Experimento 2 - Ondas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 10

Universidade de Brasília

Instituto de Física - Física 2 Experimental - 2024/01


Prof: Maria Aparecida Godoy Soler Pajanian - Turma 03

Movimento ondulatório - Onda na corda


Data do experimento 12/04/2024

Bruno da Mata - 231034215


Guylherme Biasi - 222014189
Sophia Lara Pereira - 222026644
1. Objetivo

O objetivo é, por meio de um experimento, observar as ondas estacionárias


reais geradas em uma corda, e mostrar a interdependência entre velocidade,
frequência e comprimento de onda. Além disso, avaliar as características que
influenciam na velocidade de propagação e explorar a interação dos harmônicos em
sistemas de cordas estacionárias.

2. Introdução teórica

A propagação das ondas é um fenômeno físico crucial, responsável por


transportar energia de uma forma para outra. Elas se manifestam em várias formas,
incluindo diferentes amplitudes, frequências e velocidades de propagação. Podemos
classificar as ondas em dois tipos principais: transversais e longitudinais. Enquanto
as ondas transversais vibram perpendicularmente à direção de propagação, as
longitudinais vibram na mesma direção do movimento.

Cada onda, em um momento específico, exibe uma variação espacial que pode
ser quantificada matematicamente pelo seu comprimento de onda (λ). Esse
comprimento é determinado pelo número de oscilações que a onda realiza por
segundo, ou seja, sua frequência (f), e pela velocidade com que se propaga (v).

Se uma onda há de se propagar continuamente no tempo, sua descrição deve


envolver uma fase Φ que, em módulo, cresce linearmente com o tempo. Normalmente
representamos a fase como Φ = - wt, em que w = 2π/T, sendo T o
próprio período da oscilação.

Ondas que se propagam no sentido crescente do eixo das coordenadas são


descritas por uma função (1) e no sentido contrário por uma função (2). Assumindo A
como amplitude da onda, k (número de onda) e W (frequência angular) como
constantes.

y(x,t)=A sin(kx-wt),(1)
y(x,t)=A sin(kx+wt).(2)

Ondas estacionárias
São ondas resultantes da sobreposição de duas ondas de mesma frequência,
mesma amplitude, mesmo comprimento de onda, mesma direção e sentidos opostos.
Se fixarmos as duas extremidades de uma corda, e a exercitarmos, num determinado
ponto, a existência de duas ondas só pode ser conseguida se houver reflexão na
extremidade fixa.

A tensão (τ) é um dos elementos que controlam quão rapidamente uma corda
distendida retorna à sua posição de equilíbrio. Outro parâmetro é a quantidade de
massa que essa tensão terá que acelerar, então quanto maior a densidade (μ),
portanto, maior a massa a ser movida e menor a velocidade de propagação. Logo,
temos:

𝑉
𝑉 = √ (3)
𝑉

No caso de uma corda com as duas extremidades fixas, somente aquelas


ondas cujo comprimento de onda produzem um padrão em que os nós (ponto que a
onda deforma) coincidem com as extremidades físicas poderão oscilar. Isso sugere,
que o comprimento da corda (L) deve ser um múltiplo inteiro de metade do
comprimento de onda (λ) das ondas que podem oscilar nela, ou seja, λ=2L/n.

Neste experimento, investigamos a onda transversal que, ao atingir uma


extremidade fixa, é refletida, resultando em uma interferência entre a onda incidente
e a onda refletida. Isso leva à formação de uma superposição das duas ondas, ambas
idênticas, porém com sentidos opostos. Como resultado, uma onda estacionária é
gerada, representada pela soma das duas ondas:

𝑦 = 𝑦1 + 𝑦2 = 𝑦[𝑦𝑦𝑦(𝑦𝑦 − 𝑦𝑦) + 𝑦𝑦𝑦(𝑦𝑦 + 𝑦𝑦) 𝑦(𝑦,𝑦) = 2𝑦 𝑦𝑦𝑦(𝑦𝑦) cos(𝑦𝑦)

O ponto de amplitude máxima é conhecido como ventre, caracterizando-se


como um ponto de interferência construtiva, onde sen 90º = 1. Os pontos onde não há
oscilação são denominados de pontos de interferência destrutiva, onde sen 180º = 0.

