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MANDADO DE

SEGURANÇA

1. INTRODUÇÃO
1.1. Procedimento especial célere de natureza documental
• O que ocorre se a pessoa não tiver prova documental? Procedimento comum
com tutela provisória (CPC, arts. 300 e 311)
1.2. Arquétipo de sentença mandamental (sem excluir outras eficácias,
como declarativa e constitutiva)
1.3. Garantia constitucional – CF, art. 5º, LXIX e LXX (individual e
coletivo), cláusula pétrea (CF, art. 60, § 4º)
1.4. Perfil infraconstitucional: procedimento célere, documental,
disciplinado na Lei 12.016/2009 (ruim / não dialoga com CPC)
1.5. Instrumento para tutela do direito subjetivo público (= cidadão
contra o Estado) ameaçado ou violado por ato de autoridade pública
2. Cabimento (L. 12016, art. 1º)
2.1. Questões gerais
a) Direito líquido e certo – direito subjetivo público cujos fatos
constitutivos podem ser provados de plano, por meio de simples
documentos, dispensando dilação probatória
• Direito pode ser litigioso e exigir análise complexa (direito controvertido)
desde que os fatos demonstrados de plano (SÚMULA STF nº 625:
“CONTROVÉRSIA SOBRE MATÉRIA DE DIREITO NÃO IMPEDE
CONCESSÃO DE MANDADO DE SEGURANÇA”)
b) Caráter residual (não tutelado por habeas corpus ou habeas data)
c) Ação ou omissão
d) Ilegalidade (conteúdo) ou abuso de poder (formal –
incompetência)

2.2. Questões específicas


a) Efeitos financeiros: somente após o ajuizamento
• SÚMULA STF Nº 269: “O mandado de segurança não é substitutivo
de ação de cobrança”
• SÚMULA STF Nº 271: “Concessão de mandado de segurança não
produz efeitos patrimoniais, em relação a período pretérito, os quais
devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial
própria” = após o ajuizamento, sim
• SÚMULA STJ Nº 213: “O mandado de segurança constitui ação
adequada para a declaração do direito à compensação tributária”
b) Não cabe MS contra “lei em tese” (SÚMULA STF Nº 266: “Não
cabe mandado de segurança contra lei em tese”) – mas contra “lei de
2.3. Autoridade coatora
• Art. 1º, § 1º: “Equiparam-se às autoridades (...) os representantes ou órgãos de
partidos políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os
dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas
atribuições.
• Art. 1º, § 2º: “Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão
comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de
sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público.”
• Quem é autoridade coatora? É aquela com poder de decisão superior /
competente para desfazer o ato (art. 6º, § 3º) – não o mero executor material
• Encampação: se AC correta defender o ato em caso de indicação errada

2.4. Mandado de segurança contra ato judicial (art. 5º)


a) II: cabe contra ato judicial irrecorrível ou ato cujo recurso não
admite nenhuma possibilidade de efeito suspensivo (ou em que este
seria ineficaz)
• MSeg não tem sido admitido quando decisão está fora do rol do art. 1015 do
CPC (só quando decisão for “teratológica” – STJ, AgInt no MS 23.896/AM,
Rel. Ministro OG FERNANDES, CORTE ESPECIAL, DJe de 14/06/2018).
• Exemplos de Theotonio Negrão: despejo do inquilino não citado; decisão não
conhecendo de recurso tempestivo; processo julgado sem inclusão em pauta;
determinada penhora de bem impenhorável; contra despacho em exec. fiscal.
• Ex.: TRF/4: 5036834-64.2020.4.04.0000, 4 T., juntado aos autos em
08/04/2021
• Não cabe MS contra decisões interlocutórias no JEC (STF, RE 576.847, tema
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3. Procedimento
3.1. Petição inicial
a) Caracterização da autoridade coatora (determina a competência)
b) Indicação da pessoa de direito público a que ela está vinculada (art.
6º, caput)
c) Medida liminar (art. 7º, III)
d) Pedido de exibição (incidental) de documentos (art. 6º, §§ 1º e 2º)
e) Prazo decadencial de 120 dias para ajuizamento (art. 23)
• SÚMULA STF Nº 632: “É CONSTITUCIONAL LEI QUE FIXA O PRAZO
DE DECADÊNCIA PARA A IMPETRAÇÃO DE MANDADO DE
SEGURANÇA”
• E depois? Perde-se o direito ao procedimento especial, mas não o direito
subjetivo público (material) em si, cuja tutela poderá ser pleiteada pelo
procedimento comum

3.2. “Despacho” da inicial


a) Juiz determina notificação da autoridade coatora para prestar
informações no prazo de 10 dias
b) Juiz da ciência à pessoa jurídica de direito público (para quê?)
c) Juiz aprecia pedido de liminar: art. 7º, III
• Liminar pode assumir a forma de “efeito suspensivo” ou de “efeito ativo”
• Restrições ao cabimento de liminares (§§ 2º e 5º) – ADI 4.296: inconst § 2º
d) Juiz pode indeferir liminarmente a inicial nos casos do CPC (art.
6º, § 5º e art. 10) e tb julgar liminarmente improcedente (332 do
CPC)
3.3. Informações da autoridade coatora
a) Quem é o réu? Ponto polêmico (HTJ, Medina, Marinoni: PJDP; Hely:
AC)
b) Natureza de contestação (mas sem revelia e sem reconvenção)
c) Capacidade postulatória da autoridade coatora (agente público) para
peça
d) Não afasta possibilidade manifestação e recurso da PJ de DP, por
meio dos órgãos oficiais de representação (AGU, Proc. Estado, Proc.
Municip.)
3.4. Réplica? Sim – CPC
3.5. Intervenção do MP: obrigatória (art. 12), para parecer ou recurso

3.7. Recursos
a) Agravo de instrumento (art. 7, § 1º): contra decisão do juiz de
primeiro grau que conceder ou denegar a medida liminar
b) Apelação (art. 14): contra a sentença, com reexame necessário
(duplo grau obrigatório) em caso de concessão da segurança
c) Recurso ordinário constitucional
• p/ STJ (CF, art. 105, II e CPC, 1027, II, “a”): MS decididos em única
instância pelos TRFs ou pelos TJs, quando denegatória a decisão - (tb sem
resol mérito)
• p/ STF (CF, art. 102, II e CPC, 1027, I): MS decididos em única instância
pelos tribunais superiores, quando denegatória a decisão
d) RE/Resp (art. 18): nos casos previstos nos art. 102, III e 105, III da
CF
e) “Agravo” ao colegiado: contra a decisão do relator que conceder o
denegar a liminar (art. 16) ou indeferir a inicial (art. 10, § 1º), nos casos
de competência originária do tribunal (= agravo interno, CPC, art.
1021) – superada Súmula nº 622 do STF. No STF, contra decisão
monocrática que conceder a segurança.
f) Autoridade coatora detém legitimidade para recorrer (art. 14, § 2º) –
quando?
g) Instituto da suspensão de segurança (art. 15)
3.7. Execução
a) Quem suporta os efeitos patrimoniais é a PJ de DP, mas a ordem
depende da AC
b) Execução na forma específica (ordem judicial, transmitida à AC e à

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