O Evangelho No Trabalho - Sebastian Traeger
O Evangelho No Trabalho - Sebastian Traeger
O Evangelho No Trabalho - Sebastian Traeger
Quero fazer
dele um item essencial em discipular outros e obter muitas cópias. Este
livro sugestivo e prático faz e responde as perguntas certas da maneira
certa. Até ajudará o leitor a saber como orar melhor – em particular e em
público. Duas de minhas pessoas favoritas produziram o meu livro
favorito.
Mark Dever, Capitol Hill Baptist Church,
Washington D.C., e presidente de 9Marks Ministries
Repleto de discernimentos e sugestões práticas, o Evangelho no
Trabalho é uma valiosa contribuição para a redescoberta do lugar da fé
no trabalho.
Os Guiness, autor de The Call
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Publicado por Zondervan, Grand Rapids, Michigan, USA, 49530
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Fiel da Missão Evangélica Literária
PROIBIDA A REPRODUÇÃO DESTE LIVRO POR QUAISQUER MEIOS, SEM A PERMISSÃO ESCRITA DOS EDITORES, SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM
INDICAÇÃO DA FONTE.
•
Diretor: James Richard Denham III
Editor: Tiago J. Santos Filho
Tradução: Waléria de Almeida Coicev
Revisão: Marilene Lino Paschoal
Diagramação: Rubner Durais
Capa: Rubner Durais
Ebook: Yuri Freire
ISBN: 978-85-8132-225-4
O Desafio
UM OLHAR ADIANTE
Nós dois temos servido tanto no mercado de trabalho quanto no
ministério. Sebastian (Seb) tem sido um empregado, chefe, proprietário,
empresário, bem como, marido, pai, membro da igreja e um líder leigo
em sua igreja. Greg tem feito muitas dessas coisas também, e ele
também serve como pastor em uma igreja. Juntos, temos lutado com as
perguntas que temos levantado, e nos voltamos para a Palavra de Deus
para entender melhor o que significa para os cristãos serem
trabalhadores fiéis, servindo ao Rei Jesus no mundo. Somos apenas um
homem de negócios e um pastor que têm refletido sobre essas questões e
esperamos compartilhar alguns pensamentos úteis com você.
Escrevemos este livro porque nós precisamos ser lembrados
regularmente sobre como aplicar o evangelho em nosso trabalho.
Este livro não é uma teologia sobre o trabalho. Ele não tem a intenção
de expor tudo o que a Bíblia ensina a respeito do trabalho ou de
responder a todas as perguntas que os crentes possam ter acerca do
trabalho. Existem algumas questões teológicas espinhosas que não
apoiaremos e das quais não trataremos. Esperamos que você não fique
desapontado. A nossa esperança é que este livro possa ajudar alguns
cristãos a perceberem com mais clareza porque Deus lhes deu trabalho
para fazer e como eles podem estar pensando de maneira pecaminosa a
respeito do trabalho. Esperamos que este livro ajude alguns crentes a
abandonarem tanto a idolatria quanto a indolência em prol de um modo
de pensar mais bíblico acerca do trabalho: como um serviço para o Rei
Jesus.
Nos primeiros quatro capítulos do livro, olharemos de perto a idolatria
do trabalho e também a indolência, e depois consideraremos como uma
compreensão bíblica de que nós trabalhamos para Jesus desafia e
desarma esses dois pecados. Nos capítulos de cinco a onze, tentaremos
aplicar essa perspectiva a um grande número de perguntas práticas. Uma
nota final: pretendemos que este livro, em sua totalidade, “fale” por nós
dois. Ocasionalmente, no entanto, você encontrará uma história escrita
utilizando “eu” em vez de “nós”. Quando isso acontecer, tentaremos
indicar qual de nós está contando a história.
Não sabemos por que você pegou este livro. Talvez, enquanto você lia
esta introdução, você já tenha admitido para si mesmo: “É mesmo, eu
tenho idolatrado o meu trabalho” ou “Esse sou eu. Eu tenho caído na
indolência em meu trabalho. Eu simplesmente não percebo o desígnio de
Deus em tudo isso”. Talvez você seja um crente novo e esteja se
perguntando como essa nova vida que você tem em Jesus funciona em
seu dia de trabalho. Ou talvez seja por algum motivo completamente
diferente. O nosso desejo é que não importa que tipo de confusão você
tenha nutrido acerca do que significa trabalhar como um cristão em um
mundo ímpio, essa ideia central da qual temos falado começará a libertá-
lo para você experimentar propósito e sentido em seu trabalho. Se sua
tendência for na direção da indolência — na direção da falsa ideia de
que Deus não se importa com o seu trabalho — então, esperamos que
este livro lhe recorde que você trabalha para o Rei Jesus, e que seu
trabalho tem muita importância. Por outro lado, se sua tendência for na
direção da idolatria — na direção da falsa ideia de que o trabalho é mais
importante do que tudo e que é a chave para a satisfação suprema —
então, oramos para que este livro transforme o seu trabalho de um objeto
de adoração para um meio de adorar ao único Deus verdadeiro.
Mais do que tudo, esperamos que você seja encorajado a crescer em
seu amor e conhecimento do Senhor Jesus Cristo à medida que você
buscar os propósitos dele para você no mercado de trabalho.
Nota: se você estiver lendo este livro com outras pessoas — ao final de cada capítulo, fornecemos várias perguntas e passagens das Escrituras para estudo, que o ajudarão a refletir
um pouco mais e a pensar sobre as ideias do capítulo. As perguntas foram designadas para serem usadas à medida que você ler o livro com um amigo ou um grupo pequeno.
Considere quem poderá acompanhá-las com você. É importante ter outras pessoas com quem você possa ser sincero e que possam ser sinceras com você. Em Provérbios 16.13,
lemos: “Os lábios justos são o contentamento do rei, e ele ama o que fala coisas retas”, e Provérbios 27.6 declara: “Leais são as feridas feitas pelo que ama”. Encontre pessoas que
possam falar a verdade e feri-lo em amor.
Capítulo Um
A Idolatria do Trabalho
O QUE É UM ÍDOLO?
O que significa dizer que uma pessoa fez do trabalho um ídolo? Isso
significa apenas que ela trabalha muito? Será que apreciar aquilo que
fazemos, ter prazer em nosso trabalho é ser idólatra? E se gostarmos
demais daquilo que fazemos? É errado querer deixar a nossa marca no
mundo, “pôr a nossa pegada no universo” (assim como Steve Jobs fez)?
Todas essas coisas podem perfeitamente ser boas motivações para o
nosso trabalho, e nenhuma delas é necessariamente errada. O problema
começa quando a nossa busca por satisfação, influência ou prestígio em
nosso trabalho começa a fazer do nosso trabalho a fonte suprema de
satisfação ou de significado para nós. Quando isso acontece, o nosso
trabalho se torna o nosso Deus.
A Bíblia nos diz que o nosso coração é desesperadamente propenso a
adorar ídolos. Somos adoradores pela nossa própria natureza como seres
humanos. Nós acharemos algo diante do que nos prostrar, algo para
entregar a nossa vida e devoção. Nós adoraremos algo. Centralizaremos
a nossa vida em torno de algo.
A nossa compulsão para adorar não é algo ruim! Deus nos fez para a
adoração. A adoração é uma coisa muito boa, contanto que o objeto
adorado seja digno da nossa adoração. Sendo assim, qual é o objeto
correto para a nossa adoração? Somente o próprio Deus. Jesus disse
certa vez: “Ao Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele darás culto” (Lucas
4.8, ênfase adicionada). A nossa adoração deve ser reservada para Deus.
Somente ele deve dominar a nossa mais elevada devoção, e é em torno
dele que devemos centralizar e organizar a nossa vida. Quando esse
lugar de destaque vai para qualquer coisa ou qualquer outra pessoa, nós
estamos dobrando os nossos joelhos a um ídolo.
No Antigo Testamento, os ídolos eram exatamente como você havia
imaginado — pequenas estátuas de ouro semelhantes àquela que Indiana
Jones roubou do Templo da Perdição. É claro, que elas nem sempre
eram de ouro, e nem sempre eram pequenas. As pessoas adoravam esses
objetos físicos porque acreditavam que eles representavam de alguma
forma os deuses reais; seres espirituais com poder para satisfazer suas
necessidades. As pessoas realizavam toda sorte de atos de adoração em
relação aos seus ídolos, lançando riquezas aos seus pés, vestindo-os com
as mais finas roupas e até se prostrando fisicamente diante deles. Elas
organizavam suas vidas em torno de sua devoção aos deuses que esses
ídolos representavam.
Hoje em dia não somos toscos em nossa idolatria. Normalmente não
temos estátuas de ouro para venerar, e nem nos reunimos em templos
para oferecer presentes em abundância para essas estátuas. Temos nos
tornado mais sofisticados em nossa idolatria, mas a nossa tendência para
adorar as coisas no lugar de Deus é exatamente tão intensa como
sempre. Para muitas pessoas hoje em dia, sua paixão é o seu trabalho e
todas as coisas que seu emprego pode oferecer a elas — dinheiro,
prestígio, identidade, prazer e propósito. O nosso trabalho aprisiona o
nosso coração e a nossa devoção. Nós nos entregamos a ele dia após dia.
Ele se torna o objeto principal de nossa paixão, da nossa energia e do
nosso amor. Podemos não admitir isso de bom grado, mas adoramos o
nosso trabalho.
Lucas 18.18-29 nos ajuda a compreender melhor o que significa
permitir que algo se torne um ídolo para nós. Um governante rico vem a
Jesus para aprender o que se exige dele para que ele herde a vida eterna.
Jesus o diz, e aquele homem fala com empolgação que era exatamente
assim que sua vida sempre foi! Mas, então, Jesus sonda a única área da
vida daquele jovem que ele queria guardar para si mesmo. “Uma coisa
ainda te falta”, afirma Jesus. “Vende tudo o que tens, dá-o aos pobres e
terás um tesouro nos céus; depois, vem e segue-me”. A Bíblia diz que
quando aquele jovem ouviu isso, “ficou muito triste, porque era
riquíssimo”. Desse modo, Jesus revelou o ídolo daquele homem — seu
amor pelo dinheiro e pelo prestígio que isso oferecia a ele. Seu ídolo o
impediu de seguir a Jesus.
Você percebe o ponto principal dessa história? Ela nos dá um dos
exemplos mais claros e simples de idolatria na Bíblia toda. Um ídolo é
algo que desejamos mais do que desejamos Jesus.
Uma ótima profissão logo após a faculdade; checado, e o que vem depois?