Princípio da superposição:
Quando duas ou mais ondas se propagam simultaneamente em um mesmo
meio, ocorre a superposição das ondas. O valor da oscilação é determinado pela soma
de todas as oscilações individuais que compõem a onda resultante. Chamamos esse
fenômeno de cancelamento ou reforço das ondas, sendo conhecidos como
interferência destrutiva e construtiva, respectivamente.

3. Materiais utilizados

● Excitador de ondas PASCO modelo (WA-9857);


● Gerador de ondas senoidais PASCO (WA-9867);
● Balança de precisão (0,1g);
● 1,83m de corda elástica;
● Conjunto de pesos com suporte;
● 2 suportes de fixação;
● Poste com roldana (polia).

4. Procedimentos

São feitos os seguintes procedimentos:

1. Cálculo de V por meio de τ e μ .


a) Medir a corda não esticada e seu peso. Calcular a densidade e sua incerteza.
b) Pendurar um peso na corda. Medir o peso do conjunto. Procura determinar
o quanto ela se distende. Encontrar uma função para a densidade em função da
distensão.
c) Calcular v usando τ e μ . Admitir que a tensão seja m*g, m sendo a massa
utilizada e g = 9,8 m/s2
d) Achar a incerteza de v.

2. Mostrar que f é proporcional a 1/λ.


a) Manter o mesmo peso na corda para tensioná-la.
b) Ajustar o oscilador para f = 1,0 Hz e aumentar devagar até encontrar a
frequência fundamental (a de λ = 2L). A onda deve ter a maior amplitude possível, com
a ponta do oscilador praticamente parada. Anotar f e λ.
c) Aumentar f até encontrar valores para n = 1, 2, 3,..., anotando λ e as
incertezas. Sendo n = 2L/λ. Fazer uma tabela com n, f e λ.
d) Fazer um gráfico f (1/λ) e obter a constante de proporcionalidade e
incerteza.
e) Comparar o coeficiente angular da reta com v do procedimento 1. Dizer se
são iguais.
3. Mostrar que para ondas estacionárias, só os comprimentos de onda dados por λ =
2L/n são permitidos.
a) Utilizando os dados do procedimento 2, fazer um gráfico λ vs. 1/n e verificar
que o coeficiente angular é 2L dentro das incertezas.

4. Mostrar que a velocidade é proporcional à raiz quadrada da tensão τ.


(a) Substitua a corda elástica por um fio de nylon, para que, mesmo sob a ação do
peso, a corda mantenha o seu comprimento praticamente inalterado.
(b) Coloque um peso de 100 g e determine a frequência para a qual se tem um
configuração com n = 2. Nesse caso o comprimento de onda é igual ao comprimento
da própria corda.
(c) Aumente o peso de 50 em 50g, alternando os pesos de 50g e 100g, até atingir 400g
e, para cada peso, encontre a frequência correspondente para obter n = 2 e faça uma
tabela de f, v, m e τ.
(d) Mostre graficamente que v ∝ √τ.

5. Dados experimentais e análise de dados

Nessa fase, foram empregados os dados de massa e comprimento de uma


seção da corda para determinar sua densidade linear. Em seguida, essa informação
foi integrada à tensão “mg” provocada pelo conjunto de pesos para estimar a
velocidade de propagação da onda na corda.

