Versao Slide - Jada
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Orientado por:
Dr. Justino Gubudo.
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Índice
Declaração ................................................................................................................................... i
Dedicatória.................................................................................................................................. ii
Agradecimentos .........................................................................................................................iii
Lista de Tabelas ......................................................................................................................... iv
Lista de Abreviaturas .................................................................................................................. v
Resumo ...................................................................................................................................... vi
Abstarct .....................................................................................................................................vii
Capítulo I: Introdução ................................................................................................................. 1
1.1. Introdução ............................................................................................................................ 1
1.2. Problema .............................................................................................................................. 1
1.3. Objectivo Geral.................................................................................................................... 2
1.3.1. Objectivos Específicos ..................................................................................................... 2
1.4. Questões de Pesquisa ........................................................................................................... 3
1.5. Relevância do estudo ........................................................................................................... 3
CAPÍTULO II: Revisão da Literatura ........................................................................................ 5
2.1. A Desigualdade e a Sociolinguística (conceitos) ................................................................ 5
2.2. Desigualdade Sociolinguística ............................................................................................. 5
2.2.1. O Impacto da Desigualdade Sociolinguística no Processo de Ensino-Aprendizagem ..... 7
2.3. A Teoria das Diferenças Culturais e Linguísticas ............................................................... 8
2.3.1. O Fracasso e a Cultura Escolar ......................................................................................... 9
2.4. A Teoria dos Códigos Sociolinguísticos ............................................................................. 9
Capítulo III: Metodologia ......................................................................................................... 10
3.1. Tipo de Pesquisa ................................................................................................................ 10
3.1.1. Quanto aos Objectivos da Pesquisa ................................................................................ 11
3.2. Métodos de Pesquisa ......................................................................................................... 11
3.2.1. Quanto à Abordagem da Pesquisa .................................................................................. 11
2.2.2. Quanto ao Procedimento da Pesquisa ............................................................................. 12
2.3. Universo ............................................................................................................................ 12
2.4. Amostra ............................................................................................................................. 12
2.4. Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados ................................................................. 13
2.4.1. Questionário ................................................................................................................... 13
2.4.2. Observação Directa......................................................................................................... 13
iii
2.4.3. Entrevista ........................................................................................................................ 13
Capítulo IV: Apresentação e Análise de Dados ....................................................................... 14
4.1. A Desigual dade Linguística e o Fracasso Escolar na visão dos Alunos .......................... 14
4.2. Atitudes e Percepções dos Professores em relação a Desigualdade Sociolinguística ....... 18
Capítulo V: Discussão de Dados .............................................................................................. 20
5.1 A Desigualdade Linguística e o Fracasso Escolar na visão dos Alunos ............................ 20
5.2. Atitudes e Percepções dos Professores em relação a Desigualdade Sociolinguística ....... 24
Capítulo VI: Conclusões e Sugestões ....................................................................................... 30
6.1. Conclusão .......................................................................................................................... 30
6.2. Sugestões ........................................................................................................................... 31
Anexos ...................................................................................................................................... 36
iv
Declaração
Eu, Joaquim da Conceição Pereira, estudante do curso de licenciatura em Ensino de
Língua Portuguesa, declaro por minha honra que esta monografia é fruto de uma investigação
por mim realizada e sob orientação do meu supervisor. Declaro ainda que este trabalho nunca
foi apresentado a uma instituição de ensino para aquisição de qualquer grau académico.
O candidato
_______________________
i
Dedicatória
ii
Agradecimentos
Ao meu supervisor endereço o meu sincero agradecimento pelo exemplo de dedicação
profissional.
E em especial à minha mulher, Betty Incientia que esteve ao meu lado em mais uma
batalha. Aos meus pais, Humberto da Conceição Pereira e Berta Manuel, pessoas com quem
posso contar para qualquer coisa. À estes, espero ansiosamente retribuir da melhor forma
possível, tudo que fizeram e de certeza farão por mim.
Sem esquecer do meu bom Deus Jeová (a quem quero agradar de todo coração).
iii
Lista de Tabelas
Tabela 1: Amostra ............................................................................................................... ........ 12
Tabela 2: Em que circunstância usa a tua língua materna? ............................................... ........ 15
Tabela 3: Gostas de falar em público ou na sala de aula? ................................................. ........ 15
Tabela 4: O teu sotaque te impede de conversar com os teus colegas na escola? ............. ........ 16
Tabela 5: Como te sentes quando falhas no meio dos teus colegas? .................................. ........ 17
Tabela 6: Qual é a reacção da turma quando pronuncias mal uma certa palavra? .......... ........ 17
Tabela 7: Qual tem sido a reacção do professor quando tu cometes um erro linguístico? ........ 17
Tabela 8: Qual tem sido a reacção do professor diante dos teus colegas?......................... ........ 18
iv
Lista de Abreviaturas
AL – Aluno
C/D – Curso Diurno
No – Número
PEA – Processo de Ensino-Aprendizagem
PLNM - Português Língua Não Materna
PFOL - Português para Falantes de Outras Línguas
PLA - Português como Língua de Acolhimento
PLS - Português como Língua Segunda
PLA - Português como Língua Adicional
v
Resumo
O presente trabalho com o tema: A Desigualdade Sociolinguística e o Fracasso Escolar
dos alun s 12 ss ; ur A; Curso Diurno: Caso da Escola Secundária 25 de Setembro
– Quelimane, ano 2021-2023, tem como objectivo geral analisar a influência da desigualdade
sociolinguística e o fracasso escolar nos Alunos da 12ª classe; Turma A; C/D, da Escola
Secundária Geral 25 de Setembro. No entanto, considerando que as cidades de nossa região
são formadas pela união de diversas raças e povos, é impossível ignorar que a diversidade
étnica caracteriza nosso país. A língua, em suas diversas formas e variantes, é uma entidade
viva, dinâmica e é o código utilizado pelo ser humano para se comunicar com seus
semelhantes, trocar informações, difundir ideias e conceitos. A escola passou a ser um
ambiente voltado à reflexão e o educador passou a actuar como mediador da aprendizagem,
sabendo respeitar e interagir com as diferenças étnicas, culturais, sociais e económicas do
educando. Por ora, vale igualmente referir que o trabalho encontra-se estruturado em 4
capítulos, sendo o primeiro o da introdução, o segundo capítulo, o de procedimento
metodológico, onde mostramos passo a passo que fizemos para a materialização do trabalho;
o terceiro capítulo é referente a fundamentação teórica, onde trazemos subsídios relacionados
ao tema, na perspectiva de vários autores; de seguida, o quarto capítulo, o de análise e
interpretação de dados; seguido do quinto e o sexto, o capítulo de análise e discussão de dados
e conclusões e sugestões, respectivamente.
