Familia Fabaceae
Familia Fabaceae
Familia Fabaceae
Botnica Sistemtica
Famlia Fabaceae
Recife, 15 de Junho
Professor: Magarethe Disciplina: Botnica Sistemtica Alunos: Arquimedes Oliveira Evanilson Paulino Ivangleison da Silva Lopes Ronaldo Alves Vincius Queiroga Lopes Wagnner Monteiro O. Lima Curso: Agronomia Turma: 2 Perodo - 2010.1 / Manh Assunto: Famlia Fabaceae Data de Entrega: 15/05/2010
Introduo
A Famlia Leguminosae Juss. ou Fabaceae Lindl. (Sensu APGII) a terceira maior famlia de angiospermas, compreendendo cerca de 727 gneros e 19.325 espcies, ficando atrs apenas Orchidaceae e Asteraceae (LEWIS et. AL, 2005). Croquis (1981, 1988), em seu esquema de classificao, considerou como trs famlias independente. Mas nos estudos recentes, existe um consenso no tratamento da famlia, com dados moleculares e no-moleculares no qual a Familia Leguminosae e divido em trs subfamlias Mimosoideae, Caesalpinioideae e Papilionoideae (Faboideae). Onde a subfamlia Faboideae a maior com 476 gneros e aproximadamente 14.000 espcies (LEWIS et. AL, 2005); em Mimosoideae, encontre-se 77 gneros e aproximadamente 3.000 espcies (APG II, 2003; LUCKOW, 2003); Caesalpinioideae formada por 170 gneros e cerca de 3.000 espcies (DOYLE et. al., 2000). Os legumes esto distribudos no mundo em diferentes habitats, latitude e altitudes e em diferentes ecossistemas. Em quando que a Faboideae, considerados como a subfamlia com maior nmero de caracteres derivadas e cosmopolita, as outras subfamlias ocorrem principalmente nas regies tropicais e subtropicais. A riqueza dos legumes no pode ser resumida somente a sua importncia econmica ou ao grande nmero e distribuio de suas espcies. Economicamente, seu potencial bastante acentuado incluindo variedades, alimentcias, medicinais, madeireiras, ornamentais produtora de fibras e leo, alm de contribuir com agricultura no solo (WOJCIECHOWSKI et. at., 2004). Quando as leguminosas so colhidas, suas razes ricas em nitrognio permanecem no solo, enriquecendo-o. O papel dos microrganismos na fixao biolgica do nitrognio atmosfrico, responsvel por essas antigas e freqentes observaes, foi descoberto por H. Helbuegel e H. Wilfarth em 1888.
Famlia Fabaceae
A famlia Fabaceae (Leguminosae) possui cerca de 727 gneros e 19.325 espcies, com ampla distribuio mundial (cosmopolitas). O grupo pertence ordem Rosales. Ela dividida em com trs subfamlias: Mimosoideae, Caesalpinioideae e Papilionoideae. O hbito bastante varivel, desde minsculas ervas, arbustos, trepadeiras at gigantescas rvores. Vegetam em diferentes ambientes: campos, matas, desertos, neves, brejos, etc. O sistema radicular embrionrio adquire, geralmente, grande desenvolvimento; predomina uma raz pivotante que pode penetrar vrios metros de profundidade no solo (alfafa). Razes adventcias predominam nas espcies herbceas; h razes geminferas (espinilho, pata-de-vaca). As razes de quase todas as leguminosas possuem nodosidades, apresentando simbiose com bactrias dos gneros Bradirhizobium e Rhizobium, que tm a capacidade de, por quimiossntese, fixar o nitrognio atmosfrico. Este nitrognio ser utilizado na formao de molculas proteicas, as quais sero aproveitadas tambm pela leguminosa. Em contrapartida, as bactrias utilizam acares produzidos durante a fotossntese pela leguminosa, para a sua nutrio. Vivendo em simbiose ambos os organismos se multiplicam abundantemente, mesmo em solos com baixa fertilidade ou em solos muito pobres em nitrognio e em matria orgnica, a tal ponto que outros vegetais mal podem competir com eles. Separadamente, cada um levaria uma vida precria e/ou sucumbiria. As nodosidades so mais freqentes nas leguminosas da subfamlia Papilionoideae (Faboideae). O caule , tambm, extremamente variado. As folhas so alternas espiraladas, compostas, s vezes, unifoliolada apresentam pulvino, pulvnulo, estpulas, estipelas, pecolo, pecolulo, raquiz, raqulula; podem apresentar nectrios ou glndulas e gavinhas; algumas espcies apresentam fildios (accia mimosa). O tipo de folha auxilia a caracterizao das subfamlias. As flores so hermafroditas, completas, 4-5, vistosas, reunidas em inflorescncias; a corola diali ou gamoptala, actino ou zigomorfa; o androceu diali ou gamostmone, podendo ser oligo(raro), diplo ou polistmone, podem ocorrer estamindios; o gineceu unicarpelar, spero caracterstico de toda famlia.
