K. I. Lynn - Whispers in The Dark (SOB)

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original, pois assim, você estará incentivando os autores e a
publicação de novas obras.

Tradutora: Bonnie
Revisão Inicial: Duquesa
Revisão Final: Clyde
Formatação: Bonnie/Honey
Sinopse

A falta de energia deixa Mia Harmon presa sozinha no escuro, sem fonte de
luz, exceto seu celular. Assustada, ela se dirige a um vizinho para pedir uma luz.
Tristan, o novo rapaz do 7D, está mais do que dispostos a ajudá-la. Um dia ruim se
transforma em uma noite onde Mia acaba recebendo muito mais do que esperava.
Whispers in the Dark

—F oda-

se. — Eu gemi, olhando para o cartaz pendurado no elevador onde se lia ‘Fora de
Serviço’ e quase cai aos prantos.

O dia começou muito ruim e só estava piorando a cada hora que passava.
Imaginei que ficar encharcada em pé na chuva tinha sido a cereja no topo do bolo,
mas não, estava errada.

Com um suspiro cansado, e uma bolsa pesada no meu ombro e outra ainda a
mais na mão, dei o primeiro passo na minha jornada de sete pisos até meu andar.
No quarto andar tive que fazer uma pausa, então joguei minhas bolsas no chão e
sentei-me no degrau do próximo andar. Fechei os olhos, descansando minha
cabeça nos braços que estavam cruzados no meu colo.

Meus ombros doíam, minha cabeça doía ainda mais, e estava encharcada da
cabeça aos pés. Estava tão exausta, que estava perto de me enrolar no chão e
dormir lá, e teria, se já não estivesse congelando, a escada não estava com a
temperatura controlada.

— Precisa de alguma ajuda? — Perguntou uma voz masculina desconhecida.

Eu não olhei para cima, não me importava quem era. Um minuto a mais, era
tudo que precisava para continuar. Isso e um banho quente que me esperava assim
que terminasse de subir os andares restantes.

— Não, estou bem. Eu só preciso de um minuto. — Dei-lhe um polegar para


cima e esperava que ele fosse continuar o seu caminho.
— Você tem certeza? — Ele perguntou de novo, com uma verdadeira
preocupação evidente em sua voz.

Respirei fundo e levantei minha cabeça. Meus olhos se arregalaram


enquanto olhava para o estranho na minha frente. Sua jaqueta de couro estava
cheia de gotículas de água, seu cabelo castanho achatado na cabeça e encharcado
até a raiz. Seus olhos verdes me atraíram como um farol na escuridão. Nunca tinha
visto ele antes, o que era estranho, porque conhecia praticamente todos os
moradores. Nós muitas vezes realizamos um mutirão no jardim da cobertura e eu
teria me lembrado de ter visto um cara lindo como ele, mesmo encharcado.
Mandíbula forte, ossos da face afiados, e um ótimo porte físico, sim, eu teria me
lembrado dele.

— Quem é você? — As palavras escaparam sem que percebesse, bati minha


mão sobre a boca. Ele soltou uma risada, expondo um conjunto perfeito de dentes
brancos. — Quero dizer... Você deve ser novo?

— Sim, eu sou. Tristan. — Ele estendeu a mão, então a peguei.

Eu queria lamber qualquer parte dele, mas me contentaria com sua mão por
agora... Ele era tão gostoso.

— Mia.

A mão dele era grande, quente e áspera. Acrescente a vibração sexy que
estava sentindo, e as imagens de nós dois nus apareceu na minha cabeça.

— Prazer em conhecê-la, Mia.

Balancei a cabeça e olhei para ele sem piscar, as visões ainda dançando na
minha cabeça quando olhei em seus olhos.

— Vai precisar de uma mão para subir? — Seu olhar se moveu para baixo,
onde as nossas mãos ainda estavam ligadas. Nem percebi que ainda estávamos de
mãos dadas. Deus, não estava babando, estava?

— Você tem certeza? — Sorri para ele, tentando fazer com que a situação
não me fizesse uma estranha psicopata.
Ele soltou uma risada profunda. — Por um tempo, mas então você pode tê-
la de volta.

— Promete?

— Prometo.

Todo o meu corpo estava frio quando o deixei ir. Não sabia que sua
presença tinha batido de volta algumas das minhas melancolias, que voltaram com
força total.

— Então, você vai ficar bem se eu sair?

Revirei os olhos para ele. — Vou ficar bem. Tem sido um dia realmente
horrível.

— Isso não pode ser de todo ruim.

— Sim? Por que isso?

Ele sorriu. — Você me conheceu. — Inclino minha cabeça para trás com o
riso quando ele se aproxima e passa por mim. — Veja você por aí, Mia.

— Ótimo. Vou tentar me lembrar disso.

Ele parou no degrau acima de mim, sua língua espreitando para fora para
lamber os lábios. — Você vai ser um problema, não vai?

Encolhi os ombros. — Isso é o que o meu pai costumava dizer.

Tristan assentiu. — Oh, ele estava certo.

Após o som de seus passos recuarem, abanei o meu rosto com a mão. Não
tinha sido ousada assim em meses... Desde a noite em que minha melhor amiga
Casey e eu bebemos Martini um pouco demais no bar da rua.
Respirei fundo e reuni as minhas forças. A vontade de usar o meu chuveiro
estava crescendo, e ainda tinha alguns lances de escadas para subir. Com minhas
bolsasd na mão, terminei a subida da desgraça.

O fim estava próximo. A porta vermelha brilhante com 7C em dourado


pintado estava diante dos meus olhos, e o meu coração e corpo cantavam. Estava
um pouco fora do tom, mais como lamento de gatos, mas de forma alguma reduziu
a euforia de finalmente estar em casa.

Até perceber que a minha chave não estava na mão.

Me inclinei para frente, choramingando com minha testa descansando


contra a velha porta de madeira. As bolsas escorregaram da minha mão, caindo no
chão.

— Ah, chega de drama, Mia. Foram apenas sete andares. — Disse a voz
familiar da minha vizinha enquanto passava.

— Dia ruim, Lena.

As chaves dela tilintavam quando ela as puxou. — Eu posso ver.

— Eu estou com a língua para fora, você simplesmente não pode vê-la. Mas
aposto que você pode ver isso. — Coloquei meu braço e imitei um pássaro.

Ela riu. — Encontre suas chaves porra. — A porta se abriu. — Ah, e não se
esqueça de que vamos nos encontrar para jantar amanhã à noite.

— Seis?

— Sim, agora vou entrar. Se não conseguir entrar em cinco minutos, vou
voltar aqui e jogar suas bolsas por um lance de escadas.

Solucei com o pensamento de subir mais um degrau.

— Isso é o que eu pensava. — A porta se fechou atrás dela, e olhei para os


meus pés, localizando minha bolsa. Encontrei minhas chaves e abri a porta. Depois
de trancar a porta atrás de mim, joguei minhas malas no chão e encolhi os ombros
sobre meu casaco. Movi a bolsa mais pesada, que continha as minhas recentes
compras no supermercado, e descarreguei na cozinha.

Uma vez feito isso, fui para o meu quarto. Uma fraca luz entrava pelas
janelas e a chuva batia enquanto o céu escurecia. Seria um breu em alguns
momentos, o pôr do sol se aproximando rapidamente.

Tirei meus sapatos e minha roupa molhada, jogando-as no cesto no meu


caminho para o banheiro.

Acendi a luz quando entrei e recuei para me olhar no espelho. Meus olhos
castanhos pareciam cansados e minha pele estava pálida, fazendo minhas
bochechas parecerem dois balões no meu rosto. O mais notável era o desastre que
estava o meu cabelo.

Minha amiga Casey era capaz de iluminar o meu cabelo loiro escuro natural,
agora era um poço de loiro platinado. Inferno estava quase branco.

Ao me olhar novamente no espelho, franzi os lábios e arqueei as


sobrancelhas como se dissesse: — Sério? — Suspirei presa com a aparência, pelo
menos, um pouco de tempo, então poderia muito bem me acostumar com isso.
Cinco dias depois, e ainda estava impressionada com a mudança cada vez que eu
me via.

Pulei no chuveiro, deixando o calor da água tirar o gelo do meu corpo


devido à baixa temperatura da chuva fria.