Palavras-chaves: Fracasso Escola, Desigualdade, Língua.
vi
Abstarct
The present work with the theme: Sociolinguistic Inequality and School Failure of
students in the 12th class; Class A ; Day Course: Case of Escola Secundária 25 de Setembro,
year 2021-2023, its general objective is to analyze the influence of sociolinguistic inequality
and academic failure in 12th grade students; Class A C/D, from Escola Secundária Geral 25
de Setembro - Quelimane. However, considering that the cities in our region are formed by
the union of different races and peoples, it is impossible to ignore that ethnic diversity
characterizes our country. Language, in its various forms and variants, is a living, dynamic
entity and is the code used by human beings to communicate with their peers, exchange
information, spread ideas and concepts. The school became an environment focused on
reflection and the educator began to act as a learning mediator, knowing how to respect and
interact with the student's ethnic, cultural, social and economic differences. For now, it is also
worth mentioning that the work is structured into 4 chapters, the first being the introduction,
the second chapter, the methodological procedure, where we show step by step what we did to
materialize the work; the third chapter refers to the theoretical foundation, where we provide
information related to the topic, from the perspective of several authors; and finally we have
the fourth chapter, data analysis and interpretation; missing the fifth and sixth, the chapter on
data analysis and discussion and conclusions and suggestions, respectively.
Keywords: School Failure, Inequality, Language.
vii
Capítulo I: Introdução
1.1. Introdução
No presente trabalho de pesquisa versa-se sobre a desigualdade sociolinguística e o
fracasso escolar. Diante deste tema, aborda-se a questão da inclusão e a exclusão que
decorrem no sistema escolar vigente. Isto porque se notou que os sistemas escolares
continuam a produzir o fracasso dos alunos, especialmente o das crianças pobres.
No entanto, a pesquisa chama atenção sobre a questão da exclusão do ser humano que o
conduz a definir sistemas educacionais que beneficiem a si e ao seu grupo e a exclui os seres
que não fazem parte da sua comunidade porque mostram diferentes em algum aspecto.
Entretanto, a organização documental da pesquisa apresenta seis capítulos. O primeiro
capítulo, aborda a introdução e a problematização.
1.2. Problema
A língua de um povo constitui um dos seus bens mais preciosos. Nela, estão reflectidas
as representações e construções de uma sociedade. É pela língua que se dão as relações de
poder e dominação, os consensos, as discórdias, as transmissões culturais. Assim como é pela
língua que o sujeito constrói seu lugar na sociedade, também é através dela que é excluído.
Olhando para a diversidade linguística que Moçambique apresenta na sociedade, como dos
1
alunos, é indispensável pensar-se em que medida a desigualdade compromete a aprendizagem
dos alunos, tendo em conta as realidades culturais de cada aluno.
Neste momento, sociedade escolar, mostra-se cada vez mais exigente. Por isso, importa
ressaltar a reflexão sobre a questão da desigualdade sociolinguística e o fracasso escolar,
numa situação em que a avaliação de conhecimentos e da língua que veicula tais
conhecimentos é feita pelos professores em simultâneo. Muitas vezes, os professores avaliam,
punem e reprovam com base em preconceitos criados a partir da língua do aluno.
3
A razão que motivou a escolha deste tema é relacionado ao facto de a língua ser um
meio que nos permite exprimir e construir o conhecimento e o nosso pensamento crítico,
capaz de expressar suas ideias e lutar pelos seus ideais. Se o trabalho da escola é basicamente
um processo de nível mental e intelectual, então a língua aparece como um dos aspectos mais
importantes de criação e expressão dessa actividade mental e intelectual. Também se
considera a língua como o principal veículo de transmissão cultural assim como de criação da
própria cultura. Língua e cultura encontram-se de tal forma ligadas que qualquer
discriminação, preconceito ou estigmatização, que se faça na cultura, tem implicações
linguísticas assim como vice-versa.
O estudo em alusão é de estrema relevância para o processo educativo, pois incutirá nos
alunos as ideias do que vem ser a desigualdade sociolinguística que ocorre no seio não só
escolar, tanto como no da sociedade e que em muitos casos, acontece de forma inconsciente
ou inocente, isto é quem pratica a desigualdade, o faz sem ter noção do que está a fazer.