O fruto caracterstico uma vagem ou legume, podendo ocorrer outros tipos: folculo (Trifolium repens), lomento (Desmodium incanum), smara (Tipuana tipu) e aqunio (Stylozanthes). Predomina a multiplicao por sementes; a vegetativa no uma forma muito comum entre as leguminosas. Dentro deste grupo existem espcies extremamente teis: alimentcias (feijo, lentilha, ervilha); forrageiras (trevos, ervilhacas, alfafa); utilizadas para adubo verde (tremoos, guand); melferas (trevo-de-cheiro, maric); tnicas (accia-negra); oleaginosas (soja, amendoim); medicinais (pata-de-vaca, giesta); ornamentais (flamboyant, chuva-deouro, corticeira); produtoras de celulose (bracatinga), etc. As trs subfamlias so: Mimosoideae, Caesalpinioideae e Papilionoideae. As trs tm em comum: ovrio spero, unicarpelar, legume e a capacidade de apresentar nodosidades nas razes. Subfamlia Mimosoideae a menor dentre as leguminosas: 77 gneros e 3.000 espcies. Apresenta folhas bipinadas; flores actinomorfas com corola diminuta, diplostmones ou polistmones, filetes compridos e coloridos constituindo o atrativo das flores; inflorescncia capituliforme (predominante) ou espiciforme. Exemplos da subespcies: - Inga spp.: ingazeiros. rvores ou arbustos de folhas penadas, raquiz alada e com glndulas entre fololos; vrias espcies nativas no RS; timas plantas para florestamento de reas midas; crescimento rpido; melferas; pouco estudadas sob o aspecto medicinal; a casca usada para curar feridas crnicas e diarria. A polpa abundante e adocicada que envolve as sementes comestvel; podem ter madeira dura para obras rurais ou carvo. - Leucena leucocephala: leucena, accia bela rosa. Arbusto nativo da Amrica Central e Antilhas; rpido crescimento; usos: adubao verde, proteo de solos erodidos, folhas e vagens como forragens, sementes comestveis, lenha, etc.; h mais de 100 variedades cultivadas com estas finalidades. Pode produzir ar 20 T/Ha de matria seca; folhas com 25,9% de protenas; tem principio txico a mimosina, que causa perda de plos, salivao e perda de peso; fixa at 500 Kg/Ha/ano de nitrognio.
Subfamlia Caesalpinioideae Predominam rvores e arbustos, cips, raramente ervas; transio entre Mimosoideae e Papilionoideae; folhas pinadas ou bipinadas. Flores em geral grandes, zigomorfas, diplostmones; dialistmones; abrangem em torno de 3.000 espcies quase todas tropicais ou subtropicais distribudas em cerca de 170 gneros. Exemplos da subespcies: - Senna corymbosa: fedegoso. Arbusto de 1,50 a 3 m de altura; nativo do Sul do Brasil, nordeste da Argentina e Uruguai; ornamental pelo longo perodo de florao (fim do vero at o inicio de outono); sementes; flores amarelas em densas inflorescncias; casca da raz e folhas so purgativas; as folhas em cataplasmas como emolientes; glndulas raqueais, legume cilndrico. - Caesalpinia leiostachya: (= C. ferrea) pau-ferro. rvore ornamental, copa pouco densa e tronco com grandes manchas claras; ocorre do PI a SP; apresenta madeira dura, vermelha ou castanha de grande resistncia; as cascas e as sementes tm propriedades adstringentes, anti-hemorrgicas e antidiabticas; as cascas das razes so febrifgas e antidiarricas; sementes; encontrada no Brasil. Subfamlia Papilionoideae (Faboideae) So rvores, arbustos, ervas anuais ou perenes, trepadeiras; folhas predominantemente trifolioladas, pinadas, digitadas ou raramente unifolioladas. Flores fortemente zigomorfas, 5-mera com estandarte ou vexilo, asas ou alas e quilha ou carena; estames 10 do tipo monadelfos ou diadelfos. Esto representadas por 467 gneros e 14.000 ssp. que habitam todas as regies da terra. Exemplo da subespcie: - Tipuana tipu: tipuana, tipa. Nordeste da Argentina e Paraguai. rvore de grande porte; fruto smara; multiplicao por sementes; usos: ornamental e florestal, a resina cicatrizante e infeces do tero.