Minha mente começou a vagar, e queria que fosse sexta-feira à noite. Na


verdade, estava apenas um dia de distância, mas ainda estava muito longe após o
dia que eu tive. Queria dormir até tarde na manhã seguinte, aconchegar-me em
minha cama quente, não queria acordar até o romper da aurora.

Embora eu tivesse conhecido Tristan, e que só poderia me fazer esquecer o


dia catastrófico. Meu corpo aqueceu apenas com a lembrança de sua mão calejada.
Fazia meses que tinha sido tocada por um homem, e a rugosidade em sua mão
tinha me implorado para senti-la em cima de mim.
Mordi o lábio quando uma dor familiar começou a se espalhar entre as
minhas coxas, e contemplava as minhas opções. Havia sempre o conforto frio da
minha vibração, mas com o frio que estava sentindo, queria algo quente
pressionado contra mim.

Meu ex, Greg, me mandou uma mensagem no início do dia para uma
rapidinha. Era uma oferta tentadora, mas sendo ele, não era o suficiente para
concordar, não importa o quão desesperada estivesse. Ele sempre foi um idiota, e
queria outra espécie de experiência, concordar ainda me deixaria querendo. Eu
provavelmente iria acabar usando meu vibrador depois que ele saísse, voltando
para a primeira opção. Além disso, haveria pratos sujos que ele me deixaria graças
ao seu lanche depois do sexo.

Desde que ia ficar querendo, de alguma forma ou de outra, a minha mão


arrastou-se para baixo pelo meu estômago. Meus olhos se fecharam quando os
meus dedos deslizaram em meu clitóris. Estava molhada, e não apenas pela água
do chuveiro.

Meu dedo do meio pressionado contra a pequena protuberância, já


familiarizada ao longo dos anos. Deixei escapar um pequeno gemido, minha
respiração prendendo quando a minha mão aumentou o seu ritmo.

Estava quase gozando quando Tristan veio a minha mente, me deixando


mais excitada. Minhas pernas começaram a tremer, a familiar construção na boca
do meu estômago. Meus olhos se abriram sem foco à medida que olhava para o
chuveiro.

Então, tudo ficou escuro.

Pisquei contra a escuridão, meus movimentos pararam. Notei a sensação da


água fria na minha pele, então percebi que não tinha desmaiado.

Minha mão golpeou contra a cortina de chuveiro, deslizando o suficiente


para olhar para fora. Tudo estava escuro, nem mesmo um brilho através da janela
do prédio do outro lado do corredor ou na rua abaixo.

Aguardei um momento, esperando que fosse apenas temporário, mas


depois de um tempo desisti.
— Porra!

Deixei escapar um suspiro duro e me atrapalhei para desligar o chuveiro.


Com as mãos cegas, abri a cortina e peguei a minha toalha. Uma vez localizada,
joguei em torno de mim e segurei na borda da banheira para sair.

Sequei-me e tentei lembrar onde tinha uma lanterna, ou qualquer coisa para
me ajudar a enxergar no escuro como breu. Nem sequer tinha a lua para me ajudar,
com a chuva ainda derramando lá fora. Enrolei a toalha em torno de mim. Procurei
pelo caminho, esbarrando nos móveis, até mesmo depois de quase arrancar meu
dedo do pé mais de uma vez, consegui chegar à minha bolsa. Meu celular poderia
pelo menos me ajudar a encontrar outra fonte de luz.

Tinha algumas velas espalhadas pelo meu apartamento, e tinha certeza que
a lanterna estava escondida em uma das gavetas da cozinha.

Depois de uma jornada precária e derrubando mais de uma coisa, encontrei


minha bolsa, onde tinha deixado cair quando entrei. Dei um suspiro de alívio
quando o brilho da tela se iluminou, rompendo o escuro.

Com um pouco de iluminação, fui para a cozinha e comecei a vasculhar as


gavetas. Uma forma redonda familiarizada chamou minha atenção, e retirei minha
primeira e única lanterna.

Suspirei de alívio, depois passei para a direita quando percebi que a


lanterna não estava funcionando.

Nada. Somente a escuridão.

— Foda-se.

Eu a sacudi contra a minha mão, e nada ainda. Não que realmente pensasse
que iria funcionar, mas estava desesperada. Tirei as pilhas e mudei-as de lugar.

Nada. Era pilhas D, um tamanho que não tinha extras em casa.


Resmungava e andava com minha lanterna improvisada para onde tinha
uma pequena variedade de velas. Meus olhos se ajustaram um pouco ao escuro,
mas ainda era um desafio me locomover.

Peguei a caixa de fósforos e abri, amaldiçoando quando olhei para dentro.

— Você tem que estar de brincadeira comigo! — Gritei, sentindo um aperto


no peito.

A caixa estava vazia. Eu não tinha nenhuma maneira de acender as velas.

Esfreguei a palma da mão contra a minha sobrancelha em agitação. O que eu


tinha dito antes?

O dia não poderia ficar pior? Mentira.

Tinha que ir para o apartamento da Lena, ela provavelmente teria algo que
poderia me ajudar. Ela costumava fumar, e tinha sempre um isqueiro ou dois por
lá.

Foi a primeira vez que realmente desejei que minha lareira não tivesse sido
fechada e estivesse funcionando ao invés de apenas uma característica
arquitetônica. Elas eram uma responsabilidade em edifícios antigos como o que
vivi antes.

Não havia nenhuma maneira de sair apenas de toalha, não importa o quão
perto o apartamento dela fosse do meu, então voltei para o meu quarto para me
trocar.

Vesti em um top simples e calças de ioga, mesmo assim foi difícil, e rezei
para dar certo. Não me incomodei de fazer qualquer coisa com meu cabelo ainda
molhado, só ia ficar fora um minuto.

Escorreguei em meus chinelos de casa, e com a ajuda do meu celular, fui até
o seu apartamento.
Segui com passos cautelosos no corredor escuro como breu, uma mão sobre
a minha fonte de luz, me guiando pela parede, mantendo-me constante. No ritmo
que estava usando meu telefone, ficaria sem bateria a qualquer momento.

Não foi uma caminhada muito longa, talvez, uns 20 passos, mas nas
condições atuais parecia um quilômetro. Havia uma janela, no outro extremo do
corredor, mas mal conseguia ver onde estava, e não havia luzes de segurança.
Parecia um mundo estranho.

Deixei escapar um suspiro de alívio quando vi as letras douradas de 7D e


comecei a bater na porta.

— Lena, é a Mia. Preciso de uma luz. — Parei e esperei, mas não houve
resposta. — Lena. Venha, abra a porta. Estou começando a surtar. — Parei
novamente, pois já estava quase derrubando a porta. — Lena! Por favor, responda!

Ela não estava em casa, e o medo estava comprimindo o meu peito. Não
tinha medo do escuro, por si só, mas era realmente assustador, sem nenhuma
iluminação.

— Ela saiu cerca de meia hora atrás. — Uma voz masculina disse atrás de
mim.

Eu pulei, virando e quando fiz isso me estabeleci contra a porta do


apartamento de Lena.

— Oh, oi. — Olhei com os olhos arregalados para ele, observando-o com os
braços cruzados sobre o peito, enquanto ele se encostava na porta. Um brilho
suave da luz filtrada de dentro do seu apartamento.

— Tristan.

Ele sorriu para mim. — Precisa de alguma coisa?

Minha postura relaxou. — O que você está oferecendo?

— Essa é uma pergunta capciosa, linda.


Meu rosto se aqueceu, balancei minha cabeça. — Jogos... Tem um isqueiro?
Alguma coisa?

— Que tal você vir aqui, e vamos ver o que podemos encontrar?

Eu balancei a cabeça. — Ok.

Dei um passo para frente e passei pela porta de Tristan, enquanto ele
fechava a porta atrás de mim. Caixas estavam empilhadas contra as paredes e no
meio do chão, algumas peças de mobiliário misturadas no meio.

— Liguei para a empresa de energia. A tempestade derrubou a energia em


todos os lugares, por isso estamos muito... Muito presos assim por um tempo.

— Fantástico. — Deixei escapar um suspiro.

Uma lanterna estava no topo de uma pilha de caixas que era responsável
por iluminar o escuro. Não era muito, o suficiente para iluminar o espaço para que
pudéssemos ver as formas básicas, mas era melhor do que a escuridão. Pelo menos
não estávamos tropeçando.

— Então, há quanto tempo você está aqui?