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CAPÍTULO II: Revisão da Literatura
De acordo com (Souza, 2007), a primeira dimensão diz respeito à identidade social do
falante, a segunda compreende a identidade social do ouvinte e a terceira envolve todos os
elementos possíveis no contexto da comunicação, excepto os da primeira e segunda dimensão,
sendo a língua um acontecimento cuja estrutura e léxico funcionariam como elementos
representativos da variação social, onde a fala apresenta variações de escolha por um lado e
de outro a força repressiva da norma comum, onde o primeiro fenómeno constitui um dos
principais problemas.
5
dialectos. A desigualdade entre as línguas e entre os dialectos é uma questão social, de
valorização de certas variedades consoante o contexto geográfico ou social em que aparecem.
Embora à primeira vista, parece que o uso dos termos variação, variabilidade,
heterogeneidade, diferença, diversidade e desigualdade é indiferenciado e que eles podem ser
de forma indistinta, usados para se referir à falta de igualdade entre as variedades linguísticas,
usar-se-á p vr “desigualdade”, referindo-se os valores sociais que são atribuídos a certas
variedades.
Segundo Firmino (2001, p.22), em Sociolinguística, uma língua nunca é usada como
uma instituição social homogénea, que seja uniformemente manipulada por todos os falantes
em todas as situações comunicativas, a variação faz parte do modo como as pessoas usam o
português em Moçambique. Parte desta variação está relacionada com diferentes
manipulações das formas linguísticas que tipificam o português falando em Moçambique.
Deste modo, o modelo europeu que é valorizado em Moçambique tem estado a ser
reconstruído para seguir padrões linguísticos específicos socialmente aceitáveis. Por outras
palavras, há, em Moçambique, uma construção social do português, um processo que
criativamente faz uso dos recursos disponíveis no modelo europeu, bem como de inovações
enraizadas nas condições políticas, económicas, sociais, culturais e linguísticas prevalecentes
no país (Firmino, 2000).
Para (Dias, 2008, p.33), os professores deixam-se levar pela forma como os alunos
falam e deixam de lado a avaliação de outras capacidades, habilidades que o aluno
desenvolveu. A sua inteligência é com frequência testada a partir do uso da língua.
Desigualdade linguística, pode ser vista como uma causa, de entre vários outros
factores, da desigualdade social, é perpetuada de geração a geração.
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Ainda o autor classifica a desigualdade linguística em três tipos distintos: subjectiva,
estritamente linguística e comunicativa.
O Fracasso Escolar
Após a explicação do conceito de desigualdade sociolinguística, importa neste momento
esclarecer o que se entende por fracasso escolar.
7
ligação com a relação pedagógica, visto que algumas desigualdades coincidem com as formas
de excelência que a escola valoriza. Tais como: saber ler, escrever, contar, dominar línguas
estrangeiras, etc.
Os professores consideram como sendo erros as produções linguísticas dos alunos que
se regem por normas diferentes das da norma-padrão. Os professores não conseguem ter uma
visão mais alargada sobre a linguagem do aluno visto que a avaliação da linguagem do aluno
é tipicamente feita na base da sua resposta restrita a uma situação hostil de teste ou de aula.
Logo, a criança proveniente de um meio pobre era considerada uma criança com
deficiências afectiva, cognitivas e linguísticas. As causas do fracasso poderiam ser
encontradas no meio sociocultural dos alunos.
O código pode ser definido como sendo «um sistema tácito de regras que controlam as
eleições semânticas que uma pessoa que fala realiza em situações distintas». Neste caso para
Bernstein existem dois tipos de códigos a saber:
9
Capítulo III: Metodologia
Este tipo de pesquisa tem o ambiente natural como fonte directa de dados e o
pesquisador como seu principal instrumento. Ela supõe o contacto directo e prolongado do
pesquisador com o ambiente e a situação que está sendo investigada. Ela é feita, por meio de
actividades que podem ser denominadas específicas ou de campo.
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Para a tabulação de dados, a pesquisa subsidiar-se-á em dados estatísticos representados
em gráficos que ajudarão na análise e interpretação.
Neste caso, compreende-se que a pesquisa qualitativa proporciona uma melhor visão e
compreensão do contexto do problema, enquanto a pesquisa quantitativa procura quantificar
os dados e aplica alguma forma da análise estatística.
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2.2.2. Quanto ao Procedimento da Pesquisa
Quanto ao procedimento da pesquisa, optou-se pelo estudo de caso, na medida que há
sempre uma tentativa de apreender a perspectiva dos participantes, isto é, examinam-se como
os informantes encaram as questões que estão sendo focalizadas; a análise dos dados tende a
seguir esse processo indutivo; os pesquisadores não se preocupam em buscar evidências que
comprovem as hipóteses definidas.
2.3. Universo
“O universo é o conjunto de seres inanimados ou animados que apresentam pelo menos
uma característica comum (Lakatos & Marconi, 2009, p.225).”
A pesquisa contou como universo todos (79) os alunos que integram a turma A da 12ª
Classe, da Escola Secundária 25 de Setembro, e todos professores da escola (28), para que
saibamos o nível de percepção sobre a desigualdade sociolinguística e como estes
profissionais dão face a este problema na escola para melhor compreensão do fenómeno na
pesquisa.
2.4. Amostra
O intuito é recolher o máximo número de amostras possíveis. Logo, como amostra,
pretende-se usar uma parte do universo acima mencionado. Acredita-se que este problema da
pesquisa não se limita só a estes alunos da turma A em alusão. Por isso, admite-se a
possibilidade de generalização pelo resto da escola. Sendo assim, a amostra apresenta 9
alunos e 9 alunas bem como 2 professores de Português daquela escola.