Comecei uma grande empresa e fui bem-sucedido em desenvolvê-la; tudo bem, e o que vem depois?
Uma casa enorme e uma casa de férias; já tenho isso, e o que vem depois?
Comprei um time de baseball e posso considerá-lo o time dos meus sonhos, sim, e o que vem depois?
Mais rico que Bill Gates — $40 bilhões no banco e $40 bilhões para caridade; e o que vem depois?
2. A devoção ao seu trabalho é o principal princípio organizador de sua vida? O que aqueles que o conhecem bem (amigos, família) dizem?
3. Este capítulo cita uma lista com diversas advertências sobre as maneiras de transformar o trabalho num ídolo, de forma pecaminosa. De que maneiras você tem
transformado o seu trabalho num ídolo?
4. Fazer do trabalho um ídolo pode ser um pecado sutil, muitas vezes disfarçado numa forma que tem aparentemente boas intenções, como trabalhar muito, ganhar dinheiro,
e assim por diante. Cite alguns hábitos práticos com os quais você pode se proteger para não fazer do trabalho um ídolo.
5. Pense num período de sua vida em que você esteve satisfeito com as realizações em seu trabalho. Talvez tenha sido um artigo bem escrito, uma apresentação bem
proferida ou um projeto de construção finalizado. Quanto tempo durou essa sensação de realização? O que essa experiência sugere acerca da futilidade de transformar o
seu trabalho num ídolo?
6. Quais são os “E o que vem depois?” de sua vida? Como você geralmente controla essas coisas?
Capítulo Dois
A Indolência no Trabalho
O QUE É INDOLÊNCIA?
Uma das formas mais sutis — e talvez a mais perigosa — de indolência
em nosso trabalho é a nossa falha em reconhecer os propósitos de Deus
para nós no local de trabalho. Podemos ser ativos no trabalho, mas
concluímos que o nosso trabalho simplesmente não é importante.
Podemos acreditar que o nosso valor como cristãos se restringe àquilo
que fazemos na igreja, e que o trabalho que fazemos é só um mal
necessário, no qual perseveramos a fim de ganhar o dinheiro do dízimo e
sustentar as missões da igreja. Ou podemos achar que se não somos
apaixonados pelo emprego que Deus nos deu, é porque ele não é o nosso
verdadeiro chamado. E não há problema em ser relaxado. “Vou dar o
meu melhor”, dizemos, “quando eu estiver fazendo aquilo que for minha
paixão”. A indolência pode também tomar a forma de um “relaxivismo”
— as medidas que uma pessoa toma para fazer apenas o suficiente para
sobreviver mais um dia. Alguns adotam a filosofia do “trabalhar para
viver”, vendo o seu trabalho só como uma intromissão necessária à vida
real. Ou podemos passar pelo caso recorrente do “odeio segundas-
feiras”, aquela sensação de que a nossa vida real chega ao fim quando é
hora de voltar para o trabalho novamente.
Você entende a questão? Ser indolente não significa necessariamente
inatividade — uma falta de produtividade. Pode ser uma inatividade do
coração, uma incapacidade ou má vontade para perceber ou aceitar os
propósitos de Deus para o trabalho que ele nos deu. Pode ser um coração
que não compreende como Deus está usando o nosso trabalho para nos
moldar, um coração que nega sua responsabilidade cristã de servir
“como ao Senhor” (Efésios 6.7). Quando esse tipo de pensamento é
assimilado pela nossa mente, os resultados são devastadores. Desalento,
falta de alegria, reclamações, descontentamento, preguiça, passividade,
querer agradar às pessoas, pagar com a mesma moeda, buscar o caminho
mais fácil, segundas-feiras tenebrosas — esses são os frutos de sermos
indolentes em nosso trabalho.
A INDOLÊNCIA NA BÍBLIA
Ao escrever aos crentes de Tessalônica, Paulo ensina, de forma clara e
inequívoca, que a forma mais dramática de indolência — a inatividade
— jamais deve ser uma marca dos cristãos. “Se alguém não quer
trabalhar”, escreve ele, “também não coma” (2 Tessalonicenses 3.10).
Essa é uma verdade restauradora e um bom lembrete para todos nós.
Mas conforme temos sugerido, a Bíblia nos adverte contra algo mais
do que apenas “não fazer nada”. Ela também nos adverte contra o
pecado de apenas “fazer algo”. Uma das passagens mais úteis para
pensarmos nisso (e uma à qual voltaremos vez após vez neste livro) é
Colossenses 3.22-24:
Servos, obedecei em tudo ao vosso senhor segundo a carne, não servindo apenas sob vigilância, visando tão somente agradar homens, mas em singeleza de coração, temendo ao
Senhor. Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da herança. A Cristo, o Senhor, é
que estais servindo.
Você percebe o que Paulo está dizendo nesse texto? Ele começa com
uma advertência contra o fato de não fazermos nada. Se você for um
escravo, então obedeça aos seus senhores em tudo. Apenas faça, ele lhes
diz. Mas ele dá um passo além. “Apenas fazer” também não é suficiente.
Na posição de escravos, eles deveriam trabalhar e servir “em singeleza
de coração, temendo ao Senhor”. Eles deveriam fazer o seu trabalho de
todo o coração, “como para o Senhor e não para homens”, e eles
deveriam fazê-lo reconhecendo que eles estavam, enfim, servindo ao
Senhor Jesus Cristo!
Falaremos um pouco mais sobre toda a ideia de escravidão na Bíblia
um pouco mais adiante, mas por hora, precisamos perceber que, nesse
texto, Paulo está fazendo um ataque frontal e completo contra a
perspectiva da indolência em nosso trabalho. Seu alvo não é apenas a
inatividade. Ele destaca que aqueles que trabalham para os outros devem
não só evitar não fazer nada, mas devem fazer tudo quanto fazem com
um coração cheio do entendimento de que Deus se preocupa
profundamente com tudo o que fazemos; de que fazemos o nosso
trabalho como um ato de adoração a ele; e de que o serviço que
prestamos é, enfim, para ele e não para qualquer pessoa. Paulo quer que
os crentes percebam que seu trabalho é importante, que ele é, de fato, a
arena pública na qual Deus glorifica a si mesmo e ao mesmo tempo nos
torna mais semelhantes a Jesus. Você é indolente em seu trabalho?
Como saber se você se permitiu ser indolente em seu trabalho? Quais
são os sinais de advertência de que você não está compreendendo os
propósitos de Deus para a sua vida em seu emprego? Eis algumas
maneiras comuns pelas quais as pessoas permitem que o modo de pensar
indolente penetre furtivamente em seu trabalho. Veja se alguma delas
descreve você.
1. O seu trabalho é simplesmente um meio para alcançar um fim,
um lugar para servir suas próprias necessidades. Às vezes, esse tipo de
pensamento é bem visível e óbvio. Algumas pessoas dizem: “Eu
trabalho, então posso me divertir. Estou no trabalho pelo dinheiro e
pelas coisas que o dinheiro pode comprar”. Ou isso pode adquirir um
aspecto de espiritualidade. “Eu trabalho”, você poderia dizer, “então,
posso ser livre para servir a minha igreja e posso dar dinheiro a ela”. De
qualquer maneira, fica bem claro que uma pessoa que pensa assim não
se importa muito com seu trabalho afinal. Ela só se importa com as
outras coisas que seu trabalho lhe permite fazer.
O que há de errado com essa linha de pensamento? Ela ignora o fato
de que Deus tem propósitos para nós no nosso trabalho em si. O nosso
trabalho é mais do que apenas um meio para alcançar um fim — quer
esse fim seja a satisfação egoísta ou o serviço na igreja. O nosso
trabalho é mais do que apenas um lugar onde “nos fadigamos”. Embora
seja humilde, embora chato, embora não vá ao encontro de nossos
interesses; o nosso trabalho é uma das maneiras-chave pela qual Deus
nos amadurece como crentes e glorifica a si mesmo. Deus tem um
propósito para o nosso trabalho.
2. Pense a respeito de sua profissão atual. Você está mais propenso a ser indolente ou a transformar o seu trabalho num ídolo?
3. Como a forma que você aborda o seu trabalho mudaria se você acreditasse verdadeiramente, a cada dia, que Deus tem os propósitos dele para você em seu trabalho?
4. A indolência pode ser uma resposta pecaminosa às nossas experiências de futilidade e frustrações em nosso trabalho. Pense numa situação em que você reagiu a esse
sentimento sendo preguiçoso ou rancoroso em seu trabalho. O que você pode fazer especificamente diferente da próxima vez para honrar a Deus?
5. Pelo que sabemos, Jesus era provavelmente carpinteiro, Pedro era pescador, e Paulo fazia tendas. Cada um deles estava familiarizado com a fadiga do trabalho manual. É
difícil imaginá-los sendo preguiçosos em sua obra de carpintaria, de pesca ou de fazer tendas. Quais as maneiras que você pode pensar, falar e se importar tão pouco com
as simples responsabilidades que Deus lhe deu?
6. Gênesis ensina que Deus é um trabalhador. Ele criou, organizou e designou tudo. Faça uma lista de quatro ou cinco implicações para sua vida com base nessa verdade.
Capítulo Três
O Evangelho no Trabalho
Temos visto que não devemos fazer do trabalho um ídolo e que não
devemos nos permitir ser indolentes em nosso trabalho. Como então
devemos pensar acerca do nosso trabalho? Como o nosso emprego se
enquadra nas áreas restantes de nossa vida como seguidores de Cristo?
Como a nossa fé cristã altera e afeta o modo como fazemos o nosso
trabalho e a forma de pensamos sobre ele? Num mundo onde a maioria
das pessoas pensa em seu trabalho como um mal necessário ou como a
fonte de sua identidade e satisfação, qual é a única coisa que dá
significado e propósito ao nosso trabalho como cristãos?
Comece fazendo essas perguntas para si mesmo: Que diferença o fato
de eu ser um cristão faz em meu local de trabalho? Isso me torna uma
pessoa com uma moral mais elevada? Eu tenho integridade? Sou menos
competitivo do que os outros? Tenho sempre um sorriso no rosto? Será
que eu ando mais uma milha por causa de um colega de trabalho e fico
até mais tarde para ajudar num projeto?
Tudo isso é formidável! Mas será que é só isso? Será que nossa fé
cristã só opera, em si, em nosso trabalho dessas maneiras? Ou um
cristão que trabalha deve ser algo além disso? Ser cristão significa que a
nossa vida foi mudada e transformada pelo evangelho de Jesus Cristo.
Deus nos amou e enviou seu Filho Jesus para ser o nosso substituto,
vivendo e morrendo na cruz em nosso lugar, por causa do nosso pecado.