Ele começou a mover as coisas ao redor, limpando a mesa de centro e me


oferecendo um assento. — Mudei no domingo, mas tive que trabalhar na segunda-
feira, por isso não olha a bagunça.

— Eu não vejo nada mesmo. Basta saber que perdi isso, já que você teria
que passar pela minha porta. Este lugar está vago há meses. Fiquei me
perguntando se eles deixariam assim para sempre ou se iriam alugar. — Eu pensei
de volta para o fim de semana e me lembrei de onde estava. — Oh, isso é certo.

— O que é certo?

Apontei para a minha cabeça, em seguida, lembrei que ainda não tinha
escovado meu cabelo antes de sair no hall, tão bem quanto o que estava vestindo.
— Oh, merda.

Ele sorriu para mim, parecendo saber o que estava acontecendo no meu
cérebro. — Você parece bonita, não se preocupe.

Revirei os olhos. — Estou uma bagunça quente. Estava no meio de uma


chuveirada, quando as luzes se apagaram.

Ele fez uma careta. — Isso não foi divertido. — Ele fez uma pausa enquanto
pensava sobre o assunto e, em seguida, deu uma risadinha. — Na verdade, se
estivesse lá, teria sido.

— Tão certo de si mesmo? — Levantei uma sobrancelha para ele.

Ele bufou. — Oh, vamos lá, você sabe que gostaria de me ver tropeçando
para fora da banheira no escuro.

Balancei minha cabeça e soltei uma risadinha. — Está escuro. Como é que
vou rir pra caramba da sua estupidez?

Ele franziu os lábios. — É verdade. — Ligou uma lanterna e olhou para o


que estava escrito nas caixas. — Você está com fome? Estava preste a fazer o
jantar. — Ele rasgou a fita de uma das caixas e começou a vasculhar.

— Como você vai fazer isso? — Eu perguntei. Não tinha energia. A menos
que ele estivesse escondendo um gerador em uma dessas caixas, suspeitava que
frios e pães estivessem no menu.

— Ah- ha! — Ele cavou ainda na caixa e tirou um objeto de metal estranho
em triunfo.

Eu levantei uma sobrancelha para ele e ele balançou a cabeça. — O que é


isso?

— É um fogão de acampamento portátil. — Ele sorriu para mim. — Eu não


tenho muita coisa, mas tenho macarrão, parmesão e um pouco de frango enlatado.
Não é gourmet ou qualquer coisa, mas dá pra esquentar.
Quente como você. Engoli em seco, mudando de lugar, e limpei as minhas
mãos suadas em minhas calças. Por que estava ficando tão excitada por apenas
estar perto dele? Já tinha ficado próxima de caras gostosos antes.

— Eu poderia comer algo quente. Meu chuveiro não me ajudou muito, não
me descongelou do frio o suficiente.

Ele sorriu para mim, seus olhos se movendo para cima e para baixo do meu
corpo. — Oh, baby, posso dar-lhe algo quente, e aquecê-la muito bem.

Minha boca caiu enquanto meus olhos se arregalaram. — Oh, meu Deus,
você está flertando comigo?

Ele balançou a cabeça. — Não, você é quem está flertando aqui. Todos os
seus duplos sentidos, vem aqui toda livre e de banho tomado.

— Eu não vim aqui especificamente. Nem sabia que você estava neste andar.
Você não disse. E como você mesmo sabe que estou livre quando não há luz
suficiente para dizer se estou ou não usando sutiãs?

— Não.

— Desculpe-me? — Corri minhas mãos pelo meu cabelo.

— Não está usando um. Eu poderia dizer no momento que vi você... — Ele
exalou em uma corrida, e parecia algo erótico, como se próxima refeição fosse
minha boceta. Porra, eu estava fodida... O que poderia ser muito bom se fosse no
sentido literal. — E você não me perguntou enquanto estava no chão.

— Bem, acho que pensei que ia te ver outra vez e poderia descobrir depois.
Eu não acho que estaria esbarrando em você de novo tão cedo. — Ou teria
colocado um maldito sutiã. De preferência, um que não fizesse meus seios
parecerem seu próprio código postal.

— Desapontada?
Foi a minha vez de olhá-lo de cima a baixo. Desde que eu o tinha visto no
corredor, ele derramava a água de suas roupas em favor de uma camiseta e uma
calça seca que era de cintura baixa envolvendo seus quadris. — Longe disso.

Ele sorriu para mim. — Boa resposta. — Sua mão apertou em torno do
punho da lanterna. — Vamos lá, vamos fazer um pouco de comida.

Eu segui o rastro de luz para o próximo ambiente que era uma cozinha
vazia, juntamente com mais caixas.

— Então, o que você faz homem sobrevivência? — Eu perguntei. Ele riu ao


ouvir o nome e pegou uma toalha, entregando-me e apontando para a minha
cabeça. — Obrigada. — Enrolei meu cabelo e comecei a puxar o resto da água que
escorria pelas minhas costas.

— Eu trabalho em casa. Sou uma espécie de pau para toda obra na


construção civil.

— Isso explica as mãos calejadas. — Disse enquanto me inclinava contra o


balcão.

— Ah, você notou, certo? — Ele parecia envergonhado, cerrando os punhos.

— Oh, sim. — Tive que desviar o olhar quando as imagens encheram


novamente minha mente.

— A minha ex odiava.

Meu olhar estalou de volta para ele. — Que tipo de dano cerebral ela tem?

Ele soltou uma risada e sacudiu a cabeça. — Droga, garota.

— O quê?

— Você sabe o quê. Está dizendo que gostou das minhas mãos? É por isso
que não queria devolvê-las mais cedo? — Perguntou enquanto puxava algumas
coisas fora de uma das caixas que estava marcado “Cozinha”.
— Eu posso ou não, ter pensado sobre elas, enquanto estava no chuveiro.
— Disse, me embaraçando totalmente. Ele bateu a cabeça no armário. — O que há
de errado comigo hoje? — Revirei os olhos para mim.

Seus olhos escureceram e sua língua espreitou para molhar os lábios. Ele
limpou a garganta enquanto ajustava sua postura. — Disse que ia ser um problema.

— Juro, a culpa é sua. Não quero continuar a dizer essas coisas, mas, não sei,
você tem essa aura que sussurra em meu ouvido para dizer todas as coisas que o
meu cérebro normalmente tenta filtrar.

Ele deu um passo em minha direção, sua mão estendida e apoiada no meu
quadril. — Isso é chamado de atração, e uma vez que sente, ele infecta o espaço
que nos rodeia. Essa também é a razão pela qual você foi me procurar sem sutiã.

— Eu nem conheço você, de modo que pode ser uma pessoa perigosa,
incluindo a falta do sutiã. — Respiro estremecendo quando seus dedos
encontraram seu caminho em minha blusa. Ele traçou pequenos círculos no
pequeno espaço de pele agora exposta.

— Não sou uma pessoa de uma noite. Mas com a doce vizinha sem sutiã com
um senso de humor que finge não ter lanterna em seu apartamento, mesmo que ela
não esteja esperando um movimento.

— Isso é para torná-lo melhor, e me faz querer tirar aqui e agora? — Eu


perguntei. Larguei a toalha molhada agora no balcão e balancei meus cabelos
úmidos. Muito melhor.

Ele se inclinou mais perto. — Apesar de que seria bom o que isso significa é
que gostaria de levá-la para sair, mais do que uma vez. Talvez dar uma tentativa
para aquela coisa de namoro, porque a atração não é um problema.

Um pequeno gemido deslizou pelos meus lábios enquanto sua mão se


moveu mais acima na curva do meu quadril. — Ah, com certeza... Você diz isso
agora, mas o que acontece quando meu sutiã reaparecer? Você acha que ainda vai
ter alguma coisa aqui?

— Eu gostaria de saber. — Disse ele, seus lábios assombrados.


Meus olhos se fecharam quando se inclinou para pressionar seus lábios nos
meus, mas ele não estava lá. Quando os abri, sua mandíbula estava tensa e sua
respiração pesada.

— Nós precisamos clarear as coisas, porque se te beijar, não vou parar.

Eu sussurrava. — Só um beijinho?

Ele soltou uma risada triste. — Não. Porque você não será capaz de parar
também. — Ele deu um passo para trás e voltou para arrumar o fogão de
campismo. — Então, para mudar o assunto para longe de belas sereias, o seu
incrivelmente forte chamado, e um apartamento de buraco negro que suga longe
sutiãs e lanternas, o que você faz?