Tabela 1: Amostra
Sexo Alunos Professores População Total
Masculino 9 2 11
Feminino 9 X 9
Total 18 2 20
Fonte: (Autor, 2023).
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Um dado não menos importante que vale salientar é que para a apresentação da amostra,
usou-se o tipo de amostragem não probabilística, que na perspectiva de Jacobsen (2016)
entende-se amostras não-probabilística como a técnica em que os elementos são escolhidos
intencionalmente, por acessibilidade e/ou por tipicidade, e, acredita-se que os elementos
escolhidos teriam capacidade suficiente de trazer informações apropriadas para uma
determinada pesquisa de modo ajudar no alcance os objectivos pretendidos num certo estudo.
O questionário que se usou nesta pesquisa foi de natureza mista, isto é, apresentou
questões abertas e fechadas. As questões abertas possibilitarão aos informantes responder de
acordo com os seus pontos de vistas, criando espaços para uma reflexão e a consequente
argumentação às questões dadas. Ao casso que as questões fechadas, os informantes terão só
qu r sp n r “si ” u “nã ” r qu serão questionados.
2.4.3. Entrevista
Na visão de (Lakatos & Marconi, 2003) “ ntr vist é um encontro entre duas pessoas,
a fim de que uma delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante uma
conversação de natureza profissional. É um procedimento utilizado na investigação social,
para a colecta de dados ou para ajudar no diagnóstico ou no tratamento de um problema
s i ”.
Neste contexto, foi dirigida a entrevista aos professores, com o objectivo de saber, como
se manifesta a desigualdade sociolinguística na escola, e saber-se quais são as estratégias que
os educadores adoptam para ultrapassar este aspecto em casos de este contribuir, ou
condicionar o sucesso, ou fracasso escolar dos alunos e a consequente má socialização dos
mesmos.
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Capítulo IV: Apresentação e Análise de Dados
N st subs çã ‚ f z-se a apresentação dos resultados colhidos no campo por meio das
entrevistas e questionário, como aparece abaixo:
Entrevista dirigida aos professores de língua portuguesa, com o intuito de saber como se
manifesta sociolinguística na escola.
E o questionário, que foi dirigidos aos alunos, de modo a saber o nível de percepção em
relação a diversidade linguística e o fracasso escolar.
Referente a questão 1.b). Muitos alunos responderam usar a língua portuguesa para se
comunicar como pode-se verificar s guir: AL1, AL2, AL3… AL25, r sponderam usar a
língua portuguesa, porque é a língua oficial do nosso país e por ser a língua que é falada em
quase todas as províncias. AL26 e AL27, responderam usar a língua sena para se comunicar
com as pessoas oriundas doutras regiões, porque sentem-se mais a vontade comunicando-se
em suas línguas bantu. Os AL28 a AL30, responderam usar a língua chuabo, por ser a língua
que convive com ela na comunidade.
Respondendo a questão do número 1.c), muitos responderam sim e outros não. Dos que
responderam sim, justificaram por ser da mesma região, e partilharem das mesmas
características linguísticas.
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Já os que responderam não, justificaram dizendo que cada uma fala da sua maneira,
apesar de ser da mesma região e partilhar da mesma língua, cada uma fala de forma diferente
do outro.
Questão 2: Em que circunstância usa a tua língua materna? Em casa, com amigos, na
escola, com familiares ou na igreja.
Perante a pergunta colocada no número 2. Em que circunstância usa sua língua materna?
Tivemos diferentes respostas, sendo que a maior parte disseram usar a língua materna com
amigos e em casa, respectivamente. Entretanto, como os dados mostram, 8 alunos
responderam usar a língua materna com amigos, 8 responderam usar a língua materna em
casa, dos 22 alunos que sobram, 5 deles disseram que usam a língua materna com os
familiares e 5 alunos responderam que usam mais a língua materna na escola, e por fim, 4
alunos disseram gostar de usar língua materna na igreja.
15
18 AL15, AL16, AL17, AL19, AL23, AL25, AL26, Não
AL27. AL28, AL29.
Fonte: (Autora, 2023).
Questão 4: O teu sotaque te impede de conversar com os teus colegas na escola? Sim ( )
Não ( ). Quais são as dificuldades que tens ao apresentar dúvidas na sala de aula?
Continuando com a nossa apresentação de dados, agora com a questão do número 4, que
é referente a sotaque, de salientar que tivemos variadas repostas, mas a maioria para o
negativo, ou seja, muitos tem vergonha de falar por conta do sotaque.
16
Tabela 5: Como te sentes quando falhas no meio dos teus colegas?
No Código Resposta
AL1, AL2, AL3, AL4, AL7, AL8, AL10, AL11,
15 AL12, AL13, AL15, AL16, AL17, AL22, e AL30. Bem
AL5, AL6, AL9, AL14, AL18, AL19, AL20, AL21,
15 AL23, AL24, AL25, AL26, AL27. AL28 e AL29. Mal
Fonte (Autora, 2023).
Questão 6: Qual é a reacção da turma quando pronuncias mal uma certa palavra?
Referente a reacção da turma quando se erra uma certa palavra, que é a questão do
número 6, de salientar que os alunos foram unânimes na sua resposta, oque pode ser
considerada irónica, mas é oque acontece nas turmas, e de forma geral, nas nossas escolas.
Tabela 6: Qual é a reacção da turma quando pronuncias mal uma certa palavra?