Ele ressuscitou, rompendo o poder da morte, e ao nos arrependermos e
confiarmos nele, fomos salvos. Ser um cristão no local de trabalho
significa que a verdade do evangelho deve agir em cada detalhe de nossa
vida, inclusive em nosso trabalho. Como crentes, queremos ver o mundo
todo na luz do evangelho. Queremos experimentar como a verdade
maravilhosa dessa boa nova clareará e iluminará todas as coisas — até
mesmo os cantos resplandecentes de nosso dia de trabalho!
Esperamos que os dois primeiros capítulos o tenham ajudado a
começar a avaliar seu coração e a examinar de forma mais cuidadosa
suas motivações para trabalhar. Temos pedido para que você pense se
você é mais propenso a fazer do seu trabalho um ídolo ou a ser indolente
no emprego. Temos pedido para que você considere por que essas suas
abordagens em relação ao trabalho são nada menos que desastrosas. É
lógico, cada um de nós é culpado de cair nessas armadilhas de vez em
quando, e às vezes caímos nas duas — e até ao mesmo tempo! Portanto,
isso não é suficiente para diagnosticar o problema. Temos também que
gastar um tempo pensando sobre nas formas específicas pelas quais as
boas novas de Jesus nos confrontam e derrotam a idolatria e a indolência
em nosso coração.
1. Leia e reflita: Romanos 6.18; Gálatas 3.26-29; Mateus 22.34-40; Provérbios 22.29; Eclesiastes 1.2-3.
2. A coisa mais importante em relação a você como trabalhador é que você conhece Jesus. Por quê?
3. De que maneiras você adorou a Deus por meio do seu trabalho neste mês que se passou? Pense em dois exemplos — um de como você aprendeu a apreciar mais a Deus e
outro no qual você tenha crescido em obediência a Deus.
4. Como o fato de trabalhar para Jesus confronta a sua idolatria do trabalho? Como isso confronta sua indolência no trabalho?
5. Releia o Grande Mandamento de Mateus 22. Como esse mandamento de Jesus muda a sua forma de pensar a respeito de seus colegas e o seu relacionamento com eles?
6. Deus criou o dia sabático como um dia de descanso. O que isso diz acerca de como devemos enxergar o nosso trabalho?
7. Explique as ideias básicas do evangelho. Como essas verdades se aplicam ao seu trabalho?
Capítulo Quatro
percebe o que Lutero está dizendo aqui? Deus provê para as nossas
necessidades por meio do trabalho que ele nos chama a fazer na
sociedade e para o bem dela.
Ocasionalmente as pessoas desprezarão a ideia de que existe um
propósito em estar trabalhando para sustentar a sociedade. Afinal de
contas, a sociedade não é eterna, certo? Queremos que o nosso trabalho
tenha uma importância eterna! Entretanto, devemos lembrar que os
seres humanos foram criados. Somos criaturas feitas por um Criador. E
visto que ele é o Criador, Deus é quem decide o que ele quer que
façamos. Deus quer que nós, como seres humanos, façamos coisas que
são especiais e exclusivas, por essa razão, ele criou algumas coisas para
fazermos que são exclusivamente nossas. Por exemplo, Deus criou os
anjos, ele os fez para estarem em sua presença, para adorá-lo e serem
seus mensageiros. Eles foram designados para esses propósitos
específicos. No entanto, Deus (pelo menos até onde sabemos) não deseja
que eles edifiquem uma sociedade na terra, com coisas como mercearias
para anjos e agências estatais angelicais reais. Evidentemente, não foi
para isso que ele fez os anjos. Entretanto, Deus quer que os seres
humanos façam essas coisas. Ele quer que nos organizemos em
sociedades nas quais a ordem é mantida e onde são desenvolvidos
sistemas para nos sustentar. Deus tem prazer em sociedades bem
organizadas, e ele é glorificado quando fazemos a nossa parte para que
isso aconteça. Quando entregamos o nosso tempo e capacidade para
construir e melhorar uma sociedade, estamos fazendo aquilo que Deus
planejou que fizéssemos ao nos criar como seres humanos, mesmo que
as sociedades que criamos e mantemos não sejam eternas em si mesmas.
É fácil falar de forma geral — olhando para tudo isso da perspectiva
do nível macro. Mas o amor aos outros não acontece normalmente nesse
nível, mas sim no nível micro diário dos relacionamentos com pessoas
individuais. Somos chamados para amar as pessoas específicas com
quem convivemos todos os dias, e isso deve nos motivar a fazer o nosso
trabalho bem feito. Se tivermos a tendência de relaxar no trabalho,
talvez estejamos nos poupando de um pouco de estresse e criando algum
tipo de facilidade em nossa vida, mas com certeza não estaremos
amando mais ninguém. Na verdade, estaremos provavelmente criando
mais trabalho para elas, porque elas terão que dar conta do nosso relaxo!
Quando percebemos que trabalhamos para amar aos outros, isso nos
motiva a trabalhar bem e arduamente, a encorajar as pessoas com quem
trabalhamos e a nos esforçarmos não só pelo nosso próprio bem, mas
pelo bem daqueles que estão ao nosso redor. Se trabalharmos somente
para nós mesmos ou só para o nosso chefe, ou apenas para os nossos
clientes, então estaremos perdendo aquilo que há de mais importante no
nosso trabalho. Somos chamados para fazer o que fazemos por causa
dos propósitos de Deus — de modo que possamos amar a ele e amar aos
outros ao nosso redor.
TRABALHAR COM FÉ
Não importa o que façamos ou o quanto gostemos de nosso trabalho (ou
não gostemos), a coisa mais importante é fazer o nosso trabalho com fé
— fé em Deus e em seu plano para nós nesse mundo.
Se sua tendência for idolatrar o seu trabalho, então considere se sua fé
em Deus está deficiente. Existe a probabilidade de você estar confiando
mais em você mesmo e em suas próprias habilidades do que em Deus e
nas promessas dele para você? Seria o caso de, bem lá no íntimo, você
realmente acreditar que — o seu sucesso, sua satisfação e seu futuro —
tudo depende de você? Se for assim, gostaríamos de lhe dar um pequeno
encorajamento.
Eu (Seb) tenho lutado com isso durante quase toda minha vida adulta.
Ao longo de experiências difíceis, estabeleci um lema de trabalho, um
ditado que repito para mim mesmo para me ajudar em minha luta contra
transformar o meu trabalho num ídolo.
Trabalhe duro, trabalhe com inteligência e confie em Deus.
As últimas duas palavras desse lema me lembram como eu poso
combater a idolatria em meu trabalho. Quando digo isso, lembro-me de
que não importa o quão árdua e inteligente seja a forma como eu
trabalhe, todas as minhas realizações têm o inconfundível dedo de Deus
nelas. Posso trabalhar da forma mais árdua e inteligente que já trabalhei,
e meus planos ainda assim podem falhar. Ao mesmo tempo, mesmo que
tudo pareça estar caminhando para o desastre, Deus ainda pode me
surpreender e levar tudo ao sucesso! Provérbios 19.21 confirma esse
fato: “Muitos propósitos há no coração do homem, mas o desígnio do
Senhor permanecerá”. Isso significa que eu devo trabalhar com todo o
meu coração e ao mesmo tempo manter a confiança de meu coração
firmemente arraigada em Deus. Então, trabalhe duro, trabalhe com
inteligência e confie em Deus!
Isso também é verdade se sua tendência for ser indolente no trabalho.
Um dos nossos versículos mais fundamentais da Bíblia trata disso:
“Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor e
não para homens, cientes de que recebereis do Senhor a recompensa da
herança. A Cristo, o Senhor, é que estais servindo” (Colossenses 3.23-
24). Como encorajar a nós mesmos para trabalhar com todo o nosso
coração? Sabendo que trabalhamos para o Senhor, e não para pessoas.
Sabendo que Jesus separou uma herança para nós como recompensa.
Isso é um ato de fé! Isso requer que exerçamos uma confiança profunda
em Jesus, crendo que ele sabe o que está fazendo quando nos coloca
para trabalhar em determinado lugar. Nós raramente conseguimos
perceber o que é mais importante em nossa vida. Quem sabe por que
Deus quer que estejamos aqui, fazendo isto, neste período de nossa
vida? Mas, ainda assim, podemos confiar que é ele que está fazendo
isso, que ele nos colocou aqui, como nosso Rei, e agora o nosso trabalho
é servi-lo fielmente onde ele nos colocou, pelo tempo que ele decidir nos
manter aqui.
De qualquer forma, pode ser útil ter a perspectiva de um soldado em
um exército. Um soldado faz o que seu general ordena, mesmo que ele
não compreenda totalmente por que ele está sendo colocado em
determinado lugar ou como essa tarefa específica se enquadra no plano
global da batalha. Os crentes, em seu trabalho, precisam aprender a estar
contentes em servir como um soldado raso — um soldado comum — no
meio do povo de Deus. Todos nós desejamos ser generais e
comandantes de tanques. Ficamos ofendidos quando o Rei não nos
explica tudo e simplesmente decide nos colocar nas trincheiras. Mas não
é dele, afinal, esse direito? O fato de estarmos ao seu lado, afinal, não é
um presente de sua inacreditável graça? Quem somos nós, então, para
aceitar a graça de sua mão, unirmo-nos ao seu exército, e depois nos
afastarmos mal-humorados, chutando a poeira quando o nosso Rei diz:
“Agora, meu querido filho, quero que você trabalhe lá nas trincheiras.
Tenho uma estratégia brilhante que está se revelando e quero que você
trabalhe lá por um tempo”. As pessoas cujos corações estão cheios de fé
e amor para com o Rei, não rejeitarão os mandamentos dele. Elas se
levantarão para cumprir sua tarefa com brados de alegria, reconhecendo
que estão numa tarefa pessoal para o Rei dos reis!
Portanto, lembre-se, não importa o que façamos, quer sejamos um
soldado raso, um cozinheiro, um tenente, um limpador de privadas, um
cavador de trincheiras ou um comandante de tanque, foi o próprio Rei
que nos colocou nesse trabalho. Esse é o chamado que ele nos deu. Nós
não merecemos estar no primeiro posto de seu exército. Merecemos ser
subjugados por ele. Onde quer que ele tenha decidido nos colocar,
devemos confiar nele e servi-lo bem. Não é o que fazemos que é
realmente importante.
O que importa é para quem o estamos fazendo.
1. Leia e reflita: Efésios 6.5-7; Gênesis 1.26; 2 Tessalonicenses 3.10; Provérbios 12.11; 1 Timóteo 6.17-19; Eclesiastes 5.18-20; Tito 2.9-10; Provérbios 19.21.