Meus olhos se estreitaram para ele. — Estou começando a pensar que


lanternas são códigos para outra coisa. — Ele deu de ombros e sorriu para mim. —
Bem, para responder a sua pergunta, sou contadora de consultório odontológico.
Nada emocionante, mas paga as contas.

Vi quando ele ligou uma caixinha para o fogão, e depois acendeu um fósforo.
Chamas azuis piscaram amarelos nas extremidades germinadas do dispositivo
pequeno e ele colocou uma panela pequena que estava cheia de água, deixando-nos
esperar para ferver.

— Isso não parece muito emocionante. Então, novamente, nunca quis um


trabalho de escritório.

— É isso que você faz, dirige uma construtora?

Ele balançou a cabeça. — Não, tudo começou quando estava no colégio.


Meus pais compraram uma casa que foi construída em 1893, e nós trabalhamos
juntos para restaurá-la. E é aí que o assunto sem fim com o amor da minha vida
começou.

— Espere. Você restaura casas?

Ele acenou com a cabeça. — Qualquer edifício antigo, na verdade.


— Isso é muito empolgante, e parece divertido.

Seus dedos trabalharam para abrir o pacote de macarrão, e não conseguia


desviar o olhar. Caramba, como eu os queria em mim.

— É. As coisas eram construídas melhor e com muito cuidado na época.


Hoje são peças pré moldadas, mas naquela época, todas elas eram únicas com
muitos detalhe bonitos.

Minhas sobrancelhas se ergueram. — Uau, você realmente é apaixonado


pela casa. Foi por isso que mudou para esse lugar?

— Isso. O proprietário do edifício quer voltar aos primeiros anos e fazer


uma bela renovação estilo dos anos oitenta.

Deixei escapar uma risada. — Sim, é realmente terrível.

— Eu estou realmente animado com isso. Estive pesquisando a história do


edifício, e não quis acreditar em todas as coisas que este lugar já viu.

— Você vai me dizer que era um bordel ou algo assim?

Seus lábios tremeram enquanto jogava a caixa de macarrão na água


fervente. — Não, mas nos seus primeiros anos, tinha um bar clandestino.

Eu sorri e coloquei minha mão em no quadril. — Tem alguma coisa para


beber com a nossa refeição gourmet, ou isso é um apartamento sem bebidas?

Ele franziu a testa para mim e tentou não rir. — Ora, senhorita, eu acredito
que tenho um pouco de cerveja na geladeira.

— Cerveja? Fogões de acampamento e lanternas? Você está sempre tão


preparado?

— Eu era escoteiro, e esse é o lema.


Ele pegou uma lata de frango e esvaziou antes de adicionar o pote de
macarrão. Cheirava tão bom, fazendo meu estômago roncar.

Pulei quando senti algo em mim. Era a mão de Tristan.

— Não, não. — Disse ele em um tom de provocação, quando bateu no meu


estômago. — Está quase pronto.

Se a luz não estivesse tão fraca, tenho certeza que ele teria visto meu rosto
corar.

Com uma tigela quente em uma mão e uma cerveja ainda gelada na outra,
voltamos ao único lugar disponível para sentar - o sofá. Ele retirou um pouco de
coisas da mesa de centro para colocar os nossos pratos e a lanterna.

Soprei o macarrão quente antes levar o garfo a minha boca. Um gemido


deslizou, devido o calor da comida, se espalhando em mim.

— Isso é bom. — Eu disse enquanto dava outra mordida.

— Obrigado. É um ótimo alimento de acampamento.

— Você acampa sempre?

Sua boca se abriu para dar uma mordida, mas ele fez uma pausa, depois
soprou sobre a comida, ele tentou resfriá-la. — Eu gosto de sair para acampar
umas duas vezes por ano. Pego a minha mochila e meu carro com equipamentos
de camping.

Minha testa enrugou. — Qual é a diferença?

Ele sorriu. — Deixe-me adivinhar - você nunca foi acampar?

Eu balancei minha cabeça. — Menina da cidade de ponta a ponta.

— Bem, talvez eu possa ter que te mostrar.


— Talvez você possa. — Eu dei-lhe uma piscadela.

— Talvez em algumas semanas.

Balancei a cabeça concordando. — Já vou avisando, sou uma menina muito


feminina.

Ele riu. — Eu imagino. Não se preocupe, vou pegar leve com você pela
primeira vez. Aqui vai uma dica, use um sutiã resistente.

— Eu estava meio que esperando difícil, com um pouco fácil misturado e


sem calcinha especial necessária.

Ele gemeu. — A menina... — Ele limpou a garganta e sacudiu a cabeça. —


Nós poderíamos ter uma luz do carro acampando para dar-lhe uma experiência.

— Tenho a sensação de que há muitas coisas para experimentar com você.


— Ele soltou um gemido. Eu apertei meus olhos e suspirei. — Sinto muito.
Apenas... Simplesmente ignore-me.

— Confie em mim, estou tentando, mas você está fazendo isso... Duro.

—Duro? — Meu estômago virou e senti um aperto nas minhas coxas com a
ideia dele estar excitado. — Não estava pensando que precisava de algo duro cerca
de uma hora atrás?

— Pare. Favor. Não posso continuar muito mais. — Disse ele com um
gemido. Sua mandíbula estava cerrada e apertada, seus os olhos estavam fechados.

— Desculpe. — Disse e desliguei a minha cabeça. Que diabos havia de


errado comigo?

— Eu estou tentando não ser aquele cara. Aquele que conhece uma garota e
transa com ela em uma noite apenas. Não gosto dessa merda, mas porra... Mia, você
me faz querer quebrar minhas próprias regras e arrastá-la para a minha cama
como um homem das cavernas.
Gostei dessa ideia, muito, mas abstive-me de dizer a ele de alguma forma.
Mesmo que minha boca não estivesse cooperando até agora, por isso fiquei
surpresa quando ela ficou fechada. Talvez fosse porque podia ver que Tristan era
um bom cara, e ele estava tentando ficar desse jeito. Não era possível meu lado de
sacanagem súbita apreciar e respeitar isso?

Coloquei minha mão na sua e minha pele irrompeu em arrepios do


formigueiro que se movia entre nós. — Obrigada por ser um cara legal.

Ele relaxou e terminou o resto de sua tigela. Ele agarrou minha tigela vazia
com a sua e se levantou, indo para a cozinha.

A tensão sexual que havia sido persistente no ar se transformou em um


humor estranho, nenhum de nós sabia o que dizer.

Depois de enxaguar a louça, ele voltou e sentou-se ao meu lado. Meus olhos
encontraram os dele, e dei-lhe um sorriso quando ele pegou minha mão na dele.

— Você tem certeza que é uma boa ideia?

Ele sorriu. — Pensei que se não somos capazes de lutar contra o que tenho
certeza, quer seria inevitável, que deveria pelo menos, começar com a primeira
base.

Culpa continuou a rolar em mim. — Poderia voltar para o meu apartamento.


Afinal, a única razão pela qual sai era para conseguir uma luz.

Sua testa franziu e ele soltou minha mão quando fugiu para longe. Uma dor
se propagou no meu peito com cada centímetro do espaço criado.

— Se é isso que você quer. Posso ajudá-la com isso.

Não gostei do rumo dos acontecimentos, ou como ele parecia levar minhas
palavras, então peguei sua mão e entrelacei nossos dedos. — Mas ficar aqui é
muito melhor.

Ele me deu um sorriso genuíno e me puxou para mais perto, então estava
enrolada com a cabeça deitada no ombro dele, os meus pés debaixo de mim.
Ficamos ali por alguns minutos, curtindo um ao outro. Era uma tortura, e
tomei toda a minha força interior para não inclinar a cabeça para cima e beijá-lo.

— Oh, merda! — Falei com meus olhos arregalados.

— O quê? — Ele perguntou, olhando em volta a procura de algo que poderia


ter causado o meu desabafo.

— Meu apartamento está destrancado. — Disse preocupada. — Eu preciso


voltar lá.

— Você realmente acha que alguém vai subir sete lances de escada e entrar
ao acaso no seu apartamento?

— Não, mas quem sabe o cara estranho do 7A?

— Há um cara estranho no 7A? — Perguntou ele. Balancei a cabeça. — O


que é tão assustador sobre ele?