Importncia Econmica da Famlia Fabaceae sobretudo como alimento bsico, e pela importncia na culinria de diversos pases do mundo, que as leguminosas so mais lembradas. Feijes, favas, ervilha, lentilha, gro-de-bico, soja, tremoo e amendoim so algumas das fabodeas cultivadas pelas propriedades alimentcias de suas sementes, ricas em protenas, ferro e carboidratos, ou em leo, como a soja. O jacatup ou feijo-batata (Pachyrrhyzus bulbosus), com razes de at 15kg, talvez a maior fonte de protena dos povos africanos. Outras, como por exemplo, a alfafa (Medicago sativa), alm diversos tipos de trevos e o feijo-guando so excelentes forrageiras. Com exceo da Antrtica, todos os continentes apresentam leguminosas em abundncia. No so poucas as de uso paisagstico, como as cssias, accias, eritrinas, mulungus e flamboyants. Tambm numerosas so as que fornecem boa madeira para dormentes e construes, como o pau-ferro (C. leiostachya). Muito utilizado na Amaznia, o pau-rainha (Centrolobium paraense) excelente para a construo naval. Outras espcies so txicas e, por isso, prejudicam as pastagens. Uma delas, a fava-de-calabar (Physostigma venenosum), chegou a ser usada por povos africanos para executar condenados por meio da ingesto de suas sementes. Das leguminosas se obtm mltiplos produtos de uso industrial. O tanino, substncia empregada na indstria do couro, fornecido pelo barbatimo e outras espcies. Corantes e tinturas so extrados do pau-brasil e de vrios tipos de indigferas, como a anileira, que fornece o anil. Madeiras para carpintaria e marcenaria se obtm do angico e da algarobeira. Fornecem ainda vernizes, como o copal, extrado da rvore de mesmo nome; colas e blsamos, como os das diferentes espcies de copaba e da Acacia arabica, de que se extrai a gomaarbica.
Caesalpinia echinata Lam - Pau-Brasil C.ferrea Mart. ExTull - pau-ferro C. pulcherrima (L.)Sw.Flamboyantzinho DelonixregiaL. Flamboyant Glycine max-soja.
Hymaenea courbaril L.Jatob Melanoxilon brauna Brana Tamarindus indica - Tamarindo Lens esculenta Moench.- Lentilha
Medicapo sativa L.- Alfafa Phaselus vulgaris Feijo Pisum sativa - Ervilha Anadenanthera spp. Angico Inga sp.-ing
Prosopis juliflora Algaroba Vicia faba Fava Leucaena leucocephala Lam. Leucena Mimosa pudica L. - Dormideira, malcia
Os efeitos benficos promovidos pelo crescimento de plantas leguminosas no solo tm sido observados por sculos. Teofrasto, que viveu no terceiro sculo a.C., escreveu que os gregos usavam a fava (Vicia faba) para enriquecer os solos. J no sculo passado, em 1818, Sir Humphrey Davy escreveu no "Agricultural Chemistry" que ervilhas e feijes pareciam preparar a terra para o plantio do trigo e, que o nitrognio (chamado azoto) existente na matria das duas leguminosas parecia derivar da atmosfera. De fato, em locais no quais plantas leguminosas crescem, algum nitrognio extra pode ser liberado no solo, tornando-se disponvel para outros vegetais. Na agricultura moderna, prtica comum fazer a rotao de uma planta cultivada no leguminosa, como o milho, com uma leguminosa, como a alfafa. Por vezes utiliza-se a rotao milho, soja e ento trigo. Quando as leguminosas so colhidas, suas razes ricas em nitrognio permanecem no solo, enriquecendo-o. O papel dos microrganismos na fixao biolgica do nitrognio atmosfrico, responsvel por essas antigas e freqentes observaes, foi descoberto por H. Helbuegel e H. Wilfarth em 1888. A quantidade de nitrognio fixado pelas bactrias que vivem associadas s leguminosas varivel e dependem de muitos fatores, como espcie da leguminosa, condies do solo, natureza da bactria, etc.
Referncias bibliogrficas
LEWIS GP. Legumes of the Word. Royal Botanic Gardens, Kew , 577p, 2005. DOYLE J., Towards comprehensive phylogeny of legumes: evidence from rbcL and non- molecular data. In: Herenden PS, Bruneau A(eds) Advances in Legume Systematics 9. Royal Botanic Gardens, UK, pp 1-20, 2000. LUCKOW L., A phylogenetic analysis of the Mimosoideae (Leguminosae) based an chloloplast DNA sequence data. In: Klitgaard BB, Bruneau A (eds) Advances in Legume Systematics 10, High Level Systematics. Royal Botanic Gardens, UK, pp 197- 220, 2003. WOJCIECHOWSKI MF, A phylogeny of Legumes (Leguminosae) based on analysis of the plastid matK gene resolves many well-supported subclades within the family. American Journal of Botany. v. 91, n. 11, p.1846-1862, 2004. APG II ( Angiosperm Phylogeny Group). An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants. Botanical Journal Of the Linnean Sosociet. v. 141. p. 399-436, 2003. Zecca, Adriana Graciela Desir., Universidade Federal De Santa Maria. Material de Apoio para as Aulas Tericas da Disciplina de Botnica Agrcola. pp 104-115, 2008.