossubjetivos;
b. Plurissubjetivos.
 Quanto ao modo de execução, os crimes plurissubjetivos podem ser
classificados em:
a. De condutas paralelas;
b. De condutas convergentes;
c. De condutas contrapostas.
 Formas de concurso de agentes:
a. Coautoria;
b. Participação.
 Teorias relacionadas à Autoria:
a. Teoria restritiva;
b. Teoria extensiva;
c. Teoria do domínio do fato (teoria objetivo-subjetiva).
 Teorias Relacionadas à Participação:
a. Teoria de acessoriedade mínima;
b. Teoria de acessoriedade limitada;
c. Teoria de acessoriedae extrema (ou máximo);
d. Teoria da hiperacessoriedade.
 Requisitos do concurso de agente:
a. Pluralidade de conduta: impossível falar em concurso de pessoas sem que exista
coletividade de agentes e, consequentemente, de condutas.
b. Relevância social de conduta: não basta a multiplicidade de agentes e condutas
para que se tenha configurado o concurso de pessoas; necessário se faz que em meio a
todas essas condutas seja possível vislumbrar nexo de causalidade entre elas e o
resultado ocorrido.
c. Liame subjetivo: vínculo psicológico ou normativo entre os diversos "atores
criminosos", de maneira a fornecer uma ideia de todo, isto é, de unidade na empreitada
delitiva. Exige-se, por conseguinte, que o sujeito manifeste, com a sua conduta,
consciência e vontade de atuar em obra delitiva comum.
d. Identidade de infração para todos: identidade de infração para todos os
participantes, não propriamente de um requisito, mas sim de verdadeira consequência
jurídica diante das outras condições.
 Outras formas de Autoria:
a. Autoria mediata;
b. Autoria colateral e autoria incerta;
c. Concurso em crime culposo;
d. Autoria de escritório.
 Comunicabilidade das circunstâncias:
As circunstâncias podem ser:
a. Objetivas (reais ou materiais);
b. Subjetivas (pessoais);
Art. 30, do CP.
As circunstâncias e as condições de caráter pessoal ou subjetivo são incomunicáveis aos
coautores ou partícipes do crime. Não há extensão dos efeitos das circunstâncias e
condições pessoais. Dessa forma, apenas as circunstâncias objetivas (materiais) são
comunicáveis.
Elementares do crime: diferentemente das circunstâncias, são essenciais para a
existência da conduta típica, isto é, são inerentes ao fato típico.
 Punibilidade no concurso de pessoas:
Art. 29, §§ 1º e 2º, CP;
 Casos de imputabilidade:
art. 31, do CP.
08.09.21
6. Das penas: Espécies de Penas, Penas Privativas de Liberdade:
 Conceito:
Pena (ao lado da medida de segurança) é uma das sanções aplicadas pelo Estado a quem
praticou ilícito penal (como forma de retaliação ao ilícito praticado ou para se evitar
novos ilícitos), após o devido processo legal.
 Teorias sobre as finalidades da pena:
 Absolutas;
 Relativas ou da Prevenção:
As teorias da prevenção subdividem-se em:
a. Prevenção geral;
b. Prevenção especial.
 Mistas ou Intermediárias;
 Limites da Pena:
De acordo com o art. 1º, III (fundamento da dignidade da pessoa humana) e art. 5º,
XLVII da CF, existem alguns limites para imposição das penas, sendo proibidas as
penas:
a. De morte, salvo no caso de guerra declarada;
b. De caráter perpétuo;
c. De trabalhos forçados;
d. De banimento;
e. Cruéis.
 Sistema de Aplicação da Pena e da Medida de Segurança:
Sistema do duplo binário ou dualista;
Sistema vicariante ou Unitário.
 Princípios da Sanção Penal:
a. Legalidade;
b. Anterioridade;
c. Humanidade;
d. Pessoalidade;
e. Individualidade;
f. Proporcionalidade;
g. Inderrogabilidade;
h. Proibição de dupla punição;
i. Jurisdicionalidade;
j. Igualdade e ressocialização;
k. Princípio da individualização da pena.
 Das espécies de Pena – art. 32 a 52,CP:
São três as espécies de penas prevista no Código Penal:
a. Privativas de liberdade;
b. Restritivas de direito;
c. De multa.
De acordo com a CF existem as seguintes espécies de pena:
a. Privação ou restrição de liberdade;
b. Perda de bens;
c. Multa;
d. Prestação social alternativa;
e. Suspensão ou interdição de direitos.
 Das Penas Privativas de Liberdade:
As penas privativas de liberdade podem ser:
a. Reclusão;
b. Detenção;
c. Prisão simples.
 Dos regimes de cumprimento de pena:
Quanto aos regimes para o cumprimento das penas privativas de liberdade (chamados
de regimes penitenciários), existem três espécies:
a. Fechado: 4 anos e 1 dia ou 8 anos e 1 dia.
b. Semiaberto: 4 anos e 1 dia
c. Aberto: não ultrapassou 4 anos. 15 dias até 4 anos. O juiz escolhe com
reincidência e circunstâncias judiciais, pode ser fechado, semi ou aberto.
No tocante à aplicação de regime mais severo do que a lei determina, os Tribunais
Superiores tem os seguintes posicionamentos:
 SÚMULA 719 STF: A imposição de regime de cumprimento mais severo do
que a pena aplicada permitir exige motivação idônea.