Meu lábio enrolou. — Ele está sempre olhando de soslaio para mim e dando
em cima de mim com as piores desculpas possíveis. Ele vem apenas de cueca,
encostar-se à minha porta e me pede algo que nem sequer precisa.

— Algo que ele não precisa mesmo? — Tristan riu com isso.

— Sim, o cara uma vez veio com a desculpa clichê de açúcar, e quando
perguntei o que ele estava fazendo, ele disse massas.

Desatou a rir com a resposta. — Massas?

Eu balancei a cabeça. — E quando terminei com meu último namorado, ele


gentilmente ofereceu seu corpo para me confortar.

Ele olhou para mim, seu sorriso desapareceu. — Por favor, me diga que ele
ofereceu um abraço?
Balancei minha cabeça. — Não, ele ainda agarrou sua virilha e lambeu os
lábios quando disse isso.

A cabeça de Tristan inclinou para trás. — Não! — Seus olhos estavam bem
fechados. — Ok, se você tem que voltar para trancar seu apartamento, vou junto
com você para proteger a sua virtude.

Eu sorri. — Oh, isso foi há muito tempo.

— A virtude! — Disse ele, enfatizando a palavra quando agarrou a lanterna


para nos guiar para baixo no escuro. — Você é uma donzela virtuosa, e não há um
dragão covarde atrás de você.

Sorri e gritei para ele. — Ahhh! Você é meu cavaleiro branco?

Fomos em direção à porta, de mãos dadas.

— Sim. É isso mesmo. — Sua coluna se endireitou. — Cavaleiro branco com


minha lanterna brilhante...

Bati no seu braço e olhei para ele com os maiores olhos de corça que
poderia reunir.

— Derrubando a escuridão. Meu herói!

Ele riu quando virou a maçaneta, abrindo a porta que dava para o corredor.
Estendi a mão e agarrei seu braço com a mão livre enquanto dávamos pequenos
passos no corredor. Mesmo com a lanterna na mão, o piso ainda estava escuro.
Meus chinelos raspavam contra o corredor acarpetado, os olhos tentando se
concentrar em qualquer coisa nova que aparecesse quando caminhávamos. — A
maneira que você está agarrada a mim, parece que nós estamos em um filme de
terror. — Ele sussurrou.

— Com certeza parece que estamos. Quando é que o machado assassino


empunhado vai sair e cortar, nossas cabeças?

Ele riu, mas mal o ouvi – com um estrondo no peito. — Estou aqui para
protegê-la, não é?
— Por que você está sussurrando? — Eu perguntei. — Está fazendo o filme
de terror parecer pior.

Ele riu. — Eu não sei. Como está tão escuro e silencioso, apenas senti que
deveria. Será que importa?

— Não, só está sendo bobo.

— E você tem um problema com bobagem?

Eu mostrei a língua para ele, mas duvidava que ele visse. — Acontece que
amo bobagens.

— Isso é bom, mas precisamos ficar quietos mesmo.

— Por quê?

— Porque nós estamos nos movendo para baixo na caverna. Nós não
queremos alertar o dragão sob a nossa presença.

Continuamos no nosso ritmo lento até que o dourado 7C começou a brilhar,


e dei um suspiro de alívio, o meu aperto sobre Tristan diminuiu. Ele me conduziu
para dentro na frente dele e fechou a porta atrás de nós, trancando-a.

— Por que você fez isso? — Perguntei, apontando para a fechadura.

Tristan não disse nada, mas desligou a lanterna e a sala ficou


completamente escura.

— Tristan. O que está acontecendo? — Meu pânico começou a surgir. Que


diabos ele estava fazendo?

— Shh. — Ele passou o braço em volta da minha cintura.

— Ora, faça o fav...?


Ele me cortou quando seus lábios encontraram os meus. Soltei um grito em
estado de choque, mas foi derretido em um gemido quando o beijo se aprofundou.

Sua mão segurou meu rosto e seus lábios arrastaram até a minha orelha.

— Tris...

— Shh.

Meus dedos foram para sua camisa, minha mente tentando descobrir o que
estava acontecendo. Então ouvi Toc, toc!

— Mia, você está em casa?

O cara estranho do 7A!

Eu fiquei congelada, rezando para que ele realmente não nos visse ou
ouvisse.

A maçaneta da porta balançava, e houve outra batida junto com o meu nome
sendo chamado. Na pequena abertura por debaixo da porta sua luz era
completamente visível. Depois de alguns minutos de silêncio parado, a luz se
afastou, e o som de seus passos diminuiram.

Uma vez que ouvimos um clique da porta fechando a distância, Tristan


acendeu a luz novamente. Havia um brilho nos olhos e um sorriso em seu rosto
quando ele veio à tona.

— O dragão quase nos pegou. Ainda bem que havia esta caverna e podemos
nos esconder nela. — Eu ri e trouxe seus lábios até os meus para um beijo rápido.
— Droga, realmente a quero agora. — Ele respirou fundo e soltou o ar lentamente.
— É melhor nos apressarmos. Nós não sabemos quando a besta vai voltar.

Eu balancei a cabeça. — Certo.


Meus olhos percorreram ao redor, procurando o vago contorno da minha
bolsa em algum lugar no chão. Ou a movi para o aparador? Andamos alguns
metros, e vi ao lado da parede da minha mesa de entrada pequena.

Minhas chaves não estavam lá.

— Merda! — Eu assobiei quando vasculhei. As coloquei em cima da mesa?


Talvez o aparador quando descarreguei os mantimentos? Quem sabe? A luz quase
inexistente deixou ainda mais difícil.

Tristan moveu a luz em torno do ambiente para auxiliar a busca, finalmente,


achei-as em cima da minha pilha de cartas sobre o balcão. Suspirei de alívio e
peguei-as.

Nós voltamos, mas antes de passarmos pela porta, me virei para ele. — Você
o viu, pelo caminho. — Apertei meu olhar sobre ele.

— Viu o quê? Estava um breu aqui, não vi nada. — Ele sorriu para mim e
lambeu os lábios.

— Uh-huh. A questão é, porque foi que você estava tentando me calar, ou foi
impulso irresistível de me beijar? — Perguntei quando passamos pela porta.

— Ambos.

Apertei meus lábios. — Ok, vamos lá.

Tão tranquilo como poderia, tranquei a porta e começamos a nossa


caminhada de volta ao seu apartamento.

— Nós fizemos isso! — Eu sorri para ele quando estávamos trancados em


segurança, longe de dragões invisíveis.

Ele me deu um toque na mão, e coloquei minhas chaves ao lado da porta


para não perdê-las.
— Suas mãos estão geladas. — Disse ele, tomando-as nas dele e soprando
sobre elas para aquecê-las.

— Estou um pouco fria, mas está tudo bem.

Ele esfregou as mãos juntas. — Eu posso fazer-nos um pouco de chocolate


quente.

— E como você vai fazer isso, o homem sobrevivência? — Perguntei,


querendo saber como ele iria me surpreender neste momento. O microondas
estava desligado, afinal de contas.

— Do mesmo jeito que fiz o jantar. — Ele disse quando entrou na cozinha.

Minha boca se abriu, ele era cheio de conhecimento. — Sempre aqueço no


micro-ondas. Não sabia que havia outra maneira.

Ele balançou a cabeça para mim e suspirou. — Eu espero que você possa
correr.

Ele encheu o pote com água e virou para o fogão novamente.

— Correr? — Minha testa franziu para ele, e pulei para sentar-me sobre o
balcão.

— Sim, para fugir do dragão. Não posso fazer tudo e nos manter vivos.

— Contanto que não esteja em saltos altos, vou ser boa. Corria na pista da
escola.

Ele deu um passo para minha frente e colocou as mãos nas minhas coxas.
Queria abri-las e deixá-lo entrar, mas ele manteve-as fechadas, os dedos cavando
em minha pele.

— Não é à toa que você tem pernas tão bonitas.


Eu coloquei minhas mãos em seu peito e movi para baixo, sentindo a
musculatura ondular sob o meu toque.

— E a construção o mantém forte e adequado.

Ele soltou um pequeno gemido e se inclinou mais perto, tocando a ponta do


meu nariz com o dele. Tão perto. Ele já tinha me beijado uma vez, ele não faria
nada para fazê-lo novamente, mas quando me inclinei para frente, ele recuou.

Ele limpou a garganta e moveu-se para o armário, onde pegou duas canecas.
Na luz, observava em silêncio enquanto ele tirava os pacotes de chocolates
instantâneos e preparou-os enquanto esperávamos que a água fervesse
novamente.