Comprimento do pedaço de corda não esticado: 95,57 ± 0,05 cm

Foi calculada uma regra de três simples para determinar do pedaço de corda
não esticado:

7,49g - 183,5cm
x - 95,57cm
x = 3,9g

Tabela 1: Corda não distendida


Comprimento(cm) 183,5 ± 0,05

Massa(g) 7,49 ± 0,01

Densidade linear(g/cm) 0,041 ± 7x10^-5

Tabela 2: Corda distendida


Comprimento(cm) 127,5 ± 0,05

Massa(g) 3,90 ± 0,01

Densidade linear(g/cm) 0,031 ± 9x10^-5


Massa do conjunto(g) 310,23 ± 0,01

Tensão(N) 3,04 ± 0,03

Velocidade de propagação(m/s) 31,3 ± 0,02

Neste segundo estágio, o oscilador de frequência foi empregado para determinar oito
frequências fundamentais, e os comprimentos de onda (λ) correspondentes foram
calculados usando a equação λ= 2L/n. Em seguida, foi criado um gráfico de f versus 1/λ para
examinar a linearidade entre a frequência e o inverso do comprimento de onda.

Tabela 3: Frequência dos harmônicos


n f(Hz) λ(cm) Δλ(cm) 1/λ(cm^-1)

1 16,7 191,14 0,1 5,23x10^-3

2 33,5 95,57 0,05 1,05x10^-2

3 49,8 63,71 0,03 1,57x10^-2

4 67,3 47,79 0,03 2,09x10^-2

5 83,8 38,23 0,02 2,62x10^-2

6 100,3 31,86 0,02 3,14x10^-2

7 116,6 27,31 0,01 3,66x10^-2

8 133,9 23,89 0,01 4,19x10^-2


Gráfico 1 (f(Hz) versus 1/λ)

Após a elaboração do gráfico, o coeficiente angular da reta foi determinado


utilizando a relação v = Δy/Δx, permitindo comparação com a velocidade obtida no
experimento 1. O valor calculado foi de 31,9 m/s, aproximando-se do resultado
anteriormente obtido.

Posteriormente, com base nos dados do procedimento anterior, foi gerado


um gráfico de λ versus 1/n para confirmar se o coeficiente angular da reta equivale a
2L (o comprimento do trecho não tensionado da corda). O valor obtido correspondeu
ao resultado experimental.
Gráfico 2 ( λ versus 1/n)
Nessa fase, substituímos a corda elástica por uma corda de nylon para que o
comprimento seja praticamente inalterado. Em seguida, o oscilador determinou seis
frequências e utilizando a equação 𝑉 = 𝜆 × 𝑓 foi calculado a velocidade mostrada na tabela
abaixo. Posteriormente, foi desenhado o gráfico que mostra a relacção de proporcionalidade
entre V e T.
Frequência(Hz) Velocidade(m/s) Massa(g) Tensão(N)

78,1 74,64 119,56 690,82

93,2 89,07 169,32 1.396,32

106,3 101,59 219,3 2.363,40

119,3 114,01 274,88 3.717,83

131,1 125,29 335,13 5.497,15

142,2 135,90 384,87 7.424

Gráfico 3 (velocidade versus tensão)

6. Conclusão

Através do experimento, conseguimos determinar a velocidade de propagação e


confirmar que o produto do comprimento de onda pela frequência é constante. Além disso,
ao analisar o gráfico 1, notamos que o coeficiente angular e a velocidade apresentaram
valores muito próximos, sugerindo uma relação consistente entre eles. As pequenas
discrepâncias nos resultados podem ser atribuídas a erros aleatórios. No gráfico 2,
verificamos que o coeficiente angular foi igual ao dobro do comprimento da corda 2L.

Por fim, o experimento nos permitiu examinar as propriedades que influenciam a


velocidade de propagação nas ondas estacionárias geradas em uma corda, destacando a
interdependência entre velocidade, frequência e comprimento de onda. Portanto, podemos
concluir que o experimento foi bem-sucedido e validou nossas hipóteses.

7. Referências
Halliday, Walker e Resnick, Fundamentos de Física - 2, Editora LTC.

Você também pode gostar