No Código Resposta
AL1, AL2, AL3, AL4, AL5, AL6, AL7, AL8, AL9,
30 AL10, AL11, AL12, AL13, AL14, AL15, AL16,
AL17, AL18, AL19, AL20, AL21, AL22, AL23, Reacção positiva
AL24, AL25, AL26, AL27. AL28, AL29 e AL30.
0 Reacção negativa
Questão 7: Qual tem sido a reacção do professor quando tu cometes um erro linguístico?
Sobra a questão do número 7, que pergunta a despeito da reacção do professor quando se
comete um erro. Cabe aqui salientar que quase todos alunos responderam que a reacção do
professor é de corrigir e ensinar a forma correcta, uma pequena parte dos alunos disseram que
a reacção do professor tem sido rir e mais tarde corrigir.
Tabela 7: Qual tem sido a reacção do professor quando tu cometes um erro linguístico?
No Código Resposta
AL1, AL2, AL3, AL4, AL5, AL6, AL7, AL8,
23 AL10, AL11, AL12, AL13, AL15, AL16, AL17, Reacção certa
AL18, AL22, AL25, AL26, AL27. AL28, AL29 e
AL30.
17
7 AL9, AL14, AL19, AL20, AL21, AL23 e AL24. Reacção errada
Fonte: (Autora, 2023).
Questão 8: Qual tem sido a reacção do professor diante dos teus colegas?
Sobre a questão do número 8, de referir que esta tem uma relação com a questão do
número 5, portanto, os dados evidenciam que 18 alunos afirmaram que a reacção do professor
tem sido acalmar os colegas que se riem aquando do erro linguístico do colega. Assim, o
professor acaba motivando o aluno que cometeu o erro linguístico. Outros 12 alunos,
afirmaram que a reacção do professor tem sido a mesma com a dos alunos, de se rir junto com
os colegas por conta do erro cometido por um dos colegas.
Tabela 8: Qual tem sido a reacção do professor diante dos teus colegas?
No Código Resposta
AL5, AL6, AL9, AL13, AL14, AL18, AL19, AL20,
AL21, AL22, AL23, AL24, AL25, AL26, AL27.
18 AL28, AL29 e AL30. Reacção positiva
AL1, AL2, AL3, AL4, AL7, AL8, AL10, AL11,
12 AL12, AL15, AL16, AL17. Reacção negativa
Fonte: (Autor, 2023).
Outra metade dos professores foram unânimes em afirmar que a diversidade linguística
está na forma de como cada região usa a língua, dando exemplo como fala-se o português em
diferentes partes de Moçambique ou mesmo entre os países do PALOP.
18
s guint n ir : (P1, P2, P3) “ iv rsi inguísti é a existência e convivência de
íngu s if r nt s”.
Para a questão 5. Quais são as estratégias que usa para ultrapassar ou sanar o fracasso
escolar na escola? De salientar que tivemos respostas diferentes, outrossim, o (P1, P2, P3, e
P4), responderam da seguinte maneira: as estratégias que uso para ultrapassar ou sanar a
questão do fracasso escolar, é de incentivar na prática de leitura e escrita.
Enquanto para os (P5 e P6), foram unânimes na sua resposta, salientando que as
estratégias usadas de modo a sanar a questão do fracasso escolar são: planificar sempre e ler o
conteúdo antes de ir a sala de aula; seguir sempre com o programa de ensino; incluir os pais,
sempre que possível no PEA.
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Capítulo V: Discussão de Dados
5.1 A Desigualdade Linguística e o Fracasso Escolar na visão dos Alunos
Nesta fase apresenta-se a discussão de dados referentes a desigualdade linguística e o
fracasso escolar, na visão dos alunos.
Conforme evidenciam os dados da questão 2, a maior parte dos alunos usa a língua
materna com os amigos.
Desta feita, sobre a língua materna, (Gorski & Freitag, 2010, p.9), conceituam língua
materna como sendo a primeira língua que adquirimos. Também podemos chamá-la de L1,
em oposição à L2, que é qualquer outra língua aprendida depois da língua materna.
Entretanto, atento aos dados, pode-se dizer ou achar normal a maior parte dizer que usa a
língua materna com amigos e em casa, visto que tanto como com amigos ou em estando em
casa, encontram-se com pessoas próximas e que partilham a mesma cultura e língua materna.
O teu sotaque te impede de conversar com os teus colegas na escola? Quais são as
dificuldades que tens ao apresentar dúvidas na sala de aula?
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De acordo com (Barrera & Maluf , 2004), a questão do sotaque está ligada ao espaço
territorial que um indivíduo pertence, a identificação dessa variedade se dá através das
diferenças lexicais, ou seja, por meio da distinção das escolhas do vocabulário utilizado por
de uma determinada pessoa. Além disso, aspectos fonológicos e sintácticos estão sujeitos a
modificações.
Isso porque, pode-se constatar que muitos indivíduos saem da escola com uma visão
errónea sobre seu modo de falar, como acentua Freitag et al., (2016), uma vez que a oralidade
é vista como inferior à escrita. Criou-se uma visão de que a fala está associada ao aspecto
coloquial, sendo ele inferiorizado, enquanto a escrita, por possuir um grau elevado de
destaque no processo de letramento em relação às práticas orais, representa formalidade,
sendo ela enaltecida e mais considerada.
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Um aspecto a ter em conta sobre a pronúncia é que muitas vezes, adquirimos hábitos
provenientes da linguagem oral e não nos corrigimos ao expressarmo-nos em público. A cada
ambiente de comunicação nos são exigidas posturas diferentes, principalmente no que diz
respeito à linguagem.