— Espero que você goste de marshmallows.

— Eu amo.

Ele despejou água na mistura que aguardava e mexeu antes de me entregar


a caneca.

Pulei do balcão e peguei dele. — Obrigada.

Fui para a janela com minha xícara na mão, esquentando meus dedos
gelados, olhei para a cidade. Não havia nada, e uma sensação estranha passou por
mim. — Uau, eu nunca vi isso tão escuro. Normalmente as luzes da rua estão
brilhando longe, mas tudo que vejo são movimentos de lanternas aleatórias e
algumas velas.

Tristan se aproximou e ficou ao meu lado. — É meio assustador. Será que é


o começo do apocalipse, vão surgir zumbis?

Bati meu ombro contra ele. — Então acho que diria que estou feliz por estar
com o cara que tem um fogão portátil e equipamento de camping.

— Se conseguirmos sair da cidade, em uma única vez.


— Nós podemos fazê-lo. Encontrar um lugar seguro e repovoar a terra.

Ele riu e balançou a cabeça. — Lá vai você falar de sexo de novo.

— É nosso dever, como alguns dos últimos remanescentes povos da terra.


Se não fosse por você me tirar da cidade, onde teria provavelmente me tornado um
zumbi e tentado comer seu cérebro. Preciso mostrar minha gratidão.

— É sempre assim?

— Sem sutiã? Não. Especialista Zumbi? Não. — Disse, então pensei sobre
isso, apertei a minha xícara. — Bem, Lena me chama de rainha do drama, mas ela
não quer dizer no tipo figurado da palavra. Eu posso ser uma vadia excessivamente
dramática em minhas reações.

— Eu posso ver isso. Gostei. Você é engraçada e bonita.

— Fico feliz que você gostou então. A maioria se inclina para mais chato do
que cativante.

— Claramente, eles estão vendo você com sutiã e quando você não está em
modo de sobrevivência zumbi.

Ele riu. Minha pele irrompeu em arrepios, um arrepio correu por mim.
Tristan percebeu e passou o braço em volta de mim, me puxando contra seu peito.
Não poderia evitar, apenas suspirei e descansei minha cabeça sobre seu coração.
— Sua perda, meu ganho.

Aconcheguei mais perto. — Lá vai você, pensando que já me ganhou.

— Espero que sim. Tudo o que sei é que você me tinha no 'não, eu estou
bem’.

Olhei em seus olhos. — Então por que você não me beijou desde o seu
ataque ninja mais cedo?
— Porque você é um pouco rainha do drama, e estive esperando por você
para jogar um ajuste e fazer certo.

Revirei os olhos e balancei a cabeça. — Eu não sou assim, mas se é o que


você quer, vou fazê-lo.

Ele franziu os lábios. — Nah, menina bonita como você, nunca deveria ter
que pedir.

Ele não me fez esperar mais quando se inclinou e colocou um beijo leve sob
meus lábios.

Quando os lábios dele tocaram os meus, não era mais escuro, tudo estava
banhado em um brilhante, branco brilhante. Por um momento pensei que a
eletricidade tinha voltado, mas então percebi que era a faísca entre nós.

— Uau. — Disse ele em um sussurro.

Olhei para ele, os sentimentos avassaladores que ele criou girando ao redor
do meu corpo, por cada nervo, por sua vez. Quando terminamos, disparei, tranquei
meus braços ao redor de seu pescoço e puxei-o de volta para mim.

Quando nossos lábios se tocaram, nossos corpos pressionados juntos, a luz


voltou, aquecendo meu corpo. Suas mãos se moveram ao redor dos meus quadris
para minhas costas, puxando-me com ele. Um pequeno gemido mudou-se de sua
boca para a minha, com a língua acariciando um ao outro.

Nós dois estávamos ofegantes quando ele soltou meus lábios. — Disse que
não ia ser bom se eu dormir com você. Você está estragando a minha decisão aqui.

— Você nunca disse isso.

Sua mão se arrastou até o meu top, fazendo com que a pele sob seu toque
formigasse e queimasse. Lancei-me em direção a ele e mordi seu queixo.

— Ah, certo. Eu estava falando de mim mesmo. — Disse ele, seus olhos se
fecharam como a cabeça inclinada para o lado enquanto lambia seu pescoço para
baixo.
Meus dentes beliscaram sua pele. — Não conta.

— Bom. — Seus dedos se afastaram mais para cima do meu top, até que
bateu por cima do meu mamilo, apertando-o. Uma sacudida bateu direto no meu
clitóris, e deixei escapar um pequeno gemido.

— Cara, estou feliz que não estou usando sutiã agora. — Gemi contra a sua
pele.

Ele riu - seus olhos ficando pesados. — Estou gostando também.

Isso estava ficando muito quente na sala, e ele estava vestindo muita roupa.
— Tire. Quero sentir sua pele.

Meus dedos agarraram a bainha de sua camiseta e arrastei até seu torso,
expondo a linha dos seus músculos que ele estava me provocando à noite toda.
Gemia de aprovação quando fiz uma varredura sobre o peito.

Perfeito.

Não era um daqueles torsos esculpidos de todo o dia em uma academia. Era
de trabalho manual, que era muito mais gostoso.

Enquanto estava distraída, Tristan tirou meu top e segurou meus seios,
apertando os meus mamilos entre os dedos. Meu olhar subiu para o seu quando
soltei uma respiração afiada. Meu clitóris tremia com cada aperto.

Deixei escapar um gemido, em seguida, agarrei a cintura de suas calças.


Uma mão puxou a frente para baixo, enquanto a outra deslizou para dentro. Rocei
a cabeça quente de seu pau com as pontas dos meus dedos, fazendo-o assobiar.
Quando coloquei minha mão em torno dele, meus dedos não foram capazes de se
tocar, ele era muito grosso. Lambi meus lábios enquanto lhe dava algumas
bombadas curtas.

Ele gostou tanto que agarrou minha cintura e me levantou. Soltei um grito e
envolvi minhas pernas em volta dele. Puxei seus cabelos, trazendo seus lábios nos
meus. Todo o meu domínio sobre ele apertou onde seu pau estava pressionando
contra o meu clitóris como fizemos antes, de pé no meio de sua sala de estar.
Suas mãos deslizaram para minha bunda e apertaram, fazendo com que os
meus dentes apertassem meu lábio inferior. Seus olhos estavam pesados, se
esforçando para permanecer aberto com os meus quadris ao redor dele.

— Eu acho que nós deveríamos nos afastar da porta, no caso do dragão


querer entrar.

Ele riu. — Boa ideia. Acho que a minha cama é o esconderijo perfeito.

Com isso, ele começou a caminhar para a parte de trás do apartamento e


esmagou seus lábios nos meus. Corremos no batente da porta, saltamos para o
outro lado, graças à escuridão, mas isso não importava. Quando suas pernas
bateram na borda da cama, ele se inclinou e caiu em uma pilha no colchão.

Minhas pernas soltaram e fugiram até que ele estava totalmente na cama.
Ele não perdeu tempo e foi deslizando minhas calças para fora, até que fiquei só de
calcinha.

Os relâmpagos lá fora, sinalizando mais chuva, e por um rápido segundo


todo o quarto se iluminou quando ele empurrou seus quadris contra o local onde
eu estava tão desesperada para tê-lo.

Eu deslizava minhas mãos entre nós e empurrava para baixo o material ao


redor dos seus quadris, estremecendo quando seu pau apareceu livre e bateu
contra o meu clitóris. Levantei meus quadris e usei a mão para apertar seu pau
contra o meu clitóris, molhando-o.

— Droga, isso é incrível. — Sua cabeça inclinada para trás, arrancando um


gemido dele.

Uma mão se abaixou e segurou seu eixo. Olhei com muita atenção pela
pequena quantidade de luz enquanto ele bombeava seu pau algumas vezes, um
pouco de fluido estava na ponta, iluminada por um relâmpago. Ele se inclinou
sobre mim e apertou a cabeça na minha entrada um momento antes de começar a
deslizar para dentro. Meus olhos rolaram para trás em minha cabeça, e eu tremia,
sussurrando “Porra” quando ele entrou em mim.