 SÚMULA 440 STJ: Fixada a pena base no mínimo legal, é vedado o
estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da
sanção imposta, com base apenas na gravidade abstrata do delito.
 Progressão e Regressão do Regime Prisional:
Crimes comuns (art. 112, lei 7.210/84)
Crimes que causam prejuízo à Administração Pública – art. 33, § 4º CP;
Crimes Hediondos – art. 2º, §2º;
Regressão de regime prisional – art. 118, lei, 7.210/84.
 Remição – art. 126 a 129, lei nº 7.210/84:
Remição pelo trabalho;
Remição pelo Estudo;
 Detração – art. 42, lei nº 7.210/84:
 Superveniência de Doença Mental:
Art. 41, CP;
Art. 183, lei nº 7,210/84
7. Das Penas Restritivas de Direito:
As penas restritivas de direito são sanções autônomas, que substituem as penas
privativas de liberdade por certas restrições ou obrigações, quando preenchidas as
condições legais para a substituição.
São 5 as penas restritivas de direito e estão previstas no art. 43 do Código Penal:
“Art. 43. As penas restritivas de direitos são:
I - prestação pecuniária;
II - perda de bens e valores;
III - limitação de fim de semana.
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas;
V - interdição temporária de direitos;
VI - limitação de fim de semana.”
E encontram-se previstas também na Constituição Federal.
 Requisitos para que ocorra a substituição:
Ao juiz cabe fazer a substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direito,
nos seguintes casos conforme o art. 44 do Código Penal:
“Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem
as privativas de liberdade, quando:
I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou,
qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
II – o réu não for reincidente em crime doloso;
III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a
personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
§ 1o (VETADO)
§ 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode
ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a
um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma
pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos.
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a
substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida
seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado
em virtude da prática do mesmo crime.
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de
liberdade quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição
imposta. No cálculo da pena privativa de liberdade a executar será
deduzido o tempo cumprido da pena restritiva de direitos, respeitado o
saldo mínimo de trinta dias de detenção ou reclusão.
§ 5o Sobrevindo condenação a pena privativa de liberdade, por outro
crime, o juiz da execução penal decidirá sobre a conversão, podendo
deixar de aplicá-la se for possível ao condenado cumprir a pena
substitutiva anterior.”

 Impossibilidade de Acumulo:
Dada a sua característica de substitutivas, as penas restritivas de direitos não podem ser
aplicadas cumulativamente com as penas privativas de liberdade.
Mas o juiz pode aplicar em certos casos mais de uma pena restritiva cumulativamente
conforme art. 44, § 2.º, do Código Penal.
 Conversão ou reversão:
Obrigatoriamente, a pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade
quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta.
“Art. 181. A pena restritiva de direitos será convertida em privativa de
liberdade nas hipóteses e na forma do artigo 45 e seus incisos do
Código Penal.
§ 1º A pena de prestação de serviços à comunidade será convertida
quando o condenado:
a) não for encontrado por estar em lugar incerto e não sabido, ou
desatender a intimação por edital;
b) não comparecer, injustificadamente, à entidade ou programa em
que deva prestar serviço;
c) recusar-se, injustificadamente, a prestar o serviço que lhe foi
imposto;
d) praticar falta grave;
e) sofrer condenação por outro crime à pena privativa de liberdade,
cuja execução não tenha sido suspensa.
§ 2º A pena de limitação de fim de semana será convertida quando o
condenado não comparecer ao estabelecimento designado para o
cumprimento da pena, recusar-se a exercer a atividade determinada
pelo Juiz ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a", "d" e "e"
do parágrafo anterior.
§ 3º A pena de interdição temporária de direitos será convertida
quando o condenado exercer, injustificadamente, o direito interditado
ou se ocorrer qualquer das hipóteses das letras "a" e "e", do § 1º, deste
artigo.”
Exceção quando do descumprimento da medida restritiva, na Lei de Drogas!
Art. 28, § 6º da Lei 11.343/2006.
 Espécies de penas restritivas de direitos:
 Prestação Pecuniária: art. 45, §§ 1º e 2º, CP;
 Perdas de bens e valores: art. 5º, XLVI, b, CF; art. 45, §3º, CP;
 Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas: art. 46, §§ 1º ao 4º,
CP; art. 5º, XLVI, e, CF;
 Interdição temporária de direitos: art. 47, I ao V, CP; art. 5º, XLVI, e, CF;
 Limitação de fim de semana: art. 48, CP; art. 93 a 95, lei nº 7.210/84
 Pena de Multa: art. 49, §§ 1º e 2º, CP;
Exceção: ao quantum de dias multas na Lei de Drogas a exemplo do Art. 33
quando trata do tráfico e elenca um número diferente na quantidade de dias-
multa.
 Pagamento da multa:
Art. 50, CP;
Art. 164 a 170 da lei n° 7.210/84;
Súmula 693, STF: “Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de
multa, ou relativo a processo em curso por infração penal a que a pena pecuniária
seja a única cominada”.
 Conversão da Multa e revogação:
Art. 51, CP;
 Suspensão da execução da multa:
Art. 52, CP.
8.

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