Portanto, a preocupação com a pronúncia, o tom da voz e a escolha dos vocábulos são
imprescindíveis para quem vai falar em público ou diante dos colegas.
De acordo com Polito (2000, p.36), a dicção deve ser uma preocupação na arte de falar
bem. Uma pessoa que não pronuncia bem as palavras terá uma comunicação comprometida. É
comum leitores que, simplesmente, não sabem ler, não conseguirem passar nenhuma
expressão no que dizem.
Por outro lado, Queiroz e Arão (2015, p.81), dizem quem a dicção é a forma de se
expressar que, devido à pronúncia, pode ser clara ou não. Um problema de dicção, muitas
vezes, advém de uma característica da língua oral, um desleixo do falante, ou porque o
emissor fala baixo, ou alto, ou rápido ou troca uma letra por outra.
Entretanto, como viu-se acima, um simples erro de pronúncia pode estar por detrás de
vários factores como a dicção, troca de consoantes, entoação da voz entre outros, por esta
razão, é preciso ter muito cuidado para evitar esse tipo de erro diante de muita gente ou de
público.
Não obstante, os alunos devem aprender a partir dos seus erros, ou seja, o ensino actual
deseja professores que saibam capitalizar o erro para a aprendizagem. Actualmente, o ensino
centrado no aluno f n qu “…é pr is qu un i s r v , rr , t nt n v , até
ns guir” (Zona, 2014, p.32). Paralelamente a Zona, Tavares e Alarcão (1990, p.86) referem
qu “… n s pr n v r ir nt s qu pr t n pr n r-se não passa através da
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experiência pessoal de quem aprende, numa procura de equilíbrio entre o adquirido e o que
f t quirir tr vés nis s ssi i çã qui íbri ”.
Assim, no nosso entender, o professor de língua deve saber agir à luz dos novos
paradigmas de ensino, deixando que o aprendente chegue à correcção dos seus erros. A
mediação, por meio de uma grelha de códigos simples que oriente para a acção, seria uma
estratégia ideal que ajudaria o aprendente a superar algumas dificuldades ortográficas. Não
nos referimos ao tratamento neutro do erro por parte do professor, nem recusamos a correcção
do professor.
Em sua dissertação de mestrado (Zona, 2014, p.49), salienta que o erro não deve ser
encarado como uma derrota no PEA, mas deve ser visto como um indicador do nível de
profundidade entre a mediação feita e a assimilação tida pelo aprendente na construção do
saber. O que é importante saber primeiro, para saber resolver casos concretos de erros, é
conhecer a génese de um erro ou de uma série de erros.
O professor deve ter conhecimentos sobre a origem dos erros que os seus aprendentes
cometem e deve conhecer os factores que condicionam o aparecimento dos mesmos para que
consiga ajudar os aprendentes a superarem as dificuldades de cometimento repetitivo de erros
linguísticos.
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Para acrescentar, Gonçalves (2010, p.53) acentua que a falta de contacto com a imagem
gráfica, isto é, nunca os aprendentes terem visto escritas determinadas palavras, como estando
na origem dos erros de ortografia, dentre outros, são alguns dos factores que devem ser
tomados em conta como estando na origem do cometimento constante de certos erros.
Desta feita, a diversidade linguística, neste caso está relacionado com a existência e a
convivência de línguas diferentes. O conceito defende respeito por todas as línguas e promove
a preservação de aquelas que se encontram em via de extinção por falta de falantes.
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Na visão de (Matias, 2021), a nossa sociedade caracteriza-se por uma crescente presença
de população de origem estrangeira, resultando na coexistência de indivíduos falantes de
línguas de diferentes partes do mundo – e não só línguas oficiais dos diferentes países de que
são originários, como também línguas regionais e locais que ultrapassam fronteiras nacionais.
Entretanto, para sustentar a ideia dos professores acima, (Palma, 2007), afirma que o
fracasso escolar é um termo bastante complexo que decorre de questões politicas, económicas
sociais, históricas e também das concepções de ensino-aprendizagem que fundamentam as
praticas escolares.
Não obstante, pode-se dizer que o fracasso que chamamos escolar é um fracasso que está
além da correspondência nos ideais da escola expresso em notas, o que significa falar de um
fracasso permeado de muitos outros fracassos e vivenciado pelo aluno no interior da escola.
Assim pode-se dizer que desde o surgimento do fracasso escolar, as atribuições dadas às
possíveis causas do fracasso escolar forma muitas. De acordo com Felippe (2004), as formas
de dificuldades que ocorrem no processo de aprendizagem do aluno , muitas vezes podem
estar ligadas às dificuldades condicionadas pela escola, pela família, pela própria criança e
também pela educação.
Por seu turno, Aquino (1997, p.139), salienta que na maioria dos casos, ao fracasso
escolar do aluno, são atribuídas questões vindas de profissionais da educação, que parecem
esquecer que “ ri nç é u suj it s pr tributári instituiçõ s, up nt ug r s
p siçõ s n r t s”. É stu nt t r in s , un rt pr f ss r, fi h de
uma família específica, integrante de uma classe social, cidadão de um país.
Diante das ideias dos autores acima mencionados pode-se dizer que a escola, muitas
vezes contribui de modo a elevar os sintomas que circundam a relação professor-aluno, seja
pelo método educacional, seja pelos conflitos existentes no âmbito institucional que permeiam
o ambiente escola.
Refente a essa questão, obteve-se respostas unânimes, visto que o (P1) afirmou o
s guint : “ r çã é b , b r h j guns qu ifi u t gu nt , s xist
uma boa colaboração por maior parte deles, visto que a educação começa de casa.