2. Os crentes têm muitas motivações boas e bíblicas para trabalhar. Qual motivação deste capítulo você demonstra com menos frequência atualmente? Por que isso é difícil
para você? Ore para que Deus o ajude a fazer com que essa motivação aumente em seu coração neste mês.
3. A autoridade no local de trabalho — quer você a exerça ou viva debaixo dela — é geralmente mal compreendida ou mal utilizada. Como o fato de trabalhar sob a
autoridade de Deus remodela sua atitude, quer você seja chefe ou se reporte a um chefe?
4. Como o seu trabalho específico cumpre os propósitos de Deus em relação aos outros? Dê exemplos disso em sua família, sua igreja, sua empresa, com seus colegas de
trabalho, com seus clientes e com a sociedade como um todo.
5. Reflita sobre cada motivação citada neste capítulo e releia o que a Bíblia diz acerca de cada uma delas. Refletir sobre essas motivações ajudam o seu coração a estar mais
contente? Como o fato de conhecer e crer em cada uma delas pode ajudar o seu coração a estar mais contente?
1. Citado em Gene Edward Veith Jr, God at Work: Your Christian Vocation in All of Life (Deus no Trabalho: Sua Vocação Cristã para Toda a Vida), Wheaton, Ilinóis: Crossway,
2002, p. 13.
Capítulo Cinco
CONCLUSÃO
Não há uma fórmula simples que sempre nos leve a encontrar o melhor
emprego. Essas perguntas apenas têm a intenção de ajudá-lo a
desenvolver uma estrutura de pensamento a respeito daquilo que é mais
importante, de quais oportunidades devem ser rejeitadas e quais delas
você deve buscar. Os princípios expostos neste capítulo não são
determinantes, mas esperamos que sejam úteis.
Escolher um emprego é uma decisão muito importante na vida e uma
das decisões que devem ser tomadas com orações intensas, estudos
bíblicos e conselhos sábios de outros crentes. Enfim, é uma decisão para
a qual devemos separar um tempo abundante — mas não infinito. Em
seu livro Trabalhe 4 Horas por Semana (São Paulo: Editora Planeta do
Brasil, 2008), Tim Ferriss defende a tomada de decisão rápida, quando
as decisões não forem fatais e forem reversíveis. Embora a decisão de
buscar determinada carreira profissional ou de aceitar um emprego
específico possa parecer no momento a decisão mais importante que já
fizemos, a verdade é que ela também está sujeita a mudanças. Isso
significa que devemos exercer a sabedoria, orar, buscar conselhos,
planejar e criar estratégias e, depois, devemos tomar uma decisão rápida
e seguir em frente. Por quê? Porque, em última análise, Deus está no
controle. Ele é soberano sobre tudo — e isso com certeza se estende ao
nosso emprego! Podemos colocar nossa vida e carreira em suas mãos,
sabendo que ele é um Rei bom e generoso, que faz com que todas as
coisas cooperem para a sua glória e para o nosso bem. Ele não
desperdiçará a nossa posição.
Por essa razão, acima de tudo, confie em Deus enquanto você escolhe
um emprego. Os empregos são temporários, Deus é eterno. Se parece
que você talvez tenha que escolher um trabalho que não seja perfeito
para você, louve a Deus e faça-o com todo o coração. Um dia esse
emprego acabará. E se parece que você conseguiu o emprego de seus
sonhos, trabalhe nele com todo o seu coração. Lembre-se, um dia ele
também acabará! De qualquer maneira, você trabalha para Jesus. Você
pode confiar que ele tem boas razões para o trabalho que ele está lhe
dando para fazer.
1. Leia e reflita: 1 Timóteo 5.8; Provérbios 12.11 e Provérbios 28.19.
2. Pense sobre sua última mudança de emprego. Quais foram as perguntas que você teve de fazer, enquanto avaliava esse emprego? Como essas perguntas se ajustam com
as Escrituras?
3. Como a lista de considerações deste capítulo influencia sua forma de pensar a respeito de seu próximo emprego? E o seu plano de carreira? Como é essa lista em
comparação com aquilo que os seus colegas acham que deveria ser a sua próxima “mudança inteligente” para a sua carreira?
4. Quais são as perguntas “boas para fazer” que você é tentado a elevar à posição de “perguntas que você precisa fazer”? Por quê?
5. Quando consideramos a mudança de emprego, a nossa cultura geralmente nos encoraja a falar com um expert em carreiras, um mentor ou recrutador profissional. Essas
são coisas boas a serem feitas. Que outras coisas um crente poderia fazer para buscar conselho para essa decisão?
6. “Trabalhe duro, trabalhe com inteligência e confie em Deus”. De que maneiras você tem visto a impressão digital de Deus em sua vida e em sua carreira?
Capítulo Seis
2. Considere em que áreas você poderia ser capaz de investir para ser mais frutífero.
3. Evite a armadilha da idolatria, quando você é dominado pelo seu trabalho em vez de servir ao Senhor.
Família
Qual é o padrão mínimo de fidelidade quando se trata de sua família?
Com toda honestidade, ele é provavelmente mais elevado do que você
imagina! De acordo com Efésios 5.22, 25, a fidelidade em sua família
está em um patamar muitíssimo elevado. “As mulheres sejam submissas
ao seu próprio marido, como ao Senhor... Maridos, amai vossa mulher,
como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”.
Muitos livros têm sido escritos a respeito de como isso funciona na vida
real. O padrão de fidelidade é o autossacrifício na forma de uma
submissão amorosa e piedosa para as esposas e na forma de amor
abnegado para os maridos.
Se você tiver filhos, o padrão de fidelidade é também bem elevado:
“Pais... criai-os [seus filhos] na disciplina e na admoestação do Senhor”
(Efésios 6.4). Quando se trata da sua família, o padrão mínimo de
fidelidade não é tão mínimo assim, não é mesmo? As esposas devem se
submeter ao seu marido como a igreja se submete a Cristo. Os maridos
devem amar sua esposa como Cristo amou a igreja. E ambos devem
criar seus filhos no temor do Senhor e obedecer aos seus mandamentos.
Os maridos e as esposas também podem investir um no outro e nos
filhos, a fim de maximizarem seus frutos. Alguns maridos e esposas
investem tempo um com o outro a sós ou em passeios rápidos com as
crianças. Alguns gastam um dinheiro extra com experiências familiares;
outros o gastam em coisas igualmente valiosas. A questão é que não há
nada nas Escrituras que nos ordene tirar férias com a família ou planejar
com regularidade “dias da família”. Mas, se constantemente somos fiéis
ao já elevado padrão de fidelidade das Escrituras, esse tipo de coisa não
é estritamente necessário. Essas coisas são investimentos de recursos
extras em nossas famílias, com o intuito de maximizar os frutos nessa
arena de nossa vida.
Obviamente, vale a pena perceber que a fidelidade e a geração de
frutos na vida familiar não funcionarão exatamente da mesma maneira
para cada pessoa. Pessoas diferentes devem ser sábias para determinar o
nível de apoio emocional, espiritual e físico que seus cônjuges e filhos
requerem. Não tente definir o que fiel ou frutífero significam para você
comparando sua vida familiar com a dos outros. Antes, determine isso
considerando como os mandamentos e princípios bíblicos se entrelaçam
com as circunstâncias providenciais, específicas e reais de sua vida.
Seria possível uma pessoa idolatrar erroneamente sua esposa ou
filhos? Claro que sim! Há duas formas de isso acontecer. Em primeiro
lugar, se o seu investimento de tempo e atenção para com sua família o
leva a ficar aquém dos padrões bíblicos de fidelidade em outras áreas de
sua vida, é porque você elevou, de modo incorreto, a importância de sua
família. Se você simplesmente declara que não irá para o trabalho,
afinal, porque você quer gastar cada hora de sua vida na qual está
acordado com suas crianças, você não está sendo fiel na arena do
trabalho. Semelhantemente, se você decide tirar dois domingos por mês
para não ir à reunião de sua igreja e jogar futebol com seus filhos, você
não está sendo fiel em sua responsabilidade de ser comprometido com a
igreja. E o mais fundamental, entretanto, é que o próprio Jesus
estabeleceu os limites da idolatria quando se trata da família. Ele disse:
“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim;
quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de
mim” (Mateus 10.37). Se amarmos nossa família mais do que amamos a
Jesus, então, cruzaremos o limite da idolatria da família.
A Igreja
O que dizer acerca de nosso envolvimento com a igreja e do nosso
relacionamento com os outros no corpo de Cristo? De acordo com a
Bíblia, o padrão mínimo de fidelidade quando se trata da igreja parece
ser que cada crente deve estar significativamente comprometido com a
vida da comunidade da igreja local. E vez após vez, o Novo Testamento
parece supor que cada crente está ligado de modo significativo à igreja e
comprometido com ela. Paulo escreve aos crentes da igreja local de
Corinto: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros
desse corpo” (1 Coríntios 12.27). A igreja local é um corpo, e cada
pessoa é um membro desse corpo e contribui para o seu bem-estar.
Hebreus 10.24-25 deixa claro que não é suficiente apenas estar
comprometido teoricamente com a igreja. Devemos “nos estimular ao
amor e às boas obras” — “não deixando de nos congregar”, afirma o
autor de Hebreus, “fazendo admoestações”. O padrão mínimo de
fidelidade aqui é um compromisso significativo com a igreja local —
um compromisso que nos leva a nos reunir regularmente com a igreja e
a nos envolver de forma ativa no encorajamento, no amor e na
admoestação dos outros membros da igreja.
Dependendo das circunstâncias de sua vida neste momento, você
poderá descobrir que Deus o está chamando para investir mais tempo,
energia e atenção para maximizar seu serviço e até mesmo sua liderança
na igreja. Nem todo mundo é chamado para ser presbítero na igreja. No
entanto, algumas pessoas serão chamadas para isso, e Paulo deixa
implícito que ter o desejo de ser um presbítero é um desejo bom (veja 1
Timóteo 3.1). Não é preciso abrir mão de uma noite extra a cada semana
para liderar um ministério a fim de ser um membro fiel de sua igreja,
mas isso poderia ser algo muito bom para que você maximizasse seus
frutos na vida da igreja. Todo crente precisa ser membro de uma igreja,
mas não somos membros todos iguais, com o mesmo nível de
compromisso. Cada um de nós desempenha um papel dado por Deus —
quer seja como um olho, um ouvido ou uma unha de um dedo.
E, sim, é possível transformar o nosso serviço e liderança na igreja em
um ídolo. Se o nosso investimento de tempo e energia em nossa igreja
nos leva a negligenciar a fidelidade nas outras obrigações dadas por
Deus, então temos idolatrado a igreja e precisamos repensar as coisas.
