A Lei Maria Da Penha
A Lei Maria Da Penha
A Lei Maria Da Penha
FASEM Bacharelado em
Direito
A Lei Maria da Penha foi criada visando a proteção das mulheres devido ao
número alarmante de violência e de assassinatos de mulheres, o que fortaleceu a
insurgência de movimentos feministas cobrando solução para coibir tal violência. Em
decorrência das lutas e reivindicações, no ano de 1985, já na fase de redemocratização
do Brasil, o presidente José Sarney fundou o CNDM - Conselho Nacional dos Direitos da
Mulher.
Sua criação em 1985 (Lei 7.353/85) representa a luta das mulheres brasileiras na
afirmação de sua igualdade social como fator fundamental para um verdadeiro processo
de democratização de nossas instituições políticas, após 21 anos de ditadura militar. O
CNDM teve um papel fundamental na garantia dos direitos da mulher na Constituição
de 1988.
O CNDM teve um papel fundamental na garantia dos direitos da mulher na
Constituição de 1988. Para garantir ainda a representatividade feminina na Assembleia
Constituinte, criou-se outro movimento bastante importante, o chamado “lobby do
batom”, o qual foi uma campanha nacional desencadeada pelo Conselho Nacional da
Mulher, com o objetivo de garantir na assembleia constituinte instituída em 1986, que o
novo texto da carta magna trouxesse os direitos buscados pelo movimento feminista no
Brasil.
É de ressaltar, ainda, que a Constituição Federal promulgada garantiu igualdade
formal aos homens e as mulheres no Brasil. No entanto, apesar dos avanços, o maior tipo
de violência que vitimava a população feminina ainda continuava sem resposta estatal,
qual seja, a violência doméstica e familiar.
A Lei Maria da Penha é considerada umas das três legislações mais avançadas
do mundo de enfrentamento de violência contra a mulher. Porém, encontra dificuldade
em sua aplicação devido à redação da própria lei, a qual restringe somente ao juiz algo
que poderia ser resolvido pela autoridade policial no caso da aplicação da medida
protetiva.
É comum ver argumentos de que a Lei Maria da Penha fere a Constituição Federal
em seu art. 5º, inciso I, segundo o qual “homens e mulheres são iguais em direitos e
obrigações nos termos desta constituição”.
Assim, o problema estaria no fato de que a lei teria tratado a violência doméstica
e familiar pelo viés de gênero, o que, para muitos, seria uma “discriminação” do sexo
masculino, pois marcaria uma diferenciação entre homens e mulheres e infringiria o
princípio da isonomia. Esse princípio não significa uma igualdade literal, mas prescreve
que sejam tratadas igualmente as situações iguais e desigualmente as desiguais.