Texto Da AULA 4
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HISTORIOGRÁFICAS DO
SÉCULO XX
AULA 4
Olá, caros alunos e alunas. Nesta aula, veremos como surgiu a nova
esquerda inglesa do século XX. Esse movimento passou a assumir as ideias
de Karl Marx do século XIX, a partir de estudos historiográficos marxistas, que
se consolidaram no meio acadêmico da Inglaterra de meados do século XX.
Depois, é fundamental trabalharmos com os principais historiadores e
acontecimentos que permearam esse cenário, como Eduard Thompson e Eric
Hobsbawm.
Também vamos analisar o crescimento do Partido Comunista Inglês,
sendo essencial considerar nomes como Monton, Maurice Dobb e Dona Torr.
São temas pertinentes ao surgimento da Nova História Inglesa, bem como da
Nova Esquerda Inglesa.
Por fim, trataremos de uma tendência historiográfica que ficou conhecida
como micro-história, ou seja, história com um olhar direcionado, com um
contexto bem definido, com um recorte temático delimitado, que pode ser uma
região, um grupo de pessoas ou mesmo um único indivíduo.
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nazistas. Motivado pela bolsa que ganhou na Universidade de Cambridge, logo
se formou e se tornou um historiador notável. Ele integrou o Grupo de
Historiadores do Partido Comunista. Foi nesse momento que as classes
populares passaram a fazer parte dos estudos historiográficos, o que ficou
conhecido como História Social.
Hobsbawm, assim como toda a formação de historiadores de seu tempo,
teve influência das Grandes Guerras no modo de olhar e analisar a história.
Uma das obras mais famosas de Hobsbawm é A era dos extremos
(1994), na qual desenvolve uma visão aprofundada do século XX,
principalmente entre o início da Primeira Guerra Mundial até a dissolução da
União Soviética, em 1991. Eric Hobsbawm disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Eric_Hobsbawm#/media/Ficheiro:Eric_Hobsbawm.
jpg>. Acesso em: 9 set. 2021.
Na historiografia inglesa, a definição de novos objetos (com novos
personagens, problemas e elementos de pesquisa) revela, assim como
observado em outras vertentes de pesquisadores (a exemplo da Escola de
Annales na França), que o escopo de historiadores e antropólogos passou a se
transmutar, principalmente em relação ao que vinha ocorrendo no pós-guerra.
Além disso, outros nomes passaram a incorporar o cenário das
produções historiográficas na Inglaterra de meados do século XX, tais como:
• Edward Thompson;
• Maurice Dobb;
• Dona Torr;
• Monton;
• Christopher Hill.
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Assim, podemos notar nesse grupo de historiadores, por ora vinculado
ao Partido Comunista, uma fusão entre a reflexão marxista e o trabalho
historiográfico. Depreende-se desses estudos, ainda, o que passou a ser
chamado de História Social, que conferiu visibilidade às classes mais baixas de
toda a hierarquia econômica.
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Saiba mais
Vale a pena assistir Menocchio. Trata-se de um filme bem instigante,
que retrata com detalhes toda a trajetória de Menocchio ao confrontar o alto
clero da Igreja Católica. Acusado de heresia, as únicas ferramentas desse
velho senhor foram os ideários de votos de pobreza e amor.
MENOCCHIO. Direção: Alberto Fasulo. Italia: RAI Cinema, 2018. 103 min.
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Um dos importantes nomes da antropologia ocidental, Clifford Geertz,
passou a privilegiar a micro-história em seus estudos, para conferir mais
centralidade e observar mais detalhadamente um objeto, buscando entendê-lo
melhor. Essa alternância de escalas de observação poderia ajudar a suprimir
falhas em análises muito amplas, com recortes mais amplos ou globais.
Sobre a micro-história, Norbit Elias (2000, p. 20) defende:
Essa foi uma ferramenta possível para Geertz (1989), que defendia uma
visão de análise da cultura sob o viés semiótico. Assim, a cultura existiria
enquanto teia de significados. Por isso, as formas culturais são centrais em
seus estudos, aproximando-os da etnografia. Para o autor, os indivíduos de
uma sociedade, por a construírem, devem entender a cultura, que seria uma
entidade pública.
Para conhecer um pouco mais sobre a metodologia historiográfica e
antropológica de Geertz, vale a pena a leitura de A interpretação das culturas.
Nessa obra, Geertz propõe uma análise de culturas (não somente pela micro-
história), com indícios da necessidade de recortes mais precisos (menores ou
mais concisos), que permitam que as culturas sejam interpretadas. Trata-se de
uma ruptura com o olhar tradicional da ciência, tal como usualmente a
concebemos, caracterizando um passo para a análise do microcosmo social,
com a percepção de relatos e dizeres, ou seja, uma fuga da fonte oficial.
Nas palavras de Ginzburg (1989, p. 173):
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NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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