De fato, Paulo parece estar se dirigindo a essa idolatria do ministério em
1 Coríntios 3.5-9:
Quem é Apolo? E quem é Paulo? Servos por meio de quem crestes — e isto conforme o Senhor concedeu a cada um. Eu plantei, Apolo regou; mas o crescimento veio de Deus. De
modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o
seu próprio trabalho. Porque de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós.
O Trabalho
A Bíblia também nos dá os parâmetros de fidelidade, de geração de
frutos e de idolatria para a nossa vida no trabalho. O padrão mínimo de
fidelidade para o nosso trabalho é realmente muito simples. Em 1
Tessalonicenses 4.10-12, lemos: “Contudo, vos exortamos, irmãos,... a
diligenciardes por viver tranquilamente, cuidar do que é vosso e
trabalhar com as próprias mãos, como vos ordenamos; de modo que vos
porteis com dignidade para com os de fora e de nada venhais a precisar”.
Efésios 4.28 coloca isso desta maneira: “Aquele que furtava não furte
mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para
que tenha com que acudir ao necessitado”. O limite mínimo na arena do
trabalho é sermos capazes de prover para nós mesmos, para cuidar de
nossa família e para ter alguma sobra para compartilhar com os outros. É
isso!
Sempre podemos investir mais tempo, energia e atenção num trabalho
a fim de maximizar os nossos talentos e habilidades para a glória de
Deus e para o bem dos outros. Podemos dar algumas horas a mais ou
gastar um pouco mais da capacidade cerebral para criar estratégias e
planos. Podemos nos oferecer para viajar para o nosso patrão ou aceitar
uma promoção que utilize melhor os nossos dons, mas que também exija
um pouco mais de tempo. Nenhuma dessas coisas é estritamente
necessária para sermos fiéis em nosso trabalho, não importa o que o
mundo nos diga. Mas essas coisas podem ser uma ótima maneira de
investir alguns dos recursos extras de nossa vida.
O trabalho se torna um ídolo quando o nosso investimento de recursos
esgota o “extra” e começa a usurpar o de outras áreas de
responsabilidade. O limite da idolatria quando se trata do trabalho é bem
definido por Salomão, quando ele afirma: “Não esgote suas forças
tentando ficar rico; tenha bom senso!” (Provérbios 23.4, NVI). Salomão
fala sobre ficar rico, mas podemos facilmente substituir isso por outras
ideias também. Não esgote suas forças para ter satisfação. Não esgote
suas forças para ter influência. Não esgote suas forças para ter poder.
Não esgote suas forças para ter baboseiras. Se falharmos em reprimir a
nós mesmos, teremos cruzado o limite da idolatria no trabalho.
JUNTANDO TUDO
Deus nos deu inúmeras obrigações na vida. Ele espera que não sejamos
nem indolentes nem idólatras em nenhuma delas, mas que comecemos a
buscar a fidelidade, gerando mais frutos quando pudermos, em cada um
desses chamados.
É relativamente fácil falar sobre as nossas responsabilidades de modo
clínico e claro, como se cada uma delas se encaixasse bem
adequadamente em sua própria maleta feita por encomenda. Mas no
mundo real, as coisas nunca são tão claras. Vivemos num mundo onde
as coisas surgem e a vida acontece — queiramos ou não. Estamos
tentando ser fiéis no trabalho, e um filho nosso fica doente. Estamos
tentando ser fiéis no lar, e um membro da igreja nos telefona em crise. A
trave do gol se move; o alvo salta para o lado. E antes que nos demos
conta, ficamos desencorajados, distraídos e subjugados.
Era assim que eu (Seb) pensava a respeito de minha vida depois que
meu filho nasceu! Instintivamente, eu estava tentando aliviar a pressão
que estava sentindo, ao pensar em fugir de uma das obrigações que Deus
tinha me dado. “Vou simplesmente negligenciar o meu trabalho.” Eu
havia me convencido de que falhar seria necessário para ser fiel a Deus
em outras áreas de minha vida. Mas eu estava errado. Todas essas
obrigações nos foram dadas por Deus. Portanto, podemos estar certos de
que ele quer que sejamos fiéis e, crescendo nessa medida, sejamos
também frutíferos.
Não devemos nos enganar com o pensamento de que existe uma
solução “de tamanho único” para tudo isso. Se apenas tivéssemos uma
lista divina de coisas a fazer, poderíamos fazer isso com bem mais
facilidade. Mas não temos. Em vez disso, Deus simplesmente nos deu
parâmetros gerais sobre o que parece “demais” (idolatria) e sobre o que
parece “de menos” (indolência). E ele nos chama para exercermos a
sabedoria piedosa para descobrir quando e onde o fato de fazermos mais
investimentos produzirá frutos mais abundantes.
Com isso em mente, eis alguns conselhos práticos para guiar os seus
pensamentos.
1. Determine o que significa ser fiel em cada uma de suas
obrigações. Faça uma descrição de atividades para cada uma das
obrigações que o Senhor lhe deu na vida. O que significa ser fiel em sua
vida familiar, em sua vida na igreja e em sua vida no trabalho? O mundo
tem suas próprias ideias a respeito de como o “padrão mínimo” deve ser
em cada uma dessas atividades. Como crentes, devemos definir essas
ideias a partir da Bíblia, à medida que elas se entrelaçarem com as
nossas circunstâncias específicas.
CONCLUSÃO
Circunstâncias diferentes exigem estratégias diferentes e decisões
diferentes. Por essa razão, avaliar sua vida e obrigações deve ser mais do
que algo que você faz uma vez na vida, outra na morte. Você deve fazer
isso regularmente, desse modo você poderá se certificar de que não
perdeu de vista o que significa ser fiel em todas as suas áreas de
responsabilidade. Evite o erro de olhar para vida de outra pessoa e de
julgar sua vida por esse padrão. O padrão de fidelidade definido nas
Escrituras pode ser parecido para pessoas diferentes, mas você não pode
apenas olhar para a decisão de um amigo seu de investir tempo extra
como presbítero da igreja e concluir que a fidelidade exige que você faça
o mesmo. Ela não exige. Uma vez que você compreenda as diferenças
entre indolência, fidelidade, gerar mais frutos e idolatria você será capaz
de se poupar de uma carga desnecessária de culpa.
Deus designou a nossa vida de modo que as nossas várias obrigações
não sejam independentes umas das outras. Naufragar em uma área
geralmente significa naufragar em outras. Mas se estivermos sendo fiéis
em todas as nossas obrigações, podemos estar confiantes de que todas as
coisas agirão conjuntamente, num belo ciclo virtuoso para aumentar os
nossos frutos para além dos limites. Por exemplo, no trabalho você
aprende a ajudar clientes insatisfeitos ao mesmo tempo em que trabalha
na igreja para preservar a unidade, respondendo às perguntas e às
preocupações dos seus colegas membros. A habilidade que você
desenvolveu numa área o ajudará em outras. Os frutos aumentam em
toda parte!
Na verdade, a ideia de equilíbrio talvez não seja a maneira correta de
pensar a respeito disso afinal. As obrigações que Deus nos deu
realmente não estão em conflito umas com as outras. Elas não podem
estar, porque todas foram dadas por um Deus infinitamente sábio. Todas
as nossas obrigações são apenas parte de nossa responsabilidade
primordial de seguir e honrar a Jesus. Mantenha isso em mente e você
será capaz de evitar tanto a indolência quanto a idolatria. E você também
avançará na produção de frutos à medida que o Senhor lhe der
capacidade para fazê-lo. O mais importante é que isso será para a glória
daquele para quem você trabalha, de fato, o Rei Jesus!
1. Leia e reflita: Mateus 6.25-34; 2 Tessalonicenses 2.14; João 17.6; Efésios 2.10; Efésios 6.4; Efésios 5.22,25; Hebreus 10.24-25; 1 Coríntios 3.5-9; 1 Tessalonicenses
4.10-12; Efésios 4.28; Provérbios 23.4.
2. Pense em um exemplo de sua vida (ou da vida de um amigo) com relação às consequências de ser chamado para algo, em vez de ser chamado para Alguém. Que fruto
essa confusão gera?
3. Quais são as boas responsabilidades que Deus lhe deu (igreja, família, relacionamentos, trabalho, etc.) que você é mais tentado a priorizar acima dele? Como os seus
amigos crentes o ajudam a conter essa tendência?
4. Você tem expectativas realistas acerca do que seria ser fiel em seus relacionamentos com a família, com os membros da igreja e com os colegas? Encontre um amigo
crente nesta semana para discutir isso com você. Façam um ao outro algumas perguntas que requeiram raciocínio a respeito desses relacionamentos.
5. Jesus o chamou em primeiro lugar para ser um discípulo dele. Você tem permitido de alguma maneira que as boas responsabilidades o impeçam de gastar tempo com
ele? Isso tem causado impacto em seu crescimento espiritual?
Você gosta do seu chefe? E dos seus colegas de trabalho? A coisa mais
difícil em nosso emprego pode ser as pessoas com as quais devemos
trabalhar. Não é como se esses relacionamentos pudessem ser
considerados insignificantes. Trabalhar com pessoas desafeiçoadas,
injustas, irracionais, impiedosas ou incompetentes pode facilmente
transformar uma semana comum numa semana dolorosa e frustrante.
Mas sejamos honestos. A dificuldade que percebemos com os nossos
colegas de trabalho, chefes ou patrões geralmente não tem muito a ver
com eles, e sim conosco. Se reiteramos alguma coisa neste livro é o fato
de que todos nós temos a tendência de pensar de forma pecaminosa e
egoísta a respeito de nosso trabalho — uma tendência que se estende
não só às tarefas que realizamos, mas também às pessoas com quem
trabalhamos.
Se transformarmos o trabalho em um ídolo, perceberemos o nosso
chefe como um obstáculo e os nossos colegas de trabalho como
competidores. A forma como percebemos e tratamos os nossos colegas
de trabalho depende do fato de eles estarem facilitando o nosso caminho
na direção do alvo ou não. Nosso chefe? Ele tem o nosso emprego.
Meus colegas de trabalho? Eles querem o meu lugar. E se nos tornarmos
indolentes em nosso trabalho, trataremos o nosso chefe com desdém e os
nossos colegas de trabalho se tornarão a ouvidoria de nossas
reclamações.
É provável que o quadro que estamos traçando aqui seja um tanto
rígido para ambos os casos. Os nossos pecados nem sempre se mostram
tão fáceis de identificar. Entretanto, se formos sinceros com nós
mesmos, a descrição dada aqui talvez reflita com precisão o fruto
amargo de qualquer idolatria ou indolência que habite em nosso coração.