— Isso foi tão sexy. — Assim que a nossa pele tocou, ele recuou, deixando
apenas a cabeça movendo para fora e para dentro. Com cada investida, mudou-se
para um pouco mais duro, mais profundo, até que fez todo o caminho dentro. Eu
acariciava seus braços até os ombros, e, finalmente, seu pescoço, puxando-o mais
perto. Nossos lábios se encontraram, as línguas se misturando enquanto suas mãos
enrolavam em volta do meu corpo. Seus quadris embalaram em mim em um ritmo
lento, apreciando. O desejo escorrendo foi direto em mim através do seu toque.
Não era rápido, ele não precisava ser. Tínhamos a noite toda.

Foi mais erótico pelos trovões e relâmpagos. A chuva atirava contra as


janelas, mas mal conseguia ouvi-la sobre as nossas respirações ofegantes. Nos
períodos de escuridão quase não podia vê-lo em cima de mim, e que parecia
aumentar o prazer que estava correndo através de mim.

Um gemido escapou-me. — Foda-se... Porra. Oh, meu Deus!

— Exatamente. — Ele disse quando ele sugou meu lábio inferior.

Tremia cada vez que ele lentamente puxava para fora, deixei escapar um
gemido estridente quando ele bateu de volta para dentro. Foram provocações e
insultos. Abaixei-me e agarrei sua bunda, cravei as unhas enquanto tentava
controlar o tempo para me impedir de perder a cabeça.

O ritmo constante era torturante, estava tão perto, mantendo-me no limite,


mas não rápido o suficiente para me derrubar. Amava o jeito que me estiquei ao
redor dele, o jeito que ele me encheu. Satisfeita de várias maneiras, como se
estivesse sonhando.

Eu emitia gritinhos, complementando os grunhidos vindos dele.

— É tão bom. — Ele sussurrou com seu ritmo de pegar.

Minha frustração estava crescendo, precisava gozar. Eu empurrei o peito


dele, pedindo-lhe para me virar. Ele estava ficando muito perto, e eu não estava lá
ainda. Muito para nosso desagrado, ele puxou e me rolou de costas. Com um joelho
ao lado de seu quadril, sentei-me e virei sobre ele assim, o estava montando.

Seus olhos estavam pesados e rolou para trás com um gemido quando os
meus grandes lábios atravessaram a ponta sensível de seu pau. Eu fiz isso de novo
para obter outra reação, e não estava decepcionada quando suas mãos agarraram
meus quadris.
Inclinei-me e mordisquei o lóbulo da sua orelha. — Eu preciso que você se
acalme, cowboy. Tenho a intenção de conseguir uma agradável e longa viagem,
começando a minha indução antes que você se vá.

— Eu não vou a lugar nenhum, princesa. — Seus quadris balançaram para


cima, deslizando contra meu clitóris. — Mas vou enlouquecer se você não voltar e
me deixar gozar.

— Eu preciso do seu pau duro um pouco mais. — Ele gemeu, seus músculos
contorcendo sob minhas mãos. Sentei-me e guiei-o afundando para baixo até que
ele estava me enchendo novamente.

Ele assobiou quando me movi para cima, com as mãos me batendo de volta
para ele. Respirei surpresa, então meus olhos giraram. Meu corpo inteiro ficou
tenso, uma queimadura se estabelecia dentro, me levantei e deslizei para baixo,
meus quadris balançando quando me movi.

Cada vez mais rápido, cada vez que ele batia no local perfeito, subindo para
me atender. Cavei minhas unhas em seu peito enquanto a tensão estava
construindo, minha boceta apertando ao redor de seu pau. Meus olhos se
fecharam, e meu movimento parou quando todos os meus músculos ficaram
tensos.

Tristan assumiu, empurrando para cima enquanto sussurrava: — Vamos,


princesa. Goze para mim.

Explodi com um grito, enquanto tremia. Choques pulsando através do meu


corpo.

— Foda-se, sim. — Disse Tristan, seu ritmo pegando quando montei o meu
orgasmo. Seus dedos cravaram meus quadris, me puxando para baixo tão forte
quanto podia, enquanto seus quadris flexionavam para cima. Pequenos empurrões
de seu corpo me levavam, e seu pau explodiu dentro de mim, me causando
arrepios de calor no corpo. Minhas paredes apertaram ao redor dele, puxando até
última gota.

Seu domínio foi negligente, e eu caí sobre o seu peito enquanto ambos
tentavam acalmar nossas respirações irregulares. Depois de alguns minutos, me
movi para deitar-me ao lado dele, de luto pela minha perda quando ele saiu.
Um braço em volta do meu ombro, me beijando no topo da minha cabeça.

— Isso foi... wow. — Disse ele enquanto seus dedos acariciavam para cima e
para baixo no meu braço. — Eu não vi nada disso acontecendo quando vim para
casa hoje.

Eu ri e me transportei para o seu peito. — Sim, isso só prova que dias ruins
podem melhorar.

— Eu pretendo agradar.

— Oh, você faz esse favor. Ótimo.

Ele riu e soltou um bocejo. — Bem, prepare-se para ser agradada e muito,
porque planejo fazer mais. Muito mais.

— Uma aventura. Sou mais do que isso. — Eu sorri, pensando sobre o meu
dia ruim de boa sorte.

Os trovões e relâmpagos cessaram quando a tempestade passou, deixando-


nos na escuridão novamente.

A respiração de Tristan estava controlada e sua mão já descansando em


meu braço, não se movia mais. Um bocejo me escapou, e deixei a sonolência
ultrapassar-me também. Aconcheguei-me em seu calor, o frio já se foi.

Que noite o dia se transformou hein...

~oOo~

Meus olhos se abriram com a luz, a escuridão já tinha passado. Eu me


assustei, sentando-me e me perguntando onde estava. Um olhar para o lado
lembrou-me que estava com Tristan.

Procurei em volta por algo que dissesse a hora e notei um relógio apoiado
na mesa de cabeceira oposta. Tentando não acordá-lo, cheguei sobre seu corpo,
meus dedos pegando meu objetivo e resolvendo voltar para o meu lado.
Merda!

A hora não podia estar certa.

Eu virei o relógio de cabeça para baixo, mas ainda não gostava do número.
Eram nove da manhã. Dormi demais.

Minhas pernas se moviam sobre a beirada da cama enquanto minha mente


tentava se lembrava de onde minhas roupas estavam.

Meu impulso para frente falhou quando um braço em volta da minha


cintura e me puxou de volta para baixo, onde pousei em um peito quente e duro.

— Onde você pensa que vai? — Perguntou a voz grogue de Tristan.

— Eu tenho que trabalhar. — Eu disse enquanto tentava me afastar.

Ele acariciou minha nuca e soltou um suspiro. — Tire o dia de folga.

— Eu não posso.

— Sim, você pode.

Eu balancei minha cabeça. — Não, quero dizer, eu não posso. Meu telefone
está sem bateria.

Ele soltou uma pequena risada. — Bem, ligue-o, faça uma ligação, e volte
para a cama comigo, vamos almoçar mais tarde e ficar conhecendo um ao outro um
pouco mais.

— Você não tem que trabalhar?

Ele balançou a cabeça. — Conclui meu último projeto ontem, e não começo
um novo até segunda-feira.
Ele segurou meu pulso para cima, franzindo a testa para ele. Eu levantei o
relógio, e ele tirou de mim, esfregando os olhos e soltando um bocejo enquanto
olhava por cima. — Além disso, já passa das nove. Fique comigo.

Pensei sobre isso por um momento. Sabia o que queria fazer, mas nunca
tinha faltado, mesmo quando estava doente. — Você apresenta um argumento
muito forte.

— Vou tomar isso como um sim. Vá pegar o seu telefone. Eu tenho uma
tomada aqui que deve funcionar.

Sai da cama e procurei onde quer que tenha deixado na noite anterior.
Quando liguei, havia três mensagens de voz esperando por mim. Uma deles era de
Lena me avisando que ela estava com seu namorado, outra de minha mãe me
checando, e a terceira era do meu chefe.

Dei um suspiro de alívio quando ouvi a mensagem e sorri para Tristan. — O


escritório está fechado hoje. Parece que a eletricidade não está de volta em todos
os lugares ainda.

— Faz-me pensar que talvez haja algum poder superior nos mantendo
juntos.

— O quê, como o destino?

Ele sorriu e me puxou de volta para ele. — O destino. Eu meio que gosto
dessa ideia.

Me aconcheguei em seu peito. — Isso não seria incrível?

