Resposta ADF
Resposta ADF
Resposta ADF
A exordial da OAB sustenta que a anistia prevista na Lei nº 6.683/79 não deve
abranger os delitos comuns perpetrados por agentes estatais durante o regime militar,
tais como a tortura, o homicídio, o desaparecimento forçado, entre outros. Tal
entendimento coaduna-se com a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos
Humanos (CIDH), que reputa inadmissíveis as autoanistias em casos de graves
violações de direitos humanos.
Essa decisão tem sido alvo de críticas por parte da doutrina constitucional e
internacionalista, que preconiza que o STF deveria ter empreendido um controle de
convencionalidade, interpretando a Lei de Anistia em consonância com os tratados
internacionais de direitos humanos dos quais a República Federativa do Brasil é
signatária.
Essa lei representa o marco central do processo de transição brasileiro, tanto para
sua evolução quanto para os impasses que, ainda hoje, o retardam. Se, por um lado, a
anistia possibilitou o retorno de exilados políticos ao país e o aliviamento das
perseguições políticas pelo Estado, por outro lado, não puniu nem responsabilizou
penalmente os agentes estatais por seus atos repressivos. Surpreende, ainda, o fato de
estes atores terem, em inércia, continuado em seus postos, amparados pelo grosseiro
perdão que o referido instrumento normativo tornou legal. O caráter bilateral da anistia
brasileira, portanto, contribuiu para que assumisse uma versão ambígua, que perdoava
genericamente e que se omitia de apontar opressores e vítimas de violações de direitos
humanos.
3) Faça uma reflexão sobre a Lei de Anistia e seus efeitos no ordenamento jurídico
brasileiro.