Pensamentos ímpios acerca do trabalho levam a pensamentos ímpios a
respeito de nossos colegas de trabalho.
O ponto de vista bíblico do qual temos falado neste livro desafia e
confronta as nossas atitudes pecaminosas em relação aos nossos colegas
de trabalho. O conceito bíblico nos ensina a pensar neles não como
obstáculos ou competidores, mas como pessoas — pessoas feitas à
imagem de Deus e amadas por ele. Em resumo, ele nos liberta para amar
o nosso próximo como amamos a nós mesmos, num lugar onde o amor
é, de modo geral, radicalmente escasso — no local de trabalho.
CONCLUSÃO
Tal como acontece com muitas das coisas que discutimos neste livro,
não existe qualquer fórmula mágica para lidar com chefes e colegas de
trabalho difíceis. Mas, às vezes, a mudança de perspectiva pode levar a
uma mudança de coração, o que transforma tudo. Se você tem pensado
em seu chefe como um obstáculo para o avanço de sua carreira, ore e
peça a Deus para ajudá-lo a perceber essa pessoa como alguém que
Deus deseja que você sirva. Depois, vá e faça isso. Trabalhe de bom
grado, não de má vontade. Pare de reclamar e de ficar com a cara virada.
Seja humilde. Encoraje.
Semelhantemente, se você têm estado em conflito com seus colegas
de trabalho, ore e peça a Deus para ajudá-lo a perceber que você foi
chamado para servi-los. Depois, de novo, vá e faça isso. Trabalhe muito.
Ofereça-se para tirar algumas tarefas das mãos deles. Faça alegremente
as tarefas que ninguém, de fato, deseja fazer, e não seja um mártir em
relação a isso. Ame-os, encoraje-os e sirva-os, não porque eles merecem
isso de você, mas porque você também não merece isso de Jesus!
O nosso local de trabalho pode ser um lugar gloriosamente
santificador para nós. Conflitos, pessoas difíceis em posição de
autoridade e colegas de trabalho competitivos são apenas algumas das
coisas que Deus usa para nos moldar e nos transformar em pessoas que
refletem Jesus, as quais ele quer que sejamos. Não fique ofendido se ele
colocar essas coisas em sua vida neste momento. Descubra como ele
quer que você reaja a essas circunstâncias, a fim de torná-lo mais
semelhante a Jesus. Lembre-se! Você está em seu trabalho não só para
pagar as contas e não só para progredir em sua carreira. Você está lá
para servir a Jesus. Aprenda a servir e a amar aos outros — quer eles
mereçam ou não.
1. Leia e reflita: Colossenses 3.22-4.1; Filipenses 2.5-8, 14-16.
2. Devido ao fato de sermos pecadores, não é natural que não reclamemos, que nos submetamos alegremente ou que nos humilhemos de verdade. Qual das marcas citadas
neste capítulo você acha que é a mais difícil? Por quê? Peça a Deus que transforme o seu coração para ser fiel a ele e para honrá-lo por meio do seu trabalho.
3. O que a submissão de Jesus às autoridades pecadoras, imperfeitas e terrenas nos ensina acerca da nossa própria submissão aos chefes, gerentes e diretores imperfeitos, no
trabalho?
4. Quem são as pessoas mais difíceis de amar em seu local de trabalho? Você já orou por elas? Elas sabem que você é crente? Você se justifica por não amá-las?
5. Quais são algumas formas práticas de amar e servir o seu chefe ou os seus colegas de trabalho nesta semana?
6. Você trabalha com algum outro crente? Se a resposta for sim, considere o fato de encontrar-se com ele para criar estratégias sobre como vocês podem encorajar um ao
outro e ser testemunhas animadas de Deus em seu local de trabalho.
Capítulo Oito
PRINCÍPIOS DA AUTORIDADE
Não é assim que queremos liderar os nossos empregados! Afinal, o Rei
Jesus nos pôs para liderar nessa época de nossas vidas. Por essa razão,
devemos fazer isso de um modo que o honre — o que significa cuidar
dos nossos empregados e amá-los. Devemos ensiná-los a respeito da
autoridade do próprio Deus e de seus propósitos para eles em seu
trabalho. Isso só é possível quando temos uma profunda compreensão
acerca do que é a autoridade, de onde ela vem e como pode ser ela usada
de uma maneira piedosa. Pensemos nisso em termos de seis princípios
de autoridade ensinados na Bíblia.
Princípio #1: A Autoridade Vem de Deus
Tudo vem de Deus. Deus criou os seres humanos e lhes designou a
tarefa de governar e sujeitar a terra. Em Gênesis 1.28, lemos: “E Deus os
abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e
sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e
sobre todo animal que rasteja pela terra”. O fato de a humanidade ter
sido situada no topo da ordem criada não foi só por uma questão de
força nata ou de inteligência; mas por uma questão de concessão divina
de autoridade. Adão e Eva deveriam exercer essa autoridade do modo
como Deus queria que eles exercessem. Eles deveriam cultivar o jardim,
não destruí-lo. Deveriam dar nomes aos animais e governá-los, não
dominá-los com crueldade.
O mesmo é verdade para qualquer autoridade que Deus tenha nos
dado. Ela não é nossa por direito, mas por uma concessão divina. Por
essa razão, devemos usar essa autoridade para o bem daqueles sobre
quem nós a usamos, não apenas para os nossos próprios objetivos. Ela
realmente é uma questão de obediência fiel ao Rei, mas ela também
transmite ao mundo ao nosso redor como é o nosso Rei. Quando usamos
bem a autoridade, demonstramos para os nossos empregados e para todo
mundo ao nosso redor que a autoridade é basicamente uma coisa boa,
que ela vem de um Deus que exerce autoridade com amor e justiça
perfeitos. O modo como usamos a autoridade, portanto, diz na verdade
mais a respeito do Deus a quem servimos do que a respeito de nós
mesmos.
Líderes piedosos servem aos outros. Eles prestam atenção aos outros e
trabalham para o bem deles. O serviço a Deus sempre custa caro. Às
vezes, ele custará as nossas prioridades do dia. Custará o nosso tempo
limitado. Talvez custe até algum lucro de nossa empresa. Mas isso é o
que Jesus nos chama a fazer com a autoridade que ele nos deu — dar a
nós mesmos pelo bem dos outros.
Princípio #6: O Uso Piedoso da Autoridade É Motivado Pelo
Evangelho e Capacitado Pela Graça
Esperamos que você tenha compreendido essa verdade com muita
clareza à medida que leu este capítulo. A única forma de sabermos como
exercer a autoridade de modo correto é tomando o exemplo de nosso
Rei. Porque ele se humilhou por amor de nós, fomos libertos de uma
concepção de autoridade que só sabe dominar sobre os outros. A nossa
identidade e recompensa não estão afinal ligadas ao nosso desempenho
profissional, mas estão fundamentadas em Cristo. Fomos libertos de
exercer a autoridade que só sabe usar as pessoas e conduzi-las como
animais de carga rumo a um objetivo. O evangelho nos capacita a
supervalorizar a Cristo, amando, servindo e abençoando os outros.
Isso não significa que decidimos de alguma forma que as realizações
não são importantes. Não significa que não podemos incentivar uns aos
outros com relação aos alvos de uma equipe ou mesmo corrigir e
repreender empregados e colegas de trabalho quando eles não estão
fazendo o trabalho. Mas significa, de fato, que quando incentivamos os
nossos empregados e até quando os corrigimos, nós o fazemos não com
pensamentos que visam a nossa própria glória e reputação, mas com
benevolência e com uma preocupação amorosa e genuína pelo bem
deles e pelo bem da equipe.
CONCLUSÃO
Eu tenho de admitir. Gerenciar pessoas tem sido uma luta para mim
(Seb) ao longo dos anos. Eu via os meus empregados simplesmente
como um meio para os meus próprios fins, e eu os administrava como
uma marreta administra uma rocha — eles estavam em meu caminho e
eu precisava tirá-los da frente o mais rápido possível! Não é necessário
dizer que essa mentalidade não servia muito para demonstrar a boa
autoridade de Deus para eles.
Ao longo dos anos, pela graça de Deus, tenho visto um crescimento
lento, mas firme, nessa área de minha vida; mas essa ainda é uma área
de luta constante. E você? Você se esforça para usar sua autoridade para
edificar os outros em seu local de trabalho? Você se recorda a cada dia
que, seja qual for a autoridade que você tem, ela vem das mãos de seu
Rei? Por essa razão, você busca exercer essa autoridade conforme ele a
exerceria? Ou nada disso jamais passou pela sua mente?
Lembre-se que mesmo que você seja um chefe, você é um chefe que
trabalha para Jesus. Comprometa-se novamente a exercer a autoridade
que lhe foi dada por Deus de tal maneira que seu Rei seja honrado e
reverenciado, mesmo entre aqueles com quem você trabalha.
2. Pense naquelas pessoas sobre as quais você exerce autoridade de modo formal ou informal. Pode ser um empregado ou um aprendiz. Como a sua vida exemplificou
fielmente — ou distorceu — a autoridade piedosa e recomendou o evangelho a essas pessoas?
3. A visão bíblica de autoridade é contracultural e radicalmente diferente do ponto de vista do mundo. Em sua opinião, quais são as diferenças mais importantes?
4. Você já teve ou deseja ter mais responsabilidade e autoridade em seu trabalho? Liste três ou quatro maneiras específicas de glorificar a Deus por meio de uma abordagem
bíblica da autoridade em seu próprio contexto.
5. Você é um chefe ou um funcionário que só se importa com seus colegas por causa da produtividade deles? Pense nas pessoas que talvez se reportem a você ou se
encontrem com você e cite uma maneira de orar por elas, uma por uma, esta semana.
6. Você já pediu desculpas para alguma pessoa em seu local de trabalho por sua atitude, modo de falar ou ações em relação a ela? Por qual razão você fez isso? Você
precisa fazer isso agora?
Capítulo Nove
2. Você já compartilhou o evangelho com alguém em seu local de trabalho no ano passado? Nunca? Que desculpas você dá para evitar ser fiel a Deus nessa área? Quem em
sua repartição ficaria surpreso se descobrisse que você é crente?
3. Há outros crentes em seu local de trabalho? Como você pode se encontrar com eles para orar pelo quadro de funcionários ou criar estratégias a respeito de como ser uma
testemunha cativante em prol do evangelho?