— Mm-hmm. — Seus dedos acariciaram o meu cabelo quando ele beijou o


topo da minha cabeça. — Então, o que você quer fazer hoje?

Minha mão desceu pelo seu abdômen e perna direita, depois para o outro
lado, a provocando-o. — Bem, nós poderíamos fazer mais do que fizemos na noite
passada.

Ele estendeu a mão e beliscou meu mamilo. — Realmente gosto dessa ideia.
— Eu também.

— Ei, cara, abra a porta! — Uma gritaria veio junto com alguns socos na
porta da frente.

— Merda! — Tristan assobiou.

— Quem é? — Eu perguntei. Não estava feliz com a interrupção.


Especialmente agora que Tristan estava começando a ficar excitado também.

— Um idiota. — Ele levantou-se e pegou uma camisa, tentando puxar a calça


ao mesmo tempo. — Fique aqui... Se vestir também seria uma boa ideia.

Concordei e ele saiu do quarto, voltou trazendo meu top, em seguida, fechou
a porta atrás de si. Ouvi-o andar pelo piso de madeira, em seguida, o tilintar da
cadeia e destrancar a porta.

— Que diabos, T, você está apenas dormindo demais? Nós deveríamos estar
no lobby há meia hora e almoçarmos juntos para passar os planos.

Eu peguei minha blusa e puxei-a sobre minha cabeça, arrastando-a para


baixo.

— Desculpe-me J, esqueci completamente que estava vindo.

O outro cara soltou um grunhido. — Esse último trabalho deve ter deixado
você louco. Começamos na segunda-feira e há muita merda que precisamos
decidir.

— Eu sei, eu sei, mas posso encontrá-lo no saguão, em alguns minutos?

Levantei-me e procurei ao redor do quarto pela minha calcinha e calça. Vi


minhas roupas penduradas no canto de uma pilha de caixas de encontro à parede.

— No hall de entrada? Eu já estou aqui no seu pedaço. O que, você tem uma
garota lá dentro?
Não podia ver através da porta de carvalho e suas camadas de tinta, mas sei
que o rosto Tristan ficou com a mesma expressão chocada quanto o meu.

— Puta merda! Você não está aqui uma semana e já tem uma garota em sua
cama.

— Cara, acalmasse e porra, cale-se!

— Ela é gostosa?

— Muito! — Escutei vindo da sala, abafando uma risadinha quando passei


minha calcinha pelas minhas pernas.

— Ela pode nos ouvir?

— Sim, pode. — Eu respondi, colocando a minha cabeça para fora da porta.

Tive que piscar, era como se estivesse olhando para um reflexo de Tristan. O
cabelo do outro cara era um pouco mais cheio, mas era a mesmo tom de castanho.
Ele era mais alto do que Tristan por alguns centímetros, mas a semelhança em seus
rostos tornou-se evidente que eram relacionados.

Tristan manobrou-se entre nós, bloqueando o outro homem de me ver.

— Droga, você é uma gracinha.

— Gracinha? — Abri a porta, mostrando minha blusa e calcinha. — Eu sou


uma gata?

Seus olhos saltaram. — Sim, você é.

Tristan gemeu. — Menina, eu disse para se vestir.

Olhei para baixo. — Bem, eu não estou mais nua, estou?


Ele balançou a cabeça pegando minha mão, me puxando para frente. —
Justin, esta é Mia. Mia, este é meu irmão Justin.

Eu acenei para ele.

— Bem, deveria deixá-lo para isso. — Disse Justin com um meneio de suas
sobrancelhas. Ele apontou para Tristan. — Mas ainda precisamos ter uma reunião
neste fim de semana.

— Sim, sim. Ligue-me amanhã e vamos conversar.

Justin abriu a porta e saiu, parando em cima de Lena, que estava saindo de
sua porta.

— Oh, desculpe. — Justin disse quando ele esbarrou em Lena.

Ela o olhou de cima a baixo, avaliando-o, dando-lhe um sorriso e uma


piscadela quando ela passou. — Não faz mal, gostosinho.

Justin virou-se para Tristan. — Acho que preciso mudar para cá. Tantas
mulheres amigáveis.

Foi então que Lena me viu. Ela fez uma tomada dupla, então entrou no
limiar e deu um suspiro. — Mia, coloque algumas roupas. Que foi que disse? Você
não quer o 7A vendo-a assim, não é? — Ela estava me dando o tom de sermão e
rindo ao mesmo tempo. Meu estômago revirou com esse pensamento, fiz um ruído
de engasgos. — Acho que não.

— Dragão vigarista. — Eu sussurrei.

— O quê? — Perguntou ela.

— Apenas uma brincadeira. — Disse Tristan, dando-lhe um sorriso.

Ela olhou para nós por um momento em silêncio atordoada. — Foram, o


quê, 18 horas? Você já tem histórias secretas?
Nós dois assentimos.

Ela soltou um suspiro e balançou a cabeça com um sorriso.

— Bem, Tristan se tornou meu cavaleiro branco desde que você não estava
em casa na noite passada, quando precisei de você. — Eu falei dramaticamente.
Seu lábio enrolado em um sorriso de escárnio.

— Confie em mim, preferia ter saído com você a ficar presa com ele.

— Não foi bom? — Perguntei, mas não estava surpresa.

— Sim, eu larguei o idiota na noite passada. Então fiquei presa no seu


apartamento, graças à tempestade. — Ela disse enquanto foi pegar o narguile. Eu
arqueei minha sobrancelha para ela e ela me ignorou. — Relaxa Mia, não é real. —
Ela soprou uma fumaça branca e olhou para Justin. — Então, o que você está
fazendo para o almoço?

— Bem, eu deveria almoçar com ele. — Ele enfiou o dedo na direção de


Tristan.

Ela revirou os olhos. — Vamos, vou com você. Eles só querem foder como
coelhos de qualquer maneira. Vamos deixá-los a sós.

— Não posso recusar uma mulher bonita. — Justin disse enquanto estendia
o braço.

Ela sorriu para ele. — Ooh, boas maneiras.

— Sim, ele tira o pó e lava a louça de vez em quando. — Tristan disse com
uma risada.

Justin virou-a saiu pela porta com Lena, gritando um “Ligo mais tarde!”
sobre seu ombro.

Tristan se virou para mim. — Então, você acha que as pizzarias estão
abertas?
Eu pensei sobre isso por um momento, a menção de comida fez meu
estômago roncar. — Há uma lá abaixo do bloco que deveria ter eletricidade, e eles
são muito bons.

— Excelente. Eu realmente não queria me vestir. — Com isso, ele me puxou


para ele e acariciou minha nuca.

— Que tal você se arrumar, enquanto corro para o meu apartamento e me


refresco?

— Dez minutos.

— Por que apenas dez? — Eu perguntei meio confusa.

— Porque isso é o tempo que posso ficar longe de você.

O calor subiu no meu rosto e mordi meu lábio. — Vejo você em dez minutos.
— Estiquei a mão e dei-lhe um beijinho na bochecha antes de localizar minhas
calças.

Eu sorri todo o caminho pelo corredor e no interior, onde finalmente fui


capaz de deixar sair o nível psicótico perto de energia que tinha vindo a construir
em mim desde que Tristan abriu a porta. Assim que fechei a porta, corri gritando,
pulando por todo o caminho de volta para o meu quarto.

Caí na minha cama, meu rosto sofrendo com o sorriso que estava quase
quebrando meu rosto.

Que noite.

Lena não voltou mais naquele dia. Aparentemente, ela e Justin se deram
bem. Tristan e eu passamos todo o fim de semana juntos, desempacotamos suas
caixas e ficamos nos conhecendo. No domingo à noite, estávamos exaustos e nos
enrolamos na sala do meu apartamento.

— Eu gostaria de não ter que ir trabalhar amanhã. Quero ficar com você. —
Disse com um suspiro.
— Isso soa um pouco carente. — Fiz beicinho. Ele sorriu para mim, com a
mão cobrindo meu rosto. — E me sinto da mesma forma.

Seus lábios pressionaram os meus, e me derreti contra seu peito.

A coisa estava procurando por mim no departamento do amor. Tinha


certeza que ele ia ser meus felizes para sempre, tinha um elevador quebrado,
juntamente com uma tempestade para agradecer por isso.

O próximo fim de semana, o duto rompeu.

Tristan me levou para acampar.

Não há zumbis, nem dragões. Apenas nós dois... E alguns sutiãs.

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