26
A despeito da explicação dos professores (Scoz, 2019), afirma que quando a criança
recebe um bom estímulo em casa e os pais acompanham todo o processo educacional,
auxiliando nas tarefas de casa, comparecendo às reuniões e mantendo dialogo com os
professores, o desempenho escolar se torna satisfatório. Já quando os pais são ausentes ou
quando a criança tem um vínculo familiar ruim, a criança pode apresentar auto-estima
prejudicada e distúrbio na aprendizagem.
Por seu turno Pipino el al (2011, p.4), refere que se algumas vezes, as famílias não têm
correspondido ao que os educadores esperam, é preciso conhecer as razões que motivam esse
distanciamento. Portanto, a escola e os educadores precisam atentar a essa situação. À escola,
cabe a responsabilidade de dar continuidade ao aprendizado, colaborando para que o aluno
possa ter um desenvolvimento pleno tanto dentro da escola quanto no ambiente familiar e nos
demais lugares que frequenta.
A escola tem um efeito se a família contribuir para o seu trabalho escolar, entretanto, é
necessário que os alunos, que não têm famílias que contribuem suficientemente para o seu
sucesso, tenham da escola o apoio necessário. A escola não pode apenas culpabilizar o aluno e
a sua família pelo insucesso. É preciso dar a todos os alunos o direito de aprender.
Entretanto, diante dos dizeres acima, pode-se compreender que de modo a enfrentar o
fracasso escolar, é necessário que a escola assim como os pais e encarregados de educação
tenham uma relação directa, isto é, que haja um intercâmbio entre essas partes, de modo a
criar estratégias para o sucesso escolar do aluno.
Quais são as estratégias que usa para ultrapassar ou sanar o fracasso escolar na escola?
Referente a esta questão, importa salientar que como os dados evidenciam, obteve-se
respostas diferentes, outrossim, o (P1, P2, P3, e P4), responderam da seguinte maneira: as
estratégias que uso para ultrapassar ou sanar a questão do fracasso escolar, é de incentivar na
prática de leitura e escrita.
Enquanto para os (P5 e P6), foram unânimes na sua resposta, salientando que as
estratégias usadas de modo a sanar a questão do fracasso escolar são: planificar sempre e ler o
conteúdo antes de ir a sala de aula; seguir sempre com o programa de ensino; incluir os pais,
sempre que possível no PEA.
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Para acrescentar, pode-se dizer que o que falta é um olhar docente que vise planificação,
organização, formação continuada, trabalho do professor para o sucesso e não para o fracasso
escola. Ter exemplo bem claro dos conteúdos, formas de dar aula e os procedimentos
metodológicos para que todos venham ao encontro do aluno abrindo possibilidades de
perspectiva de estudo.
E ainda (Paro, 2003, p.35) acrescenta que seria melhor a progressão continuada
garantindo ao aluno seguir para a classe seguinte refazendo apenas o conteúdo que não foi
viável durante o ano sob alguma forma variável de recuperação.
Não obstante, Marchesi e Perez (2004), dizem que é preciso que os alunos com maior
risco de fracasso escolar tenham experiencia de êxito escolar. A história escolar dos alunos
que não terminam a educação obrigatória ou a abandonam prematuramente está ceia de
experiencias frustrantes, de falta de confiança, de experiencias negativas, de baixa auto-
estima, de sensação de impossibilidade, de antecipação do próprio fracasso.
Entretanto, é preciso romper essa dinâmica e propiciar que o aluno tenha experiências
positivas que melhorem sua auto-estima e que revigorem para manter o esforço em tarefas
posteriores. Para isso, é necessário que o professor ajuste a tarefa `as possibilidades de cada
um e mantenha expectativas positivas para a aprendizagem de todos os seus alunos.
Desta forma o importante será sempre despertar o interesse do aluno, criar vínculos,
motiva-los, buscar alternativas de aprendizado, tirar o foco negativo e apresentar o sucesso, e
convidar o aluno a estudar e produzir a linguagem, a produção de textos etc.
Sobre isso, pode-se dizer que em muitos países em desenvolvimento, uma proporção
significativa de crianças entra na escola sem falar a língua usada na sala de aula. Muitos
28
sist s u çã f v r nsin uti iz n íngu s “g b is” u n i n is v z
língua local.
Crianças em áreas rurais remotas, que falam uma língua em casa e não têm contacto com
a língua de ensino fora da sala de aula, frequentemente têm grandes problemas em conseguir
compreender o que quer que seja na língua ensinada na escola.
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Capítulo VI: Conclusões e Sugestões
6.1. Conclusão
Em gesto de conclusão, constatou-se que o processo da diversidade/variação linguística é
pertinente e merece uma enorme atenção num momento em que em Moçambique, o ensino
formal é feito em língua portuguesa, todavia a língua materna para a maior parte das crianças
é uma língua do grupo bantu e o português é língua segunda, sobretudo para a maior parte das
pessoas que habitam nas zonas suburbanas e rurais, pois, nestas áreas muitas crianças
deparam-se com a língua portuguesa em contexto de sala de aula, por essa razão a fala e a
escrita dos alunos são marcadas por interferências das suas línguas maternas.
Referente ao objectivo geral do presente trabalho, pode-se dizer que é o uso da língua na
escola que evidencia as diferenças entre grupos sociais e gera discriminações e fracasso: o
uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes linguísticas sociais e
escolarmente estigmatizadas provoca preconceitos linguísticos e leva a dificuldades de
aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante-padrão socialmente prestigiada.