4. Fazer do trabalho um ídolo pode levar alguns crentes a se concentrarem muito mais nas tarefas que têm nas mãos do que em investir nas outras pessoas. No entanto, ser
indolente pode levá-los a falhar em honrar a Deus por meio de seu trabalho e até mesmo a refletir o evangelho com deficiência. Você já viu esses dois exemplos
negativos em seu local de trabalho? Como você pode aprender com isso?
5. A sua reputação no trabalho é mais importante para você do que ser uma testemunha cativante e fiel de Jesus? Se a resposta for sim, arrependa-se e peça a Deus para
transformar seu coração, de modo que você possa encontrar alegria em servir ao Rei Jesus.
6. Como o seu trabalho é um campo missionário? Ore para que Deus lhe dê uma visão crescente sobre como ele pode usar o seu trabalho para a Grande Comissão.
Capítulo Dez
Sim, essa passagem está falando da igreja local, mas cremos que os
mesmos princípios permanecem quando nós os aplicamos à sociedade
como um todo. A melhor maneira de pensar a respeito de nosso trabalho
em relação ao trabalho dos outros é não tentar determinar qual tem mais
valor em relação ao dos outros, mas em vez disso, perceber que todos
trabalham juntos, como um todo harmonioso, como um corpo. Em 1
Coríntios 12.17-20, Paulo escreve essas palavras:
Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde, o olfato? Mas Deus dispôs os membros, colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se
todos, porém, fossem um só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só corpo.
Como decidir qual parte do corpo tem mais valor? Você preferiria
perder um olho, um ouvido, o cérebro ou o coração? E se os seus
polegares se rebelassem e decidissem desistir de serem polegares para se
dedicarem a ser ouvidos?
Você entende a questão? Exatamente como Deus não designou o
corpo físico para ser uma única parte, ele também não designou que o
corpo da igreja fosse uma única parte. E esse princípio pode também ser
aplicado aos propósitos de Deus neste mundo vasto. Deus certamente
planejou ter algumas pessoas servindo como pastores e missionários.
Mas também planejou que houvesse oficiais de polícia, professores,
carpinteiros, executivos, vendedores, inspetores, garçons, legisladores e
todo tipo de outras “partes”, trabalhando juntas para manter o “corpo”
mais amplo da sociedade humana funcionando com equilíbrio.
Há todo tipo de lições a serem aprendidas com isso. Para começar,
ninguém que esteja trabalhando e dando sua contribuição para o “corpo”
mais amplo da sociedade humana jamais deve se deixar enganar pelo
pensamento de que sua contribuição não tem valor. Conforme Paulo
escreve a respeito da igreja: “Os membros do corpo que parecem ser
mais fracos são necessários” (1 Coríntios 12.22). Todos nós temos
nossas próprias ideias em relação a quais profissões são importantes e
quais não são tão necessárias. Mas, de modo geral, as profissões que
julgamos sem importância demonstram ser muito mais importantes do
que poderíamos pensar. Uma sociedade como a igreja é uma matriz vital
de relacionamentos interligados. O trabalho que uma pessoa faz afeta a
vida de outras, não importa o quão pequeno e insignificante esse
trabalho possa parecer.
Se você luta com o pensamento de que sua própria profissão é sem
valor, talvez você devesse pensar no que aconteceria se ninguém fizesse
o trabalho que você faz. Por quanto tempo, de fato, esse sistema duraria
antes de entrar em colapso? Como a sociedade, como um todo, seria
afetada? Sua profissão não é indispensável — nenhuma profissão é —
mas talvez não seja tão dispensável quanto você possa supor. Se você
tem o problema oposto e está convencido de que o seu trabalho é um dos
mais importantes do mundo, preste atenção à advertência de Paulo em 1
Coríntios 12.21: “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de
ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós”. Pense nisso. O que
você faria se todas essas profissões “menos importantes” ao seu redor
desaparecessem? O quão bem sua profissão continuaria a funcionar? O
quão bem o olho autolisonjeador funcionaria sem o restante do corpo? O
quão bem a cabeça funcionaria se não tivesse os outros membros do
corpo para apoiá-la? Não funcionariam muito bem! O mesmo é verdade
em relação a você. Você poderia se esgoelar dizendo o quanto o seu
trabalho é valioso. No entanto, permanece o fato de que o seu trabalho é
só uma parte de todo um conjunto de profissões no corpo social que
Deus colocou juntas, e sem as outras partes, o seu trabalho deixaria de
ter função.
O argumento, de novo, é que questionar o “valor” não é simplesmente
a pergunta correta. Paulo deixa isso bem claro em seu ensino em
Romanos 12 e 1 Coríntios 12. Quais dons têm mais valor na igreja?
Pergunta errada! Paulo conclui. Todos os diferentes dons na igreja
funcionam simultaneamente para criar um corpo que funciona bem. Se
tirarmos algum deles ou se fizermos com que todo o corpo seja uma
única parte, arruinaremos a beleza, não só do todo, mas também de cada
parte individual. Elas só são belas quando complementam umas as
outras e funcionam juntas. O mesmo é verdade quando se trata de nosso
trabalho na sociedade. Nenhum deles permanece sozinho. Todos eles
foram organizados por Deus para criar um corpo que funciona bem, e o
papel de cada um de nós complementa e apoia o do outro. Todos eles
funcionam juntos para fazer a sociedade trabalhar.
CONCLUSÃO
Então, de volta à pergunta com a qual começamos: Seu trabalho tem
menos valor do que o trabalho de seu pastor? Bem, não — do mesmo
modo como o coração não tem menos valor do que o cérebro ou o
soldado de infantaria não tem menos valor do que o da cavalaria. Se isso
for verdade, então o “valor” não tem muito a ver com essas coisas,
afinal. Ele se resume ao chamado.
O que Deus lhe chamou a fazer? Em outras palavras, ele lhe deu
desejo, capacidade e oportunidade para fazer o quê? Sim, Deus chama
algumas pessoas para o ministério de tempo integral na igreja local, e
esse é um chamado nobre. Ele chama outros para serem advogados,
médicos, soldados, políticos, vendedores e administradores; e esses são
também chamados nobres, porque todos trabalham juntos para criar uma
sociedade que funciona bem. Deus o chamou para fazer o quê? O que
você quer fazer; e Deus lhe deu capacidade e oportunidade para fazer o
quê? Precisamos fazer essas perguntas em vez de tentar resolver alguma
equação que nos diga: “O trabalho que tem mais valor no planeta é o
trabalho ‘X’”. Não, essa questão não é válida. A questão é se você está
fazendo aquilo que Deus o chamou para fazer — e se você está fazendo
isso bem feito.
1. Leia e reflita: Mateus 20.1-16; Romanos 12.3-8; 1 Coríntios 12.12-27.
2. Você já se sentiu mais importante ou menos importante do que aqueles que estão no ministério cristão de tempo integral? O que o fez sentir-se assim?
3. Pratique a lógica deste capítulo. Por que o pensamento de que o seu trabalho tem mais valor ou menos valor do que o dos outros é um modo ruim de pensar acerca do
serviço para o Rei?
4. Quais são as formas pelas quais você atribui valor às diversas profissões? É pelo dinheiro, pelo poder, pela reputação? Qual é a forma bíblica de pensar a respeito das
diferenças nas profissões?
5. Você já pensou em buscar um ministério de tempo integral? Por que sim ou por que não? Avalie suas motivações junto com outra pessoa.
6. Se você for pastor, como você pode ganhar uma paixão maior para edificar os trabalhadores que estão em sua igreja? Como você pode adquirir mais habilidade para essa
importante tarefa?
Conclusão
Definindo o Sucesso
2. Resuma a ideia principal deste livro. Como esta ideia desafia a sua visão de sucesso?
5. De que maneiras o fato de trabalhar para o Rei Jesus lhe dá propósito e sentido em seu trabalho?
Agradecimentos
Acima de tudo, louvamos a Deus por sua graça em nos dar o interesse, a
visão e a energia para escrever este livro. Este livro nasceu de nossas
próprias perguntas, angústias e lutas no local de trabalho, e também de
nossa busca por ajuda nas Escrituras.
Deus usou muitas pessoas para moldar o nosso pensamento e para nos
encorajar na fidelidade. Nossos agradecimentos especiais a Matt Aiello e
Ashok Nachnani, dois irmãos cujos conselhos piedosos e sabedoria têm
sido um enorme encorajamento prático.
Também temos sido abençoados por nossas igrejas: Third Avenue
Baptist Church, em Louisville (Greg), e Capitol Hill Baptist Church, em
Washington (Seb). Louvamos a Deus por esses santos fiéis e oramos
para que a parceria entre essas duas igrejas continue a dar frutos por
muitos anos.
A Mark Dever, obrigado por seu compromisso com a pregação
expositiva e aplicação fiel da Palavra, e por sua determinação em ensinar
essas habilidades aos outros. E também agradecemos aos outros irmãos
que têm moldado o nosso pensamento. Mike Gilbart-Smith, Andrew
Nichols, Jonathan Leeman, Jamie Dunlop, Josh Morrell, Scott Croft e
Bob Tucker têm sido ótimos parceiros para compartilhar pensamentos.
Ryan Townsend, Jason Townsend, Gus Pritchard, Justin Wredberg e
Corby Megorden têm sido encorajadores maravilhosos, assim como as
equipes do Marketplace One e do Fórum EI, da Redeemer Presbyterian
Church (Igreja Presbiteriana Redentor).
Agradecemos especialmente a Josh Trent, que escreveu as perguntas
de estudo no final de cada capítulo e que foi um grande encorajamento
para acelerar este projeto.
Eu (Seb) gostaria de agradecer principalmente aos meus formidáveis
parceiros de negócios ao longo dos anos — Duncan Rein, Brian Fujito e
David Lam — que ajudaram a refinar meu pensamento e que sabem
muito bem que eu sou uma obra que ainda está em andamento no que se
refere a dar testemunho do evangelho em meu trabalho. Também sou
grato aos meus colegas de trabalho na Christianity.com e na Razoo, bem
como pelas equipes de investimento da Legatum e FiveStreet,
principalmente a Tom Holton, que botou fé em dois caras de vinte e
poucos anos e que é um modelo de serviço fiel ao Rei.
E, por fim, nós dois gostaríamos de agradecer (respectivamente, é
claro!) às nossas parceiras mais queridas neste projeto e na jornada de
nossa vida. As nossas esposas incríveis, Nikki Traeger e Moriah Gilbert,
um milhão agradecimentos a vocês! Vocês duas têm dado tanto e
recebido tão pouco por amar esses homens imperfeitos. Por meio de seu
amor, apoio e encorajamento — em seus papéis de esposas, mães,
membros de igreja, amigas e encorajadoras — vocês demonstram de
forma verdadeira e clara o que significa “trabalhar para o Rei”. Nós as
amamos muito!
Apêndice
“Os lábios justos são o contentamento do rei, e ele ama o que fala coisas retas” (16.13).
“Peso e balança justos pertencem ao SENHOR; obra sua são todos os pesos da bolsa” (16.11).
“Melhor é o longânimo do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade” (16.32).
PERTENCER:
FREQUENTAR UMA IGREJA LOCAL E ESTAR
ATIVAMENTE ENVOLVIDO COM ELA
Se quisermos levantar voo como discípulos, precisamos de duas asas —
nosso próprio tempo pessoal de leitura da Bíblia e a oração são uma, e
nossa igreja local é outra. Deus nos chamou graciosamente para nos
reunirmos em igrejas locais onde podemos adorar a Deus, ouvir as
verdades de sua Palavra proclamada e lembrar uns aos outros da
fidelidade de Deus — onde podemos caminhar pela vida e ser
conhecidos pelos outros. O fato de nos reunirmos para edificar outros
que talvez não tenham o mesmo grau de instrução, a mesma etnia ou as
mesmas experiências que temos é um ótimo lembrete de que não
devemos medir o sucesso pelos padrões do mundo.
PRESTAÇÃO DE CONTAS:
SER SINCERO COM OS OUTROS A RESPEITO DA
NOSSA VIDA
Os relacionamentos de prestação de contas nos ajudam a lutar contra os
padrões deste mundo e contra o modo como eles afetam os nossos
pensamentos e práticas. Eu faço isso me encontrando com um amigo da
igreja duas vezes por semana para avaliarmos as esferas-chave da vida.
Agendamos o mesmo horário toda semana. Quando perdemos uma
semana, apenas recomeçamos na semana seguinte. Nós nos encontramos
num café, de trinta a quarenta e cinco minutos, para falar sobre estas
áreas-chave de nossa vida: discipulado pessoal, relacionamentos
(casamento e paternidade, quando for apropriado), ministério e trabalho.
Cada um de nós tira dez minutos e pensa nessas áreas em termos de
como foram as semanas anteriores e quais são os nossos alvos para as
semanas que virão. Damos uma passada por cima de cada uma dessas
áreas com o outro e damos permissão mútua para fazer perguntas
profundas sobre qualquer uma delas. Normalmente, há uma área na qual
gastamos a maior parte do nosso tempo, pensando nela do ponto de vista
bíblico. Por exemplo, meu parceiro de prestação de contas estava
tentando pensar em como discipular melhor seus filhos pequenos. Ao
longo de algumas semanas, à medida que refletíamos na mensagem
bíblica sobre a prioridade dessa questão, ele tentou estratégias diferentes
e ajuntou observações de diferentes livros, até que encontrou o que
parecia funcionar melhor para ele.
Essa abordagem também é especialmente útil quando lutamos para
fazer um bom trabalho. O seu parceiro de prestação de contas pode
ajudá-lo a lutar para ter fidelidade, desenvolvendo bons hábitos de
trabalho: chegando no horário a cada manhã, combatendo as distrações
no escritório e lembrando-o de que o trabalho bom é fruto do trabalho
fiel. Além de tudo isso, a verdade-chave a ser percebida é que essa é
uma batalha para ter uma motivação intrínseca, uma batalha do coração.
O seu parceiro de prestação de contas pode ajudá-lo a julgar o seu
coração.
RECAPITULAÇÃO:
FAÇA UMA RECAPITULAÇÃO PERIÓDICA DAS
OBRIGAÇÕES
Eu recomendo fazer uma recapitulação das obrigações periodicamente.
Você pode fazer isso como parte do período diário de oração ou pode
fazê-lo com um amigo ou com o seu cônjuge. Quando ajustamos a nossa
vida de uma maneira mais ou menos regular, podemos perceber os maus
hábitos ou os padrões pecaminosos com antecedência e concentrar
novamente os nossos esforços na fidelidade e em produzir frutos.
Também recapitulo minha agenda semanal com minha esposa e, de
meses em meses, revejo completamente todas as principais coisas para
as quais dediquei meu tempo e atenção; desse modo, consigo examinar a
melhor maneira de organizá-las, a fim de ser fiel em minhas obrigações.
Tento examinar qual seria a agenda ideal para fazer aquilo que acho que
Deus está me chamando para fazer durante determinado período. Para
mim, esses períodos parecem ser de aproximadamente seis meses,
contanto que os horários de minha esposa, filhos e trabalho pareçam se
ajustar a isso. Por exemplo, minha vida atual faz com que seja mais
difícil ter tempo para amizades casuais hoje do que em outros períodos.
Então, com a bênção de minha esposa, separei as noites de terça-feira —
depois do jantar, depois de pôr as crianças na cama, depois de ter
conversado com minha esposa — das 21h às 22h30min, para me dedicar
de novo a alguns amigos que eu consiga convidar para sentar no quintal,
ao redor de um poço de fogo. Em algumas noites há somente eu e um
amigo, enquanto que em outras aparecem quatro ou cinco deles.
Outro benefício de uma recapitulação periódica das obrigações é que,
ao longo do tempo, aprendemos o quanto estamos conectados e qual
planejamento e estilo de vida se enquadram melhor com nossas
conexões. Por exemplo, ao longo dos anos, percebi que posso lidar com
longas horas de trabalho — desde que sejam consistentes. Na verdade, é
mais difícil para eu organizar minha vida — independentemente da
quantidade de horas que precise para trabalhar — se as horas e as
viagens exigidas forem inconsistentes. Conhecer esse fato me motiva a
desenvolver mais regularidade em minha agenda.
RETIRAR-SE:
TIRAR UM TEMPO PARA ESCAPADELAS
Uma das grandes alegrias de minha vida é minha esposa, Nikki. O nosso
casamento tem sido beneficiado com nossas saídas semestrais, às quais
agendamos por volta de nosso aniversário de casamento (31 de
dezembro, então é bem fácil para nós) e no meio do ano. Valorizamos
muito esses passeios rápidos e estabelecemos isso no orçamento.
Embora esses momentos sempre sejam especiais e memoráveis, eles não
são necessariamente caros ou luxuosos. Dependendo da quantidade de
tempo que nossos familiares (que Deus os abençoe!) estiverem dispostos
a cuidar de nossas crianças e tenham condições de fazê-lo, passamos
uma ou duas noites fora.
O nosso alvo é relaxar, desfrutar um ao outro e conversar sobre a
nossa vida. O nosso plano é nos divertir e ter três longas conversas —
uma para rever os últimos seis meses (e nós passamos mês a mês,
escrevendo as lembranças significativas e, depois, resumindo-as em
temas); outra para falar sobre nosso relacionamento, com temas que
variam entre a nossa comunicação, intimidade, a forma como cada um
de nós está espiritualmente, o modo como encorajamos um ao outro, a
forma como a nossa agenda está afetando o nosso casamento; e uma
terceira conversa para falar sobre os seis meses seguintes, à medida que
pensamos em nossas relações com os nossos filhos, com os amigos da
igreja e familiares, na forma como os nossos horários estão nos
moldando, no estado das nossas finanças e a respeito de nossas
esperanças e sonhos para o futuro. Usamos um documento de passeios
de casamento para orientar essas conversas. Obviamente, essa vasta
gama de temas pode seguir em várias direções. Num mundo que se
move rapidamente, separar tempo a cada seis meses para conversar com
uma pessoa especialmente escolhida por Deus para me ajudar tem sido
um grande investimento em nossa vida.
Além da saída semestral, também vou para uma “Diversão para
Homens” anual. Esse nome deve dizer duas coisas: (1) eu tenho uma
esposa impressionante que me deixa fazer isso (2) esse é um tempo para
eu sair com três ou quatro dos meus melhores amigos (incluindo Greg, o
coautor deste livro). Obviamente, a viagem tem um tom de diversão,
mas também temos muitas conversas intencionais. O nosso plano é bem
simples: brincamos, comemos, conversamos informalmente e
descansamos durante o dia; depois, conversamos deliberadamente à
noite (geralmente das 21h às 2h da manhã).
Tentamos planejar três noites na viagem, e a cada noite temos uma
conversa sobre um tema: família/paternidade, igreja/ministério e
trabalho/futuro. Cada um de nós passa por um interrogatório de uma
hora em cada tema. Os outros compartilham sobre uma área específica
de suas vidas e nos fazem perguntas (“Ei, o que vocês todos estão
fazendo em termos de formação acadêmica, e por quê”?). Usamos o
restante do tempo para fazer as perguntas de avaliação (“No ano passado
você disse que iria controlar o seu orçamento. Como andam as coisas em
relação a isso? Que passos você tem dado para alcançar o objetivo?
Como o seu coração perdeu o domínio do dinheiro?”). O alvo desse
tempo de retiro é encorajar uns aos outros e criticar nossas vidas, tudo
com o objetivo de edificar um ao outro para sermos discípulos fiéis que
têm diversas obrigações. Se tudo isso for possível para você, eu o
encorajo a encontrar de duas a quatro pessoas para passar um tempo fora
anualmente, por algum período. Meu treinador de basquete do ensino
médio me disse que a vida cristã é uma maratona e não uma corrida de
curta distância. Precisamos ter parceiros que nos ajudem a terminar bem
a corrida.
A Editora Fiel tem como propósito servir a Deus através do serviço ao
povo de Deus, a Igreja.
Em nosso site, na internet, disponibilizamos centenas de recursos
gratuitos, como vídeos de pregações e conferências, artigos, e-books,
livros em áudio, blog e muito mais.
Oferecemos ao nosso leitor materiais que, cremos, serão de grande
proveito para sua edificação, instrução e crescimento espiritual.
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Table of Contents
Folha de rosto
Capa
Copyright
Sumário
Prefácio de David Platt
Introdução - O Desafio
1. A Idolatria do Trabalho
2. Indolência no Trabalho
3. O Evangelho no Local de Trabalho
4. Os Propósitos do Rei em Nosso Trabalho
5. Como Devo Escolher um Emprego
6. Como Manter o Equilíbrio Entre o Trabalho, a Igreja e a Família?
7. Como Lidar com Chefes e Colegas de Trabalho Difíceis?
8. O Que Significa Ser um Chefe Cristão?
9. Como Posso Compartilhar o Evangelho no Trabalho?
10. O Ministério de Tempo Integral Tem Mais Valor Que Meu emprego?
Conclusão - Definindo o Sucesso
Agradecimentos
Apêndice - Cinco Práticas para Ajudar Você a Viver o Evangelho no
Trabalho
Editora Fiel