Sobre o primeiro objectivo específico, temos a dizer que os resultados colhidos indicam
existem três tipos de desigualdades linguísticas, sendo a primeira, a desigualdade linguística
subjectiva, que refere-se ao que as pessoas pensam da fala de uns e de outros e está ligada aos
preconceitos linguísticos. A segunda, desigualdade estreitamente linguística, que relaciona-se
com os itens linguísticos, que uma pessoa conhece e que dependem obviamente da sua
experiência, podendo tal experiência ser reconhecida no uso que faz da língua. E por fim
temos a desigualdade comunicativa, que acontece na interacção entre as pessoas e está
presente na forma como os falantes seleccionam as variedades para apresentar aos outros uma
imagem favorável. Tendo descrito esses tipos de desigualdade, pode-se ainda concluir que o
factor impulsionador na desigualdade sociolinguística e no fracasso escolar dos alunos, é a
falta do conhecimento da Língua Portuguesa.
30
6.2. Sugestões
A questão da qualidade do ensino é, pois, uma preocupação institucional. São as
escolas que precisam ser melhoradas. Sem este esforço institucional, o aperfeiçoamento
isolado docente não garante que essa eventual melhoria do professor encontre na prática as
condições propícias para uma melhoria do ensino. Acredita-se, ainda, que a melhoria da
qualidade do ensino poderia ser impulsionada pelo factor linguístico que é um dos
elementos determinantes de toda aprendizagem. E este factor depende da elaboração de
políticas educacionais mais abrangentes, cujas medidas possibilitassem o encaminhamento
de acções concretas de trabalho nas escolas, relações interpessoais entre os vários agentes
escolares, cultura escolar e cultura docente, administração do sistema escolar e formação
do educador, para mencionar alguns dos mais centrais. Assim as sugestões se direccionam
à escola como um todo:
Sendo a escola uma instituição que deveria ser responsável pela democratização,
considera-se que ela não pode assumir uma postura de discriminações em relação ao dialecto
popular, mas ao contrário, deve ter uma atitude respeitosa em relação à maneira de falar da
comunidade na qual exerce seu trabalho. Ela precisa compreender que todas as variedades
linguísticas têm seu valor, são veículos perfeitos de comunicação dentro da comunidade
linguística que a utilizam.
Aos Professores
É importante nesse momento que todos tomem parte dos problemas relacionados ao
fracasso escolar, mas principalmente que sejam desenvolvidas, por parte das autoridades,
acções no sentido de conceder uma melhor distribuição dos recursos para a educação e para as
escolas, incentivando, também, o aluno, o professor e a família.
Criem um ambiente de debate ou diálogo que envolva todos os alunos a fim de avaliar
o nível de desenvolvimento da oralidade e motivá-los a corrigir determinados traços
das línguas nativas que podem transgredir a norma padrão da Língua Portuguesa.
Para Alunos:
Apresentem as suas ideias de forma autónoma para uma breve análise da turma e
admitem as suas diversidades linguísticas como o fenómeno natural, todavia, que
merece especial atenção voltada a superação das falhas.
32
Referências Bibliográficas
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(Doutorado) - Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, Brasil.
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Gorski, E. & Freitag, R. (2010). Ensino da língua materna. Florianópolis, Brasil: UFSC.
33
Jacobsen, A. (2016). Metodologia científica (orientação para TCC). Santa Catarina, Brasil:
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qualidade e inclusão. Joanesburgo, África do Sul: Campanha Global Pela Educação.
Marchesi, A. & Perez, E. (2004). A compreensão do fracasso escolar. Porto Alegre, Brasil:
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O+PRECONCEITO+LINGUISTICO+DEVERIA+SER+CRIME.html>. Acesso em 05 de
Abril. 2023.
Palma, R. (2007). Fracasso escolar: novas e velhas perspectivas para um problema sempre
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Queiroz, D. & Arão, F. (2015). A arte de falar bem em público. Cuiabá, Brasil: E-tec.
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Stubbs, M. (1987). Linguagem, Escola e Aulas. Lisboa, Portugal: Livros Horizonte, Lda.
35
Anexos
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Questionário Dirigido aos Alunos
Escola: ______________________________________________.
Questões
c). Você acha que fala diferente dos teus colegas? Sim ( ) Não ( ). Justifique!
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________________________________________________.
2. Em que circunstância usa a tua língua materna? Em casa, com amigos, na escola, com
familiares ou na igreja.
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3. Gostas de falar em público ou na sala de aula? Sim ( ) Não ( ). Justifique!
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________.
4. O teu sotaque te impede de conversar com os teus colegas na escola? Sim ( ) Não ( ).
Quais são as dificuldades que tens ao apresentar dúvidas na sala de aula?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________.
38
8. Qual tem sido a reacção do professor diante dos teus colegas?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_______________.
Fim
39
Guião de Entrevista aos Professores
Estimado professor!
Respondo pelo nome de Joaquim Conceição Pereira, estudante da Universidade Católica de
Moçambique, Quelimane, estamos a desenvolver uma pesquisa sobre “A Desigualdade
Linguística e o Fracasso Escolar” com o objectivo de incentivar boas relações sociais na sala
de aulas e na escola no geral entre os alunos e combater o fracasso escolar. Assim sendo,
agradecia que respondesse claramente 4 (quatro) questões a baixo.
Dados do(a) Entrevistado(a)
Escola: _________________________________________________.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
40
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
____________________________.
5. Quais são as estratégias que usa para ultrapassar ou sanar o fracasso escolar na escola?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________.
Fim!
41